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ENVOLVIDOS NA PRODUÇÃO DO CURSO ONLINE HANSENÍASE NA AB

4.3 PROCESSO DE PRODUÇÃO DO CURSO ONLINE HANSENÍASE NA AB

A descrição do processo de produção do curso online Hanseníase na Atenção Básica, no contexto da SE/UNA-SUS, obedece ao segundo objetivo específico da pesquisa. Pode-se dizer que tal produção foi a primeira experiência com uma equipe maior de profissionais de diversas áreas.

A designer educacional da equipe de produção, coordenou tal processo e adotou o modelo ADDIE – modelo genérico de cinco etapas –, representado na Figura 13, conhecido em inglês como Analysis, Design, Development, Implementation, Evaluiation. Conforme Mcgriff (2000), tal modelo constitui a base do design instrucional, é flexível e permite a modificação e a elaboração baseada nas necessidades da instrução. Foi traduzido para o português como: Análise, Design, Desenvolvimento, Implementação e Avaliação, cujas etapas se descrevem a seguir.

Figura 13 – Processo de produção do curso online Hanseníase na AB

Fonte: equipe de produção, SE/UNA-SUS (2013)

4.3.1 Análise

O processo de produção do curso foi iniciado a partir da demanda do Ministério de Saúde. Tal demanda foi recebida pela Secretaria Executiva da UNA-SUS, que por sua vez, encomendou a sua elaboração à equipe de produção. A demanda apresenta-se no esquema ADDIE, não como uma etapa própria do modelo, mas como uma ação que o ativa.

O objetivo da etapa de análise foi levantar as necessidades educacionais do público- alvo, identificar as metas a serem atingidas para a experiência de aprendizado e consolidá-las em forma de objetivos de aprendizagem.

Para concretizar o mencionado propósito, a designer educacional coordenou e dirigiu uma oficina de análise, no local da SE/UNA-SUS, na qual participaram os representantes do Ministério de Saúde envolvidos no serviço a que se refere à demanda, representantes dos profissionais de saúde do público-alvo e profissionais especialistas em hanseníase.

A finalidade da oficina foi realizar o mapeamento de ações, modelo metodológico desenvolvido pela designer instrucional Cathy Moore, retratado na Figura 3, que fornece uma estrutura relacional entre ações, atividades e informações. Tal modelo compreende: identificar uma meta estratégica, identificar as ações para atingi-la, detectar as razões de não realização das ações (problemas de conhecimentos, habilidades, motivações e entornos), projetar as atividades que ajudam a executar a ação e, por fim, identificar a informação que os alunos devem conhecer para realizar cada atividade (MOORE, 2008).

Figura 14 - Mapeamento de ações

Fonte: adaptado (MOORE, 2008)

Para iniciar a oficina de análise, a designer educacional questionou os participantes sobre a meta do curso, realizando perguntas, tais como: O que pretendemos alcançar com esse curso? Qual a visão ou sonho compartilhado em este curso? Para que essa capacitação? E assim por diante. Os participantes materializaram as ideias por meio da técnica de card storing, escrevendo nos cartões as respostas pessoais que foram fixadas em um quadro branco de acrílico.

A conversa com os participantes ajudou a consolidar a ideia coletiva da meta do curso online Hanseníase na AB. A designer educacional fez perguntas aos participantes sobre os problemas e obstáculos para atingir tal meta, tais como: O que podemos fazer ativamente para o alcance da meta? Que mudanças vão se promover na atuação do profissional? Ao finalizar o curso, o profissional será capaz de fazer o quê? Da mesma forma, os participantes utilizaram os cartões para responder detalhadamente as questões.

Assim, se especificaram ações importantes na atuação profissional, tarefas cotidianas, comportamentos e atitudes, rotinas de trabalho, competências e habilidades que colaboram ou dificultam o alcance da meta.

A base do mapeamento são as ações, e não somente os saberes. Além disso, primeiramente concentra-se no que o estudante deve fazer, e depois, dedica-se àquilo que o estudante tem que saber para fazê-lo (MENEZES, 2014).

O resultado da oficina de análise é o mapeamento de ações, representado na Figura 15, a seguir. No quadro branco estão as ideias dos participantes da oficina a respeito da meta e das ações do curso online, que são os fundamentos para estruturar as atividades e as informações, que se elaboraram na etapa de design.

Figura 15 - Oficina de análise, mapeamento de ações do curso online Hanseníase na AB

Fonte: equipe de produção, SE/UNA-SUS (2013)

Com intuito de avaliar a oficina de análise, cada participante manifestou as impressões gerais, fortalezas e debilidades causadas pela metodologia de mapeamentos de ações. Todas

as contribuições foram registradas para otimizar futuras oficinas.

4.3.2 Design

Nessa etapa definiu-se tudo que era necessário para que a criação dos recursos educacionais acontecesse conforme o previsto na etapa de análise.

Com a finalidade de potencializar esta etapa, a designer educacional indicou a utilização do Basecamp, que se estabeleceu como canal de comunicação e mediação de informação entre os conteudistas e a equipe de produção, em razão das vantagens de coleta, busca e recuperação de informações que oferece a ferramenta.

Desse modo, a designer educacional gerou um projeto no Basecamp com o nome do curso, convidou a todos os atores envolvidos na produção e postou a primeira mensagem de boas-vindas. Além disso, compartilhou o mapa de ações digitalizado em uma planilha de Microsoft Excel, representado no Quadro 4, solicitando que os conteudistas refinassem os conceitos, a linguagem, fizessem sugestões para as atividades das ações propostas e acrescentassem contribuições nas referências bibliográficas dos materiais existentes que dariam suporte as práticas em saúde. Somente após os conteudistas realizarem aquilo, a designer educacional teria condições de propor o modelo midiático-pedagógico e o cronograma de produção.

Quadro 4 - Mapa de ações digitalizado do curso online Hanseníase na AB

PÚBLICO ALVO Profissionais de saúde (nível superior) em serviço na atenção básica por todo território nacional META Contribuir para eliminação da hanseníase como problema de saúde pública, reduzir drasticamente a

ocorrência de novos casos (prevalência) e diminuir o coeficiente do número de incapacidade grau 2 na população. Ações Atividades Referências Básicas (Especificar página, capítulo, etc.) Materiais Educacionais adequados já existentes 1 – Buscar ativamente identificar clusters de hanseníase em áreas de risco aumentado para o exame de pele.

(MOTIVAÇÃO E MOBILIZAÇÃO PARA O APRENDIZADO) - Identificar os dados

epidemiológicos de seu território e a cadeia de transmissão da Hanseníase (incluindo o conceito de cluster)

- Analisar a necessidade da busca de casos e contatos (clusters) para a diminuição de incapacidades decorrentes da hanseníase - Organizar a busca ativa e trabalho em equipe

(desconcentração do atendimento)

- Identificar áreas de risco aumentado para hanseníase

-Buscar casos suspeitos em áreas de risco aumentado para o exame da pele - Aproveitar outras oportunidades de exame periódico da pele na UPA, especialmente em área de risco aumentado

- Buscar todos os contatos de um caso índice em tratamento para o exame da pele (Médico /enfermeiro : fazer a visita domiciliar ou ACS: marcar atendimento na UPA para o exame da pele) - Manter sistema de vigilância e notificação

Ações Atividades Referências Materiais

2. Diagnosticar precocemente, examinando a pele de casos suspeitos e todos os contatos de um caso índice

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