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Conforme Figueiredo (1997) existem duas abordagens com relação à profundidade da responsabilidade da empresa para com seu próprio destino.

A primeira propõe que a empresa está a mercê das forças econômicas e sociais predominantes e a segunda que acredita que os gestores tem controle sobre o futuro da firma, através do planejamento e do controle.

Para os adeptos da primeira abordagem, o sucesso da organização depende da habilidade dos gestores de efetuar uma correta leitura do cenário. Para os seguidores do segundo ponto de vista, o êxito depende da qualidade das decisões do planejamento e controle gerencial.

Para Figueiredo (1997, p. 42) “as empresas operam normalmente entre estes dois pontos de vista extremos”.

Segundo a autora, existem muitos elementos cuja gestão está fora do controle dos administradores da organização e outros que podem ser determinados por ela.

Como exemplo de elementos incontroláveis, pode-se citar: - Preços de matérias-primas; - Legislação; - Fatores demográficos; - Fatores ambientais; - Fatores culturais;

- Fatores sociais, entre outros.

Podem ser considerados como controláveis, dentre outros, os seguintes fatores:

- Produtos e serviços prestados e suas características; - Estrutura de custos da empresa;

- Recursos Humanos; - Formação de preço; - Ambiente de trabalho, etc.

Sobre administração, de acordo com Figueiredo (1997, p. 42):

É função do gestor manipular os itens controláveis e assegurar que a empresa esteja preparada para enfrentar as mudanças nos itens não controláveis, tirando vantagem das mudanças favoráveis e minimizando o impacto das mudanças não favoráveis.

Para a autora, embora existam diferentes escolas de pensamento sobre o termo Administração e sua prática, o processo de gestão possui cinco funções: “Planejamento, Organização, Controle, Comunicação e Motivação” (FIGUEIREDO, 1997, p.43). Essa divisão das etapas ou funções do administrador, foram descritas desde a época da chamada ”escola clássica da administração”.

Para Kwasnicka (1995) a gestão é um processo pelo qual o administrador cria, dirige, mantém, opera e controla uma organização. A administração é um processo interativo fundamental, buscando a obtenção de resultados específicos.

Segundo Megginson, Mosley e Pietri Jr. (1998, p.17) “a administração foi definida como o uso de recursos humanos, financeiros e materiais para atingir objetivos da organização através das funções de planejamento, organização, liderança e controle”.

Drucker (1998), de forma sintética, sustenta que administração é o processo de tomada de decisão e o controle sobre as ações dos indivíduos, para o expresso propósito de alcance de metas pré-determinadas.

Padoveze (2003, p. 27) chama as funções básicas do administrador de processo de gestão ou processo decisório e faz uma reclassificação das fases. Para o autor esse processo:

Compreende as fases do planejamento, execução e controle da empresa, de suas áreas e atividades. Por processo entende-se a sucessão de estados de um sistema, que possibilita a transformação das entradas do sistema nas saídas objetivadas pelo mesmo sistema”.

Conforme exposto, embora existam diferentes interpretações em relação às etapas do processo de gestão, a classificação adotada por Padoveze (2003) mostra-se bastante adequada por ser sintética na descrição do processo e incluindo elementos que outros autores consideram importantes como componentes das fases descritas.

Ainda segundo Padoveze (2003) a fase do planejamento subdivide-se em duas etapas: Planejamento Estratégico e Planejamento Operacional. Tendo em vista que o objetivo da pesquisa restringe-se ao escopo abordado no plano estratégico, tal conceito será explicado com maiores detalhes posteriormente, ainda nesse capítulo.

O Planejamento Operacional é a fase em que são definidos os planos, políticas e objetivos operacionais da empresa, tendo como produto final o orçamento operacional, sempre levando-se em consideração os objetivos estratégicos. Esse plano incorpora ainda uma etapa adicional, que finaliza o planejamento das operações, chamada de Programação.

A Programação é uma espécie de ajuste nos planos operacionais tendo em vista adaptação frente às alterações no ambiente interno e externo.

A Programação “consiste na ordenação das necessidades, meios, recursos, ações, programas, análises e interações operacionais necessárias para executar o plano operacional adotado”. (PADOVEZE, 2003, p.27).

Ainda segundo Padoveze (2003), a execução é a fase do processo de gestão onde acontecem os eventos econômicos da empresa. Esta fase deve estar em sintonia com a fase do planejamento e da programação.

O processo contínuo e recorrente que avalia o grau de aderência entre os planos e sua execução, compreendendo a analise dos desvios ocorridos, procurando identificar suas causas e direcionando ações corretivas. Além disso, deve observar a ocorrência de variáveis no cenário futuro, visando assegurar o alcance dos objetivos propostos. Dentro do enfoque sistêmico, o controle faz também o papel de feedback ou retroalimentação do sistema”.

Em relação às etapas do processo de gestão, a dissertação ora desenvolvida terá como foco a fase do planejamento e, mais especificamente se deterá na etapa do planejamento estratégico e sua atuação com a controladoria em uma empresa de telefonia móvel. Sendo assim, doravante serão expostos os conceitos relativos a essa delimitação.

Ressalte-se ainda que a orientação teórica que segue a pesquisa foi adotada em virtude da parte prática do trabalho, o estudo de caso em uma empresa de telefonia móvel, pois a organização objeto de estudo utiliza esse posicionamento para desenvolver suas práticas em relação ao planejamento estratégico. Serão expostos de forma mais detalhada os conceitos utilizados pela empresa para caracterizar o que é estratégia, para efetuar a identificação das forças que regem o seu setor de atuação e que definem o seu posicionamento no mercado, assim como quais são as premissas que a empresa utiliza para elaborar seus planos de natureza estratégica. Serão expostos também, de acordo com o ponto de vista de autores que servem de referência teórica para os gestores da empresa pesquisada, as ferramentas que a Controladoria dispõe para auxiliar no processo de elaboração desse tipo de plano.