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O Colégio Estadual Arabela Ribeiro (CEAR), foco desse projeto, está localizado no município de Estância, estado de Sergipe, no bairro Bonfim, zona periférica da cidade. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)16,o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Estância, em 2013,é de 0,689, e um dos fatores que decresce essa nota é o nível educacional da população, pois de acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica17 (IDEB) do ano de 2015, os alunos dos anos finais da rede estadual de ensino de Estância ficaram com a nota média de 2,1, estando na 43º posição no ranking da educação, dentre os 75 municípios de Sergipe.

Outro fator que dificulta algumas atividades é que, embora o CEAR tenha laboratório de informática, faltam recursos públicos para a manutenção e o devido uso desse espaço, pois todos os computadores estão quebrados e a rede Wi-fi não é de qualidade, por isso o

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Disponível em: <http://www.br.undp.org/>. Acesso em: 15 jun.2018. 17

47 laboratório é utilizado como uma sala de multimídias, na qual os/as docentes projetam slides, filmes e vídeos utilizados com fins pedagógicos. A dificuldade de acesso dos alunos a alguns meios tecnológicos impossibilita que o professor crie atividades a partir de softwares como o ―HotPotatoes‖ou utilize algumas plataformas educacionais (como ―Educação e Participação‖, ―Geekie Games‖, entre outras), que podem auxiliar no ensino de Língua Portuguesa.

Dessa forma, é essencial levar em consideração os fatores citados, isto é, os aspectos socioculturais e estruturais da escola que podem inviabilizar a execução de certas metodologias, por isso que, ao propor um trabalho com os elementos da narrativa, texto literário e o jogo como atividade lúdica significativa, as condições para que as atividades aconteçam estão sendo pensadas com base nas possibilidades e deficiências apresentadas pela escola. Assim, cabe ao professor adaptar, dentro de suas possibilidades pedagógicas e estruturais, os recursos disponíveis e os conteúdos obrigatórios à realidade do aluno, sem perder de vista os direitos básicos de aprendizagem, pautados nos documentos oficiais, como Referencial Curricular do Estado de Sergipe (SERGIPE, 2011), Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) e Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018).

3.2 Proposta de Intervenção

Com base nos resultados da Prova Brasil, do IDEB e do Simulado Diagnóstico aplicado pela Secretaria de Educação do Estado de Sergipe, já mencionados ao decorrer desse trabalho, desenvolveremos estratégias que visem minimizar as dificuldades dos alunos em identificar o conflito da narrativa, mas sem deixar de lado a prática de uma leitura que busque a fruição. Para isso, teremos como ferramenta pedagógica um jogo que será desenvolvido/aplicado a partir dos elementos da narrativa detetivesca: crime (conflito que desencadeia os fatos), pistas, detetive, culpado.

Há maneiras diversas de construir uma sequência didática (SD), mas, no presente trabalho, nos baseamos principalmente em Cosson (1999), já que objetivamos desenvolver um trabalho voltado para o letramento literário. O teórico propõe uma SD básica que consiste em quatro etapas: motivação– preparação do aluno para que ele possa apreciar melhor o texto; introdução – fase em que os docentes deverão apresentar aos estudantes o autor e a obra que tem-se a intenção de ler; leitura – momento de contato com a obra; interpretação – decifração textual, isto é, um ―ato de construção de sentido em uma determinada comunidade‖ (COSSON, 1999, p.95). Entretanto, na nossa proposta, ampliamos e modificamos essas

48 etapas, a fim de alcançarmos objetivos específicos, descritos e apresentados ao decorrer do trabalho. Além disso, também tivemos como base Huizinga (2000), autor que disserta sobre a presença do jogo nos mais diferentes contextos e nas mais diversas ações sociais, já que também utilizaremos como objeto de aprendizagem o jogo autoral ―A caixa de mistérios‖, que teve como propósito desenvolver a percepção dos discentes com relação aos elementos da narrativa, em especial o conflito, e dar vazão ao horizonte de expectativa resguardado em cada sujeito envolvido na prática pedagógica.

Objetivos pedagógicos

 Instigar o imaginário e aumentar o repertório sociocultural dos/das estudantes, por meio da etapa de motivação;

 Propor a leitura dos contos de detetive;

 Apresentar aos alunos os autores e uma breve explanação sobre os textos que serão trabalhados;

 Ler, de maneira oral/expressiva18

, os contos propostos;

 Desenvolver atividades de compreensão e interpretação textual, que contemple questões que façam os alunos refletirem sobre os aspectos temáticos (tema e personagens), composicionais (situação inicial, complicação, peripécias, situação final e avaliação/moral) e enunciativos (focalização interna ou externa do narrador) dos contos de detetive propostos;

 Propor uma atividade lúdica, de produção textual, utilizando os elementos do conto de detetive, isto é o crime (conflito), as pistas, o detetive e o culpado, introduzindo a mulher como investigadora da história, a fim de inseri-la em um espaço que é predominantemente masculino;

Conteúdos didáticos

 Leitura dos contos ―A faixa malhada‖, de Arthur Conan Doyle (2006), e ―O último cuba-libre‖, de Marcos Rey (2005);

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Como os textos não são curtos, sugere-se a leitura oral, feita preferencialmente por parte do professor, que já conhece os textos. Também é possível fazer uma leitura oral em forma de jogral, mas isso demanda um trabalho prévio de organização das partes dos textos e seleção dos estudantes que farão a leitura, ―a fim de que não se transforme em uma maneira de chamar atenção daquele aluno mais distraído‖ (COSSON, 2009, p. 71).

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 Elementos da narrativa detetivesca clássica (crime, investigação, solução);  Conflito;

 Elementos básicos das narrativas (tema, personagens, situação inicial, complicação, peripécias, situação final, avaliação/moral – se houver – focalização interna ou externa do narrador).

Turma

 9º ano, do Colégio Estadual Arabela Ribeiro, localizado no município de Estância, Estado de Sergipe.

Perfil da Turma

 27 alunos, com idade entre 12 e 16 anos. Tempo estimado  16 aulas Material necessário  Atividade impressa;  Lousa;  Pincel;  Jogo.

4. SEQUÊNCIA DIDÁTICA: RELATÓRIO E RESULTADOS

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