• Nenhum resultado encontrado

2. Análise processual dos crimes dos condutores

2.1. Processo policial

A polícia é a entidade por excelência que, na maior parte dos casos, deteta os comportamentos criminais em análise. Apesar de as várias forças policiais poderem intervir nesta tarefa, a sua competência, na cidade do Porto77, é atribuída à DT da PSP. A DT é parte integrante do Comando Metropolitano da P.S.P do Porto. Por seu turno, a DT é formada por diversas esquadras, designadamente a Esquadra de Sinistralidade Rodoviária, a Esquadra de Intervenção e Fiscalização Rodoviária e a 1.ª e 2.ª Esquadras.

A Esquadra de Sinistralidade Rodoviária está vocacionada para a intervenção em acidentes e promoção de ações de prevenção nesta área. A Esquadra de Intervenção e Fiscalização Rodoviária foca-se sobretudo na fiscalização de veículos coletivos e pesados, como táxis, camiões e autocarros. A 1.ª e 2.ª esquadras são constituídas por agentes motociclistas e bloqueadores. Os primeiros têm como missão o acompanhamento de altas entidades, fluidez do trânsito em zonas críticas, acompanhamento de provas desportivas que impliquem cortes de trânsito, e recebimento de reclamações. Os bloqueadores bloqueiam os veículos, quando

77

Detecção de álcool no sangue Teste de ar expirado analisador qualitativo Métodos biológicos Exame médico

necessário. Todas as esquadras intervêm na preparação e realização de ações de fiscalização e, consequenteme

2.1.1. Procedimento para deteção de álcool e de estupefacientes, substâncias psicotrópicas ou produtos com efeitos análogos

Figura 1 – Processo de deteção de álcool no sangue

Fonte: sistematização própria.

No que toca à deteção de álcool no sangue, a análise inicia

analisador qualitativo do ar expirado (art. 1.º da Lei n.º 18/2007). Quando através deste seja indiciada a presença de álcool no sangue, o agente da autoridade que realizou o teste notifica e transporta o indivíduo à DT da PSP (art. 2.º, n.º 2, da Lei n.º 18/2007) para se sujeitar a um analisador quantitativo

Lei n.º 18/200779). O dispositivo utilizado emite um talão que é utilizado c

que indica a taxa de álcool presente, o número sequencial de registo, a identificação do aparelho e a data e a hora de realização do teste (n.º 2, ponto B, alínea

902-B/2007). Caso o valor de álcool no sangue se situe entre

processo de contraordenação. Se a taxa de álcool no sangue for igual ou superior a 1,2 g/l tem início o procedimento criminal, através do preenchimento de um auto de notícia.

78

Os analisadores quantitativos são instrumentos que por unidade de volume na análise do ar

de agosto). A conversão dos valores do teor de álcool no ar expirado (TAE) em teor de álcool no sangu (TAS) é baseada no princípio de que um 1 mg de álcool por litro de ar expirado é equivalente a 2,3 g de álcool por litro de sangue (art. 81.º do CE, revogado pelo decreto

79

Revoga o Decreto Regulamentar n.º 24/98.

Teste de ar expirado - analisador qualitativo Negativo (fim do procedimento) Positivo Teste de ar expirado - analisador quantitativo possibilidadde de contra

Preenchimento do tipo legal p.p. pelo artigo 292.º do CP;

possibilidade de contra Métodos

biológicos

Exame médico

necessário. Todas as esquadras intervêm na preparação e realização de ações de fiscalização e, consequentemente, na deteção de crimes rodoviários.

2.1.1. Procedimento para deteção de álcool e de estupefacientes, substâncias psicotrópicas ou produtos com efeitos análogos

Processo de deteção de álcool no sangue

No que toca à deteção de álcool no sangue, a análise inicia-se através de um analisador qualitativo do ar expirado (art. 1.º da Lei n.º 18/2007). Quando através deste seja indiciada a presença de álcool no sangue, o agente da autoridade que realizou o teste notifica e transporta o indivíduo à DT da PSP (art. 2.º, n.º 2, da Lei n.º 18/2007) para se sujeitar a um analisador quantitativo78 no prazo de 30 minutos (art. 2.º, n.º 1, da

). O dispositivo utilizado emite um talão que é utilizado c

que indica a taxa de álcool presente, o número sequencial de registo, a identificação do aparelho e a data e a hora de realização do teste (n.º 2, ponto B, alínea b)

B/2007). Caso o valor de álcool no sangue se situe entre 0,5 e 1,1 g/l inicia processo de contraordenação. Se a taxa de álcool no sangue for igual ou superior a 1,2

procedimento criminal, através do preenchimento de um auto de notícia.

Os analisadores quantitativos são instrumentos que pretendem medir a concentração da massa de álcool por unidade de volume na análise do ar alveolar expirado (TAE) (n.º 1 da Portaria n.º 902

de agosto). A conversão dos valores do teor de álcool no ar expirado (TAE) em teor de álcool no sangu (TAS) é baseada no princípio de que um 1 mg de álcool por litro de ar expirado é equivalente a 2,3 g de

81.º do CE, revogado pelo decreto-lei n.º 44/2005). Revoga o Decreto Regulamentar n.º 24/98.

52 - 0,5 g/l (fim do procedimento) = > 0,5 g/l ; < 1,2 g/l Contra-ordenação; possibilidadde de contra- prova = >1,2 g/l Preenchimento do tipo legal p.p. pelo artigo 292.º do CP; possibilidade de contra-

prova

necessário. Todas as esquadras intervêm na preparação e realização de ações de

2.1.1. Procedimento para deteção de álcool e de estupefacientes, substâncias

se através de um analisador qualitativo do ar expirado (art. 1.º da Lei n.º 18/2007). Quando através deste seja indiciada a presença de álcool no sangue, o agente da autoridade que realizou o teste notifica e transporta o indivíduo à DT da PSP (art. 2.º, n.º 2, da Lei n.º 18/2007) inutos (art. 2.º, n.º 1, da ). O dispositivo utilizado emite um talão que é utilizado como prova e que indica a taxa de álcool presente, o número sequencial de registo, a identificação do

b), da Portaria n.º

0,5 e 1,1 g/l inicia-se o processo de contraordenação. Se a taxa de álcool no sangue for igual ou superior a 1,2 procedimento criminal, através do preenchimento de um auto de notícia.

pretendem medir a concentração da massa de álcool da Portaria n.º 902-B/2007, de 13 de agosto). A conversão dos valores do teor de álcool no ar expirado (TAE) em teor de álcool no sangue (TAS) é baseada no princípio de que um 1 mg de álcool por litro de ar expirado é equivalente a 2,3 g de

53

Para além disso, o condutor é imediatamente impedido de conduzir durante um período de 12 horas, a não ser que comprove, antes do término deste tempo, estar em condições de o fazer, através de um exame por si requerido (art. 154.º, n.º 1, do CE).

Há, contudo, situações em que o condutor não pode realizar o teste de ar expirado, seja por razões de saúde, seja por estar envolvido num acidente de viação. Nesse caso, recorre-se a métodos biológicos, que se centram sobre a análise de uma amostra de sangue80 (arts. 4.º, 5.º e 6.º da Lei n.º 18/2007). Nos casos em que não se possa realizar este exame por impossibilidades legítimas, procede-se a um exame médico (art. 7.º da Lei n.º 18/2007), em que se avalia o aspeto geral do indivíduo, realizam-se provas de equilíbrio, provas de coordenação dos movimentos, provas orientadas para as funções cognitivas e oculares, e entrevista81 (n.º 11 da Portaria n.º 902-B/2007).

Os condutores que não queiram realizar o teste para deteção da presença de álcool no sangue sem qualquer razão legítima são punidos pelo crime de Desobediência, p.p. no art. 348.º do CP.

Após a realização dos testes, e independentemente dos resultados, o agente pode requerer contraprova realizando, para isso, os testes que forem necessários (art. 153.º, n.º 2, do CE), sendo que o resultado deste último exame prevalece sobre o resultado do primeiro (art. 153.º, n.º 6, do CE).

Para detetar se um dado condutor se encontra sob a influência de estupefacientes ou substâncias psicotrópicas é efetuado, inicialmente, um primeiro exame de rastreio através de testes rápidos realizados em amostras biológicas de urina, saliva, suor ou sangue (art. 11.º da lei n.º 18/2007). Em caso de resultado positivo, procede-se à realização de um exame de confirmação através de análise de uma amostra de sangue (arts. 11.º e 12.º da lei n.º 18/2007), que pretende identificar a(s) substância(s) e/ou seus metabólicos consumidos pelo indivíduo (n.º 22 da Portaria n.º 902-B/2007). Na impossibilidade de execução destes testes, é feito um exame médico semelhante ao realizado no caso da deteção de álcool (n.º 25 da Portaria n.º 902-B/2007).

80

A colheita de sangue é sempre realizada em estabelecimentos de saúde da rede pública que constem de lista a divulgar pelas administrações regionais de saúde e pelo Governo Regional, no caso das Regiões Autónomas (n.º 3 do art. 4.º da Lei n.º 18/2007). A subsequente análise é realizada pelo Instituto Nacional de Medicina Legal (n.º 2 do art. 6.º da Lei n.º 18/2007).

81

Neste caso não é possível quantificar a taxa de álcool no sangue, apenas concluir se o indivíduo se encontra ou não sob a influência de álcool, sendo este punido a título de contraordenação (art. 81.º do DL n.º 44/2005).

54

2.1.2. Levantamento do auto de notícia

Os crimes analisados neste trabalho – arts. 292.º do CP e 3.º do DL n.º 2/98 – são crimes públicos. Consequentemente, a sua denúncia é obrigatória para a autoridade judiciária ou entidade policial que deles tomar conhecimento (art. 242.º do Código de Processo Penal (CPP)). A denúncia é efetivada através do levantamento de auto de notícia que deve conter as seguintes informações: os factos que constituem o crime; o dia, hora82, local83 e circunstâncias em que o ato foi cometido; e todas as informações que puderem ser recolhidas relativamente à identificação dos agentes e dos ofendidos, assim como em relação aos meios de prova existentes (art. 243.º do CPP).