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2 Referencial Teórico

2.6 Processos de Negócio

Missões em SoS (mais especificamente em SoIS), sejam elas individuais ou globais, podem possuir um processo de negócio associado como uma sequência de atividades inter- dependentes a serem realizadas por sistemas de informação constituintes, além de envolver os fluxos de informação que ocorrem entre tais sistemas (NETO et al., 2017). Apesar de ainda não haver uma notação específica para modelagem de missões em SoIS, é possível utilizar a Notação e Modelagem de Processos de Negócio, do inglês Business Process Mo- del and Notation (BPMN), para complementar a especificação de missões desse tipo de sistema, permitindo uma melhor compreensão da sua natureza orientada a negócio em termos de atividades e os relacionamentos entre elas (WESKE, 2012).

O BPMN pode representar os processos de negócio, sendo definido como uma notação de modelagem especialmente voltada para a especificação, em alto nível, da análise do domínio na forma de um processo de negócio (OMG, 2011). O principal objetivo do BPMN é dar suporte ao gerenciamento de processos de negócio, fornecendo uma notação intuitiva capaz de representar a semântica complexa do processo como um todo e facilitando o

entendimento de todas as partes interessadas no negócio.

A modelagem do processo representa uma abstração do caminho do que se pretende percorrer para a realização das atividades, fazendo com que todos os envolvidos tenham a mesma visão geral. A ideia é distinguir todos os processos realizados, bem como os participantes que a executam, recursos utilizados e produzidos e informações relacionadas. No caso específico do SoIS, cuja orientação do fluxo é orientada pelo processo de negócio, uma representação deste tipo faz com que se consiga visualizar a sequência correta e a responsabilidade de cada sistema dentro do processo.

Para modelar um processo de negócio, a BPMN define um Diagrama de Processos de Negócio (BPD) que utiliza um conjunto de elementos gráficos divididos em quatro categorias (SHAPIRO et al., 2010):

1. objetos de fluxo - são os elementos principais da notação. Podem ser: 1) Even- tos (representado por um círculo), é algum fator externo que acontece durante o processo de execução; 2) Atividades (representado por um retângulo com vértice arredondado), é uma generalização das tarefas a serem realizadas, 3) Gateway (re- presentado por um losango), é usado para controlar a divergência e a convergência de atividades durante o fluxo de execução;

2. objetos de conexão - servem para conectar os objetos de fluxo, com os seguintes tipos: 1) Fluxo de Sequência (representado por uma linha contínua com uma seta preenchida), é usado para mostrar a ordem que as atividades serão executadas em um processo; 2) Fluxo de Mensagem (representado por uma linha tracejada com uma seta vazada), é usado para mostrar a troca de mensagens entre dois processos participantes separados; 3) Associação (ilustrado por uma linha pontilhada com uma seta de ponta aberta), é usado para mostrar as entradas e saídas de atividades. 3. raias (swimlanes) - mecanismo para organizar visualmente as atividades em di-

ferentes categorias ou responsabilidades. Os dois tipos de Swimlanes são: 1) Piscina (ilustrado por um retângulo que contém os demais elementos), representa um par- ticipante em um processo; 2) Raias (representado como um conjunto de retângulos perfilados que contém os demais elementos), é uma subpartição usada para organizar e categorizar atividades; e,

4. artefatos - agregam informações adicionais sobre o processo. Podem ser: 1) Objeto de Dados (representado por um ícone de uma folha de papel), usado para mostrar como um dado é produzido ou requerido por uma atividade; 2) Grupo (representado

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como um retângulo com vértice arredondado e com linhas tracejadas), usado para agrupar elementos facilitando na documentação; 3) Anotações, usado para adicionar descrição ou comentário a algum elemento ou grupo.

A padronização do BPMN pela OMG (Object Management Group) em 2011, levando ao chamado BPMN 2.0, trouxe como maior mudança a serialização de BPD, permitindo a tradução dos elementos gráficos especificados em BPMN em esquemas no formato eX- tensible Markup Language (XML). Com esse XML gerado, é possível utilizar o BPMN como um orquestrador durante a execução de um sistema qualquer.

Figura 6: Fluxo da missão global Resgate Eficiente Fonte: Própria (2017)

A Figura 6 ilustra um BPD referente à missão global da possível integração dos sis- temas ResgateJá, RotasRápidas e MedSaúde, descritos na Introdução deste trabalho, em que cada uma das raias representa um executor do passo da missão. Neste caso específico, o início (representado pelo Start Event ) e o final do fluxo (representado pelo End Event ) são executados pelo Usuário ao utilizar o serviço oferecido pela integração dos sistemas após a formação do SoS. As demais raias são representadas por sistemas constituintes (ResgateJá, RotasRápidas e MedSaúde) do SoS e a execução segue a sequência definida pelos objetos de conexão (ilustrado pelas setas) até que se encontre o (End Event ), que representa o final do fluxo de execução.

Figura 7: Fragmento de código XML gerado pelo BPD da Figura 6 Fonte: Própria (2017)

mostrado na Figura 6 que contém algumas tags de identificação de execução do fluxo. A tag lane, por exemplo, que começa nas linhas 6 e termina na linha 9 da Figura 7, descreve uma raia que representa, nesse caso, o sistema ResgateJá, vide tag name na linha 6 dessa figura. Essa tag serve para identificar as tarefas executadas por cada sistema. Por exemplo, as tarefas do sistema ResgateJá são descritas pela tag flowNodeRef, nesse caso, ScriptTask_3 e ScriptTask_6, vide linha 7 e 8 da Figura 7. O parâmetro name difere cada lane existente no diagrama e ajuda a dar uma melhor visualização de todo o processo.

Outra tag importante é sequenceFlow, que mostra os fluxos de sequencia. Dentro dela, é informado o a origem e o destino do fluxo de sequencia, conforme pode ser visto na linha 23 a 29 da Figura 7, onde cada uma das linhas representa um fluxo de sequencia.

Já, para representar as tarefas realizadas por cada um dos sistemas é utilizado a tag scriptTask, o detalhamento de ligação dessa tarefa com as demais do fluxo envolve as tags, internas a ela, incoming e outgoing, que representam, respectivamente, a entrada e a saída

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daquela tarefa. A linha 36, da Figura 7, informa que a entrada para a tarefa ScriptTask_2, nominada neste exemplo de "Solicitar resgate", é representada pelo elemento Sequence- Flow_1. A sua saída, identificada pela tag outgoing na linha 38 dessa mesma figura, é representada pelo elemento SequenceFlow_2. O fluxo desta forma vai sendo traduzido da parte gráfica e sendo apresentado em formato XML.

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