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Era preciso entender sistemicamente a dinâmica que envolve a atividade de gestão de projetos. Neste contexto, a mais importante fonte de dados, tanto em quantidade quanto em relevância para modelar sistemas dinâmicos, é, segundo Forrester (1994), a base mental e defende que o nível de informação diminui quando migramos da mente para informações escritas. Assim, indica os dados qualitativos como a principal fonte de informações no processo de modelagem. Neste sentido, a metodologia envolveu essencialmente entrevistas semiestruturadas, com perguntas construídas a partir de análises teóricas e interações entre os pesquisadores e profissionais experientes tanto em gestão de projetos quanto em pesquisa qualitativa.

Também, tornou-se necessária a definição de uma forma de representação dessas estruturas dinâmicas, de forma a favorecer a identificação e validação das mesmas na prática de cada gerente e o posterior mapeamento de que ações podem ser implementadas para evitar o gerente encurralar-se (pontos de alerta) e que ações devem ser executadas para recuperação, uma vez a pessoa esteja presa a determinada estrutura dinâmica (pontos de alavancagem). Neste sentido, foram definidos os arquétipos sistêmicos (Senge, 1990; Kim, 1998) como forma de representação gráfica destas estruturas, associando a cada uma delas sua respectiva descrição sistêmica do comportamento identificado a partir das relações existentes entre as variáveis do arquétipo. Então, foi desenvolvida uma gramática genérica acerca dos principais arquétipos identificados na prática dos gerentes de projetos, recomendando soluções genéricas para cada situação específica. Juntas, estas estruturas e suas respectivas recomendações estratégicas formam um guia para que o gerente desenvolva a capacidade de enxergar e lidar com o sistema complexo que envolve a gestão de projetos.

Portanto, conforme ilustra a Figura 11, foi definida uma metodologia para pesquisa exploratória com abordagem qualitativa que envolveu inicialmente uma pesquisa bibliográfica, seguida de uma pesquisa de campo, de acordo com as etapas a seguir:

(1) Delineamento do estudo. Elaborar um referencial teórico a partir de uma

pesquisa bibliográfica exploratória, de forma a embasar a argumentação em torno dos temas essenciais do trabalho, com vistas a facilitar a construção do diálogo investigativo com os entrevistados;

(2) Seleção de Participantes. Identificar e selecionar gerentes de projeto;

(3) Coleta de Dados. Entrevistar gerentes de projeto para mapear como estes atuam

(4) Análise dos Dados. Analisar criteriosamente os resultados, de forma a

compreender os fatores críticos e a dinâmica existente entre estes, o que levou a construção de estruturas arquetípicas de pensamento capazes de representar a forma de raciocínio e as implicações das ações antes, durante e após um projeto. Nesta etapa, avalia-se também a saturação dos dados, eventualmente retornando a etapa de seleção de participantes para novas rodadas de coleta;

(5) Validade e Confiabilidade. Validar estruturas com entrevistados, de forma a

garantir que estas estão (a) coerentes com a realidade de projetos e (b) alinhadas à prática do gerente entrevistado;

(6) Síntese e Apresentação. Sintetizar as informações validadas, de forma a buscar

inter-relações entre todo o material coletado e propor soluções estratégicas a partir das estruturas, de acordo com o referencial teórico desta dissertação.

Figura 11: Processos metodológicos

Neste capítulo, será detalhada cada uma destas etapas de forma a caracterizá-las e retratar quais os objetivos e contribuições de cada uma.

3.1-DELINEAMENTO DO ESTUDO

Para o efetivo pensar sistêmico, é preciso, de acordo com Valença (2007), além do Pensamento Sistêmico (SENGE, 1990, 2003; KIM, 1994, 1998), compreender eixos teóricos profundos da Ciência da Ação (ARGYRIS E SCHÖN, 1974; ARGYRIS, PUTNAM e SMITH, 1985), Investigação Apreciativa (COOPERRIDER e SRIVASTVA, 2000; COOPERRIDER e WHITNEY, 2006) e Aprendizagem Organizacional (ARGYRIS E

SCHÖN, 1978, 1996). Por outro lado, este trabalho tem por objetivo entender como o pensamento sistêmico favorece a tomada de decisão na gestão de projetos. Foram, portanto, feitos estudos em torno destes quatro eixos teóricos, envolvendo revisão bibliográfica em artigos, periódicos, livros e relatórios.

Durante esta etapa, foi elaborada, com apoio de um estudante de iniciação científica, uma pesquisa quantitativa sobre os fatores mais críticos em relação à gestão de projetos. Para tal, foi elencada uma lista com diversos fatores colhidos na literatura da área. Esta pesquisa foi útil exclusivamente para referência na produção e análise dos próximos passos, uma vez que seus resultados foram limitados ao escopo definido pelo pesquisador e este não é o objetivo do nosso trabalho. No entanto, a pesquisa permitiu entender o gerenciamento de projetos e a relevância da visão sistêmica nas organizações que atuam com projetos de uma maneira geral.

No outro horizonte das leituras, estavam a aprendizagem organizacional e os demais eixos teóricos e menos técnicos do pensamento sistêmico. Visando compreender e internalizar conceitos essenciais sobre a temática, o pesquisador se envolveu durante algumas sessões de consultoria junto a uma empresa da região, Valença & Associados – Aprendizagem Organizacional. Desta forma, teve oportunidade de conhecer o pensamento sistêmico sendo aplicado no cotidiano de algumas organizações. No entanto, o escopo destas aplicações raramente envolvia exclusivamente a gestão de projetos. Desta forma, a compreensão das teorias foi além da literatura convencional. A partir deste envolvimento com modelagem sistêmica nas organizações, uma ferramenta de software desenvolvida pela empresa de consultoria em questão foi oferecida e, então, adaptada, de forma a aumentar a eficácia da coleta das variáveis que seriam essenciais para este trabalho e, ainda, da posterior análise de seus inter-relacionamentos.

3.2-SELEÇÃO DE PARTICIPANTES

Para seleção dos entrevistados, foram usados os seguintes critérios: (a) indicação do pesquisador, orientador ou co-orientador, (b) convite a grandes empresas para participar, e (c) comunicado na lista de gerentes e interessados da área administrada pelo PMI-PE. Para priorização dos entrevistados, os critérios básicos foram experiência em ambientes de projetos e área de atuação da empresa, de forma a ouvir aqueles mais experientes e de diferentes áreas de negócio. Assim, foram entrevistadas oito pessoas do sexo masculino e uma do sexo feminino, com experiência média de aproximadamente 20 anos em gestão de projetos de

diversos setores da economia, entre eles Tecnologia da Informação, Engenharia Civil, Educação, Telecomunicações, Indústria, Comunicação e Setor público.

3.3-COLETA DE DADOS

Além das informações obtidas durante a pesquisa bibliográfica, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com o objetivo de que as informações utilizadas nos gráficos arquetípicos e mapas construídos estivessem relacionadas à prática dos gerentes de projetos. Na verdade, segundo Andrade et al. (2006), após a definição da situação de interesse, o método sistêmico deve envolver o levantamento da história por meio de eventos. Da mesma forma, Senge (1995) recomenda que os dados sejam inicialmente levantados a partir de conversas com pessoas envolvidas. Logo, as entrevistas foram realizadas essencialmente com este objetivo. As entrevistas foram conduzidas de forma investigativa, como propõem Valença (2007) e Mattos (2005): o entrevistador apenas faz perguntas, toma perspectiva, e toda a investigação se volta para o objeto de interesse, a percepção do entrevistado. Para Mattos (2005), tudo o que os entrevistados dizem é considerado como fatos, sendo todas as entrevistas gravadas para posterior transcrição e análise. Neste momento da pesquisa, um dos fatores críticos mais cuidadosamente tratados refere-se à questão da linguagem. A ficção de um conhecimento “sem marca” não se harmoniza com a ideia de ciência racionalmente sustentável, os “fatos” também recebem codificação pessoal e social. Segundo Mattos (2005), por mais que se aperfeiçoe, a linguagem não representará a realidade, mas a recriará. No fundo, quem investiga (o pesquisador) procura argumentos e espera poder comunicá-los. Tudo que se pode fazer é produzir evidências para um público a quem o pesquisador-autor se dirige.

De acordo com Mattos (2005), no momento da entrevista, as pessoas são diferentes, vivem papéis diferentes de suas vidas ordinárias, e, mesmo transitório, o relacionamento que se cria entre o entrevistador e o entrevistado é único. As entrevistas, portanto, são vistas como diálogos assimétricos em que um dos participantes tem o direito de iniciar, orientar, dirigir e concluir a interação, bem como exercer pressão sobre o outro participante. Muita coisa deve ser percebida indiretamente por cada um dos atores ali envolvidos, sobre o outro. De acordo com Mattos (2005), deve-se buscar entender o que o entrevistado realmente quis dizer, o que não pode deixar de ser identificado objetivamente (por indicadores verbais ou não-verbais) pelo pesquisador a cada pergunta, bem como o que também poderá ser relevante em torno do tópico ou claramente estar descontextualizado. Assim, durante cada entrevista, o pesquisador

buscou entender comportamentos verbais e não-verbais demonstrados por cada um dos entrevistados: ênfases ou nervosismos em determinados momentos, repetições, gesticulações, entre outros. Para Mattos (2005), os conceitos de “pausa”, “silêncio”, “hesitação”, entre outros, podem ajudar a esclarecer momentos significativos na entrevista. Alguns autores (Bales, 1950; Austin, 1962; Searle, 1969) chamam estes comportamentos de atos de fala.

De acordo com Mattos (2005) e Valença (1996, 2007, 2009), a dimensão simbólica do que se diz é mais forte que a semântica, e o significado é uma resultante global do ato de fala. Assim, a entrevista de sucesso sempre evolui para certo diálogo. Da parte do entrevistador, um gesto de concordância, uma expressão facial de atenção especial ou desatenção, expressões de incentivo, perguntas de acompanhamento, qualquer reação diferente alterará as conexões ocultas do face a face. No entanto, deve-se considerar que Mattos (2005) não apresenta um dicionário destes comportamentos não-verbais como fez Bales (1950). Não obstante, um planejamento cuidadoso de cada entrevista define o que se espera dela. Neste sentido, ao longo de todas as entrevistas, o entrevistador buscou contribuir ao máximo para estimular a fala com perguntas do tipo “por que”, “como assim”, “explique um pouco mais”, entre outras, instigando o entrevistado a detalhar os pontos que ele próprio destacava em seus atos de fala.

As entrevistas desta pesquisa foram realizadas entre os meses de maio e novembro de 2009, sendo todas guiadas por um mesmo conjunto de perguntas (vide Apêndice A – Questionário para Entrevista Semiestruturada). Assim, foram definidas quatro perguntas essenciais, cada uma com três subperguntas que poderiam dar ensejo a raciocínios complementares. A primeira pergunta buscava resgatar o que significa, de fato, a gestão de projetos para o gerente de projetos. A segunda pergunta estimulava o diálogo em torno da prática, tentando entender como o gerente de projetos atua no seu dia a dia. A terceira pergunta, por sua vez, instigava o gerente de projetos a falar sobre os pontos que considera mais críticos enquanto gerencia um projeto. Por fim, a quarta pergunta visava avaliar as tendências futuras que o gerente de projetos acredita para a área de gestão de projetos como um todo. Assim, as entrevistas duraram entre 29 e 88 minutos, com duração média de 36,8 minutos se desconsiderarmos os extremos. Esta duração variou em função da objetividade do entrevistado e do grau de detalhamento de suas respostas.

Mesmo sendo realizada em série padrão, cada entrevista é considerada singular e pode trazer surpresas para o interesse maior da pesquisa. No entanto, segundo Bardin (1997), por ser qualitativa, à medida que as respostas passam a se repetir, sendo corroboradas, não há

necessidade de mais sujeitos para entrevistar. Neste sentido, após a realização de cada entrevista, foi feita uma análise do material em relação ao conjunto completo, de forma a identificar o ponto de saturação dos dados. Desta forma, foram realizadas nove entrevistas, a partir das quais os pesquisadores consideraram a saturação das informações. Esta saturação foi definida em função dos seguintes critérios:

1- Atendimento aos diversos tipos de arquétipos: a análise de todas as entrevistas

identificou ao menos um arquétipo de cada tipo.

2- Redundância nos arquétipos apresentados: a partir da terceira entrevista foram

percebidas várias semelhanças entre os arquétipos das entrevistas anteriores. 3- Surgimento de novas variáveis no conjunto: a quantidade de novas variáveis se

tornou cada vez menos representativa no conjunto, de forma que apenas 2,1% das variáveis indicadas na última entrevista realizada foram novas.

É importante destacar que, em função do objeto de pesquisa em estudo e da metodologia adotada, novas variáveis sempre poderão surgir independente da quantidade de entrevistas realizadas. Isto é, contextos completamente diferentes dos previamente analisados tendem a indicar maior quantidade de variáveis novas. Da mesma forma, os arquétipos mapeados a partir das variáveis também serão diferentes, mas os tipos de arquétipos, por sua vez, serão sempre os mesmos, uma vez que, segundo Senge (1990, 1995, 2003), Valença (2007) e Valença et al. (2010), várias pesquisas foram realizadas com o objetivo de identificar novos arquétipos, mas as pesquisas apresentaram nada mais que variações dos mesmos arquétipos e, portanto, este número não cresceu.

3.4-ANÁLISE DOS DADOS

Após cada entrevista, foi feita uma análise cuidadosa do material coletado, de forma a alinhar todas as anotações feitas durante a entrevista com as informações contidas na entrevista. De acordo com Luna-Reyes e Andersen (2003), com a análise de discurso, podem- se transcrever pedaços de textos, seguidos de comentários que extraem o entendimento do trecho específico em relação aos objetivos da pesquisa. Desta forma, foram considerados, inclusive, detalhes que revelavam emoções dos entrevistados. Isto é importante, segundo Mattos (2005), pois nem tudo é dito verbalmente. Para o autor, no momento da interpretação, o pesquisador deve se incluir na metodologia a partir de uma dimensão reflexiva. Deve-se buscar a compreensão dos significados de macrotextos, unidades maiores de resposta com seus desdobramentos em uma ou mais perguntas; dos significados incidentais relevantes,

elementos mal contextualizados na fala, mas de alto interesse; e, ainda, dos significados de contexto, pressupostos ou implicados em cada resposta ou emergentes da relação de várias respostas.

Segundo Andrade et al. (2006), a partir da análise dos eventos, deve-se identificar quais as variáveis-chave na situação. Assim, o objetivo principal desta primeira análise foi identificar todas as variáveis contidas no discurso do entrevistado. De acordo com Valença (2007), variáveis correspondem a fatores relevantes do sistema, que podem ser quantificáveis e que variam ao longo do tempo ou em contextos diferentes. Assim, este conjunto de variáveis deve ser representativo do que o entrevistado considera relevante diante das questões levantadas pelo pesquisador. A partir deste momento, foi essencial o apoio da ferramenta de software SimModel – Modelagem Estratégica, acelerando e aperfeiçoando o mapeamento das variáveis, de forma a garantir que uma mesma variável citada por mais de um entrevistado não fosse repetida com termos semelhantes. Mais informações sobre o software SimModel podem ser encontradas em Valença (2007, 2009) e Valença et al. (2010). Para tal, as variáveis eram inseridas no software e, ao mesmo tempo, eram separadas no conjunto específico de cada entrevistado (grupo de variáveis do entrevistado) e reunidas num grande conjunto de todas as variáveis da pesquisa (conjunto completo de variáveis da pesquisa). A quantidade de variáveis identificadas nas entrevistas variou entre 26 e 39, dependendo basicamente da objetividade e do tempo do discurso gravado.

Portanto, depois de identificadas todas as variáveis do discurso de cada entrevista, estas eram comparadas com o conjunto já existente e as novas variáveis eram acrescentadas ao software. A partir deste ponto, o pesquisador inicia a análise dos relacionamentos do grupo de variáveis de cada entrevistado. Ou seja, com apoio do software, cada variável identificada no discurso do entrevistado em questão tem suas relações com as demais mapeadas. Para tal, é feita uma análise duas a duas com todas as variáveis do grupo. De acordo com Valença (2007) e Valença et al. (2010), relações são setas que indicam as formas de relacionamento causal (mesmo sentido ou sentido oposto) e a direção do relacionamento (variável de origem e variável de destino). Um exemplo de relação indica que um aumento na variável A aumenta em alguma proporção a variável B. Com o apoio do software, esta etapa da análise foi bastante rápida demorando em média duas horas por entrevista.

Em seguida, com as variáveis relacionadas, o software permitiu um processamento rápido de todas as possíveis relações para encontrar e construir as estruturas arquetípicas possíveis. Ou seja, a partir deste ponto, o software indica uma lista de potenciais arquétipos

separados por tipos e identificados a partir das relações colocadas. Neste ponto, é importante dizer que o software indica alguns poucos arquétipos como ortodoxos que estão quase sempre corretos e coerentes semântica e logicamente. No entanto, o software apresenta também arquétipos que chama de flexíveis e potenciais. Estes, por sua vez, estão em grandes números (em torno de quinhentos para cada tipo de arquétipo) e exigem análise cuidadosa. Desta forma, para cada entrevistado, o software apontou uma grande quantidade de arquétipos (aproximadamente cinco mil) e coube ao pesquisador procurar os arquétipos mais significativos tanto em lógica das relações, uma vez que determinadas relações fazem sentido somente dentro de alguns contextos e o software não é capaz de conhecer todos os possíveis contextos em que cada variável se aplica, quanto em coerência semântica, já que o software relaciona as variáveis de forma um tanto mecânica e muitas construções são identificadas apenas como potenciais. Assim, esta etapa da análise foi a mais demorada, com duração de aproximadamente quinze horas para cada entrevista.

Portanto, a partir destas análises foram mapeados os arquétipos relacionados a cada entrevistado. Foram mapeados entre 13 e 19 arquétipos para cada entrevistado, com variação em função da quantidade de variáveis identificadas para o entrevistado e da qualidade dos arquétipos apresentados pelo software. Segundo Andrade et al. (2006), a partir dos mapas ou arquétipos sistêmicos, é possível identificar as causas estruturais dos padrões de comportamento, bem como os pontos para a ação eficaz e sustentada. Logo, cada arquétipo revelado foi associado a tais ações. É importante dizer que muitos arquétipos, especialmente na medida em que se chegou às últimas entrevistas, eram iguais ou bem parecidos com arquétipos de outros entrevistados previamente. Isto, na verdade, foi o fator principal que definiu a saturação dos dados. No entanto, independente da similaridade com os demais arquétipos já mapeados, cada entrevistado teve seus próprios arquétipos construídos conforme mostra a Figura 12 a seguir, que indica a quantidade de arquétipos ao longo da coleta. É importante perceber, ainda, que a quantidade de tipos mapeados não mudou ao longo da coleta, indicando que todos os entrevistados tiveram ao menos um arquétipo de cada um dos tipos utilizados nesta pesquisa.

Na Figura 12, é possível ver, ainda, como foi a distribuição dos arquétipos por tipo ao longo da coleta, ou seja, a variação de cada tipo em relação ao conjunto de arquétipos de cada entrevistado. A partir deste gráfico, é possível perceber que o tipo de arquétipo Crescimento com Subinvestimento se mostra como o mais comum no contexto em análise (gestão de projetos) uma vez que todos os entrevistados indicaram de 2 a 3 arquétipos deste

tipo, com um total de 21 arquétipos deste tipo no conjunto total de 143 arquétipos. Os demais tipos, por sua vez, apresentaram variação de 1 a 3 arquétipos para cada entrevistado e média superior a 1,5 em todos os tipos. Assim, se analisarmos os dados apresentados na Figura 13, fica claro que todos os tipos de arquétipos apresentam uma média similar de ocorrência. Ou seja, a distribuição dos tipos de arquétipo é bastante homogênea no conjunto completo, onde os tipos Sucesso para os Bem-Sucedidos e Tragédia do Fator Comum são os menos frequentes e representam 10% cada do conjunto total e o tipo Crescimento com Subinvestimento é, de fato, o mais frequente alcançando 15% do total.

Figura 12: Distribuição dos tipos de arquétipos ao longo da coleta

Além disto, as próprias variáveis passaram a se repetir nas novas entrevistas, de forma que o último entrevistado acrescentou apenas 2 variáveis novas ao conjunto completo. O gráfico da Figura 14 a seguir ilustra como foi a variação entre os entrevistados ao longo da coleta. Vê-se, então, que a primeira entrevista indicou 26 novas variáveis, seguida de uma forte queda quando a segunda apresentou 13 novas variáveis, e uma nova queda expressiva somente na sexta, que indicou apenas 5 novas variáveis. Neste ponto, o conjunto total já era de 82 variáveis e o aumento representava nada mais que 6,1%. E assim permaneceu até que ao final o aumento percentual já era de 2,1% de um total de 93 variáveis para construção dos arquétipos sistêmicos. Em contraponto, a quantidade de variáveis recorrentes cresceu a ponto de aproximar seus valores e sua variação em relação à curva de variáveis totais. De forma

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