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3 O Recurso água

3.1 Procura de água

Segundo Baptista (2001), Portugal necessita actualmente de 7500 x 106 m3/ano de

água, o que equivale a um valor de 1880 milhões de euros. Em termos da utilização deste volume de água, a maior fatia encontra-se no sector agrícola, no regadio individual, que utiliza rega por gravidade e que conta com cerca de 6550 x 106 m3/ano (87% do total).

Segue-se a utilização doméstica (principalmente duches e banhos e descargas de autoclismos) no abastecimento urbano às populações com 570 x 106 m3/ano (8% do total) e

por fim, a indústria transformadora, que utiliza 385 x 106 m3/ano (5% do total) (Figura 3.1).

Em 2006, o volume de água captado atingiu os 910900 milhares de m3, o que

representou uma redução de cerca de 16% relativamente a 2005 (REA, 2007).

No Continente, em 2006, cerca de 66,7% do volume de água captado para abastecimento urbano teve origem em massas de água superficiais, invertendo-se esta situação nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, onde se observou que cerca de 97,1% e 99,0% do volume captado foi de origem subterrânea, respectivamente (REA, 2007). Entre 2005 e 2006, o fornecimento de água ao sector doméstico aumentou cerca de 6,6% e o volume de água fornecido a este sector doméstico traduziu-se numa capitação de 137 l/hab.dia para o Continente, e de 317 l/hab.dia e 178 l/hab.dia para as Regiões Hidrográficas dos Açores e da Madeira, respectivamente. A Região Hidrográfica do Algarve apresentou uma capitação significativamente mais elevada comparativamente com as outras regiões do Continente, cerca de 279 l/hab.dia, o que se deve em grande parte ao facto de se tratar da região do país com maior actividade turística e à presença de um elevado número de população flutuante (REA, 2007).

Associado aos volumes extraídos, temos o custo da extracção da água por cada sector. Assim, temos o sector agrícola, que gasta 526,4 milhões de euros (28%), o sector urbano com custos de 864,8 milhões de euros (46%) e, por fim, o sector industrial com custos de 488,8 milhões de euros (26%) (Figura 3.2), (Baptista et al., 2001).

Dentro da perspectiva económica e de oportunidade de investimento de poupança, salta à vista claramente o sector urbano como o sector a investir. Sendo um sector que utiliza 8% do total de água e tem custos associados de 46%, torna-se necessário reduzir esta tendência, principalmente nas perdas e na eficiência com que a água é utilizada. Não faz sentido submeter a água a filtragens, tratamentos para padrões de elevada qualidade, transporta-la para onde é necessária, para no final ser utilizada na lavagem do carro ou na rega do jardim. Este é um sistema também muito afectado pelas perdas na adução pois a água é transportada longas distâncias para chegar aos consumidores finais (Baptista, 2001). Em termos de custos, seguem-se o uso agrícola e industrial que não são objecto de estudo desta dissertação. Diversas medidas têm sido tomadas a nível internacional para reduzir os consumos de água nestes sectores e também para combater a escassez que se verifica em algumas zonas em que estas medidas são adoptadas. Tais medidas podem ser

consideradas como tratamento d entre outras (Gleick, 2000).

Figura 3.1 – Utilização da água por Portugal (Baptista et al., 2001

No que se refere a perdas dados com a fiabilidade suficient medição sistemática dos valore sistemas adutores gravíticos e secundários, na generalidade d disponíveis estima-se que o va captação e o consumidor final alguns casos, volumes que, em natureza (PNA, 2004).

Segundo Baptista (2001), abastecimento e não for incluíd podem considerar estritamente u sistema, respectivamente para c 40%, semelhantes aos 35% con associados às perdas no sistema Relativamente à distribu directamente relacionado com Lisboa e Vale do Tejo como a re Norte (Figura 3.4) (Almeida et al.

Uso Urbano 8% Us Indus 5% Uso Agrícola 87% 32

das águas residuais, retenção de nevoeiros,

sector em

1) Figura 3.2 – Custos associadoet al., 2001)

as nos sistemas de abastecimento de água, n nte para a sua avaliação rigorosa, devido à fr

res captados no domínio hídrico, no início e elevatórios, nas saídas dos reservatóri

dos sistemas simples ou complexos, mas valor médio nacional dos volumes que se p

l rondará os 35%. Nesta taxa poderão esta mbora medidos, não são facturados por raz 1), se apenas forem consideradas as perdas n ída a componente industrial, os volumes forn urbanos, são de 45%, 9% e 6% do volume consumos domésticos, comerciais e público onsiderados para perdas no Plano Nacional

a de abastecimento de água (Figura 3.3). buição espacial, verifica-se que o consumo

a população. A comprovar este facto sur região com maior consumo de água, logo se al., 2006).

Figura 3.3 – Distribuição dos c e perdas (Almeida et Gestão de sistema Segundo o Plano abastecimento urbano é r ainda é significativo o exclusivamente a captaçõe As entidades que a acordo com o levantam Distribuidores de Água (A municipalizados, empresas atribuídas pelo estado, em associações de municípios

Existem em Portu Autónoma dos Açores e 1 baixa1”. A gestão dos sist

gestoras, das quais 202 se no espaço territorial madei se que na gestão “em baix mais população servem, 6, Na gestão dos siste que asseguram o abastec

Comercial 9% Público 6% Perdas 40% 1

Sistemas em baixa – No abaste com os respectivos ramais de l meras razões de acordos estabe com os ramais de ligação corresp

2

Sistemas em alta – No abasteci e à adução e, por vezes, aos res os emissários, interceptores e dispositivos e instalações de des

33 consumos urbanos

t al., 2006) Figura 3.4 – Distribuiçãoágua por regiões (A

as de abastecimento urbano

o Nacional da Água (2004), a captação de realizada por um conjunto diversificado de o número de utilizadores individuais q ões de águas subterrâneas nas suas proprieda e asseguram os sistemas de abastecimento à

mento editado pela Associação Portugue (APDDA) em 1999, câmaras municipais, c as privadas de capital maioritariamente púb mpresas privadas com concessão municipal, os, empresas municipais ou intermunicipais.

tugal 297 entidades gestoras, 267 no Conti 11 na Região Autónoma da Madeira para g istemas “em alta2” está sob a responsabilida

se encontram no espaço continental, 19 no ter eirense. Analisando a dimensão destas entida ixa” são as câmaras municipais e os serviços 6,9 milhões de habitantes.

temas em alta são as empresas de capital ma tecimento a mais habitantes. As câmaras m

Doméstico 45% Lisboa e Vale do Tejo 34% Alentejo 5% Algarve 5% Açores 4% Madei 5%

stecimentos de água são as componentes que têm qu ligação, incluindo os reservatórios de entrega nos c belecidos, não façam parte da “alta” No saneamento sã spondentes, e as estações elevatórias inerentes a estas cimento de água são as componentes que respeitam à eservatórios de entrega. No saneamento são, no todo o e estações elevatórias inerentes, e ainda, as estaçõ estino final dos efluentes.

ão do consumo urbano de (Almeida et al., 2006)

de água para fins de de entidades. Todavia, que recorrem quase dades.

às populações são, de esa de Drenagem e com ou sem serviços úblico com concessões al, intermunicipal ou de ntinente, 19 na Região gerir os sistemas “em dade de 225 entidades rritório dos Açores e 4 dades gestoras verifica-

os municipalizados que aioritariamente público municipais e serviços Norte 31% Centro 16% adeira 5%

ue ver com a distribuição, casos em que estes, por são as redes de colectores tas redes.

à captação, ao tratamento ou nos trechos de jusante, ções de tratamento e os

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municipalizados servem 3,4 milhões, contra os 4,3 milhões servidos por aquelas empresas. As modalidades de gestão de sistemas de abastecimento urbano têm estado sujeitas a grandes transformações, sobretudo na chamada área do “saneamento básico” tradicionalmente dentro das competências das Autarquias Locais, excepção feita ao caso da zona de Lisboa com a empresa EPAL (PNA, 2004).

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