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Produção de colmos (TCH) e de açúcar (TAH)

No documento SILÍCIO NA PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR (páginas 65-69)

CAPÍTULO 1 Eficiência da fluorita com óxido de silício na produção de cana-de-açúcar

3.3 Produção de colmos (TCH) e de açúcar (TAH)

As médias dos tratamentos não diferem entre os fertilizantes para TCH e TAH em cana planta (Tabela 17). No entanto, o tratamento com 1,0 t ha-1 do AgroSiCa supera a testemunha, com incrementos de aproximadamente 20% em TCH e TAH (Tabela 17).

Tabela 17. Produção de colmos (TCH) e de açúcar (TAH) da cana planta (variedade RB 867515) em função da aplicação no plantio, via solo, de doses crescentes de fontes de Si.

Dose .— TCH (1)--- --- TAH (1)---

do

produto AgroSiCa AgroSilício® Média AgroSiCa AgroSilício® Média

0 138,3 — t ha-1 — 12,5

0,5 150,1 152,1 151,1 13,3 14,1 13,7

1,0 165,8* 149,7 157,7 14,8* 14,1 14,5

2,0 151,7 147,4 149,6 13,0 14,1 13,5

Média 155,9 a 149,7 a 13,7 a 14,1 a

TCH: (2) W= 0,95; FLevene = 1,37; FTukey = 0,8; CV (%) = 8,5; DMSTukey = 11,0; DMSDumett = 25,7. TAH: (2) W= 0,98; FLevene = 1,96; FTukeY = 0,77; CV (%) = 8,1; DMSTukey = 0,9; DMSDumiett = 2,2.

(1) Médias seguidas por letras distintas na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,1 de significância. *significativo em relação à testemunha pelo teste de Dunnett a 0,05 de significância. (2) W, FLevene e FTukey: estatística

O estudo do efeito das doses sobre os dados de produção mostra que o comportamento dos dois fertilizantes é semelhante, com aumento de produção até os valores máximos de 158 t ha-1 de colmos e 14,5 t ha-1 de açúcar que correspondem à dose de 1,3 t ha-1 do(s) fertilizante(s), de acordo com as equações apresentadas na Figura 9.

Para doses acima de 1,3 t ha-1, segundo as equações do gráfico, a produções de colmos e de açúcar sofrem redução gradativa até a dose máxima de 2,0 t ha-1 (Figura 9). A queda na produção pode ser explicada, dentre outros, por fatores relacionados ao pH do solo, isto é, a aplicação de calcário inicial (antes do plantio da cana) juntamente com as aplicações de doses elevadas (2,0 t ha-1) dos silicatos que também apresentam poder corretivo, mesmo sem aumentos drásticos nos valores de pH, podem ter causado alguma indisponibilização de nutrientes, nesse caso, micronutrientes os quais são essenciais ao desenvolvimento e à produção da cana-de-açúcar.

15 14 13 12 H

%

Figura 9. Valores médios de produção de colmos (TCH) e de açúcar (TAH) da cana planta (variedade RB 867515) em função da aplicação de plantio, via solo, de doses crescentes de fontes de Si (média das duas fontes).

Essa hipótese pode ser mais explorada a partir da análise dos resultados de pH do solo após o primeiro corte que variaram de 3,9 a 5,0 (Tabela 5) quando determinados em CaCl2 0,01 mol L-1. Em um possível análise utilizando água como extrator, devido à uma

tendência conhecida, espera-se que um acréscimo de aproximadamente 0,6 nos resultados, ou seja, o pH do solo em água estaria na faixa de 4,5 a 5,6, o que poderia começar a causar a indisponibilização de alguns micronutrientes.

Abreu et al. (2007) afirmam que valores altos de pH podem provocar redução na disponibilidade de micronutrientes catiônicos (cobre, ferro, manganês e zinco). Especificamente para o zinco, a calagem, se realizada de maneira excessiva, o indisponibiliza pelo aumento da adsorção e fixação (SOUZA; FERREIRA, 1991) e pela formação de óxidos com solubilidade dependente do pH (VOLKWEISS, 1991). Também no caso do boro, o pH do solo é um fator importante na sua disponibilidade no solo, sendo a mesma reduzida com o aumento do pH, o que resulta em correlação negativa entre a absorção de B pela planta e aumento do pH do solo (GUPTA, 1993).

Na soqueira, os resultados da fonte teste e da fonte padrão de Si não diferiram entre si, sendo 150,4 t ha-1 e 152,4 t ha-1 os valores de TCH para cada um desses materiais, respectivamente (Tabela 18).

Tabela 18. Produção de colmos (TCH) e de açúcar (TAH) da cana soca (variedade RB 867515) em função da aplicação no plantio, via solo, de doses crescentes de fontes de Si.

Dose do .— TCH (1)--- ---TAH (1) -—

produto AgroSiCa AgroSilício® Média AgroSiCa AgroSilício® Média — t ha- 1... 0 139,2 20,4 0,5 137,4 132,2 134,8 20,4 19,9 20,1 1,0 159,3 159,4 159,4 23,9 25,0 24,4 2,0 154,4 165,6 160,0 22,8 25,4 24,1 Média 150,4 a 152,4 a 22,4 a 23,4 a TCH: (2) W= TAH: (2) W= 0,98; FLevene = 0,96; FLevene : = 0,43; Fiukey = 1,80; = 0,06; Fiukey = 5,35; CV (%) = 13,8; DMSlukey = 17,7; DMSDunnett : CV (%) = 15,7; DMSlukey = 3,0; DMSDunnett = = 41,4. : 7,1. (1) Médias seguidas por letras distintas na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 0,1 de significância. ‘significativo em relação à testemunha pelo teste de Dunnett a 0,05 de significância. (2) W, FLevene e FTukey: estatística dos testes de Shapiro-Wilk, Levene e Tukey para aditividade respectivamente (0,01 de significância); valores em negrito indicam respectivamente resíduos com distribuição normal, variâncias homogêneas e blocos com efeitos aditivos.

Em relação à testemunha, observa-se um ganho numérico de até 20 t ha-1 em resposta à aplicação de 1 t ha-1 do AgroSiCa e de até 26 t ha-1 de colmos quando se utilizou a dose máxima do produto AgroSilício® (Tabela 18).

aplicação dos produtos AgroSiCa e AgroSilício®, respectivamente (Tabela 18). Novamente existem ganhos numéricos que vão de 3,5 t ha-1 de açúcar no tratamento com a aplicação de 1 t ha-1 da fluorita com óxido de silício até 5 t ha-1 em resposta à aplicação de 2 t ha-1de AgroSilício® (Tabela 18).

Diversos trabalhos efetuados no Brasil e no exterior têm constatado efeitos benéficos do Si em áreas cultivadas com cana-de-açúcar. Experimentos conduzidos com cana-de-açúcar, em solos arenosos, demonstraram aumentos de produção de 11 a 16% na cana-planta e de 11 a 20% na cana soca, com a aplicação de 2,8 t ha-1 de silicato de cálcio e magnésio (DATNOFF et al., 2001).

Silveira Junior et al. (2003) demonstraram que a aplicação de 4 t ha-1 de silicato resultou em aumento de 11,4% ou 16 toneladas na produção de colmos na cana soca de segundo corte. Em outro experimento foram aplicados 7,1 e 14,2 t ha-1 de silicato de cálcio com aumentos médios anuais de 13,9 e 18,2 t ha-1 na produção de colmos durante seis anos de avaliação (KORNDORFER et al., 2002).

Demattê et al. (2011) também concluíram que, nas mais diversas regiões do estado de São Paulo, tanto em cana planta como na soqueira, a ação do silicato nos solos testados foi positiva no aumento da produtividade.

Prado (2000), avaliando a resposta da cana à aplicação de escória como corretivo de acidez, obteve produtividade de 100 t ha-1 de colmos em cana planta, cuja testemunha produziu 89 t ha-1 e em cana soca, a aplicação da escória resultou em 75 t ha-1 de produtividade contra 58 t ha-1 da testemunha. Nesse estudou verificou-se ainda que, devido ao efeito residual da escória siderúrgica, o decaimento da produção ao longo dos cortes da cultura foi menor.

Brassioli et al. (2009) avaliando a resposta da cultura da cana-de-açúcar durante cinco ciclos de produção em função da aplicação da escória de siderurgia observou que a produção de colmos foi afetada significativamente pelas doses dos corretivos (0; 1,23; 2,52 e 3,8 t ha-1 equivalente a CaCO3), não havendo diferença entre a escória e o calcário nos primeiros dois anos, mas com superioridade da escória do terceiro ao quinto ano. Segundo os autores, a não diferença entre os corretivos para os dois anos iniciais também mostra que o efeito residual da fonte de Si no aumento da produção é mais importante na soqueira, o que pode ser um benefício, reduzindo a intensidade de queda de produção ao longo dos cortes no ciclo da cultura.

Nessa linha, Anderson et al. (1991) observaram, para média dos primeiros três cortes, reduções de 45% e 28% na produção de colmos da soqueira nas parcelas sem e

com a aplicação da escória de siderurgia (doses de 0; 2,5; 5; 10 e 20 t ha-1), respectivamente.

Clements (1965) cita ainda que a aplicação de Si em cana-de-açúcar aumenta também a produção de açúcar, como observado nos resultados do experimento e, Allorerung (1989) obteve resultados que mostram relação estreita do rendimento de colmos e de açúcar, em função da aplicação de silicato em solos ácidos da Indonésia.

Elawad et al. (1982), estudando o efeito da aplicação de escória em soqueira de cana-de-açúcar, nas doses de 0; 5; 10; 15 e 20 t ha-1 também observaram relação positiva entre o rendimento de colmos e de açúcar, o que estaria associado ao incremento no número e na altura de colmos.

No documento SILÍCIO NA PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR (páginas 65-69)

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