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2. COMPÓSITOS MADEIRA/PLÁSTICO

2.6 DESIGN E A APLICAÇÃO DE COMPÓSITOS MADEIRA/PLÁSTICO

2.6.1 Produtos Desenvolvidos Através de Extrusão e Injeção

O Wood-Plastic Composite (WPC) está sendo utilizado na fabricação de produtos como quiosques, mesas, cadeiras, floreiras, brinquedos de playground e pontes para atender projetos de jardinagem, de piscina e de áreas de recreação (KOENIG; SYPKENS, 2002).

As principais aplicações dos compósitos madeira/plástico são em produtos para construção como decks, cercas, acabamento para paredes e peças decorativas (portas e janelas). Outras aplicações incluem pisos para uso externo, construções marinhas, interior de automóveis e caminhões, paletes e equipamentos para playground entre outros (SPECIALCHEM, 2003).

Analisando o comércio de pisos, a empresa portuguesa Banema produz decks em compósitos madeira/plástico, garantindo que, ao contrário da madeira maciça, este material é muito mais estável e resistente (figura 6). O caráter natural da madeira não se perde, e os perfis têm canaletas finas em uma face e canaletas grossas na outra, o que permite a colocação de ambos os lados, com interessantes opções de desenho. As principais características do produto são a sua elevada

resistência à umidade, à água salgada e ao cloro; grande durabilidade; e resistência contra insetos e fungos. É um produto indicado para espaços públicos, além de ser antiderrapante e não formar farpas (BANEMA, 2009).

FIGURA 6 – PISOS FABRICADOS EM COMPÓSITO FONTE: Banema (2009)

Além do piso, os compósitos madeira/plástico estão tendo outras aplicações dentro das casas, pois o material está sendo utilizado na fabricação de peças de móveis, de decoração e em molduras (KOENIG e SYPKENS, 2002).

De acordo com Kaczmarek e Wortberg (2004), a empresa EIN Engineering, do Japão, mostrou também que é possível a construção de paredes com função de proteção acústica. Em ambientes internos, os perfis de compósito madeira/plástico são encontrados nas molduras das portas, em portas inteiras, em canaletas, em conduítes para cabos, em decks e em cercas para varandas (figura 7 e figura 8).

FIGURA 7 – EXEMPLO DE CERCAS FONTE: Ein (2001)

FIGURA 8 – EXEMPLO DE DECKS FONTE: Ein (2001)

Outros produtos como tubos, vasos, réguas escolares e perfis também são possíveis de se fabricar com compósitos madeira/plástico (figura 9).

a) TUBOS EXTRUDADOS b) VASOS PARA ORQUÍDEAS

c) RÉGUAS d) PERFIS EXTRUDADOS

FIGURA 9 – EXEMPLO DE PRODUTOS EM COMPÓSITO MADEIRA/PLÁSTICO FONTE: Yamaji (2004)

A Artegor, Laminados Especiais Ltda., sediada em Tatuí (SP), partindo da tecnologia Wood-Stock, que foi desenvolvida inicialmente na Itália pela empresa GOR, desenvolve o composto que é uma mistura de polipropileno, farinha de madeira (aparas de madeiras descartadas pelas madeireiras de reflorestamento), e outros aditivos, que são dosados em função de sua aplicação final, sendo totalmente reciclável (figura 10) (ARTEGOR, 2009).

FIGURA 10 – WOOD-STOCK FONTE: Artegor (2009)

O produto oferece diversas vantagens, tais como: a simplicidade de processo e baixo custo final; uma grande flexibilidade de aplicações; facilidade de moldagem; estabilidade dimensional; resistência a impactos; resistência à umidade;

e poder receber revestimentos de tecidos, de PVC, de couro e de outros materiais (Ibidem).

Segundo a Artegor (2009), o Wood-Stock é utilizado em veículos de quase todas montadoras instaladas no Brasil, como Fiat, GM, Volkswagen, Peugeot, Citroën, Toyota, Honda e Mitsubishi. A Artegor fabrica parte dos painéis laterais, porta-pacotes, medalhão dianteiro, medalhão traseiro, e outras peças dos carros.

Também é possível encontrar o Wood-Stock sem revestimento (figura 11), que consiste na produção de placas coloridas as quais serão moldadas em ferramentas texturizadas, permitindo assim a exclusão do revestimento (tecido, PVC, entre outros). Para manter o acabamento emborrachado de um revestimento de lateral de porta, esse conceito de processo permite a produção de placas de Wood-Stock revestidas com filme de TPO, as quais serão texturizadas no molde, mantendo as características de reciclabilidade (Ibidem).

FIGURA 11 – WOOD-STOCK SEM REVESTIMENTO FONTE: Artegor (2009)

A empresa também possui outros produtos como é o caso do Gornaf, que é uma família de compostos de poliolefinas e de fibras longas naturais, os quais são extrudados, termoformados e reciclados, permitindo uma considerável redução de peso e um significante aumento nas características mecânicas, figura 12 (ARTEGOR, 2009).

FIGURA 12 – MATERIAL GORNAF FONTE: Artegor (2009)

Um outro material, também fornecido pela empresa, é o Plast-Wood que reúne a beleza da madeira com a durabilidade do plástico, com redução de custos, otimização de processos e qualidades como: maior estabilidade dimensional que a madeira, rigidez, baixos níveis de absorção de água, menor custo do que o plástico, resistência térmica, resistência a intempéries, a insetos, à radiação UV e 100% de reciclabilidade, figura 13 (Ibidem).

FIGURA 13 – PLAST-WOOD FONTE: Artegor (2009)

Uma outra indústria, Polyblu, localizada na cidade de Blumenau - SC, é uma das pioneiras empresas no Brasil a fabricar o compósito Madeira/Plástico denominado compostos Wood (POLYBLU, 2009).

Esses são compostos de polímeros formulados a partir de minerais com resinas e fibras vegetais que, unidos, proporcionam um toque amadeirado ao seu produto final, podendo aproximar-se dentre as mais diversas texturas de madeiras existentes na natureza além de seu excelente acabamento, altíssima resistência mecânica e a intempéries, características estas que são muito superiores quando comparadas à madeira natural (Ibidem).

É possível serem utilizados na confecção de objetos injetados ou até mesmo na extrusão de perfis para construção civil, como forros, rodapés, esquadrias de janelas, decks de piscina, entre outros (Ibidem).

A empresa Polyblu disponibiliza um esquema de fabricação dos compósitos, processo no qual as partículas de madeira, que são originadas das toras de madeira, dão origem aos grãos de compósitos ao serem misturadas com as

resinas, que podem se transformar em variados tipos de produtos (figura 14).

(Ibidem).

FIGURA 14 – ESQUEMA DE FABRICAÇÃO DO COMPÓSITO FONTE: Polyblu (2009)

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