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De acordo com o SNIF (2017), o Brasil é um país majoritariamente florestal, uma vez que aproximadamente 60% do seu território possui florestas nativas e plantadas em sua cobertura, resultando no segundo país com a maior cobertura floresta. Além disso, o Brasil é considerado um dos países com a maior biodiversidade do planeta. Ainda de acordo com o SNIF (2017), 46.097 espécies da flora brasileira foram reconhecidas, em que, desse total 32.831 são do grupo das Angiospermas e 30 espécies do grupo das Gimnospermas.

De acordo com o IBÁ (2017), essa grande quantidade e diversidade florestal apresenta um potencial para mais de cinco mil produtos e subprodutos oriundos das árvores. As indústrias químicas, farmacêutica, têxtis, cosméticas, alimentícias e dezenas de outras têm investido em tecnologias para que a sua matéria-prima seja retirada das fontes florestais com o menor impacto possível, fazendo que o conceito de sustentabilidade esteja presente nos mais variados produtos.

No Brasil, pode-se ainda destacar o extrativismo em florestas nativas e os produtos florestais não madeireiros, em que, segundo SNIF (2017), os PFNMs movimentaram aproximadamente R$ 9,1 bilhões em 2016, sendo que R$ 1,6 bilhões (cerca de 86,5%) foram provenientes do extrativismo. A Figura 8 apresenta a quantidade de produtos não madeireiros extraídos em 2016, separados por ramo.

FIGURA 8QUANTIDADE DOS PRODUTOS NÃO MADEIREIROS EXTRAÍDOS EM 2016

FONTE: SNIF (2017).

Diante dessa realidade, percebe-se que o setor florestal tem muito potencial de mercado. Uma vasta quantidade de seus produtos é passível de adentrar no ramo da Certificação Orgânica e conquistar o crescente mercado verde. Produtos como óleos essenciais, uma grande variação de cosméticos, materiais decorativos e os mais diversos itens utilizados na alimentação podem obter e utilizar o selo orgânico. Com isso, é possível demonstrar ao consumidor que toda aquisição pode ser ambientalmente consciente, desde os mais conhecidos e utilizados produtos, como a borracha, bem como aqueles regionais, como o pinhão da araucária.

4 CONCLUSÃO

Conclui-se que a normatização orgânica brasileira permite que diferentes realidades busquem a certificação de seus produtos e serviços. As diversas maneiras de se obter a certificação abrem um leque de possibilidades aos produtores de diferentes escalas. Os processos legais para a obtenção são simples e acessíveis e, na maioria dos casos, garantem o retorno financeiro pelo investimento.

Percebe-se também que, embora existam muitos produtos florestais com valor expressivo de venda e classificados como orgânicos, muitos não possuem estudos destinados para tal finalidade, como em questões de diferenças químicas/biológicas/nutricionais quando comparados aos cultivados no sistema convencional ou em comparações financeiras. Muitas frutas, castanhas, óleos e cosméticos conquistaram seu espaço de mercado, contudo, a falta de valores comparativos impede calcular efetivamente seus valores econômicos.

Vale ressaltar que as questões ambientais vêm sendo cada vez mais discutidas e valorizadas, cuja consciência ambiental se estende a todos os ramos e setores que cercam o cotidiano. O mercado dos orgânicos certificados possui valor não somente econômico para seus consumidores, o que significa que, embora muitos busquem esses produtos por questões de saúde, como os alimentos orgânicos, há também aqueles que os busquem pela consciência ambiental e pela sustentabilidade por trás de toda a cadeia de produção, por isso, o mercado de base florestal possui um panorama promissor no ramo, independentemente de sua classificação.

Alimentos, commodities, peças decorativas, cosméticos e tantos outros produtos que utilizam a floresta como fonte de matéria-prima podem apresentar um valor agregado expressivo se certificados corretamente. Valores que, além de economicamente atrativos, também são imensuráveis à conservação ambiental.

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