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O professor Jairo tem 44 anos, nasceu em Belo Horizonte, é casado e tem dois filhos. É branco, filho de pai trabalhador metalúrgico e mãe salgadeira. Cursou o Ensino Médio e Superior, respectivamente, no Colégio Técnico e no Instituto de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais entre os anos de 1980 e 1987. É Licenciado em Matemática. Especializou-se em Educação Matemática no Centro Universitário de Belo Horizonte – UNI-BH e fez mestrado em educação na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, que concluiu em 2006. Está há vinte anos na docência de Matemática, atividade que sempre exerceu em escolas municipais em Belo Horizonte, onde atualmente, atua como professor do terceiro ciclo16 no turno da tarde. Além de atuar na rede pública municipal, trabalha na rede privada. Leciona em uma tradicional escola particular, católica, da capital mineira, que atende a estudantes das classes média e alta, onde ministra quatorze aulas semanais para estudantes da série final do Ensino Médio. Ademais, leciona para estudantes de Licenciatura em Matemática em uma faculdade particular, de uma cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, no turno da noite. Jairo parece gostar de falar sobre suas vivências e se expressa com desenvoltura.

A entrevista com o professor Jairo foi realizada em uma manhã de sábado, entre 8:00 às 11:00. A entrevista aconteceu na área de lazer da sua residência. Ela transcorreu em um clima agradável e a conversa brotou com naturalidade, apesar de, em certos momentos, o professor se emocionar ao falar da profissão, da educação e dos alunos. Foi uma entrevista muito rica em detalhes e sentimentos.

16 A proposta da Escola Plural institui os “ciclos de formação”. O tempo do ensino fundamental consta de

três ciclos ou idades de formação. O Primeiro Ciclo (infância) compreende alunos de 6, 7, e 8 anos de idade. O Segundo Ciclo (pré-adolescência), alunos de 9, 10, 11. O Terceiro Ciclo

(adolescência),compreende alunos na faixa etária de 12, 13 e 14. Cf. Belo Horizonte, 1994. A carga horária semanal de trabalho do professor da Rede Municipal de Belo Horizonte é de 22h30.

3.3.1 – O professor Jairo falando de si mesmo

[...] Eu fui o primeiro que fez curso superior na minha família. Por parte de pai, meus tios mexiam com mecânica, eram muito inteligentes, eram autodidatas nessa parte de mecânica e eu gostava de vê-los fazendo toda aquela engenharia e tudo mais. Por parte de mãe, minha família era toda de comerciantes e foi aí que eu comecei, trabalhava bastante com eles, ajudava muito. Eles tinham fábrica de salgados, de doces e de pães, e eles saíam para vender e eu os ajudava, desde muito pequeno, e nisso as operações matemáticas, eu fui aprendendo muito rápido com eles, eles tinham um código combinado entre eles de preços e aquilo tudo era novidade para mim e eu fui gostando daquilo, e aí eu fiquei ótimo nessas operações matemáticas iniciais, nos fundamentos. [...] Eu fui fazer prova e tudo mais, naquele período em que as escolas públicas faziam uma seleção maior, na verdade não atendiam todo o público mesmo não. Estudei lá, era uma escola razoável, eu consegui, estudar sozinho para fazer o Colégio Técnico da UFMG. [...] Já que a minha família não tinha esse arcabouço cultural, foi a grande mudança na minha vida. A diversão que eu tinha era jogar bola, era a única diversão que a minha família me proporcionava, era isso. Mas, apesar de tudo, foi bom para mim porque eu sempre tive um ingresso bom em bons ambientes. Minha mãe muito religiosa, isso tudo me auxiliou também a questão da moral...[...] dentro do COLTEC tive que estudar muito porque lá era muito difícil, o período, o primeiro ano de adaptação é muito diferente, porque você veio da escola pública com os alunos, [...] chega no COLTEC você não tem, praticamente, aula nenhuma no quadro, tem que ser autodidata, aí que começou a história de eu estudar muito, e lá era o ensino técnico... [...] tive muita aula de matemática e física, então eu tive muita opção de estudar matemática e física e eu sempre fui muito bom nessas duas áreas. Fiquei na dúvida entre fazer engenharia, física e matemática. Engenharia, o meu pai queria muito. [...] era a chance de mudar um pouco a vida em relação a meus pais, aos meus próprios tios, lá no COLTEC me influenciou, eu falei: não! Vou querer estudar! Depois da matemática eu fiz engenharia mecânica, mais por um erro, na verdade eu queria, na verdade, quando a gente é muito novo, eu formei com 22 anos, eu queria, falava assim, eu vou ver como é essa engenharia aqui, e meu pai sempre quis que eu fosse engenheiro, mas não gostei muito não. Eu fiz até o 6º período, trabalhando na Prefeitura e fazendo alguns buracos nas aulas, fazendo algumas matérias, não gostei, eu errei, nesse ponto eu acho que teria que ter feito um mestrado na minha área de matemática que era melhor. Para mim foi uma ascensão social tremenda. Meu pai, por exemplo, foi ter casa própria depois dos 40 anos e eu com 22 já tinha comprado um apartamento para mim, foi a primeira coisa que eu fiz, o meu apartamento, e foi muito bom. E eu sempre dediquei muito, eu cheguei até a fazer engenharia, fiz até o 7º de engenharia mecânica, aliás, eu fiz vestibular para engenharia elétrica de novo, passei e tal, mas teve um probleminha com meu pai, ele teve um câncer e me atrapalhou, eu nem fui fazer a inscrição. Aí eu fiz depois reopção para engenharia mecânica, mas não gostei muito não, eu acho que eu errei nesse ponto, eu acho que tinha que ter feito mestrado. Depois eu voltei e fiz o mestrado na... Foi mestrado em Educação na PUC.

[...] Vou parar um pouquinho de dar aula e tentar estudar mais, fazer mais, produzir mais. Acho que estou num ciclo da minha carreira que eu acho que eu já dei muito aula

no ensino médio e fundamental e acho que estou querendo fazer outras coisas. Eu já estou na Fundação Helena Antipoff, lá em Ibirité, você deve conhecer, a Fundação Antipoff. [...] Está sendo uma experiência muito bacana para mim, eu dou aula de cálculo I e II lá. [...] Mas agora eu quero ter uma atuação agora de formação de professores, o que me falta é isso e eu acho que na minha terceira fase da vida como professor eu acho que vai ser mais tranquilo.

3.3.2 – Narrativa do Professor Jairo

[...] – É uma escola muito organizada, eu lembro que eu me assustei quando entrei, a primeira vez que entrei na sala de aula, os alunos recebiam a gente, eles se levantavam para receber a gente. Aquele valor que eles tinham com a educação e que hoje foi se perdendo um pouco. Mas eu achei aquilo máximo, bacana, dá para fazer muita coisa. Tive bons alunos na prefeitura, mas ela selecionava muito também, e eu não tinha noção disso na época. Mas enfim, eu trabalhava bastante lá, os professores me atenderam super bem, estava iniciando a carreira, ganhava bem, e me dediquei ao máximo. Depois eu fiz outro concurso e passei também, mas, como o salário diminuiu, eu tive que dispensar um, porque a gente casa, tem família e tudo mais, e aí tive que ir para o ensino, busquei uma escola particular. Mas o meu início mesmo melhor foi na escola pública mesmo. Lá você tem muita autonomia, faz muita coisa diferente, os melhores trabalhos que eu tenho com alunos são de escola pública. Eu fiz muita coisa interessante, eu caminhava com os alunos da 8ª série até o 3º ano do ensino médio. Hoje o que eu acho um pouco diferente é que tem muita rotatividade, e antes não tinha essa coisa na rede pública, até na escola municipal está tendo um pouco. Antes era um grupo mais fechado, não tinha muita alteração, os professores caminhavam mais com os alunos.

[...] Depois que eu fiz o Mestrado e voltei a dar aulas, senti uma diferença muito grande no grupo de professores, a rotatividade aumentou muito, aumentou muito e o público também ficou diferente com essa questão da escola inclusiva. Mas voltando um pouco lá atrás, antes de a escola mudar um pouco, eu dava aula para o ensino médio e fui acompanhando esses alunos até, é, da 8ª série até o ensino médio, e aí como eu tive, fiz dois concursos. Num dos concursos, eu era professor e no outro eu era, eu não dava aula na sala de aula, eu era coordenador. Como coordenador, eu acho que fiz um trabalho fora da sala de aula muito interessante, porque eu dava aula para os meninos do Colégio Técnico, para entrar no Colégio Técnico, no CEFET, então na verdade, eu queria que aqueles alunos ali da classe popular seguissem o meu caminho. Não, são filhos das classes populares, muitos ali com baixo poder aquisitivo, a família, e eu queria que eles melhorassem. E eu me empenhava muito como professor e tenho uma história muito bonita na Prefeitura nessa parte. No início da década de 1990, até o meio de, um pouco antes de 2000, uma história muito bacana que eu tenho de ajudar mesmo, aquela questão de doação mesmo, depois a gente vai mudando um pouco.

[...] – Depois, eu tive que passar para a escola particular, e aí já tomou muito um pouco o tempo da gente, porque ela absorve muito o tempo da gente. Se eu tivesse que optar, eu

ficaria mais na rede pública mesmo, mas as condições de trabalho pioraram muito e aí eu tive que me exonerar de um cargo e passar para a escola particular. Eu fiquei um pouco assustado, porque a Escola Particular trabalha com uma classe social muito alta. Naquela época, eu via, na cara, as diferenças sociais. Eu pegava uma classe A e uma classe C e D na pública. Mas,o engraçado é que, naquela época, todas as experiências que eu fazia na escola pública eu levei para a escola particular, porque na escola particular era aquele batidão só de passar a matéria, muito conteudista, não fazia muita experiência diferente com os meninos. Lá na Prefeitura, eu tinha muita autonomia, eu podia fazer. Na verdade, aquela coisa de educação matemática eu nem sabia disso, porque, quando eu formei, não tinha nada disso, mas eu sempre buscava nos livros coisas diferentes para fazer com os meninos, adorava fazer. Mas a minha formação no COLTEC também, o COLTEC era um colégio que tinha muita prática, não era prática matemática não, mas ajudou.

[...] Então eu não usava só o quadro, a gente fazia construções, até na 8ª série fazia em Trigonometria a gente fazia uns instrumentos, usava o esquadro, fazia um pêndulo assim e fazia o ângulo, fazia aqueles negócios com os alunos, fazia muitas experiências com os alunos, até hoje eu faço com os meninos, é muito bom. E me ajudou muito, eu buscava muito nos livros alguma coisa de Geometria para fazer, porque o principal problema da escola pública antes era, por exemplo, os professores não darem a matéria inteira, porque, às vezes, ficavam muito na Álgebra só, e a Álgebra é pouco atrativa para os meninos. Eu tentava sempre mesclar, e a gente tinha muita aula também de Matemática na escola pública, tinha cinco aulas. E aí eu falava, não, vamos dar três aulas de Álgebra e duas de Geometria e mesclava, e pegava vários livros, eu nunca fui professor de um livro só. [...] –É que você tem que sentar e ver as atividades que o livro traz, você tem que estudar e você é que tem que fazer o fechamento da matéria, você tem que atuar muito. Então, tem esse problema de professores que não querem por algum motivo fazer alguma coisa diferente com os alunos, eles querem seguir aquela coisa mais padrão. Tanto é que o livro, escolheram um livro mais tradicional. É uma pena que eu não ganho tão bem na Prefeitura mais, mas, se fosse para optar, eu era para ficar lá, onde eu tenho mais autonomia, eu acho que eu cresço mais como profissional, ao contrário de outros que acham que dar aula em escolas particulares dá mais status, dá status para até demais, porque você trabalha com um público mais afinado com a cultura da escola, mas impede de você fazer um trabalho mais interessante. Para você ver quem passa na Federal? O bom aluno da escola pública é bom, muito bom, melhor do que o da escola particular, porque ele não tem o aparato da família da escola particular.

[...] – Ele é bom porque sei lá, ele tem uma orientação familiar legal, mesmo que os pais não tenham uma escolarização grande, mas ele se envolve, eles se envolvem, ele é mais autodidata, ele estuda por si próprio, no caso. Os melhores alunos meus foram da escola pública, bons alunos. A gente já fazia um pouco, tinha muitos problemas também, a gente está aqui falando das coisas boas, porque a gente gosta de lembrar as coisas boas, mas depois eu vou falar dos problemas também.

[...] Cheguei na escola e peguei a 7ª serie, e essa 7ª serie tinha passado por ela três professores de Matemática, só na 7ª serie e na 6ª também, quer dizer, aquela coisa que eu te falei, aqueles professores que acompanhavam os alunos não existia. Eu notei os meninos muito agitados, não sabiam muita coisa, tive que voltar lá atrás com eles para

ver. Eu queria começar aquela parte de Álgebra, mas eu percebi que eles não tinham noção de Álgebra, então eu não podia começar por aí. Comecei com uma coisa que eles conseguiam, eu comecei a fazer problemas com eles, mandei comprar, comprar não, porque a escola tinha, esquadro, comecei a fazer aquela coisa de trabalho estatístico com eles, Geometria, preparando para a Geometria e os alunos foram se desenvolvendo e tal, e depois eu fui dando um pouquinho de Álgebra até eu conseguir. Aí fui com eles da 7ª até a 8ª. E na 8ª série, eles fizeram aquela prova de Olimpíadas, alguns alunos fizeram lá, e teve um aluno, na verdade foram, foram oito alunos que fizeram a prova, que eu selecionei os bons alunos, que eu acho que davam conta de fazer; desses oito, seis passaram para a segunda etapa e desses seis, um ganhou medalha de honra, ficou entre os primeiros lugares do Brasil. Ela ganhou aquela medalhinha lá, e isso foi muito interessante para mim. Hoje, ela está estudando no Estadual Central.

[...] Mas uma coisa interessante também, eu não conhecia muito o aluno do ensino das séries iniciais do ensino fundamental. É onde dá mais problemas. Terminando o ensino médio da escola pública municipal, fui trabalhar com o ensino fundamental. Foi onde eu pude perceber o problema da educação, porque, na verdade, eu trabalhava com alunos selecionados, eu trabalhava com os alunos bons, acompanhava os alunos bons, porque eu acho que há uma evasão muito grande dos alunos da 5ª e 6ª serie, 7ª, que repetiam muito, aqueles alunos iam embora e você não os conhecia. Hoje, eu estou percebendo esses alunos dentro da escola. Eu percebo o papel político da escola, formar não é tão fácil. Por exemplo, eu trabalho com 6ª série agora, aí sim, eu estou vendo o público que estuda, são um público muito heterogêneo, como não está tendo aquela coisa seriada, é ciclo, a gente percebe. Hoje em dia, para ser professor, é mais difícil e acaba mudando um pouco o perfil do professor. O professor hoje tem que se desdobrar na sala de aula, ele não pode fazer uma atividade só porque você tem três níveis dentro da sala de aula. Você tem aquele aluno que dá conta mesmo, que quer fazer e que quer, você tem aquele aluno que não consegue, porque ele não venceu uma etapa, mas ele foi passado para frente e você tem que dar conta daquilo porque senão o aluno fica indisciplinado dentro da sala de aula, você tem que dar alguma atividade para ele conseguir fazer. Esse é o meu maior problema, eu acho que hoje cansa mais dar aula, hoje cansa mais porque você tem que conhecer melhor o aluno. Antes, você não precisava conhecer muito o aluno não, porque ele era mais homogêneo. Hoje, engraçado que mesmo assim hoje tem aluno melhor. [...] – Hoje tem aluno melhor porque o professor hoje faz mil coisas diferentes para o aluno se adaptar. Então você pega alguns alunos que têm uma qualidade melhor do antes, eu percebo isso, porque, como na escola pública, por exemplo, se o professor for um camarada comprometido e ele enxergar no aluno, como se fosse um filho mesmo e for responsável por ele, ele vai se preocupar, agora, se ele não se preocupar, vira um desastre, como acontece nas escolas agora. Mas eu acho que hoje está muito difícil por causa dos vários alunos que você tem dentro da sala de aula.

[...] Vou contar uma experiência deste ano: a gente começou 2008 lá com quatro 6ª séries e as quatro 6ª series tinham 25 alunos em cada turma, que é o ideal para você conhecer melhor o aluno. Mas só que eles selecionaram assim, as três boas, depois uma 6ª serie só com aqueles alunos que economicamente e culturalmente menos privilegiados e dão muitos problemas disciplinares por não se adaptarem à escola, não gostarem e tudo mais. Mas aí a Prefeitura falou, não pode ficar só com 25, tem que ficar com mais alunos dentro

da sala, então a gente teve que colocar todos em três salas. Eu fiz a opção, vamos misturar os alunos todos, não vamos colocar uma turma só de meninos com rendimento ruim não, porque eles precisam melhorar a referência deles, então misturaram tudo e melhorou. Porque antes na escola pública tinha isso também, selecionava turmas A, B, C, D até G. Aquela turma G era deixada de lado.

[...] Os alunos têm código entre eles, os adolescentes. Primeiro você tem que conquistar esses alunos, você não pode ficar só dando matérias para eles não, eles têm que gostar, na verdade você tem que conquistar esses alunos, e alguns, esses alunos mais problemáticos têm uma vida social muito difícil. Se você for analisar, eu pergunto aos alunos, é uma casa muito pequena, morando com muita gente, na verdade, não é uma vida social boa que eles têm e eles trazem aquela violência toda para dentro da sala de aula. Na verdade, você tem que tirar outras coisas deles, tem que mostrar para eles outras coisas e tal. É um trabalho difícil. Hoje em dia, eu também percebo que perfil do professor mudou muito, mas é porque a classe mudou também, a classe dos alunos mudou muito também, o tipo de aluno que a gente tem.

[...] Hoje você recebe a questão da democratização do ensino, do acesso, você tem que receber esse tipo de aluno mesmo, tem que cooperar mesmo, e acho que, além de dar a matéria que tem que dar, tem que dar de uma maneira que eles consigam entender. Esse é o principal problema da escola hoje, porque o professor se nega a dar o conteúdo de maneira diferente para atender aos alunos e começar do ponto em que eles consigam entender. Hoje, por exemplo, eu percebo muito, muito mesmo, têm professores que se negam a fazer isso, é até chato falar isso, mas a verdade é essa. Eu não vejo nenhuma mobilização dos professores para tentar mudar a didática deles, para alcançar esse tipo de alunos, porque eles querem aquele aluno, aquele aluno que ele já foi, aqueles alunos que começaram a dar aula, aquele tipo de aluno que, quando eles começaram a dar aula, era super selecionado.

[...] – Na Escola Particular, tem aluno bom, aluno fraco e aluno médio, tem de tudo. Só que lá a gente pode dar as costas para esses alunos, pode seguir de maneira linear, mas a família tem um aparato para abraçar esses alunos. Não, não está bom na escola, vou ter aula particular aqui, eu pago aqui, a irmã mais velha, quer dizer, existe um histórico dentro da família dele da pessoa que já tem uma qualidade maior, já passaram por isso, já conseguem auxiliá-lo. Na escola pública, às vezes, não tem. Às vezes não, não tem. O pai não tem, o pai é ausente e tal nessa parte. O que eu percebo muito é que essas questões desses alunos que não dão conta da escola estão fadados a fracassar. O fracasso dele é