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4.2 QUESTIONÁRIOS

4.2.1 Professores de anos iniciais

Por meio da análise das questões do questionário, foi possível traçar o perfil dos participantes desta etapa da pesquisa. O link do questionário foi disponibilizado, via e-mail, aos gestores das escolas municipais e privadas do município de Porto Alegre, estando disponível do período de maio a setembro do ano de 2017, alcançando um total de 56 respondentes.

Referente ao tempo de docência, 10,7% possuem menos de 10 anos, 35,7% possuem entre 10 e 19 anos, 35,7% possuem entre 20 e 29 anos e 17,9% possuem mais de 30 anos de docência. Em relação à formação inicial, cerca de 25% concluíram sua formação inicial em Universidade pública na capital, 70% em IES privadas da região metropolitana de Porto Alegre e capital e 5% em outras instituições.

Ao serem questionados acerca dos conteúdos matemáticos estudados na graduação, 87,5% dos participantes da pesquisa afirmaram terem estudado a metodologia do ensino da Matemática, 75% a construção do número, 73,2% seriação, 69,6% o sistema de numeração decimal, 57,1% as operações aritméticas,

42,9% frações e medidas e unidades, 37,5% noções de estatística e 35,7% noções de geometria. Destaca-se a presença marcante do estudo de metodologia do ensino de Matemática, que foi o conteúdo mais recorrente nos questionários, seguido por conteúdos da Educação Infantil, sendo que as operações aritméticas apareceram apenas nas respostas da metade da amostra e os demais conteúdos matemáticos ensinados nos anos iniciais ainda menos presentes.

Em relação ao número de disciplinas que contemplavam o ensino de Matemática, apresenta-se os resultados no gráfico 5.

Gráfico 5 - Número de disciplinas acerca do ensino de Matemática

Fonte: A Autora (2017).

Ao serem questionados acerca da formação continuada em Matemática, ou seja, se possuem preocupação em estudar metodologias e/ou conteúdos relacionados à Matemática, apenas um participante da pesquisa assinalou que não, sendo que esse participante afirmou não buscar esta formação por não ter necessitado ainda, o que não significa que não possua interesse nessa área. É importante ressaltar que o grupo de professores que se voluntariou a responder esse questionário é de professores que se preocupam com o ensino da Matemática, mas não se pode afirmar que essa preocupação é comum a todos os docentes dessa etapa de ensino.

Entre os participantes que procuram formação matemática, as alternativas mais apontadas foram: oficinas (81,8%), cursos (74,5%), palestras (58,2%), videoaulas (41,8%) e cursos online (36,4%). Ressalta-se a preferência dos

participantes da pesquisa por opções de formação continuada na modalidade presencial.

No bloco que procurou identificar a relação dos participantes com a Matemática, destacam-se alguns dados, conforme o gráfico 6.

Gráfico 6 - Relação com a Matemática dos professores de anos iniciais

Fonte: A Autora (2017).

Os dados organizados no gráfico 6 apontam que os professores de Matemática dos anos iniciais não possuem o que se pode considerar uma boa formação matemática enquanto alunos da educação básica, sequer tiveram professores que os incentivaram a gostar dessa disciplina. Sendo assim, se os cursos de graduação não atuam de forma a reconstruir tais conhecimentos matemáticos e até mesmo ressignificar a relação desse docente com a Matemática, o risco que se corre é muito grande, pois cabe ao docente buscar reconstruir a sua relação com a Matemática por meio da sua formação continuada e em serviço, sendo que esse pode ou não optar por isso. Esse cenário se confirma no bloco acerca da experiência dos participantes enquanto estudantes de Matemática nos anos iniciais, conforme gráfico 7.

Gráfico 7 - Experiência enquanto estudante dos anos iniciais

Fonte: A Autora (2017).

Este gráfico chama a atenção para às experiências com a Matemática que estes docentes, enquanto alunos da educação básica, tiveram, fortemente marcadas pela memorização, desconsiderando as atividades lúdicas. Os professores também destacaram que não tiveram bons professores, tampouco compreendiam bem a Matemática dos anos iniciais.

Ao serem questionados se utilizam essa experiência discente na sua prática docente, 41,1% afirmaram que sim, e, ao serem questionados como utilizam essa experiência, a maioria dos respondentes afirmou fazer totalmente ao contrário, fato que se sustenta por esses docentes buscarem formação continuada referente ao ensino de Matemática.

Ao serem questionados se se sentem preparados para ministrar aulas de Matemática, 66,1% responderam que sim e 33,9% responderam que às vezes, afirmando que estudam sempre que preciso, e nenhum professor respondeu que não.

Em relação aos materiais/recursos utilizados pelos participantes da pesquisa nas suas aulas de Matemática, os itens mais destacados encontram-se no gráfico 8:

Gráfico 8 - Materiais/recursos utilizados nas aulas de Matemática

Fonte: A Autora (2017).

A presença de exercícios de fixação é bastante significativa, aparecendo em 73,2%. Os exercícios de fixação estão relacionados com exercícios descontextualizados, utilizados para a repetição de determinados algoritmos e/ou técnicas operatórias, voltados para a memorização sem sentido.

Referente às aulas de Matemática, 14,3% dos participantes concordam plenamente que suas aulas são desafiadoras, 41,1% concordam plenamente que as suas aulas valorizam mais o raciocínio dos alunos que a memorização de fórmulas, ou seja, ensinam Matemática de uma forma diferente daquela como foram ensinados.

No bloco referente aos REA, 66,1% dos participantes afirmaram conhecer algum REA, os mais apontados por esses professores estão apresentados no gráfico 9:

Gráfico 9 – REA utilizados pelos professores

Fonte: A Autora (2017).

Dentre os 33,9% dos participantes que afirmaram não utilizar os REA, 78,9% afirmaram não utilizar por desconhecerem esse recurso, 10,5% afirmaram não possuir formação suficiente para usar/pesquisa na internet, 5,3% preferem trabalhar sem esse tipo de recurso e 5,3% afirmaram que o seu planejamento não oferta essa possibilidade.

No último bloco, referente à aprendizagem dos alunos, 71,4% dos docentes concordam plenamente que seus alunos aprendem Matemática por meio de material concreto, 62,5% concordam plenamente que seus alunos aprendem por meio da resolução de problemas, 26,8% concordam plenamente que seus alunos aprendem por meio da realização de exercícios de fixação, 12,5% acreditam que eles aprendem por meio da memorização. Alguns professores apontaram que os alunos aprendem pelas suas vivências, por meio de materiais concretos e lúdicos, por meio de desafios, da prática diária, levantando hipóteses, ensinando os outros, enfim, diversos são os modos para se aprender Matemática.

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