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I. Monografia sobre parasitoses gastrointestinais dos mamíferos ungulados

4. Principais parasitoses gastrointestinais dos bovinos e pequenos ruminantes

4.2. Distomatoses

4.5.2. Género Ostertagia (Teladorsagia)

4.5.6.7. Profilaxia e controlo das tricostrongilidoses

Para o controlo destas parasitoses deve proceder-se ao tratamento antiparasitário antes da entrada na pastagem e antes do parto. Devem utilizar-se técnicas de pastoreio misto e alternado (ovinos e bovinos), separando animais jovens e adultos. Sempre que possível utilizar pastagens pouco ou não contaminadas.

4.6. Estrongiloidoses

4.6.1. Esofagostomose

A esofagostomose é uma doença parasitária provocada por nemátodes da família

Strongylidae e do género Oesophagostomum que afecta suínos, bovinos, ovinos e caprinos.

Em pequenos ruminantes podem referir-se as seguintes espécies: O. venulosum e O.

columbianum e em bovinos O. radiatum (Urquhart et al., 2001).

4.6.1.1. Ciclo biológico

A infecção dos ruminantes ocorre por ingestão das L3 nas pastagens que vão penetrar na mucosa do intestino delgado ou grosso e em algumas espécies ficam isoladas em nódulos, dentro dos quais ocorre o desenvolvimento até ao estádio L4. Estas L4, vão emergir e migrar para o cólon onde sofrem a transformação em adultos que vão eliminar ovos. Esses ovos vão ser eliminados, por sua vez nas fezes e contaminar as pastagens (Urquhart et al., 2001).

4.6.1.2. Patogenia

Segundo Urqhuart et al. (2001), Todas as espécies podem causar enterites graves, algumas causam resposta inflamatória aquando da formação dos nódulos intestinais e da sua migração na mucosa. Nas infecções maciças pode ocorrer colite ulcerativa e a doença evolui para a forma crónica, tendo efeitos sobre a produção.

73 4.6.1.3. Sintomatologia

De acordo com Kaufmann (1996) as infecções maciças por Oesophagostomum spp. são acompanhadas de anemia, edema (devido à hipoalbuminemia) e diarreia.

4.6.1.4. Epidemiologia

Esta parasitose ocorre a nível mundial, tendo mais importância nas áreas tropicais e subtropicais.

4.6.1.5. Diagnóstico e identificação

Podem ser observados ovos típicos de estrongilídeos nos exames fecais através do uso de método de Willis.

As larvas infectantes apresentam bainha, cabeça larga e arredondada, bainha da cauda filamentosa, cauda longa não dentada nem lobada, comprimento de 726-923 µm e 16 células intestinais aproximadamente (Bussiéras & Chermette, 1991).

Na necrópsia podem observar-se adultos que possuem 1 a 2 cm de comprimento e a sua cápsula bucal é pequena. Podem ainda ver-se os nódulos intestinais causados pelos estádios larvares do parasita.

4.6.2. Bunostomose

A bunostumose é uma parasitose causada por Bunostomum spp., que se encontra no jejuno de ruminantes. Os parasitas responsáveis por esta doença pertencem à superfamília

Strongyloidea e à família Ancylostomatidae.

B. trigonocephalum ocorre em ovinos e caprinos e B. phlebotomum parasita bovinos.

4.6.2.1. Ciclo biológico

De acordo com Urqhuart et al. (2001), o ciclo de vida de Bunostomum é directo, sendo as L3 as formas infectantes e podendo a infecção ocorrer por ingestão ou por penetração percutânea. Apenas quando a infecção ocorre por penetração cutânea ocorrem migrações pulmonares. O período pré-patente varia entre um a dois meses.

4.6.2.2. Patogenia

Os parasitas adultos são hematófagos e as infecções moderadas produzem anemia, hipoalbuminemia, perda de peso e por vezes diarreia (Urqhuart et al., 2001). Também a penetração das larvas infectantes através da pele pode provocar algum prurido e irritação nos animais.

74 4.6.2.3. Sintomatologia

Os sintomas observados são: diarreia intermitente, emagrecimento, anemia, hipoproteinemia e edemas (Radostits et al., 2000).

4.6.2.4. Epidemiologia

Esta parasitose apresenta uma distribuição mundial e em regiões temperadas é rara a existência de elevadas cargas parasitárias, o que contrasta com as infecções mais patogénicas encontradas nas regiões tropicais.

4.6.2.5. Diagnóstico e identificação

Os ovos dos parasitas podem ser diagnosticados através do método de flutuação em exames fecais, sendo arredondados e de casca espessa, tipo estrongilídeo.

As larvas apresentam bainha, cabeça arredondada, bainha da cauda filamentosa e relativamente mais curta que a de Oesophagostomum, cauda longa e não dentada,

comprimento de 450-700 µm e 16 células intestinais aproximadamente (Bussiéras & Chermette, 1991).

Os adultos podem medir entre 1 a 3 cm e possuem como característica principal a extremidade anterior em forma de gancho. (Urquhart et al, 2001)

4.6.3. Cabertiose

É uma parasitose de ovinos, caprinos e outros ruminantes cujo agente etiológico é a

Chabertia ovina. Esta é a espécie mais comum que parasita o cólon dos ruminantes.

Pertence à família Strongylidae e subfamília Chabertiinae.

4.6.3.1. Ciclo biológico

O ciclo biológico inicia-se com a ingestão das L3 que se vão estabelecer ao longo de todo o intestino delgado e uma semana depois da infecção atingem o estádio de L4, as quais emergem à superfície da mucosa intestinal e migram, agrupando-se no cego. Estas L4 emergem no cego uma semana depois, onde ocorre a muda para L5 que posteriormente originarão os parasitas adultos, que passam do cego ao cólon, onde aderem à mucosa e começam a alimentar-se (Dunn, 1978).

4.6.3.2. Patogenia

O principal efeito patogénico é causado pelas L5 e pelos adultos que se nutrem da mucosa intestinal, provocando diversas hemorragias locais e perda de proteínas através da mucosa lesionada. De referir ainda que a parede do cólon vai sofrer congestão e espessamento.

75 4.6.3.3. Sintomatologia

A diarreia sanguinolenta e com presença de parasitas adultos é o sinal clínico mais evidente em infecções graves. Os ovinos apresentam anemia, hipoalbuminemia e podem sofrer uma perda de peso acentuada.

4.6.3.4. Epidemiologia

Esta parasitose distribui-se a nível mundial e em regiões temperadas as larvas infectantes sobrevivem ao Inverno. Ocorre também o fenómeno de hipobiose em que as larvas no início do quarto estádio larvar cessam o seu desenvolvimento dentro do hospedeiro durante o Inverno, emergindo apenas no final do Inverno e início da Primavera.

4.6.3.5. Diagnóstico e identificação

Os ovos podem ser encontrados em exames coprológicos pelo método de flutuação, no entanto, as contagens de ovos encontradas nas fezes pelo método de McMaster são de um modo geral baixas uma vez que grande parte do efeito patogénico ocorre no período pré- patente.

As larvas infectantes apresentam bainha, cabeça larga e arredondada, bainha da cauda filamentosa, cauda longa não dentada nem lobada, comprimento de 650 a 789 µm e 16 células intestinais (Bussiéras & Chermette, 1991).

Os adultos apresentam um comprimento compreendido entre 1,5 e 2 cm, cápsula bucal bem desenvolvida e não apresentam dentes.

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