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Profile of clinical outpatients Preliminary study

No documento para o envio de artigos: (páginas 34-38)

Maria Paula Rua Rodriguez Rochedo1, Maria Angélica Bello Guedes2

*Recebido do Serviço de Clínica Médica do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, RJ.

ARTIGO ORIGINAL

1. Residente (R3) Serviço de Clínica Médica do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro; Título de Especialista em Clínica Médica 2. Preceptora de Serviço de Clínica Médica do Hospital Souza Aguiar; Preceptora do Ambulatório de Clínica Médica do Hospital dos Servi- dores do Estado do Rio de Janeiro; Título de Especialista em Clínica Médica

Apresentado em 18 de dezembro de 2009 Aceito para publicação em 02 de fevereiro de 2010 Endereço para correspondência:

Dra. Maria Paula Rua Rodriguez Rochedo Rua Domingos Azevedo, 40 – Barra da Tijuca 22793-200 Rio de Janeiro, RJ.

E-mail: maria.rochedo@terra.com.br © Sociedade Brasileira de Clínica Médica

SUMMARY

BACKGROUND AND OBJECTIVES: The main objec- tive of this study was to verify the profile of patients that are referred to the medical clinic of a tertiary hospital.

METHOD: Retrospective study, using a questionnaire was made and filled by revision of the 212 charts. The data ana- lyzed are related to the work of one doctor in the period of two years, from February, 2007 to January, 2009.

RESULTS: The main complains of patients were related to abdominal pain, cardiological and hematological disorders. The main diseases identified were hypertension (47%), dyslipidemia (21%) e varicose veins (18%), exceeding the prevalence of diabetes (13%).

CONCLUSION: It was observed that most patients have been referred from the other clinics of the same hospital, leaving only about 21.3% of its capacity to be referred by other units. This is only a partial analysis, being necessary the participation of all the doctors of this sector to a future and more reliable analysis.

Keywords: Clinic, profiles of patients, statistics.

INTRODUÇÃO

O Hospital dos Servidores do Estado (HSE) é um hospital da rede pública federal, de alta complexidade, que se situa na cidade do Rio de Janeiro. O complexo hospitalar HSE foi inaugurado em 28 de outubro de 1947, e está instalado em 107.000 m2 de área construída, com 450 leitos de inter- nação e centro cirúrgico com 20 salas em funcionamento. A Unidade Ambulatorial conta com 186 salas de atendimento, além de um centro cirúrgico geral e um oftalmológico. O objetivo deste estudo foi determinar o perfil dos pacien- tes que são encaminhados ao setor de Clínica Médica para esta unidade de saúde.

MÉTODO

Estudo retrospectivo, elaborado através de um questioná- rio com 40 itens, incluindo informações pessoais, motivo e origem do encaminhamento, doenças, hábitos pessoais e desfecho dos casos, preenchidos a partir de revisão dos

Rochedo MPRR, Guedes MAB 212 prontuários. Os dados foram obtidos por um único

médico, no período de dois anos, com uma média de 10 horas semanais de atendimento. Foram organizadas tabelas, a partir das informações contidas no questionário, de forma a ser possível efetuar a avaliação percentual do perfil dos pa- cientes atendidos, das comorbidades referidas e observadas, bem como o desfecho dos casos.

RESULTADOS

Os pacientes do ambulatório incluíam 72% de mulheres, destas 48% casadas e 60% do lar; dos homens 60% eram casados, 52% empregados e 28% aposentados. Esta pro- porção confirmou a tendência apontada pelo estudo de La- chne e col. 1, que também apresentou 72% dos pacientes sendo do sexo feminino. Metade dos pacientes era prove- niente do Rio de Janeiro, os demais de outros estados do Brasil, sendo 16% vindos de estados da região nordeste e 2% de Portugal.

A idade média observada entre as mulheres foi de 53 anos e, entre os homens, a idade média foi de 57 anos. Diferente da amostra citada por Pizzol2, a população es- tudada não incluiu crianças, incluindo apenas um pa- ciente com idade inferior a 20 anos, e apresentou 60% de idosos (pacientes com mais de 60 anos de idade). A idade média, incluindo todos os pacientes foi de 54,5 anos, superior àquela observada no estudo de Moreno e col.3, que foi de 48,3 anos. A distribuição percentual do numero de pacientes de acordo com o sexo e a faixa etária está apresentada no gráfico 1.

Gráfico 1 – Distribuição percentual dos pacientes por faixa etária

Cerca de 20% dos pacientes nunca estudou, a grande maio- ria de homens e mulheres cursou o ensino fundamental, sendo que metade destes não o completou. Apenas cinco pacientes tiveram acesso ao ensino superior, e destes, ape- nas três o completaram.

Oitenta e dois por cento dos pacientes analisados eram de primeira consulta, sendo 78,7% destes encaminhados à clínica médica por outras clínicas do próprio hospital e 19,7% foram encaminhados de outro hospital ou posto de saúde (Gráfico 2). A clínica que mais encaminhou à clínica médica foi a Cardiologia (17%), Neurologia e Dermatolo-

gia foram responsáveis por 10% cada uma dos encaminha- mentos (Gráfico 3).

Gráfico 2 – Origem do encaminhamento

Gráfico 3 – Clínica de origem dos encaminhamentos

ORL = Otorrinolaringologia

O motivo principal do encaminhamento foi dor abdomi- nal, seguido por queixas cardiológicas, sendo a principal a hipertensão arterial. A terceira queixa mais frequente foi hematológica, sendo representada principalmente pelas anemias, a quarta queixa mais frequente foi osteoarticular e quinta foram solicitações de consulta de rotina (Gráfico 4). Estes resultados também são semelhantes àqueles observa- dos por Lachne e col. 1.

Gráfico 4 – Queixas principais dos encaminhamentos à clínica médica

Perfil dos pacientes do ambulatório de clinica médica. Estudo preliminar O número médio de consultas por paciente foi de 2,2,

sendo que 35% tiveram apenas uma consulta e os demais 65% compareceram a mais de uma consulta, sendo que o numero de consultas por paciente foi de 1 a 7 no período de avaliação.

A comorbidade mais apresentada pelos pacientes foi hiper- tensão arterial sistêmica (HAS), seguida por dislipidemia, varizes, diabetes e obesidade (Gráfico 5), sem que estas se- jam implicadas no motivo principal do acompanhamento. Cerca de 14% dos pacientes fumam, destes, 9% mulheres, e cerca de 36% são ex-fumantes. 39% dos pacientes decla- raram ser etilistas.

Gráfico 5 – Comorbidades mais frequentes

HAS = hipertensão arterial sistêmica; DAC = doença arterial co- ronariana, ICC = isquemia congestiva cardíaca; IRC = insuficiên- cia renal crônica; DPOC = doença pulmonar obstrutiva crônica.

As associações entre diferentes comorbidades nos mes- mos pacientes observadas estão apresentadas no gráfico 6, sendo as principais associações hipertensão arterial sistêmica (HAS) com dislipidemia, observada em 31% dos casos de HAS, e com diabetes, observada em 29% dos casos de HAS.

Gráfico 6 – Associações entre diferentes comorbidades

As principais áreas de encaminhamentos efetuados pela Clínica Médica foram: Cardiologia (20%), Ortopedia (14%) e Oftalmologia (13%). Apenas 49% dos pacientes

retornaram para consulta, 19% não retornaram, interrom- pendo o diagnóstico/tratamento; 13% receberam alta sem necessidade de seguimento por outra clínica ou unidade e 65% foram encaminhados para outras áreas ou postos de saúde (Gráfico 7).

Gráfico 7 – Encaminhamentos efetuados pela Clínica Médica

Foram detectados dois casos de câncer em pacientes do sexo masculino.

Dos 42 pacientes que não retornaram para finalizar o trata- mento, cerca de 20% do total de pacientes atendidos, 86% eram mulheres (24% do total de mulheres) e 14% eram homens (10% do total de homens); este resultado é um pouco superior ao valor de 15,8% de pacientes que não retornaram, observados por Lehmann e col.4 na Suiça. Dos seis pacientes do sexo masculino que não retornaram para continuidade de tratamento, apenas um havia sido en- caminhado por outra clínica. Apenas dois não retornaram após a primeira consulta; os demais mantiveram continui- dade por 2 a 4 consultas, sendo 3 deles encaminhados para outras áreas clínicas. As principais queixas tinham origem hematológica e apenas um havia procurado a clínica para exames de rotina.

Entre as mulheres, oito pacientes haviam sido encaminha- das por outra clínica. Aquelas não encaminhadas por outras clinicas (28) tinham como principal queixa dor abdominal, cefaleia, queriam realizar exames de rotina ou perder peso. Das 36 mulheres que não retornaram; 17 não chegaram a ser encaminhadas para outra clínica; 21 das mulheres que abandonaram o tratamento compareceram a apenas a uma consulta, sendo que nove delas haviam sido encaminhadas para outra área clínica. As demais compareceram a 2 a 4 consultas, sendo que 10 delas chegaram a ser encaminhadas para outra clínica.

CONCLUSÃO

Esta é apenas uma análise parcial, efetuada com os pacientes atendidos por uma única médica na área de clínica do hospi- tal, sendo necessária a participação dos demais médicos do se-

Rochedo MPRR, Guedes MAB tor para formação de um banco de dados mais fidedigno, mas

que mostrou um perfil interessante do atendimento em um hospital publico federal terciário na cidade do Rio de Janeiro. No presente estudo observou-se que a maioria dos encami- nhamentos era proveniente de outras clínicas do próprio hospital, oferecendo abertura apenas de 21,3% para outras unidades de atendimento médico. Outro dado interessante é o abandono dos pacientes, tendo sido observado que 20% deles não retornaram para dar continuidade ao tratamento. O numero médio de consultas por paciente foi de 2,2, va- riando de 1 a 7 consultas por paciente.

Observou-se maior prevalência no atendimento às mulhe- res (72%) em relação aos homens (28%), sendo que des- tes, 10% não deram continuidade ao acompanhamento, e os dois casos de câncer identificados, em estágio já avan- çado foram em pacientes do sexo masculino, confirmando a preocupação do ministério da saúde em estabelecer uma política nacional de atenção integral a saúde do homem6.

REFERÊNCIAS

1. Lachne M, Azambuja MB, Almeida MS, et al. Perfil dos pa- cientes no ambulatório de Clínica Médica. Rev Med Hosp São Vicente de Paulo, 1999;11:27-29.

2. Pizzol JL. Estatísticas do ambulatório de Dermatologia da Policlínica da Polícia Militar do Espírito Santo (1980). An Bras Dermatol, 1983;58:85-90.

3. Moreno AC, Mateos L, Larrégola, MM, et al. Socio-demo-Socio-demo- graphic profile of out-patient clinic first assessment, Eur Psy- chiatry J, 2009;24:(Suppl1):S943.

4. Lehmann TN, Aebi A, Lehmann D, et al. Missed appoint- ments at a Swiss university outpatient clinic. Public Health, 2007;121:790-799.

5. Pellicer CC. Changes in patient profi les at a regional respira-Changes in patient profiles at a regional respira- tory medicine clinic over a 10-year period. Arch Bronconeu-Arch Bronconeu- mol, 2006;42:516-521.

6. Ministério da Saúde; Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, Brasília agosto de 2008.

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A Unidade de Terapia Intensiva é um setor de alta complexidade no ambiente hospitalar. A monitoração da qualidade de serviços pres- tados torna-se a cada dia fundamental para segurança do paciente crítico. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão de conceitos e práticas úteis na melhoria contínua do atendimento do paciente grave.

CONTEÚDO: Revisão de literatura sobre qualidade e segurança em Medicina Intensiva, incluindo modelos de outras áreas de conhecimento agora aplicados na gestão de uma Unidade de Terapia Intensiva.

CONCLUSÃO: A utilização de conceitos e práticas que envolvem análise de processos e desfechos é fundamen- tal no processo de melhoria contínua e na segurança do atendimento do paciente crítico. Modelos vindos de áreas como administração e engenharia de produção podem ser adaptados em Medicina Intensiva, facilitando fluxos inter- nos e equilibrando uma boa prática médica com controle adequado de custos.

Descritores: custos, gestão, Medicina intensiva, qualidade, segurança.

No documento para o envio de artigos: (páginas 34-38)