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CAPÍTULO II – DIALOGANDO COM O PIBID-TEATRO/UFRN

2.2. ORGANIZANDO CONHECIMENTOS

2.2.1. O planejamento pedagógico de Teatro do 4º ano

2.2.1.1. A programação pedagógica para o 4º ano

Na E.M. Professor Laércio Fernandes Monteiro o ano letivo está dividido em 4 (quatro) bimestres, e considerando esse aspecto, após a seleção de conteúdos e procedimentos metodológicos o planejamento pedagógico ficou dividido de maneira a atender aos objetivos propostos.

Para o 1º (primeiro) bimestre as temáticas centrais versaram sobre a Dramaturgia, de modo a trabalhar questões referentes a leitura e interpretação de dados e fatos. Contudo, o conteúdo relacionado a dramaturgia fora dividido em duas partes: 1) Dramaturgia da Luz, por meio do qual podem ser trabalhados o conceito de luz, formulação de cores-luz e o papel da luz na cena e como ela participa desse processo de construção enquanto linguagem; e 2) Dramaturgia Textual, apresentando o texto como resultado de uma construção, trabalhando, inclusive a reconstrução de histórias por meio da interpretação e reforçando a importância da Biblioteca e da leitura.

Os objetivos específicos do 1º (primeiro) bimestre ficaram assim elencados: 1) Perceber as cores e as relações destas com o meio; pensando na relação: realidade vivida e cena; 2) Identificar as diversas possibilidades de formulação das cores a partir das cores primárias, relacionando com o cotidiano; 3) Reconhecer as cores enquanto promotoras de uma melhor percepção da atmosfera situacional cênica; e 4) Desenvolver o pensamento operacional a partir das relações criadas entre dramaturgia e a realidade, pensando noções de reversibilidade, conservação e limitação.

A metodologia proposta foram aulas expositivas e dialogadas, aulas práticas com experimentação das cores (usando lanternas e papéis coloridos e/ou maquete de Iluminação Cênica com refletores, se a escola conseguisse esse material, pois não o tinha), estudos de caso sobre situações observadas, leituras e debates de histórias

infantis em grupo na biblioteca da escola, e a reescrita de textos, num primeiro momento a cópia, e depois a reescrita a partir da interpretação realizada. Claro, apenas apontamentos e proposições que podem e devem ser modificados pelo professor em sala de aula de acordo com a realidade que se apresenta durante o percurso.

Para o 2º (segundo) bimestre o tema central foi Cenografia, mas discutindo os temas a partir da noção de espaço, e posteriormente aprofundando em Arquitetura e Tecnologia Teatral de modo a discutir o viés histórico numa outra perspectiva e, Introdução à Maquiagem, onde podem ser trabalhadas e discutidas as referências de maquiagem da cultura de massa, a feitura e uso da maquiagem cênica como parte integrante da cena e não apenas como adereço ilustrativo.

Relacionados aos demais os objetivos específicos para o bimestre foram: 1) Operar sistemas simbólicos de linguagem, sendo capaz de pensar sobre si e o espaço que o rodeia de formas variadas, compreendendo-o e analisando-o; 2) Identificar as mudanças e permanências no edifício teatral e suas tecnologias ao longo do tempo; 3) Compreender a partir do edifício teatral e das tecnologias destes a relação entre o teatro e seu contexto histórico vigente; e 4) Reconhecer a maquiagem como parte integrante do fazer teatral e quais suas funções.

Os procedimentos metodológicos escolhidos foram aulas expositivas e dialogadas, com apreciação de vídeos (filmes e espetáculos teatrais gravados), aulas de campo (visita aos Teatros da cidade), oficinas práticas de desenho de croqui e maquiagem individual (fazendo uso de maquiagem comum, maquiagem para teatro, lápis de cor e tintas).

No plano de curso elaborado o 3º (terceiro) bimestre foi aquele que teve mais proximidade com o que já vinha sendo trabalhado com os alunos em sala de aula, optamos por trabalhar a Improvisação com vistas a trabalhar a oralidade dos alunos e seus posicionamentos frente a situações na escola e no próprio cotidiano fora dela, mostrar-lhes que tem voz, desde que ajam com cautela e serenidade. A partir da Improvisação como mote central, colocamos como subtemas o trabalho de Improvisação relacionado a jogos teatrais, o subtexto e a intenção na cena teatral e no cotidiano, e a relação dos temas já trabalhados com esta, a relação entre a construção da cena, a dramaturgia e a cenografia.

Os objetivos específicos apontados para o 3º (terceiro) bimestre foram: 1) Desenvolver a capacidade cognitiva operacional, a capacidade motora, a criatividade e o pensamento crítico; 2) Desenvolver a improvisação a partir dos jogos teatrais propostos, relacionando-os com os conhecimentos de cenografia e dramaturgia anteriormente abordados na disciplina; 3) Identificar o subtexto e as intenções nas ações cotidianas; e 4) Perceber o funcionamento do subtexto e da intenção nas ações extra cotidianas.

E para auxiliar no alcance desses objetivos os procedimentos metodológicos foram aulas práticas com uso de jogos teatrais, exercícios vocais com uso de blablação e grammelot, debates em grupo sobre as situações e as mais diversas intenções das mesmas no cotidiano dos alunos, e a criação e montagem de pequenas cenas improvisadas fazendo uso de acessórios levados para a sala de aula pelo professor.

Para o 4º (quarto) bimestre resolvemos apresentar no plano de curso a possibilidade de trabalhar com a Introdução às Formas Espetaculares, apresentando e construindo conceitos, diferenciando as formas espetaculares e compreendendo-as a partir de suas particularidades, e as formas espetaculares norte-rio-grandenses e outras regionais como a capoeira, a quadrilha, dentre outros.

Os objetivos específicos elencados para o último bimestre letivo do 4º ano foram os seguintes: 1) Reconhecer introdutoriamente as diversas formas espetaculares afro-indigenas-brasileiras e suas especificidades; 2) Compreender as origens de diferentes formas espetaculares de modo a contribuir para a superação de ideias preconceituosas; e 3) Reconhecer como patrimônio cultural as diversas formas espetaculares do nosso país e estado.

A metodologia proposta foram aulas expositivas e dialogadas com apreciação de vídeos e projeção de slides, a apreciação e participação numa roda de capoeira composta pelo grupo existente na comunidade, além de outras formas espetaculares, pesquisa na biblioteca da escola sobre os temas e a realização de cantigas de roda com a turma.

Os procedimentos avaliativos propostos para todos os bimestres foram a participação e integração nas propostas, se o aluno consegue alcançar determinados objetivos e se não, o professor deve repensar as práticas e os motivos para o ocorrido, além da assiduidade e realização das atividades, tendo em vista que as atividades

avaliativas e outras formas de avaliação o professor em sala de aula perceberá no cotidiano com a turma. Ao final apresentamos as referências que auxiliaram na construção do planejamento e aquelas que podem ser consultadas pelo professor que se orientar pelo plano de curso elaborado para buscar materiais, e reler assuntos referentes aos conteúdos propostos.

Assim como nós, os demais bolsistas elaboraram os planos de curso, seus planejamentos pedagógicos, foram organizados de modo a manter um padrão estético, embora não tenha mantida uma unidade em relação à proposta, conforme dito anteriormente, e esse material foi deixado na escola em 2013 para consulta de qualquer professor de Teatro que opte por ser norteado pelo documento, assim como os professores polivalentes e das demais áreas da Arte possam consultar e trabalhar em consonância.

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