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Mapa 6 – Áreas de Afloramento e Confinamento do SAG

4. O ‘PROJETO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO

4.2 O ‘Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do

4.2.4 O Programa de Ações Estratégicas (PAE)

Como já referido, o Projeto é de caráter fundamentalmente preventivo e tem como propósito apoiar os quatro países envolvidos na elaboração conjunta e na implementação de um marco comum institucional, legal e técnico para manejar e preservar o SAG, em benefício das gerações presentes e futuras. Este propósito será concretizado na preparação conjunta de um Programa de Ações Estratégicas (PAE) e nos acordos para a sua implementação.

Assim, nesta seção será melhor detalhado o aspecto nuclear do Projeto, que é o desenvolvimento de um marco de gestão para o SAG através de um Programa de Ações Estratégicas (PAE), o que corresponde ao componente II antes referido brevemente. Especialmente, serão identificados os subcomponentes II.c (PAE) e II.e (ADT), por serem estratégicos para o processo, diferentemente dos demais subcomponentes que são mais instrumentais.

O Programa de Ações Estratégicas é um processo cujo andamento coincide com a fase de execução do Projeto. Sendo assim, estando o PAE pronto estará findo o Projeto, pois o documento final pretende conter todas as informações necessárias para a gestão do SAG, incluindo uma proposta de um acordo jurídico para os países negociarem.

Durante a execução do Projeto, as atividades do PAE que devem ser desenvolvidas, em seqüência, são:

• Elaboração coordenada e participativa da Análise Diagnóstico

Transfronteiriço (ADT), considerada como um subcomponente à parte em

termos de estrutura do projeto;

• Desenvolvimento coordenado e participativo de um Marco Jurídico, Institucional e Técnico (Marco de Gestão) a ser acordado entre os quatro países para a gestão coordenada do SAG, incluindo mecanismos para a solução de conflitos no uso da água;

• Com base no ADT e no Marco de Gestão, definição de atividades e projetos futuros para o cumprimento dos objetivos do Projeto, estruturação do PAE e definição de investimentos e financiamentos necessários;

• Configuração final, consenso público e acordo dos países sobre o Programa de Ações Estratégicas (PAE) para o SAG.

Portanto, a integração entre a ADT, o Marco de Gestão e o plano de investimentos para áreas e temas prioritários é que constituem o conjunto de ações denominado Programa de Ações Estratégicas, conforme o esquema no anexo B.

É necessário esclarecer a relação entre o Marco de Gestão e o Programa de Ações Estratégicas (PAE), uma vez que eles são usados quase que indistintamente nos documentos do Projeto, sendo referidos, ambos, como núcleo de todas as ações envolvidas.

Apesar de, na estruturação do Projeto, o PAE estar incluído como um subcomponente do Marco de Gestão, ele trata-se de um processo mais amplo que o próprio marco, como visto acima. Este esclarecimento também foi dado pelo Sr. Roberto Montes, Coordenador Técnico do Componente de Comunicação, que disse que o Marco de Gestão é um aspecto ‘propositivo’ do PAE.45

O Programa de Ações Estratégicas (PAE), portanto, inclui dois importantes momentos: a Análise Diagnóstico Transfronteiriço (ADT) e a elaboração do Marco de Gestão.

Análise Diagnóstico Transfronteiriço (ADT)

A elaboração da Análise Diagnóstico Transfronteiriço é o primeiro passo no desenvolvimento do Programa de Ações Estratégicas. O documento ADT é uma análise ampla que representa a identificação das causas fundamentais a serem abordadas durante um programa de gestão efetiva do aqüífero. Resumidamente, o objetivo de sua elaboração foi a identificação dos principais problemas atuais e emergentes que afetam ou podem afetar o SAG, seus efeitos sobre o recurso e as causas principais dos mesmos, incluindo uma análise de cadeia causa-efeito e uma priorização das mesmas para uma eficaz proteção e uso sustentável do SAG. As propostas de ações do ADT servem de referência à elaboração do PAE, o qual culminará o processo de elaboração do Projeto.

A ADT foi iniciada pela Secretaria Geral, apoiada por consultoria específica, através da qual se estabeleceu uma relação dos principais problemas atuais e emergentes derivados das situações econômicas, sociais e ambientais da região, assim como as condições jurídicas e institucionais imperantes, com particular atenção aos temas de interesse transfronteiriço e as áreas mais vulneráveis. A partir destas informações foram realizadas oficinas regionais nos projetos-piloto, buscando o aporte das visões locais ao ADT, considerando os temas críticos segundo os quais estes projetos foram selecionados. Seguiram-se oficinas nacionais, buscando a elaboração de uma proposta nacional de cada país ao ADT, conhecidas as visões locais dos projetos- piloto. Por fim, em uma reunião conjunta, com representantes de todos os países, realizada em Montevidéu, em outubro de 2006, os países ajustaram o documento ADT como uma proposta comum de todos os países.

O documento ADT preliminar foi apresentado na VII Reunião do Conselho Superior de Direção do Projeto (CSDP), realizada em Curitiba, em novembro de 2006. Em 14 e 15 de fevereiro de 2007 foi realizada uma reunião do Colegiado de Coordenação para consolidar a versão apresentada com as contribuições dos quatro países. Este novo documento ADT, ajustado pelos países, foi aprovado pelo CSDP, em sessão extraordinária realizada em 28 e 29 de março do mesmo ano, sendo validado com o objetivo de iniciar o processo participativo de elaboração do PAE.

A ADT final, assim, é constituída pela identificação de causas, vazios de

informação e propostas de ações de mitigação referentes aos temas críticos

identificados pelos países.

Os temas críticos foram elegidos por cada país e expostos na reunião conjunta referida, conforme o quadro a seguir:

Quadro 6: Temas críticos elegidos em cada país Classes dos temas

críticos Argentina Brasil Paraguai Uruguai 1 – Contaminação Alteração

(degradação da qualidade das águas do SAG em geral e, em particular, pela salinização causada pela sobre- exploração de poços geotérmicos não selados e de corpos de água superficiais Contaminação da

água no SAG. Contaminação e uso do solo. Problemas de contaminação do SAG: poços e o aqüífero.

como conseqüência da inadequada disposição dos efluentes do uso termal. 2 – Sobre-exploração Redução da disponibilidade de água no SAG, em geral, e, em particular, problemas quantitativos e qualitativos (redução do artesianismo e geotermalismo) e interferências entre perfurações. Redução da disponiblidade de água no SAG. Sobre-exploração

(futura). Problemas quantitativos da sobre-exploração

intensiva: redução da disponibilidade de água no SAG.

3 – Gestão Desafios para alcançar a gestão sustentável do SAG. Macro estratégias: desafios para alcançar a gestão sustentável do SAG. Macro estratégias para o desenvolvimento sustentável do SAG. Macro estratégias: desafios para alcançar a gestão sustentável do SAG. Fonte: Análise Diagnóstico Transfronteiriço. p. 27

A proposta final referindo causas, vazios de informação e ações para mitigação dos temas críticos do SAG foi elaborada considerando as propostas de ADT para cada tema crítico apresentadas na reunião conjunta. Os resultados se referem a todos os temas críticos, pois não há uma linha divisória clara entre causas, vazios e ações, exceto no caso do programa de controle de contaminação que se refere ao tema de mesmo nome.

Quadro 7 – Causas dos temas críticos do SAG

CAUSA DESCRIÇÃO

Causas técnicas

I – Insuficiente geração de

informações - Insuficiente controle e monitoramento contínuo, sistematização e atualização da informação. II – Contaminação do SAG - Contaminação localizada e difusa do SAG.

III – Problemas construtivos de poços - Utilização de técnicas inadequadas na construção de poços.

- Falta harmonização de normas técnicas para os estudos, construção, operação e manutenção dos poços.

IV – Problemas de operação e

controle do SAG - Carência de recursos tecnológicos. - Exploração indiscriminada do SAG e falta de controle em perfuração e operação dos poços.

- Disparidade nos registros de perfurações e entre empresas perfuradoras e profissionais especialistas.

- Escasso intercâmbio de informações entre os países.

V – Manejo inadequado do solo - Atividades que modificam a infiltração em zonas de recarga por urbanização ou mudanças no uso do solo.

- Usos do solo urbano e rural que promovem a contaminação do SAG. Causas econômico-gerenciais

VI – Insuficiência dos sistemas de

informação - Falta de promoção e valoração da informação hidrogeológica, com insuficiente divulgação da informação existente, na educação formal e informal, agregada à falta de livre acesso à informação básica de interesse para a gestão dos recursos hídricos.

VII – Insuficiência institucional

(gerencial) - Falta de recursos humanos com competência técnica. - Falta de fortalecimento das capacidades locais.

- Fiscalização insuficiente e falta de divulgação dos procedimentos de permissões.

VIII – Gestão insuficiente do uso da

água subterrânea - Dissociação entre o setor econômico produtivo do país e a gestão do recurso hídrico. - Falta de valorização integral e estímulo ao uso sustentável das águas subterrâneas, resultando na ausência de atribuição de recursos financeiros para a execução do controle e monitoramento de poços, para a aquisição de equipamento, para a capacitação de pessoal e gestão de águas subterrâneas.

IX – Gestão ineficiente do meio

ambiente - Inexistência de uma visão de economia ambiental que resulta na dissociação entre o setor econômico produtivo do país e a gestão do recurso hídrico.

- Disparidade entre a planificação do uso do solo e o ordenamento territorial no meio urbano e rural.

- Dificuldades de controle do uso e ocupação do solo, especialmente nas zonas de afloramento.

- Controle insuficiente do uso de agrotóxicos e agroquímicos. Causas político-institucionais

X – Insuficiência das políticas públicas - Falta de uma política institucional efetiva de preservação e melhor aproveitamento do recurso hídrico subterrâneo e dificuldade de sua inserção nas políticas de recursos hídricos dos países.

- Falta de efetização e harmonização das políticas de ordenamento territorial.

- Deficiência ou falta de estímulos nas universidades para a formação técnico-científica de recursos humanos.

XI – Insuficiência no ordenamento

legal - Falta de harmonização normativa sobre uso e exploração do recurso, com divórcio entre a legislação de águas subterrâneas (minerais e termais) e a normativa de recursos hídricos.

- Falta de harmonização de leis para a proteção dos recursos naturais. - Falta de normas que contemplem o reúso do recurso.

XII – Insuficiência institucional

(política) - Desconhecimento e falta de interesse por parte das autoridades políticas do uso sustentável do recurso hídrico subterrâneo. - Escassa capacidade institucional dos organismos de gestão por restrições orçamentárias, de recursos humanos, tecnológicos e logísticos. - Dificuldades para articulação, coordenação e fortalecimento institucional para a gestão do SAG em todos os níveis de governo e entre os países. - Insuficiente descentralização administrativa.

- Falta assegurar a continuidade das atividades de gestão conjunta no marco institucional dos países.

- Falta de estratégias de comunicação e de difusão de informação e sensibilização em nível de legisladores e tomadores de decisão.

- Falta de efetiva participação da sociedade civil e insuficiente articulção entre os atores envolvidos.

Causas sócio-culturais

XIII – Insuficiência na educação formal

e informal - Desconhecimento da temática por falta de informação, dificuldades de participação da população e crença de que a água é ilimitada e sem custo. - Deficiências e falta de coordenação da educação ambiental formal e informal.

- Ausência de educação ambiental coordenada em diferentes níveis: curricular educativa e educação informal (ONGs, Municípios, instituições sociais, sociedade civil organizada, meios de comunicação).

XIV – Inadequação cultural - Usos e costumes inadequados dos recursos naturais vinculados à água subterrânea, resultando em um uso incorreto e não racional.

- Escassa participação cidadã, com falta de compromisso e co- responsabilidade da sociedade na gestão da água.

- Frágil controle social e entendimento social sobre a gestão da água. - Falta de consciência, valorização (social e econômica) e participação da cidadania sobre uso e gestão de recursos hídricos (transversais do tema da água), resultando em apatia da sociedade civil com relação a ações governamentais.

Causas naturais

XV – Variabilidade climática - Variabilidade climática global e seu impacto local. XVI – Vulnerabilidade ambiental - Vulnerabilidades das áreas de afloramento. XVII – Conformação do SAG - Heterogeneidade do SAG.

- Presença de corpos intrusivos que delimitam compartimentos estanques dentro do aqüífero.

- Existência de falhas geológicas e/ou fraturas que comunicam hidráulicamente aqüífero de distintas qualidades.

- Presença de água salgada próxima à água doce. Fonte: Fonte: Análise Diagnóstico Transfronteiriço. p. 46

Quadro 8: Vazios de informação relacionados aos temas críticos do SAG

I – Relacionados aos poços - Inventário e registro dos poços.

II – Relacionados ao SAG - Delimitação da área de localização do aqüífero. - Linha-base.

- Compartimentação do aqüífero.

- Direções e velocidades dos fluxos subterrâneos.

- Relações hidráulicas entre as diferentes unidades hidrogeológicas que compõem o SAG e outras unidades aqüíferas.

- Temperatura, pressão, qualidade e caudais de poços. - Delimitação das áreas de recarga e descarga. - Vulnerabilidade das áreas aflorantes. - Recarga e capacidade de extração do SAG. - Interação da água superficial e subterrânea. - Limite entre água doce e água salgada.

- Potencialidade e qualidade da água nas diversas regiões do SAG. - Estudos científicos relacionados com a utilização do aqüífero. III – Relacionados com os processo de

contaminação - Estudo de contaminação natural. - Estudo de riscos e ameaças por ações antrópicas. IV – Relacionados com o uso da água

e do solo - Caudais extraídos. - Estudo de riscos e ameaças por ações antrópicas.

- Desconhecimento da influência da cobertura vegetal na variação quali- quantitativa da água subterrânea.

V – Relacionados com a gestão do

SAG - Alternativas de gestão e alternativas para a sustentabilidade financeira da gestão. VI – Relacionados com as questões

de gênero humano - Identificação de populações tradicionais, de indígenas e de outros grupos étnicos na sua relações com o SAG. Fonte: Análise Diagnóstico Transfronteiriço, p. 47.

Quadro 9: Propostas de ações para mitigação dos temas críticos do SAG

CAUSA DESCRIÇÃO

Causas técnicas

I – Geração e disseminação de

informações sobre poços e o SAG - Implementar sistemas de informação descentralizado e articulado sobre o SAG e cadastro de usuários (como atribuição das entidades gestoras, com apoio dos comitês e demais organismos de bacia), disponibilizando a informação.

- Monitoramento periódico dos níveis de água subterrânea.

- Sistematizar a informação existente com referência ao balanço hídrico e definição da unidade hidrogeológica.

- Criação de critérios técnicos de localização, perfuração e construção de novos poços.

II – Controle da contaminação - Controle da contaminação localizada e difusa do SAG III – Implementação de orientações

para a adequada extração da água - Elaboração ou complementação e harmonização de normas técnias para os estudos, construção, operação e manutenção de poços (ex. edição de um manual de boas práticas).

- Efetiva aplicação de normativas técnicas de construção, operação e manutenção de poços.

IV – Implementação de orientações

para a adequada gestão do SAG - Planificação de longo prazo de extração com base nos prognósticos climáticos até o limite de previsão. - Racionalizar a extração em áreas com deficiência de recarga ou com riscos de contaminação.

V – Manejo adequado do solo - Elaborar planos de uso e ocupação do solo e ordenamento territorial com ênfase nas áreas de recarga.

Causas econômico-gerenciais

VI- Implementação de Sistemas de

Informação - Implementar Sistemas de Informação e gerar planos de promoção e valorização da informação hidrogeológica. VII – Fortalecimento institucional

(gerencial) - Fortalecer as entidades gestoras em todos os níveis (local, nacional, regional) para a implementação da gestão, aportando os recursos financeiros, humanos, tecnológicos e logísticos necessários.

- Conscientização com referência à problemática relacionada com a água subterrânea.

VIII – Gestão do uso da água

subterrânea do SAG - Elaboração de estudos que permitam valorizar serviços ambientais que estimulem a gestão sustentável das águas e efetivá-los. IX – Gestão ambiental para a proteção

do SAG - Considerar a água doce como um bem ambiental e de importância econômica. - Incorporar à temática da água subterrânea nos planos de ordenamento

territorial.

- Elaborar planos de uso e ocupação do solo e ordenamento territorial com prioridade nas áreas de afloramento.

Causas político-institucionais

X – Aperfeiçoamento de políticas

públicas relacionadas com o SAG - Gerar uma política de recursos hídricos subterrâneos onde se compatibilize o recurso hídrico com os interesses econômicos. - Fortalecimento da política de preservação e melhor aproveitamento do recurso hídrico subterrâneo.

XI – Aperfeiçoamento do ordenamento

legal relacionado com o SAG - Elaboração de uma normativa consensuada sobre o SAG para o uso sustentável do recurso hídrico subterrâneo. - Integração das águas termais e minerais na legislação dos recursos hídricos.

- Impulsionar normas de reúso da água. XII – Fortalecimento institucional

(político) - Gerar as condições necessárias para o aperfeiçoamento da articulação entre os atores governamentais envolvidos e a participação de diferentes atores não governamentais na implementação da gestão.

- Melhorar a coordenação entre as instituições envolvidas.

- Impulsionar acordos de cooperação técnica inter-institucional entre países.

Causas sócio-culturais

XIII – Educação formal e informal, e

promoção cultural relacionada ao SAG - Implementar programas de educação ambiental formais e não formais com produção de material didático sobre a importância da utilização e proteção do SAG.

- Renovação dos planos acadêmicos ressaltando a importância do recurso hídrico subterrâneo.

- Impulsionar programas de conscientização do recurso.

- Educar e conscientizar a população sobre o valor econômico da água. - Promoção de programas de difusão, capacitação e treinamento em gestão de recursos hídricos subterrânios em todos os níveis.

Vazios de informação

XIV – Geração de informações para a

gestão do SAG - Fomentar a investigação e gerar informações relacionadas aos processos de contaminação, ao uso da água e do solo, e às questões de gênero humano relacionadas ao SAG.

- Complementar e aprofundar os estudos de estrutura e funcionamento hidráulico do SAG.

Fonte: Análise Diagnóstico Transfronteiriço, p. 48

Marco de Gestão

Com estes dados definidos na ADT, será possível desenvolver o ‘Marco de Gestão’, que é o próprio núcleo do Projeto. Nele, a equipe da Secretaria Geral, com o apoio de consultores e com a informação disponível e obtida durante a fase de execução do projeto, preparará as bases conceituais e metodológicas, definindo uma proposta de instrumentos jurídicos, institucionais e técnicos para a gestão do SAG.

- Definição dos aspectos legais do marco de gestão:

Tendo como base o diagnóstico legal dos quatro países, já elaborado na fase de preparação, serão feitos os estudos dos aspectos legais do Marco de Gestão, tendo- se em conta: a identificação das diversas figuras jurídicas possíveis para um marco de gestão do aqüífero (tratado, acordo de cooperação, termos ou protocolos, contratos bi e multinacionais, contratos privado) que diretamente versem sobre a gestão de águas; a avaliação detalhada do impacto e das peculiaridades de cada

uma destas figuras jurídicas nos países envolvidos e o posicionamento preliminar da área diplomática de cada país; finalmente, a proposta de um instrumento jurídico idôneo, resultante das deliberações, estudos e apoios documentais logrados pela equipe de consultores, o qual deverá conter as bases de gestão coordenada, além de uma proposta detalhada de mecanismos para a atenção e resolução de conflitos entre as partes.

- Definição dos aspectos institucionais do Marco de Gestão:

Serão avaliados os modelos institucionais de cada um dos quatro países, bem como serão identificados modelos existentes em outros países, relacionados aos recursos naturais e ao meio ambiente, em geral, e aos recursos hídricos, especificamente, com o fim de se estabelecer uma proposta institucional para a sustentação do Marco de Gestão do aqüífero, a qual deve estar ligada à proposta dos instrumentos legais, referida anteriormente.

O modelo estará orientado ao melhoramento das práticas de gestão das águas do SAG, incluindo sua administração e proteção, podendo ter um caráter de cobertura maior, em função de cada país e do seu entorno.

- Definição dos aspectos técnicos e científicos do Marco de Gestão:

As principais variáveis, enfoques e mecanismos técnicos e científicos que deverão ser parte do Marco de Gestão serão identificados a partir das informações técnicas e científicas disponíveis, tanto surgidas na fase de preparação como aquelas geradas durante a execução do projeto.

Deverão ser identificadas as variáveis técnicas e serem propostos os indicadores para conhecê-las, analizá-las e manejá-las, como a identificação de técnicas de perfuração de poços, a distância entre poços, a distância dos poços em relação às instalações de tratamento de efluentes e resíduos sólidos, etc.

Além destes aspectos (legais, institucionais e técnicos-científicos), também fazem parte de Marco de Gestão os aspectos de participação pública, da retroalimentação dos projetos-piloto para melhorar a proposta do marco e também os aspectos