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Programa Cidade Saudável

Em novembro de 1986, ocorreu a primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde nos países indus- trializados, realizada em Ottawa, no Canadá. O resultado foi a Carta de Ottawa que contém orientações para alcan- çar a Saúde para Todos até o ano 2000 e seguintes, em um movimento em pról da saúde pública mundial.1

Baseada na questões de atenção primária a saúde, a Carta de Ottawa direcionou para as pessoas ou a um grupo de pessoas a responsabilidade de identiicar e realizar suas ar- pirações, satisfazer necessidades e adaptar ou modiicar o meio ambiente.

Dessa forma as praticas de saúde até então limitada a cura médica, amplia o espectro na globalidade de fatores que insidem sobre a saúde. O tratamento agora, seria integra- do e a saúde mais um meio mas sim um recurso de vida. Por iniciativa da Organização Mundial de Saúde – OMS e inicialmente estudada nos paises europeus, difundiu através de redes de cidades, países e regiões um movi- mento internacional de construção de cidades saudáveis em 1995.

Conceitualmente, a OMS deine que cidade saudável é “... aquela que coloca em prática de modo contínuo a melhoria de seu meio ambiente físico e social utilizando todos os recursos de sua comunidade”.

E ter atendio os dez quesitos listados abaixo: 1. Um ambiente físico limpo e seguro 2. Um ecossistema estável e sustentável

1 Disponível em www.saudepública.web.pt. Consultado em 28/12/2013.

3. Alto suporte social, sem exploração 4. Alto grau de participação social 5. Satisfação das necessidades básicas

6. Acesso a experiências, recursos, contatos, interações e comunicações

7. Economia local diversiicada e inovativa

8. Orgulho e respeito pela herança biológica e cultural 9. Serviço de saúde acessível a todos

10. Alto nível de saúde

Para a especilista em Gestão Pública e Sociedade, Cibele Bonatto2 são quatro as condições minimas de amadureci- mento da cidade para alcançar as deiniçoes estabelicidas pela OMS.

Primeiro, a cidade deve ser capaz de atender de forma ei- ciente as necessidades de desenvolvimento para as pessoas e para as organizações. Depois, a cidade deve saber atuar frente a crises que existam no sistema e com os membros. Terceiro, ter a capacidade de adaptação e modiicação conforme identiicadas novas e emergentes necessidades. Por último e o mais importantes, educar a população para que seja capaz de absorver e usar os beneicios do desen- volvimento para seu bem-estar.

Neste contexto vemos dois pontos focais distintos que re- sumem o escopo que habilita uma cidade a ser saudável: se houver uma ação pró-ativa do governo com políticas públicas interdiciplinares e intersetoriais3 entre os gestores da saúde, do saneamento, da mobilidade, do esporte, do lazer, do meio ambiente, do desenvolvimento urbano e do desenvolvimento social e a educação.

Na década de 90, o conceito de cidade saudável cresceu na américa latina tendo a OPAS – Organização Panameri- cana de Saúde a interlocutora da OMS. No Brasil, a partir

2 Disponível em: http://gestaopublicaesociedade.blogspot.com.

br/2010/09/cidade-saudavel-algumas-conceituacoes.html, consultado em 22/01/2014.

3 WESTPHAL, M. F. MENDES, R. Cidade Saudável: uma experiencia de Interdisciplinaridade e Intersetoriealidade. Revista de Administração Pública: 34 (6), p. 47-61. Nov – dez. 2000. Rio de Janeiro.

de 1998 o movimento ganha impulso com a realização, na cidade de Sobral, do I Fórum Brasileiro de Municípios Saudáveis.

Depois do Fórum foi instituida uma rede de Municípios brasileiros com a adesão de 40 secretarias municipais de saúde com propósitos positivos de mudanças mas que não tiveram sem ações concretas desde então. Parece evidente que isto aconteceu pelo fato de que a discussão foi con- duzida pela Organização Mundial de Saúde, pela Organi- zação Pan-Americana de Saúde, pela Secretaria de Saúde, pelo Ministério da Saúde levando a entender que as pro- postas deveriam ser de ordem médica.

Onde estavam as secretarias de desenvolvimento social e urbano nesta rede? Dos dez requesitos listados pela OMS, apenas os dois últimos são referentes da saúde. Nossa rea- lidade mostrou correta a necessidade de interdisciplinari- dade e intersetoriedade alem, de reforçar que o conceito de cidade saudável não signiica esvaziar as ilas dos postos de saúde ou hospitais, mas sim de cidades cujos dirigentes entendem que promoção da saúde, bem-estar e qualidade de vida são fatores inseparáveis e que somente serão alcan- çados quando melhorar o bem-estar físico, mental, social e ambiental das pessoas que vivem na cidade.

Para o pesquisador e professor do Departamento de Edu- cação Física da Unesp, José Luiz Riani Costa4, “o assunto cidade saudável deve ser analisado a partir das relações que os homens mantêm com os demais componentes da nature- za, em especial, no espaço urbano, e das relações que os seres humanos mantêm entre si, sobretudo nas grandes cidades” e sendo esta a mais pura expressão da sociedade que á pro- duz devemos transformar as relações do ser humano com a natureza e com seus semelhantes para assim, vivermos em cidades saudáveis.

Atualmente, vemos, o conceito, ou partes dele; de cidade saudável nas agendas técnicas, administrativas e políticas de algumas cidades brasileiras como Sorocaba que descre- ve ser este o principal desaio enfrentado nos dias de hoje5.

O municipio tem investido na renovação dos parques, das praças, na despoluição do rio Sorocaba, em ciclovias, caminhadas entre outros.

4 Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1413-81232000000100006, consultado em 13/12/2013.

5 Disponível em: http://www.sorocaba.sp.gov.br/pagina/30/, , consultado em 13/12/2013.

O programa de caminhada é interessante por atender um grande volume de adeptos. Caminhar é a atividade mais indicada para todos as idades, para tratamentos e manu- tenção da saúde, é sociavel e estimula a produção de en- dorina substancia que promove bem-estar e redução do stress. É coordenado por três secretarias municipais e for- ma grupos de caminhadas que tem regularidade semanal na pratica da atividade.

Como forma de incentivar e promover o programa de ca- minhada, todo ano nos dias 6 e 7 de abril, respectivamen- te, Dia Mundial da Atividade Física e do Dia Mundial da Saúde a prefeitura promove “24 Horas de Caminhada” que atrai 5000 participantes que além de caminhar fazem aulas de ginástica, alongamento e exames preventivos.

Em 2012, durante o evento V Fomenta Nacional em 2012, ocorrido em Minas Gerais, um representante da prefeitura de Sorocaba apresentou a palestra: Prefeitura De Sorocaba: Cidade Saudável, Cidade Educadora, Ci- dade Empreendedora sendo que em um dos slades estava escrito a estratégia de desenvolvimento adotada na cidade para que sejam atendidas as deinições de cidade saudável – “unindo, na prática, o Global ao Local”.

Isto resume nossa anciedade frente a proposta de cidade saudável, adequar a proposta geral, globas defendida e di- fundida pela OMS para a realidade local. As deinições foram amplas e principalmente construidas sob estudos e referenciais europeus, sem vícios burocráticos e culturais que alteram o cenário no Brasil.

Compatibilizar o escopo com a realidade local e construir metas factiveis dentro das deiniçoes conceiturais é visuali- zar a possibilidade concreta de alcançar uma cidade saudá- vel.

A evolução do tema veio em pouco tempo. Cidades sau- daveis colocam as pessoas como gestores da própria saúde a partir do uso dos espaços construidos em prol da pratica de atividade e manutenção da saúde e o envelhecimento ativo emprega a mesma coesão de empoderamento.

Com o crescente volume populacional do idoso a OMS trabalhou em um programa espefíico para idosos que tem conceitos e especiicações em comum com a rede de Cida- des Saudáveis, o Guia Cidade Amiga do Idoso. Este dois programas juntos formam uma rede maior e ativamente fortalecida que veremos a seguir.

Grupo de caminhada regular. Fonte: www.sorocaba.sp.gov.br

termino da caminhada de 24 horas. Fonte: www.sorocaba.sp.gov.br

Imagem do slide apresentado por um representante da Prefeitura de Soro- caba, durante o V Fomenta Nacional de 2012. Embaixo o logo da cidade com o slogam adotado.

Condomínio República