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3 OBJETIVOS

4.5 PROGRAMA MUNICIPAL DE CONTROLE DO TABAGISMO

O Programa Municipal de Controle do Tabagismo (PMCT) segue a preconização do Instituto Nacional do Câncer do Ministério da Saúde (INCA/MS) e possui três ações básicas: Ambientes Livres do Tabaco (ALT), Atividades Educativas de Sensibilização e Conscientização e Abordagens Mínima e Intensiva ao Fumante

(SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, 2005).

Segundo o Ministério da Saúde (2001), a abordagem cognitivo- comportamental e alguns medicamentos são métodos eficazes na cessação de fumar, com evidências científicas para comprovação, que fazem parte da Abordagem Intensiva ao Fumante. Essa abordagem é a base para o trabalho com os usuários e para a cessação do hábito de fumar e deve sempre ser priorizada. A farmacoterapia pode ser utilizada como um apoio, em situações específicas e bem definidas, tendo a função de facilitar o tratamento, minimizando os sintomas da síndrome de abstinência, quando estes representam uma importante dificuldade para se deixar de fumar.

A eficácia dos métodos comportamentais através de abordagens individuais ou em grupos aumenta a taxa de abstinência à medida que o tempo total da abordagem (duração: freqüência da abordagem x o tempo gasto em cada contato) for maior com um valor máximo de 9 minutos (FIORE et al., 2000).

Segundo Fiore et al. (2000), a abordagem cognitivo-comportamental aplicada nos grupos de tratamento intensivo ao fumante combina intervenções cognitivas com treinamento de habilidades comportamentais. Os principais componentes dessa abordagem são:

- preparar o fumante para soluções de seus problemas com estímulo ao autocontrole;

- estimular habilidades para resistir às tentações de fumar com técnicas de relaxamento e procedimentos aversivos;

- preparar para prevenir a recaída utilizando estratégias de enfrentamento;

- preparar o fumante para lidar com o stress visando à mudança de comportamento.

A estruturação da Abordagem Intensiva ao Fumante do PMCT, no Município de Goiânia, possui as características abaixo relacionadas, conforme Protocolo (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, 2005):

Assistência estruturada;

Profissionais especificamente envolvidos e capacitados; Seletiva;

Resultados: 20 - 30% de cessação em 1 ano;

Dia, local, horário: livre escolha da Unidade de Saúde;

Equipe mínima: 3 profissionais de nível superior capacitados (comissão executiva);

Coordenadores: profissionais capacitados na metodologia do INCA/MS; Nº de pessoas participantes nos grupos terapêuticos: 15 a 20.

A Abordagem Intensiva ao Fumante do PMCT é uma proposta de assistência estruturada, seletiva, que visa tornar o indivíduo agente de mudança de seu próprio comportamento. O Programa usa a interação do grupo para incentivar e apoiar as mudanças, sem estimular a dependência.

Características do tratamento em grupo:

Tempo de existência do grupo pré-estabelecida; Grupo temático e de reflexão;

Conduzido, de preferência, por 2 ou 3 profissionais da área de saúde capacitados;

Participação ativa do paciente e do profissional de saúde, orientando-o em metas que visam resolução do problema;

Ajuda o paciente a identificar, avaliar e reestruturar seus pensamentos, comportamentos e sentimentos.

Quadro 1. Cronograma das sessões estruturadas do PMCT de Goiânia-GO

Os pacientes inscritos para o tratamento participam das sessões em grupo conforme cronograma descrito acima podendo ser acompanhados pelo período de 1 ano ou mais conforme necessidades individuais. Durante este período as pessoas que deixaram de fumar (fumantes abstêmios) sem medicação podem continuar participando das reuniões como apoio.

Porém, se o paciente não parar de fumar após 6 meses de participação nestes grupos terapêuticos com a abordagem comportamental, preconiza-se a utilização de medicamento aos pacientes com alto nível de dependência (segundo critérios do Teste de Fagerström, com resultado igual ou superior a 5). Recomenda- se também aos pacientes que fumam 20 ou mais cigarros/dia, aos que fumam o 1º cigarro até 30 minutos após acordar, com consumo mínimo de 10 cigarros/dia, e aos pacientes que não conseguiram parar de fumar durante a abordagem, com sintomas de abstinência insuportáveis, não havendo contra-indicações.

O Teste de Fagerström é utilizado para classificar o grau de dependência à nicotina, variando de 0 (muito baixo) a 10 (muito elevado). Esse teste foi aplicado durante a coleta de dados do fumante para auxiliar na classificação do seu hábito tabagístico, com registro no questionário próprio da entrevista (APÊNDICE C).

CRONOGRAMA 1º e 2º MÊS 3º e 4º MÊS 5º ao 12º MÊS Sessões semanais: Grupo fechado de 15 a 20 pessoas. Sentadas em círculo. Duração de uma hora e meia.

Sessões quinzenais: Grupo fechado de 15 a 20 pessoas.

Duração de cerca de uma hora e meia.

Sessões mensais de manutenção: Grupo aberto. Uma hora de duração. 28

É importante enfatizar que os pacientes não devem fumar paralelamente ao tratamento medicamentoso de 12 semanas. O acompanhamento neste período deverá ser semanal nas 2 primeiras semanas e quinzenal até a 12ª semana. Segundo o MS, só serão considerados ex-fumantes os pacientes que se mantiverem abstêmios por 1 ano.

Para maiores esclarecimentos serão descritas a seguir algumas terminologias que serão utilizadas ao longo do trabalho.

Alguns mitos contribuem para que o fumante sinta medo no momento de deixar de fumar. Por isso, é importante oferecer orientações consistentes para lidar com essas questões. No caso do medo dos sintomas de abstinência e da fissura , importa orientar que a duração máxima desses sintomas é de 1 a 2 semanas e que nem todos fumantes os apresentam.

- Sintomas de abstinência: dor de cabeça, tonteira, irritabilidade, alteração no sono ou no ritmo intestinal, entre outros. Estes sintomas têm graus variáveis de intensidade e são favorecidos também pela pressão social (atividades diárias, relacionamentos e situações conflitantes).

- A fissura (momentos de desejo intenso de fumar), é uma manifestação bastante

comum e que com o tempo tende a tornar-se esparsa. Em média, cada episódio não dura mais que 5 minutos, e depois desaparece.

Os métodos de parada podem ser: abrupta ou gradual (por redução e por adiamento). As paradas graduais por redução ou por adiamento devem ser planejadas de forma que não leve mais do que duas semanas, para o fumante fumar seu último cigarro.

- Parada abrupta: deixa de fumar de um dia para o outro.

- Parada gradual por redução: fuma um número menor de cigarros a cada dia, até chegar o dia em que não fumará mais nenhum cigarro.

- Parada gradual por adiamento: adia a primeira hora em que fuma o primeiro cigarro, progressivamente, até o dia em que não fuma mais nenhum.

Todas as informações sobre o PMCT seguem padronizações do Consenso sobre a Abordagem e Tratamento do Fumante (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001) e do Protocolo do Programa Municipal de Controle do Tabagismo (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, 2005).

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