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2.4 Políticas de convivência com a região semiárida: Autonomia e conquistas

2.4.2 Programa Uma terra e Duas águas (P1+2)

A partir das similaridades das estratégias de execução de políticas de convivência com Semiárido do P1MC, foi introduzido Programa uma Terra e Duas Águas (P1+2) cujo significado de “1” é terra, enquanto o “2” representa água para consumo e água para a produção. O programa surge com intuito de garantir água para a produção e consumo. Vale ressaltar que o P1+2 desenvolve um trabalho de conscientização, formação e mobilização das famílias beneficiadas, visando eficiente valoração dos seus diretos e cidadania.

É um programa que pretende assegurar à população rural o acesso à terra e à água, bem como seu manejo sustentável, a promoção da segurança alimentar e nutricional, a geração de empregos e renda às famílias do Semiárido, por meio da construção de processos participativos dessas populações. O P1+2 integra o P1MC e visa garantir água para a produção de alimentos, contribuindo para a soberania e a segurança alimentar das famílias do Semiárido Brasileiro (Conti& Schroeder, 2013).

As políticas públicas do P1+2 são similares as do P1MC, pois pauta–se na interação, mobilização, e capacitação das famílias para a gestão de recursos hídricos da região. Com isso, são realizados intercâmbios, sistematizações e trocas de experiências entre as populações do meio rural.

É preciso ressaltar que este programa beneficia exclusivamente a família que já foi contemplada com a cisterna de alvenaria adquirida nos moldes das políticas de melhoria das condições de vida da população rural do P1MC. Ao exemplo das mobilizações realizadas no P1+2, são os cursos de Gestão de Água para Produção de Alimentos (GAPA) e Manejo de Sistema Simplificado de Água para Produção (SISMA). Seguindo esses conteúdos voltados para a produção agroecológica, tais como: metodologia e técnicas de produção adequadas ao Semiárido, manejo de água para irrigação, produção e uso de defensivos naturais, entre outros.

No GAPA, os agricultores e agricultoras tiveram a oportunidade de trocar experiências entre si e conhecer métodos e técnicas de captação e armazenamento de água, cuidados com a terra, além de esclarecimentos sobre a execução do projeto.

O SISMA faz parte da segunda etapa de formação do projeto P1+2 no processo de implantação das tecnologias sociais e contempla com maior intensidade a orientação para o gerenciamento sustentável da água de chuva captada e armazenada nas tecnologias, já que com esse encerra–se o ciclo de construções dos reservatórios.

No que se diz respeito às tecnologias sociais executadas pelo P1+2 para convivência com o Semiárido, podemos citar as seis principais, quais sejam:

a) Cisterna Calçadão: Tecnologia que armazena água da chuva para a

produção e para o consumo das famílias do semiárido. A captação da água é feita através de um calçadão de cimento com tamanho aproximadamente de 220m².

b) Cisterna de Enxurrada: Tecnologia social que serve para armazenar

água da chuva, contribuindo significativamente para melhoria da qualidade de vida das famílias agricultoras do semiárido. Suporta 52 mil litros de água. O terreno é utilizado como área de captação para filtragem da água. A função destas caixas é barrar a areia que vem junto com a água para que não cheguem ao fundo das cisternas.

c) Barragem Subterrânea: É uma tecnologia Construída em áreas de

vala até a rocha impermeável, forrada com uma lona plástica e fechada. É feita a escavação de um poço a aproximados cinco metros do barramento, que retira água da barragem.

d) Barreiro Trincheira: São tanques profundos e estreitos, cavados em

subsolo cristalino com um ou mais compartimentos e de mais de três metros de profundidade, com fundo e parede de pedra (piçarra), que não deixa a água se infiltrar. Pode ser utilizado para armazenar água para os animais, para "irrigação de salvação" e para complementar o abastecimento de cultivos anuais.

e) Barraginha: São escavações na terra para reter a água da enxurrada,

evitando a erosão do solo e o assoreamento de córregos com detritos. Contribuem para o acesso à água pelas famílias no semiárido ao tempo em que reduzem danos ambientais, forçando a recarga das reservas subterrâneas e armazenando água de boa qualidade no solo, por meio da infiltração ocorrida durante o ciclo chuvoso.

f) O Tanque de Pedra: Tecnologia apropriada para áreas de serra ou

lajedos, com fendas largas, barrocas ou buracos naturais, normalmente de granito, que funcionam como área de captação de água de chuva. A capacidade de armazenamento é variável conforme o tamanho e capacidade do tanque e do local.

Figura 4– Tecnologias do P1+2

3 METODOLOGIA

O presente estudo abordou o pressuposto teórico metodológico de análise quantitativa e qualitativa de pesquisa, com abordagem ou de caráter exploratório e descritivo.

Na abordagem exploratória, fica determinada entre seus objetivos, a investigação dos efeitos e resultados do P1MC na sustentabilidade da população rural no Semiárido nordestino. Já na abordagem descritiva visa primordialmente determinar o percentual das famílias que já foram contempladas através de processo técnico da construção das cisternas e posteriormente fazer um balancete da demanda geral de tecnologias sociais no município.

Já na abordagem metodológica sobre o presente estudo, foi necessário analisar alguns aspectos do P1MC e P1+2 como objeto de pesquisa. No início do estudo, o trabalho foi centrado nos referidos programas de inserção social, porém a inter-relação com a ASA levava a analisar que o foco principal seria esta articulação, pois é quem executa os programas e atua ainda em diversas outras frentes, com várias ações além dos P1MC e P1+2. Nessa proposta realizou uma investigação qualitativa e quantitativa sobre a atuação dos programas elaborados pela ASA excepcionalmente o P1MC e P1+2 no tocante ao desenvolvimento rural no município de Pombal – PB.

Foram realizadas pesquisas bibliográficas, pois para a fundamentação teórica do trabalho foram consultados artigos científicos, livros, dissertações e teses. Já nas pesquisas documentais, foram analisados documentos produzidos pelos órgãos e entidades referentes ao P1MC e P1+2 para analisar o perfil de cada comunidade e adjacências.

As observações in lócus contribuíram para formular as tabulações de dados gerados por tecnologias implantadas pela ASA Brasil. A pesquisa de campo foi realizada com famílias que possuíam cisternas de placas do P1MC, residentes nas comunidades rurais de Pombal – PB, sendo elas todas engajadas nos programas de convivência com Semiárido e que possibilitou, juntamente com o estudo bibliográfico, uma análise do total de habitantes em cada comunidade e suas adjacências bem como os tipos de tecnologias implantadas e verificar também o total de construções realizadas no município e, com isso, realizar levantamentos das tecnologias sociais em etapas futuras na zona rural do município. Foram visitadas

todas as comunidades e adjacências no intuito de obter dados referentes ao P1MC para traçar um perfil no que se refere demanda de cisternas na região.

No tocante ao estudo através de gráfico, foi feito um levantamento do processo evolutivo do programa de cisternas no município, analisando a quantidade de construções realizadas por etapas a partir do ano de 2003 até os dias atuais. Foram feitos também registros fotográficos das tecnologias sociais nas comunidades rurais de Pombal – PB.

O procedimento metodológico do levantamento qualitativo deste trabalho pautou-se em entrevista realizada através de um questionário com perguntas previamente estabelecidas, no intuito de analisar a articulação entre comunidade, entidades da organização civil e governos no que se refere à implantação das tecnologias sociais. Com isso, perante um universo de 71 cisternas construídas nas comunidades, 11 estavam inativas e 60 famílias usufruíam de tais tecnologias, sendo entrevistadas 30 como amostras, ou seja, 50% do universo delimitado.

Na pesquisa de campo exploratória realizada nas comunidades de Trincheiras e Monte Alegre fazendo uso de dados quali-quantitativos, foi feito um estudo prévio dos princípios que garante o direito a cidadania às famílias do Semiárido tais como cultura de política participativa, fortalecimento da sociedade civil e novos atores sociais no que rege a implantação das tecnologias sociais através do P1MC e P1+2, pôde-se sistematizar e fazer um paralelo no que se refere aos objetivos do programa bem como a realidade vivenciada das famílias beneficiadas.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

No ano de 2004 a Central das Associações e Assentamento do Alto Sertão Paraibano (CAAASP) começou a atuar em Pombal – PB com as tecnologias do P1MC através da ASA. O enfoque principal foi as construções das primeiras cisternas de placas na região, excepcionalmente na associação comunitária rural do Sitio Trincheiras sendo financiada pela Federação Nacional dos Bancos (FEBRABAN). A partir de 2007, começou realmente a se desenvolver no município, abrangendo diversas comunidades rurais e suas adjacências.

A importância da tecnologia do P1MC vai muito mais além do que o acesso à água às famílias beneficiadas. De acordo com a ASA Brasil, quando uma cisterna é implantada em determinada propriedade familiar está trazendo para a mesma:

 Cidadania, já que a água é um direito e não apenas um benefício. Além de ter como uma concepção de água como Segurança Alimentar;

 Envolvimento de trabalhadores locais na construção das cisternas, já que elas são construídas pelos próprios agricultores/as pedreiros/as junto com as famílias;

 A autonomia das famílias e domínio da técnica no processo de construção;

 Fortalecimento da economia local, gerando dinamismo social e econômico, contribuindo assim para a geração de renda, desses membros envolvidos na implantação até o mercado local; e

 Diminuição da incidência de doenças relacionadas à água.

Em 2010 houve a permuta das entidades que gerenciavam as tecnologias sociais nos municípios do alto sertão paraibano. A CAAASP foi substituída pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Aparecida – PB, por motivos de localização geográfica. Neste mesmo período, a Comissão Executiva Municipal (CEM) foi reformulada, sendo composta pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Pombal – PB, Associação Comunitária Rural do Sitio Trincheiras e Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso.

Destarte, é notório um número de cisternas construídas em Pombal – PB (tabela 2) para a captação de água da chuva na zona rural pelo P1MC, enfatizando primordialmente a mobilização, acompanhamento e implantação destes empreendimentos, tendo em vista ser uma alternativa simples de fornecimento de água de qualidade para consumo humano, fornecendo subsídios instrucionais

através de cursos de capacitações de recursos hídricos, colaborando com o desenvolvimento mais sustentável na região.

A tabela 2 descreve dados relevantes do P1MC evidenciando o número de mobilizações e capacitações em recursos hídricos fornecidas pelo referido programa aos pedreiros que executam as construções das cisternas e, principalmente, ao total de família contemplada com o programa, com destaque para o município de Pombal.

Tabela 2 – Mobilizações e capacitações em recursos hídricos pelo P1MC

Famílias mobilizadas 493.302

Pedreiros executores capacitados 14.142

Municípios atendidos 1.031

Cisternas construídas 539.466

Cisternas construídas na Paraíba 63.636 Cisternas construídas em Pombal – PB 949

Fonte: ASA Brasil (2014)

Na tabela acima pode-se observar o número total de famílias mobilizadas dentre os quais 949 se encontram no município de Pombal – PB.

Nos primeiros anos de atuação do P1MC na região de Pombal, começou tímido o número de tecnologia implantada haja vista que no ano de 2004 foram construídas apenas trinta e nove unidades de cisternas de placa para a captação e armazenamento de água da chuva (Gráfico 1), número esse que foi aumentando gradativamente devido ao gerenciamento e coordenação da CAAASP e financiamento da FEBRABAN e MDS. Porém, em 2006, houve uma redução na quantidade de cisternas construídas no município, resultantes dos pequenos investimentos oriundos por parte das esferas governamentais, especialmente do Governo Federal que liberou poucas unidades para os diversos municípios geridos pela CAAASP.

A partir dos anos de 2010, aumentou o número de construções de cisternas de placas sendo financiadas pelo MDS através do Governo Federal. Isso ocorreu devido à forte inserção de políticas participativas atreladas aos movimentos sociais realizados pela Unidade Gestora Municipal (UGM)/Sindicato rural de Aparecida. E o ano de 2013 foi o período em que mais foram construídas as tecnologias sociais do

P1MC em Pombal. O gráfico 1 demonstra um levantamento quantitativo do processo evolutivo da construção de cisternas de placa pelo P1MC no referido município.

Gráfico 1 – Processo evolutivo da construção de cisternas de placas pelo P1MC em Pombal

Fonte: ASA Brasil (2013)

Na tabela 3 pode-se observar a demanda bruta, a demanda liquida e o número de cisternas construídas por comunidade e a partir daí traçar um índice de atendimento, ou seja, a porcentagem total de atendimento das necessidades nas comunidades. Foi analisada também a quantidade de habitantes por comunidade que são beneficiados com as determinadas tecnologias.

Tabela 3 – Demonstrativo do índice de atendimento no município de Pombal - PB Comunidades atendidas Demanda Bruta (DB) Atendimento (A) Demanda Liquida (DL) Índice de Atendimento (ID) (%) *Número de habitantes Trincheiras 33 33 00 100 95 Lagoa Escondida. 38 23 15 61 91 Juá 23 18 05 78 104 Riachão 52 46 06 89 134 Triângulo 25 12 13 48 50 Malhada do Bezerro 31 22 09 71 112 Várzea C. Oliveiras 108 94 14 87 430 Alagadiço 51 35 16 69 100 São João 108 51 57 47 320 Lajedo 42 27 15 64 70 Monte Alegre 73 38 35 52 80 Santa Maria 58 43 15 74 153 Ass. Jacu 38 38 00 100 133 39 72 55 162 285 336 0 50 100 150 200 250 300 350 400 2004 2005 2006 2007 2010 2013 N º d e Ci ste rn as Anos cisternas

Comunidades atendidas Demanda Bruta (DB) Atendimento (A) Demanda Liquida (DL) Índice de Atendimento (ID) (%) *Número de habitantes Cachoeira 49 40 09 82 230 Maniçoba 20 10 10 50 80 Arruda Câmara 39 27 12 69 150 Estrelo 24 14 10 58 80 Coatiba 85 65 20 77 500 Tabuleiro Redondo 74 56 18 76 270 Pinhões 35 25 10 71 80 Margarida M. Alves 29 16 13 55 44 Canoas 37 31 06 84 120 Várzea C. leites 33 12 21 36 30 Riacho de Pedra 73 48 25 65 212 Flores 125 36 89 29 370 Gameleira 65 40 25 61 184 São Brás 45 23 22 51 250 São Pedro 61 19 42 31 200 Umari 30 23 07 77 240 Timbaúba Velha 06 02 04 33 41

Maria dos Santos 17 00 17 00 35

Pombalzinho 41 00 41 00 65

Total 1568 967 601 62 5053

Fonte: Dados primários da pesquisa desenvolvida pelo autor (2013) *Número de habitantes fornecido pelas comunidades.

Através da análise dos dados de atendimento (tabela 3) das necessidades das comunidades no tocante as cisternas de placas implantadas no município, é perceptível que as tecnologias têm atendido uma demanda populacional significativa, porém nota–se que será necessário ampliar o programa na região para que as demais famílias sejam contempladas.

De acordo com as comunidades beneficiadas no P1MC (tabela 3) apenas duas localidades foram atendidas na sua totalidade através das tecnológicas sociais, no caso, a comunidade de Trincheiras e o assentamento Jacu. No entanto, Pombalzinho e Maria dos Santos ainda não foram assistidas com os empreendimentos do P1MC.

Vale salientar, ainda, que comunidades com alto índice de escassez de água (carência de grandes açudes, inviabilidade de perfuração de poços artesianos devido às regiões serem situadas em solos cristalinos) para o consumo humano, a exemplo do Estrelo, Maniçoba, Monte Alegre, Assentamento Margarida Maria Alves, foram atendidas aproximadamente a metade da demanda do que as comunidades necessitam.

Ressalta-se, ainda na análise da tabela 3, o atendimento (implantação) total realizado nas comunidades na zona rural de Pombal é razoável, porém a demanda líquida (tecnologia a ser implantada) total requer a efetivação de aproximadamente seiscentas unidades tecnológicas no intuito de universalizar a demanda bruta total no município de Pombal.

Em 2014/2015 a perspectiva do P1MC é de universalizar no município as construções das cisternas de placas.

No referido estudo, foi elaborado pelo autor um levantamento da demanda das tecnologias, com intuito de beneficiar todas as famílias rurais de Pombal. (Tabela 3). Será preciso construir aproximadamente seiscentas unidades, através da parceria do Governo Estadual/Federal, sendo gerenciado pelas UGMs do alto sertão da Paraíba.

Por sua vez, a introdução do P1+2 no município de Pombal, foi a partir de abril de 2013, realizando o processo de formação e capacitação das famílias beneficiadas. As tecnologias que foram implantadas no município consistiram na construção de cisternas calçadão, cisternas de enxurrada, barragens subterrâneas, barreiro trincheiras, tanques de pedras e barraginha, anteriormente já citadas.

Tabela 4 – Tecnologias implantadas pelo P1+2 no município Pombal – PB COMUNIDADES RURAIS TECNOLOGIAS DO P1+2 Barreiro Trincheira Tanque de Pedra Barragem Subterrânea Barraginha Cisterna Calçadão Cisterna de Enxurrada Estrelo 1 2 Jacu 1 1 6 1 Juá 1 2 1 2 3 Riachão 2 5 Riacho da Roça 1

Margarida Maria Alves 3

Lajedo 1 2 Gado Bravo 1 1 1 Cachoeira 1 2 Monte Alegre 1 5 Assentamento Santa Monica 4 3 Assentamento Timbauba1 1 1 Alto II 1 Lagoa Escondida 1 Tabuleiro redondo 1 Trincheiras 1 TOTAL 9 3 3 6 28 11

A partir desses dados, percebe-se a contribuição das políticas públicas da ASA no que se refere à execução dos empreendimentos sociais através do P1+2. De acordo com os dados da tabela 4, é notória a participação em pequena escala deste programa na região, uma vez foi instalada a primeira etapa com reduzido números de empreendimentos sociais.

Recentemente está sendo realizada uma nova fase do programa no município. Sendo que ainda se encontra no processo de seleção, mobilização e capacitação das famílias a serem contempladas com o P1+2.

Além da análise e discussão dos dados secundários da Articulação do Semiárido (ASA) os Resultados e Discussões do TCC trataram da análise da realidade através da aplicação de questionários nas comunidades rurais de Trincheiras e Monte Alegre do município de Pombal. Já foram construídas 71 cisternas, no qual 33 na comunidade Trincheiras, onde 5 estão desativadas por falta de moradores e; 38 cisternas implementadas na comunidade Monte Alegre, no qual 6 estão sem funcionamento devido ao êxodo rural.

Perante um universo de 71 empreendimentos sociais, 11 moradias estavam vazias, sendo entrevistadas 30 como amostras, ou seja, 50% do universo delimitado. Na associação comunitária de Trincheiras, das 28 cisternas ativas foram realizadas 14 entrevistas com suas respectivas famílias. Na comunidade do Monte Alegre, das 32 tecnologias ativas, foram realizadas 16 entrevistas com seus moradores.

O questionário aplicado nas comunidades rurais do município de Pombal foi elaborado com perguntas abertas e fechadas, permitindo que o entrevistado manifestasse suas opiniões, seus pontos de vista e seus argumentos.

O foco principal da utilização deste questionário centrou nas implantações das tecnologias sociais e sua interação entre os moradores, entidades sociais e governos no intuito de verificar se a efetivação tem contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das populações. Este questionário foi dividido em três princípios no que se refere à efetivação das tecnologias nas comunidades pesquisadas: cultura de política participativa, novos atores sociais e fortalecimento da sociedade civil.

Perante o diagnóstico ficou claro que nas regiões examinadas, todas as famílias responderam que a associação comunitária só pode adquirir uma cultura de

participação a partir da união e cooperação dos moradores no intuito de expandir o desenvolvimento social, cultural, político e econômico.

Quando foi questionado se associação comunitária onde reside tem contribuído pra o desenvolvimento local, percebeu-se que quase na sua totalidade, os entrevistados responderam que sim, como pode ser observado no Gráfico 2.

Gráfico 2 – Existência de contribuição da Associação Comunitária no desenvolvimento local

Fonte: Pesquisa de Campo, Julho de 2014.

A moradora Maria Piedade Carvalho Ribeiro residente na comunidade Monte Alegre, declarou a respeito do associativismo dizendo que: “É difícil de acontecer por

falta de união dos sócios da comunidade”.

No que se refere às práticas participativas de atividades coletivas da comunidade, os entrevistados das referidas comunidades citaram, em sua totalidade, que somente as festas religiosas e os campeonatos de futebol promovem a integração com os moradores ali residentes. Porém, Maria Sandra residente na comunidade do Monte Alegre declarou que “as festividades não acontecem mais, só

existia no passado”.

Ainda sobre a cultura de participação, com base nos relatos dos entrevistados pode-se concluir que os novos atores sociais que lutam pela garantia dos direitos dos cidadãos e que batalham por políticas públicas voltadas para o Semiárido, no caso do P1MC e/ou P1+2, executados pela ASA e gerenciados pela sociedade civil

100 93,75 0 6,25 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Comunidade Trincheiras Comunidade Monte Alegre

NÃO SIM

fortalecem a comunidade no acesso à água e são essenciais para o desenvolvimento local e melhoria de vida dos moradores da comunidade.

A senhora Margarida Viera Guilherme que reside no Monte Alegre citou que

“foi o melhor programa recebido na comunidade”

O morador Isaias Sousa Ribeiro contemplado com P1+2 relatou que “trabalho

para garantir alimentação da minha família e o que sobra eu vendo nas casas vizinhas e no assentamento Jacu”. Ou seja, além de realizar uma agricultura de

subsistência, o excedente gera renda para família.

Figura 5 – Produção do P1+2 (Cisterna Calçadão) na comunidade Monte Alegre

Fonte: Pesquisa de campo, Julho de 2014.

Todos os entrevistados relataram que estes programas funcionam plenamente nas suas residências, principalmente em épocas de secas prolongada.

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