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PROGRAMAS DESENVOLVIDOS PELA COOPERATIVA

A Cooper Familiar desenvolve alguns programas, considerados estruturantes para a cooperativa, a partir disso é possível organizar a produção das unidades familiares e ofertar produtos regularmente aos canais de comercialização acessados, bem como buscar alternativas de comércio. O mercado institucional, dentro da Cooper Familiar, depende diretamente do sucesso obtido pelos programas, boa parte do que é produzido nesses espaços é destinado a comercialização via institucional.

A diversificação de canais de comercialização é uma estratégia fundamental para cooperativas da agricultura familiar, já que uma das características primordiais da produção familiar é a diversificação. Acessando vários mercados a cooperativa consegue escoar a produção dos associados com eficiência e se mantém firme diante das flutuações dos preços.

A cooperativa pretende criar uma Unidade de Processamento, Comercialização e Distribuição de Produtos (UPCD) da agricultura familiar. Essa unidade irá auxiliar os agricultores familiares a comercializar seus produtos, principalmente a produção excedente que não teve espaço nos canais de comercialização já acessados pela Cooper Familiar. A ideia é que se possa abastecer mercados, padarias, fruteiras e o varejo, além de criar uma loja virtual para ajudar na divulgação dos produtos (COOPER FAMILIAR, 2014).

5.1 PROGRAMA DAS AGROINDÚSTRIAS

A Cooper Familiar conta com nove agroindústrias familiares em funcionamento e mais três agroindústrias em processo de legalização, são empreendimentos que trabalham com panificados, doces, geleias, queijos, embutidos de carne, sucos e leite. A criação das agroindústrias foi um passo importante para a estruturação da cooperativa, visto que, para atender os canais de comercialização que a cooperativa acessa é necessário diversidade de produtos. A agroindustrialização contribuiu também para o melhor aproveitamento dos alimentos produzidos nas unidades familiares. A oferta de produtos processados ou minimamente processados tem grande aceitabilidade na alimentação escolar e no PAA pela facilidade de preparo. Para o agricultor representa um aumento de renda pelo valor agregado ao produto.

A implantação das agroindústrias, assim como sua manutenção, foi possível através de linhas de crédito e da participação de outros projetos governamentais. Um exemplo de

projeto estruturante às agroindústrias é o projeto Territórios do Oeste que proporcionou a compra de inúmeros equipamentos para melhorar o funcionamento das agroindústrias.

Muitas outras unidades familiares poderiam ter agroindústrias em funcionamento se não fosse a grande burocracia envolvida no processo de legalização das mesmas. A legislação sanitária também tem sido grande entrave para legalização de novas agroindústrias e mesmo para o funcionamento das que já estão legalizadas. O modelo sanitário vigente é muito apoiado em grandes empreendimentos e exige condições de funcionamento que não estão ao alcance dos empreendimentos familiares. A pressão exercida pelas grandes cadeias agroindustriais também tem se apresentado como um desafio a Cooper Familiar, tanto na competitividade dos produtos por mercado como pela perda de associados para o sistema de integração.

5.2 PROGRAMA DO LEITE

O programa do leite teve início na Cooperfamiliar a partir do desmembramento de alguns municípios que pertenciam à região de abrangência da Cooperafle (Cooperativa Regional dos Agricultores Familiares Produtores de Leite). No ano de 2011 a Cooper Familiar assumiu a logística do leite dos municípios de Arvoredo, Chapecó, Guatambu, Nova Itaberaba e Cordilheira Alta.

O trabalho com a produção leiteira é uma das atividades que envolvem grande número de associados da Cooper Familiar, em 2013 eram cerca de 190 famílias na atividade entregando mais de três milhões de litros de leite. Em 2014 o município de Arvoredo saiu fora desse grupo, pois apresentava uma linha inviável e muito custosa para a cooperativa, os agricultores que entregavam leite nesse município para processamento em Chapecó passaram a entregar a uma agroindústria do próprio município que industrializa o leite e o transforma em queijos.

Dos municípios que entregam leite para a cooperativa o município de Cordilheira Alta – SC se destaca com o maior número de produtores e Guatambu – SC com a maior litragem/ano. O leite recolhido é destinado para o mercado institucional, principalmente a alimentação escolar, e outra parte são destinadas aos mercados da região. A cooperativa trabalha com leite UHT e o pasteurizado integral e pretende muito em breve iniciar as atividades de industrialização em unidade própria a ser instalada no município de Cordilheira Alta – SC.

Diante do cenário que a cadeia leiteira vem enfrentando no ano de 2013 e 2014 é possível inferir que a construção de uma sede própria para a cooperativa pode ser um passo acertado. A dependência de empresas terceirizadas para fazer a industrialização do leite é um risco pois o pagamento aos produtores sofre atrasos além das questões relacionadas a adulteração do produto. O leite é uma das principais fontes de renda para os associados da cooperativa e essa independência no processamento do produto pode ser uma saída interessante para os produtores.

5.3 PROGRAMA DAS FEIRAS

A Cooper Familiar iniciou seu trabalho de apoio às feiras de produtos coloniais em 2004 debatendo junto com os agricultores a importância desse espaço para a comercialização dos produtos, bem como a importância da aproximação entre produtor e consumidor. Os agricultores que participam das feiras são em grande parte os mesmo que participam das chamadas públicas de PAA e PNAE, mas vale ressaltar que a participação na feira representa até 90% da renda dessas unidades familiares. A comercialização nas feiras é entendida como um processo mais vantajoso em relação ao mercado institucional, pois na feira não existem atrasos de pagamento e o contato com o consumidor é ainda mais evidente.

A cooperativa não conta com uma estrutura de pessoal capaz de suprir as necessidades dos agricultores associados por assistência técnica e para tanto conta com a parceria de prefeituras, sindicatos e outras instituições que prestam ATER. A falta de pessoal é uma das principais dificuldades da cooperativa, pois dentro do programa das feiras existe o acompanhamento do grupo de agricultores ecológicos certificados, que demandaria maior atenção para o planejamento das atividades.

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