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PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES EDUCACIONAIS IMPLEMENTADOS

5 O TRABALHO DOCENTE E A FORMAÇÃO NO CONTEXTO DO

5.2 PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES EDUCACIONAIS IMPLEMENTADOS

Inúmeras propostas de formação continuada vêm sendo implementadas no país enquanto estratégia de fomentar novas formas de ensinar e aprender que estejam alinhadas com as novas exigências educacionais, buscando assim, melhorar a qualidade do ensino por meio do aprimoramento das práticas pedagógicas dos docentes. Nesse cenário, a SME/Natal tem desenvolvido ao longo dos anos, programas e ações provenientes principalmente do Ministério da Educação por meio do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE). Dentre os programas, estão: Parâmetros em Ação - Educação Infantil e Ensino Fundamental (PCN em Ação – 1999), Gestão da Aprendizagem (GESTAR I), Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (PROFA), Educação Ambiental e demais temas transversais. Destacamos ainda, a contribuição do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que orienta a elaboração e execução do PDE-escola que, por sua vez, recebe apoio financeiro do FNDE para a formação continuada e a elaboração/implementação do Projeto Político- Pedagógico de cada unidade de ensino.

Enquanto ação específica da SME/Natal, citamos dois eventos que buscam traçar linhas de ação para o trabalho pedagógico do ano letivo: a Jornada Pedagógica das Escolas da Rede Municipal de Natal (JENAT) e a Mostra de Arte, Cultura e Conhecimento (MARCO). A JENAT se constitui num evento anual que ocorre no início do ano letivo, tendo sido realizada durante alguns anos configurando uma segunda etapa no período de término do recesso escolar. Esse evento é composto por todos os educadores que atuam na rede municipal de ensino de Natal, tendo a participação de palestrantes com produção científica, artística ou filosófica na área da educação; a partir de 2008, os professores da rede também passaram a integrar as sessões de comunicação oral e pôsteres.

Entretanto, mesmo levando em consideração as ações que a SME/Natal tem realizado na área da formação continuada, o documento Política de Formação Continuada e Projeto de Assessoramento Pedagógico para a Rede Municipal de Ensino de Natal (2010), chama a atenção para o aspecto pontual e isolado que tem

caracterizado os cursos e formações ministrados pelas equipes do órgão central, que mesmo tendo o objetivo de atender às demandas das escolas da rede, as “experiências têm apontado para deficiências na sistematização e acompanhamento dos resultados, o que inviabiliza uma avaliação sobre sua eficiência” (NATAL, 2010, p. 15).

Tomando como base esses dados e considerando a tarefa de a SME/Natal ser responsável pela gestão da rede municipal de ensino, tendo como uma de suas funções específicas prestar apoio pedagógico às escolas de Ensino Fundamental e aos Centros Municipais de Educação Infantil, os departamentos de ensino fundamental, educação infantil, gestão escolar e atenção ao educando dispõem de assessores pedagógicos em seu quadro de pessoal que possuem como uma de suas tarefas orientar a equipe gestora e acompanhar o trabalho pedagógico. Para melhorar esse trabalho disponibilizado às escolas, a Secretária Adjunta de Gestão Pedagógica, juntamente com a Comissão de Formação Continuada, Ensino e Pesquisa e com representantes dos departamentos e setores pedagógicos dessa Secretaria, deu início a estudos visando a uma reformulação na maneira como o assessoramento às escolas estava ocorrendo de forma que ele venha a atender as atuais exigências advindas das escolas. Para isso, foi criado o Comitê de Assessoramento Pedagógico cujo propósito foi reorganizar o monitoramento das escolas,

numa perspectiva de estudos que privilegiam a reflexão teórica e prática estabelecida em Rede pelos Grupos de Trabalho que compõem o Comitê [...] Logo, a melhoria desse assessoramento requer que os diferentes departamentos/setores trabalhem de maneira articulada, a fim de minimizar os problemas decorrentes da fragmentação de ações desenvolvidas, evitando desperdício de tempo, de recursos financeiros e de pessoal. (NATAL, 2010, p. 45).

Entre outras atribuições, cabe aos assessores pedagógicos a busca constante pelo estudo e elaboração de soluções inovadoras nas áreas de gestão pedagógica, por meio de pesquisa, seleção, indicação e avaliação de meios e recursos pedagógicos, além de procurar discutir com a equipe gestora a utilização dos dados de avaliação de maneira a subsidiar o planejamento pedagógico; e ainda, contribuir com a equipe gestora nos encaminhamentos para elaboração, implementação e articulação do PPP/PDE/currículo/regimento escolar, elaborando relatório semestral das atividades de assessoria, visando indicar ações e projetos desenvolvidos, dúvidas, resultados obtidos e decisões contempladas pela SME/Natal.

O referido documento reconhece a necessidade de organização de metas que forneçam subsídios para o monitoramento das escolas e da formação continuada de maneira que sejam tomadas como eixos norteadores as avaliações do IDEB e INADE, os índices de rendimento e movimento escolar (aprovação, reprovação, abandono) auxiliados pelo Educacenso. Ao mesmo tempo, são destacados também como elementos essenciais para o desenvolvimento do assessoramento pedagógico que as ações planejadas estabeleçam relação com a legislação federal e municipal em vigor, a utilização de um referencial teórico que valorize a formação integral dos alunos (autonomia, responsabilidade, criticidade, criatividade e participação colaborativa) .

São objetivos desse projeto de assessoramento: orientar e acompanhar o processo pedagógico das escolas com o propósito de elevar a qualidade do ensino e a aprendizagem dos alunos; assegurar ações de apoio pedagógico às atividades de organização, acompanhamento, análise e implementação de soluções com vistas a aprimorar o processo educativo de forma a permitir uma maior eficácia no desempenho da equipe gestora, assegurando que o coordenador assuma o papel de mediador das atividades.

Para a operacionalização desses objetivos, foram utilizadas as seguintes estratégias: organização de um Comitê Estratégico de Assessoramento Pedagógico que integra dezesseis coordenadores de grupos de trabalho, a Secretaria Adjunta de Gestão Pedagógica e a Comissão de Formação Continuada, Ensino e Pesquisa, assim como as chefias de Departamentos/setores; formação de oito grupos de trabalho (GT) composto por dez assessores pedagógicos de diferentes Departamentos/Setores e dois coordenadores participantes do Comitê; organização de oito agrupamentos de até 10 dez escolas cada um, segundo características de desempenho fornecidas pelo IDEB e INADE; construção de uma pauta única pelo Comitê para a Formação dos Assessores e Formação dos Gestores, bem como das diretrizes para o assessoramento às unidades educacionais; reuniões semanais do Comitê para estudo, planejamento e avaliação do assessoramento; reuniões quinzenais dos Grupos de Trabalho para estudo, planejamento e avaliação do assessoramento às Unidades Educacionais e das reuniões mensais com a Equipe Gestora das Unidades Educacionais; Reuniões mensais dos Grupos de Trabalho com a Equipe Gestora das Unidades Educacionais para estudo, planejamento e avaliação das ações e projetos pedagógicos desenvolvidos, bem como da formação continuada de professores (NATAL, 2010).

Esse conjunto de proposições se insere no amplo direcionamento e exigências das reformas educacionais implementadas em nosso país nos últimos anos as quais trouxeram novas demandas para os sistemas de ensino o que tem repercutido em novas demandas para a formação e o trabalho docente. Conforme as leituras realizadas nos documentos, pudemos perceber os esforços da legislação local para estar em consonância com as diretrizes elaboradas em nível nacional. Esse fato que expressa uma adequação da política educacional do município de Natal às diretrizes educacionais do Ministério da Educação. As diretrizes educacionais do nosso município expressam a tendência mais ampla de organizar estratégias que contribuam para que sejam apresentados melhores resultados educacionais, com a inclusão de novas formas de gestão escolar, políticas de avaliação, novo perfil de formação e atuação do docente.

6 FORMAÇÃO E CONDIÇÕES DE TRABALHO DOCENTE: ÂNGULOS DA