• Nenhum resultado encontrado

CURTO CIRCUITO COM GERAÇÃO DISTRIBUIDA DE 12,07%

4.5.4 Projeção das Simulações

A Figura 29 mostra uma projeção do crescimento percentual dos níveis de corrente em cada barra após a conexão de geração distribuída. Nessa projeção é

possível observar todos os dados percentuais mencionados anteriormente e ter um panorama geral do comportamento das demais barras do sistema.

O gráfico mostra o aumento acentuado da corrente da barra 611 em comparação com as outras barras, mesmo sabendo que em magnitude a corrente desta ainda é inferior a da maioria das outras. Mostrando que os efeitos da GD as vezes podem ser maiores em pontos em que os níveis iniciais das correntes tem menores magnitudes.

Figura 29 Projeção dos Níveis de Corrente

5 CONCLUSÃO

Este trabalho trouxe em sua primeira parte, uma explanação de um modo geral da arquitetura do sistema elétrico brasileiro, mostrando algumas particularidades deste quanto a geração de energia elétrica, evidenciando a capacidade instalada e suas modalidades. Tratou-se de um trecho de muita importância pois deu uma base de como esta distribuída a energia elétrica no país dando uma ideia de quais poderão ser os pontos possivelmente afetados com a inserção das energias renováveis.

Ao falar de geração distribuída e energias renováveis o trabalho explanou os prováveis motivos da sua ascensão no Brasil, relatando os incentivos criados pelos órgãos competentes principalmente após o ano de 2012 e reforçados no ano de 2015 com as isenções fiscais. Após essa reestruturação o interesse do setor privado em investir na área aumentou consideravelmente e todas as formas de micro e minigeração distribuída por meio de energias renováveis tiveram um notável crescimento em sua parcela da matriz energética.

Com a definição clara quanto a caracterização de o que era considerado micro e minigeração distribuída com uso de fonte renovável e de como seriam compensados os creditos gerados pelas mesmas, o mercado reagiu de forma positiva quanto a aceitação das novas tecnologias e a partir de julho de 2016 a curva no gráfico que ilustra o crescimento das unidades consumidoras com geração distribuída não para de subir. Com base nesse crescimento, o qual este trabalho mostrou detalhadamente, fora realizada uma projeção desta curva ate o ano de 2024, a qual mostra que as adesões seguirão crescendo e em sua maioria serão consumidores residenciais.

Levando em consideração essa crescente, o trabalho também expôs alguns fatores pró e contra em um âmbito geral do crescimento na adesão por fontes renováveis de energia. O que mostra que os órgãos competentes estão atentos a essas alterações e sabem das suas responsabilidades para manter o sistema funcionando adequadamente. Todos estão de comum acordo de que as prioridades do sistema são a sua continuidade na entrega da energia, a qualidade da energia elétrica e a segurança de suas redes. Em relação a geração distribuída, dessas três as maiores preocupações são quanto a qualidade e a segurança.

Na sua ultima parte o trabalho foi direcionado justamente para a área de qualidade e segurança, analisando as mudanças nos níveis de corrente de curto circuito em um trecho de rede. Foi abordada de uma maneira geral a topologia de um trecho de rede de distribuição de energia elétrica, pontuando superficialmente as suas características, os equipamentos que a compõem bem como suas funções e particularidades. Fora importante esclarecer também para a continuidade do trabalho e bom entendimento do sistema, os modelos de carga que compõem uma rede e os tipos de falta que podem ocorrer na mesma.

Chama atenção a preocupação que muitos autores tem sobre os problemas que podem ser provocados devido a alteração nos níveis de corrente de um sistema de distribuição devido a inserção de fontes de geração distribuída. Em sua maioria a preocupação é quanto a coordenação e seletividade dos dispositivos de proteção (religador e elo fusível), já que a rede foi projetada para atuar de forma unidirecional e após a inserção das fontes de geração essa característica pode estar sendo perdida. Para vários autores ainda se faz necessária a realização de estudos mais aprofundados para reduzir esses impactos e garantir o bom funcionamento do sistema como um todo.

Com o intuito de estudar os possíveis impactos provocados nos níveis de corrente pela inserção de fontes distribuídas de energia ao longo do trecho, o final dessa última parte do trabalho consistiu em adaptar o sistema IEEE 13 barras que originalmente não conta com esse tipo de conexão, e simular o seu funcionamento no software OpenDSS. Depois de apresentado o software OpenDSS, realisado o detalhamento do sistema IEEE 13 barras com todas suas particularidades, e de apresentadas as alterações a serem feitas posteriormente, seguiu-se para as simulações.

As simulações apresentaram alguns resultados esperados com a conexão de mais unidades geradoras na rede. Os níveis de corrente de curto – circuito elevaram consideravelmente, já na primeira simulação, com apenas um pouco mais de 12% de potencia injetada, a média geral de elevação da corrente nas barras passou de 8%. Neste primeiro caso as barras que sentiram maior influência foram as mais próximas da que conectada a geração, nem sempre tiveram um aumento na magnitude da corrente maior mas sim um percentual mais elevado em comparação as outras.

Na segunda etapa das simulações o objetivo era injetar um percentual total de geração distribuída pelo menos uma vez e meia maior do que o injetado na primeira simulação, para que fossem visíveis as alterações no sistema. Então foi injetada uma potência total de um pouco mais de 1,2 MVA, este valor representa mais de 30% da carga total do sistema, o que levou a uma alteração significativa na maioria das barras. O nível de corrente geral foi de quase 10% a mais do que na experiência anterior, mas também mostrou que a elevação pode não ser necessariamente proporcional ao nível de injeção, pois o aumento médio das correntes foi de 1,5% enquanto a injeção de potência foi de quase 20% a mais em relação a experiência anterior.

A terceira e ultima etapa das simulações consistiu em injetar potência em uma barra que provavelmente seria a com maior fluxo de corrente circulante, trata se da barra 632 ponto de ligação para todas as ramificações do sistema. Nesta etapa tornaram-se ainda mais visíveis os efeitos das conexões de geração distribuídas provocados nos níveis de corrente com uma barra chegando a um acréscimo de quase 2000 A.

Como recomendação para trabalhos futuros, sugere-se os seguintes estudos com o intuito de dar continuidade a análise dos impactos da geração distribuída:

Realizar um estudo analisando os impactos provocados pelos diversos tipos de geração distribuída;

Pesquisar sobre os efeitos na coordenação e seletividade dos dispositivos de proteção com a conexão de geração distribuída.

Documentos relacionados