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Projecto SIAG 2.2 – Auditoria à organização e funcionamento das Agências de Contratualização das Administrações Regionais de Saúde.

FIGURA 5 – ILÍCITOS PUNIDOS EM

3.2. Grau de execução dos programas e projectos

3.2.2. Programa SIAG 2 – Auditorias de gestão

3.2.2.2. Projecto SIAG 2.2 – Auditoria à organização e funcionamento das Agências de Contratualização das Administrações Regionais de Saúde.

Objectivo do Projecto: Verificar a actividade desenvolvida pelas Agências de Contratualização das Administrações Regionais de Saúde e avaliar a utilização dos recursos que lhes foram afectos.

A auditoria à organização e funcionamento das Agências de Contratualização das Administrações Regionais de Saúde assentou, fundamentalmente, na análise das actividades desenvolvidas no quadro normativo aplicável às Agências de Acompanhamento dos Serviços de Saúde, criadas através do DN 46/97, de 11.7, e depois designadas e pontualmente reorientadas, como Agências de Contratualização dos Serviços de Saúde, através do DN 61/99, de 1.9, tendo-se concluído ao nível da sua organização que:

MINISTÉRIO DA SAÚDE

INSPECÇÃO-GERAL DA SAÚDE

a) em todas as ARS foram afectos às ACSS corpos pluridisciplinares, compostos por técnicos superiores (das carreiras médica e de administração hospitalar), técnico-profissionais e administrativos, integrando elementos contratados, a termo certo e em regime de avença, dos quais perto de 50% detinham relações contratuais através de avenças (sem levar em conta a situação da ARS do Algarve, porque, alegadamente, a ACSS deixou de funcionar a partir de 2002).

b) é generalizada a ausência de representantes dos utentes, de organizações profissionais, de consumidores, de autarquias ou outros, susceptíveis de desenvolver actividades conjuntas ou articuladas;

c) os Regulamentos Internos de funcionamento não se encontravam elaborados, contudo, a ARS do Norte criou um documento estratégico e o regulamento da ARS do Alentejo encontrava-se, à data (Outubro de 2005), em fase de conclusão.

No tocante às principais actividades desenvolvidas face às suas atribuições legais, concluiu- se:

a) a participação na previsão de necessidades em cuidados de saúde, tem-se consubstanciado, fundamentalmente, através de projectos e/ou programas específicos (v.g. listas de espera, saúde oral, SU/SAP, cuidados continuados) e não tanto num quadro e programa de acção, centralizado, sistematizado e estruturado, de forma articulada e globalizante.

b) a vertente de produção e divulgação de informação sobre os serviços de saúde e da promoção da utilização desses conhecimentos pela administração foi reflectida nas tarefas realizadas, com alguma regularidade, no acompanhamento da produção e desempenho dos Hospitais e Centros de Saúde.

c) a ausência de representantes dos utentes nas ACSS e o sugerido desconhecimento da informação sobre os serviços de saúde, parecem conjugar-se no sentido da informação, tendencialmente negativa, quanto à incorporação da opinião dos cidadãos na reorientação do sistema de saúde.

d) o acompanhamento do desempenho das instituições e serviços de saúde, constitui a área de actuação mais relevante das ACSS, tanto pela abrangência dessa intervenção, como pelos instrumentos de suporte e das ferramentas utilizadas (IGIF): num plano mais generalista, destaque para contratos/orçamentos–programa dos hospitais (SA e SPA) e os respectivos relatórios e mapas de controlo e acompanhamento do desempenho; a um nível mais localizado, sublinhe-se a realização de estudos relacionados com os regimes remuneratórios experimentais e as horas extraordinárias ou com os gastos em medicamentos.

e) relativamente à participação gradual no processo de atribuição/distribuição dos recursos financeiros pelas instituições de saúde, extrai-se que o nível e peso da intervenção das ACSS não se mostram uniformes: nuns casos, traduziram-se, nomeadamente, na análise e elaboração de estudos com vista à decisão sobre a sua atribuição/distribuição (ARS Norte e LVT); noutros, terão implicado a participação em reuniões de discussão da sua atribuição (ARS do Centro); noutros casos, ainda, não foi suscitada qualquer participação deste tipo e com tal objectivo (ARS Alentejo). Isto perante um outro dado adquirido, qual seja, o de que a atribuição/distribuição dos recursos financeiros compete ao IGIF.

f) no que respeita a acordos e convenções com entidades privadas e IPSS, a informação obtida ou foi omissa quanto a uma participação regular e determinante das Agências, ou

MINISTÉRIO DA SAÚDE

INSPECÇÃO-GERAL DA SAÚDE

realça, sobretudo, a sua intervenção no sector social, dando a entender que, como decorre da lei quadro das convenções, se trata de matérias da esfera de atribuições e competências das ARS e da própria Direcção Geral da Saúde.

g) a participação na celebração, no acompanhamento e previsão de contratos de gestão de serviços públicos com entidades privadas, por parte das ACSS restringe-se a casos pontuais (casos duma Fundação, da área da ARS do Centro e do H. F. Fonseca, da ARSLVT).

h) a avaliação dos ganhos obtidos em saúde e bem-estar com os recursos utilizados é encarada como uma questão complexa e de forma algo diferenciada, embora acabe por ser reportada à avaliação da contratualização/custos dos cuidados, do desempenho e da eficiência dos serviços. Contudo, há quem considere que, embora seja de difícil quantificação, essa avaliação não é, por essa razão, afastada, e havendo quem entenda (ARSLVT) que nunca caberia à ACSS regional essa competência, tanto mais que não se conhece, a nível nacional, qualquer sistema de avaliação de ganhos em saúde e sua correlação com os gastos.

Em relação a outros aspectos conexos:

a) quanto à articulação com outros serviços, retira-se que o Conselho Nacional das Agências não teve uma função/actividade regular junto da generalidade das ACSS, nalguns casos não é sequer referenciado qualquer sinal da sua intervenção, e com referência aos serviços centrais do Ministério da Saúde colhem-se registos de dificuldades e/ou grandes hiatos de comunicação.

b) a informação disponibilizada dá enfoque às carências e/ou insuficiências dos recursos disponíveis e às dificuldades organizacionais, bem como às contingências de matriz conjuntural, sobretudo, enquanto geradoras de grande rotatividade/instabilidade nas equipas afectas, a começar pelas respectivas coordenações, a que acresce a ausência ou falta de dinâmica da estrutura de cúpula (CNA), e, assim, tudo contribuindo, segundo uns, para a inviabilidade da implementação do modelo das ACSS, segundo outros, para o progressivo esvaziamento e/ou desvitalização das Agências (em dois casos praticamente extintas).

c) focalizando outros aspectos, salienta-se, no caso da ARS LVT, o projecto que serve de base à preparação do processo de contratualização com os hospitais, a nível nacional. Em suma, o resultado desta intervenção mostra evidências suficientes para concluir que as ACSS, dum modo geral, não têm cumprido integralmente e com a dinâmica e sucesso desejável, as funções que lhe foram cometidas e que estiveram na sua origem.

3.2.2.3. Projecto SIAG 2.3 – Colaboração com a Inspecção-Geral de Finanças na