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O Projecto Pensas@moz e o Plano de Formação Profissional e Tecnológica para

Capítulo IV – O Pensas@moz como um Caso de Sucesso

3. O Projecto Pensas@moz e o Plano de Formação Profissional e Tecnológica para

No Plano de Formação Profissional e Tecnológica para Moçambique temos participação conjunta de três entidades: O Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, a Universidade de Aveiro e a Escola Portuguesa de Moçambique, Centro de Ensino e Língua Portuguesa.

Deste Plano faz parte o mencionado projecto Pensas@moz, Ensino Assistido por computador. Pois nos objectivos do referido Plano pode ler-se: “Tradicionalmente subsiste ausência de estratégias de planeamento e difusão das novas tecnologias, entendidas mais como um luxo do que como um investimento. Importa inverter esta situação. Programar estrategicamente a utilização da Rede Pensas@moz para uma intervenção

multidimensional em vários domínios da formação e de uma utilização permanente da tecnologia ao serviço das comunidades.”

Portanto, é bem notável a utilidade deste Projecto no Processo de Educação Moçambicano.

A primeira fase do Projecto Pensas@moz está concluída e implementada no terreno. Sendo assim, a arquitectura e configuração do Projecto, está de acordo com o esquema da figura 5. A segunda fase está em negociações com as entidades financiadoras.

De acordo com este Plano pretende-se que exista uma Formação Contínua, uma Formação em Rede e Cursos de Complemento de Formação. De seguida são, então descritos os objectivos visados em cada uma das formações apresentadas.

Em relação à Formação Contínua

A Formação Contínua de docentes e outros agentes educativos tem, entre outros, os seguintes objectivos fundamentais:

1. A melhoria da qualidade do ensino e das aprendizagens, através da permanente actualização e aprofundamento de conhecimentos, nas vertentes teórica e prática; 2. O aperfeiçoamento das competências profissionais dos docentes nos vários

domínios da actividade educativa;

3. O incentivo à auto-formação, à prática da investigação e à inovação educacional; 4. A aquisição de capacidades, competências e saberes que favoreçam a construção da

autonomia das escolas e dos respectivos projectos educativos;

5. Descentralizar a formação e adequa-la à realidade dos formandos e escolas;

6. Criação de manuais modulares para a disciplina de Matemática e Português e produzidos de acordo com os programas e realidades locais.

Em relação Formação em Rede

A Formação em Rede de docentes e outros agentes educativos faz-se usando as salas de computadores ligados em rede, instaladas em todas as Províncias de Moçambique. Este projecto conta o financiamento da Cooperação Portuguesa, Instituto de Apoio ao Desenvolvimento e tem por objectivos, além dos anteriores:

2. Criação de manuais modulares para a disciplina de Matemática e Português e produzidos de acordo com os programas e realidades locais.

3. Combater a info-exclusão.

4. Promover o uso da Internet na Formação e na Aprendizagem.

Em relação aos Cursos de Complemento de Formação

Dotar os professores integrados no sistema de ensino moçambicano de um conjunto de competências que permitam:

• A melhoria da qualidade de ensino;

• Actualização tecnológica (combate à info-exclusão);

• Progressão no sistema de ensino (licenciatura e bacharelatos); • Formação académica e profissional.

Neste plano são ainda apresentadas algumas considerações finais, nas quais consta a informação apresentada em seguida.

Estas competências serão adquiridas através de um conjunto de acções de formação e validadas e certificadas pelo Ministério da Educação e Cultura de Moçambique.

Ainda, em relação à Formação Complementar é necessário referir que após a negociação com as entidades oficiais moçambicanas e parceiros sociais é indispensável encontrar resposta às seguintes questões:

• Quais as necessidades de formação? • Quais as áreas de formação?

• Formação de base dos docentes (situação real). • Qual o grau académico a atingir?

Na figura 12 é representado o esquema do Plano e Formação Profissional e Tecnológica para Moçambique, onde é representado o Protocolo existente entre Portugal e Moçambique. Este esquema representa o Pensas@moz com a mesma importância que a Formação em Serviço e Estágio Pedagógico e a Formação Especializada.

Fonte: Plano de Formação Profissional e Tecnológica para Moçambique. Figura 12. Plano de Formação Profissional e Tecnológica para Moçambique

Conclusão

Neste trabalho apresenta-se a cooperação para o desenvolvimento internacional como indispensável para promover o desenvolvimento dos países mais pobres.

Tendo em consideração todo o impacto da Ciência na sociedade bem como o facto do estado de avanço da ciência e tecnologia ocidentais de um país subdesenvolvido (em comparação com os países cientifica e tecnologicamente mais evoluídos) ser considerado o indicador mais adequado para determinar o grau de modernização de um determinado país, torna-se óbvia a Divulgação de Ciência como agente da Cooperação para o Desenvolvimento Internacional. É nesta perspectiva que no presente estudo se defende a divulgação científica como forma de contribuir para a melhoria da Educação e capacitação nos Países em Desenvolvimento, nomeadamente, em Moçambique, devendo por isso ser considerada, se bem utilizada, um instrumento importante para a definição das políticas de cooperação.

Visando a ilustração do estudo efectuado, apresentam-se os Projectos Pensas@moz e OUTclass, como constituintes da vertente internacional do Projecto Matemática Ensino e alicerces que proporcionam a divulgação de ciência como o agente de cooperação internacional portuguesa com Moçambique.

Conclui-se que o Projecto Pensas@moz é um caso de sucesso evidente de divulgação científica da cooperação portuguesa, quer no que respeita ao próprio processo de cooperação internacional, quer em relação ao processo educação.

Por um lado, atribuem-se como causas evidentes de tal êxito o facto de se usufruir da complementaridade dos ensinos formal, não-formal e informal bem como da Internet surgir como o centro do processo educação. Não se deixando de ter em consideração que a motivação conseguida aquando a utilização de jogos, competições educativas também está na origem do sucesso referido.

Por outro lado, no que se relaciona com o processo de cooperação internacional, conclui-se que o mesmo, para além de assentar no Acordo de Cooperação entre a República Portuguesa e a República Moçambicana, também satisfaz as necessidades e interesses das populações locais africanas. Considera-se ainda que todo o empenho real dos promotores do Projecto, no sentido de assegurar a sua implementação efectiva a favor dos

interesses de Moçambique é essencial ao resultado francamente positivo obtido na concretização do mesmo.

Têm-se motivado os alunos de ambos os países para as várias áreas do Saber, possibilitando o desenvolvimento mútuo da capacidade de comunicação bem como do raciocínio, não menosprezando o aperfeiçoamento do domínio da língua portuguesa.

Pode, deste modo, concluir-se que as competências desenvolvidas no âmbito deste projecto, muito têm contribuído para o aumento da literacia que tanto se ambiciona actualmente, no sentido de se educarem cidadãos responsáveis e socialmente conscientes.

Conclui-se que só encarando a partilha de conhecimento com outras sociedades e no interior delas próprias e atendendo às suas especificidades é que se poderá ambicionar a evolução, caminhando-se para uma globalização do Saber, visando um desenvolvimento mundial “mais” igual para todos.

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