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Capitulo 7 / Projectos demonstrativos de acordo com as metodologias desenvolvidas

7.3 Projecto 2

De acordo com a metodologia apresentada em 6.3 procedeu-se ao desenvolvimento de projecto de um brinquedo visando actividades para as crianças que fossem de encontro ao desenvolvimento da consciência ambiental. A fase de desenvolvimento cognitivo visada foi dos 3 aos 5 anos e a actividade preconizada foi o desenvolvimento de graus de pertença e associação através do estímulo ou reconhecimento da compatibilidade entre formas nomeadamente através do encaixe entre pares. Para a geração de conceitos tomou-se em consideração sobretudo as alíneas b (respeitar os ecossistemas) e g (recuperar e desenvolver valores e comportamentos tais como: respeito mútuo, compromisso.) da 3.ª etapa. Ao longo de vários esboços e esquiços a autora (designer) explorou variadas ideias para este projecto. O conceito que veio a ser desenvolvido baseia-se na ideia seleccionada de entre as inúmeras propostas geradas. O protótipo foi realizado por impressão 3D em material cerâmico de alta

Imagem 23 І Protótipo Final

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qualidade. Nas imagens seguintes estão representadas os respectivos renders (Imagens 24 e 25) e fotografias do protótipo (Imagens 26 e 27) do conceito escolhido.

Imagem 24 І Render 1, Conceito Final

Imagem 25 І Renders 2,3 e 4 Conceito Final

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7.4 Nota Conclusiva

Através do projecto de 2 jogos interligados para diferentes faixas etárias, e a apresentação do seu desenvolvimento iterativo demonstrou-se a utilização das 3 metodologias originais apresentadas nesta dissertação. O projecto 1 pretende ser um exemplo de design ecológico devido às características do seu material biodegradável. Procurando também cultivar desde cedo os pequenos petizes para o cuidado a ter com a natureza e o com o nosso planeta. Apesar da tenra idade os pequenos utilizadores já conseguem memorizar pequenas acções e reproduzi-las futuramente.

O projecto 2 que tem como base uma metodologia que visa a educação para a consciência da sustentabilidade incorpora os princípios de respeito pelos ecossistemas e desenvolvimento de comportamentos e valores. Este brinquedo composto por uma pequena árvore que nela habitam 4 pequenos animais, pretende demonstrar que todos têm direito ao seu espaço. Acções como a desflorestação provocam muitas vezes a extinção de espécies animais e de habitats naturais, desde modo pretende-se que o pequeno petiz se interesse pela continuidade do seu planeta. Se todos nós temos o nosso espaço porque não deixarmos os animais viverem no espaço deles?...

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Conclusão Geral

O design como impulsionador da educação para a sustentabilidade ambiental e a necessidade da aplicação de conceitos ecológicos na produção de novos produtos, neste caso falamos de brinquedos, têm-se traduzido na criação de novas metodologias.

As metodologias apresentadas nesta dissertação foram fruto de uma morosa e elaborada investigação na área da educação infantil, da sustentabilidade ambiental e desenvolvimento sustentável e de uma pesquisa sobre produtos já produzidos e que se encontram ao nosso dispor.

As metodologias para o design de brinquedos ecológicos e para o design visando a educação da consciência para a sustentabilidade ambiental são resultado de uma junção de 3 metodologias, procurando deste modo colmatar a existência de possíveis falhas.

Com base no trabalho de investigação e nas metodologias finais apresentam-se dois projectos/brinquedos que vão de encontro à concretização do objectivo geral desta dissertação.

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Trabalhos Futuros

No âmbito do processo de avaliação dos resultados projectuais com vista à validação da metodologia desenvolvida, propõe-se para trabalhos futuros o levantamento de dados empíricos através de questionários, que venham a suscitar a criação de modelos empíricos relacionando as propriedades dos objectos criados com as impressões subjectivas dos pais e amigos dos seus utilizadores. Desse modo poderá averiguar-se se as metodologias propostas e implementadas dando lugar à concepção dos brinquedos apresentados são eficazes face aos objectivos que orientaram a criação das mesmas.

Propõe-se uma fase de experimentação dos protótipos materializados em látex, uma vez que os protótipos demonstrados nos capítulos 7.2 e 7.3 foram realizados em gesso suscitando deste modo uma confirmação e análise das propriedades e da resistência do material proposto.

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Anexos

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A CARTA DA TERRA • 1

DESAFIOS PARA O FUTURO

A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamen- tais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Deve- mos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais e não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafi- os ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções includentes.

RESPONSABILIDADE UNIVERSAL

Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa co- munidade local.

Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global estão liga- das. Cada um compartilha da responsabilidade pelo presen- te e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade huma- na e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com grati- dão pelo dom da vida e com humildade considerando em relação ao lugar que ocupa o ser humano na natureza. Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na espe- rança, afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos, e institui- ções transnacionais será guiada e avaliada.

PREÂMBULO

stamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tem- po, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adi- ante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino co- mum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sus- tentável global baseada no respeito pela natureza, nos direi- tos humanos universais, na justiça econômica e numa cultu- ra da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida e com as futuras gerações.

TERRA, NOSSO LAR

A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida úni- ca. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições es- senciais para a evolução da vida. A capacidade de recupera- ção da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com to- dos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambi- ente global com seus recursos finitos é uma preocupação co- mum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversi- dade e beleza da Terra é um dever sagrado.

A SITUAÇÃO GLOBAL

Os padrões dominantes de produção e consumo estão cau- sando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sen- do divididos eqüitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas ten- dências são perigosas, mas não inevitáveis.

A CARTA DA TERRA • 2 I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA.

1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade. a) Reconhecer que todos os seres são interdependentes

e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.

b) Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres

humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e es- piritual da humanidade.

2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.

a) Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e

usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.

b) Assumir que, com o aumento da liberdade, dos co-

nhecimentos e do poder, vem a maior responsabilidade de promover o bem comum.

3. Construir sociedades democráticas que sejam jus- tas, participativas, sustentáveis e pacíficas. a) Assegurar que as comunidades em todos os níveis ga-

rantam os direitos humanos e as liberdades fundamen- tais e proporcionem a cada pessoa a oportunidade de realizar seu pleno potencial.

b) Promover a justiça econômica e social, propiciando a

todos a obtenção de uma condição de vida significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.

4. Assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e às futuras gerações.

a) Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é

condicionada pelas necessidades das gerações futuras.

b) Transmitir às futuras gerações valores, tradições e ins-

tituições que apóiem a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra a longo prazo.

Para poder cumprir estes quatro compromissos amplos, é necessário:

II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA

5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas eco- lógicos da Terra, com especial atenção à diversida- de biológica e aos processos naturais que susten- tam a vida.

a) Adotar, em todos os níveis, planos e regulamentações

de desenvolvimento sustentável que façam com que a conservação e a reabilitação ambiental sejam parte inte- gral de todas as iniciativas de desenvolvimento.

b) Estabelecer e proteger reservas naturais e da biosfera

viáveis, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.

c) Promover a recuperação de espécies e ecossistemas

ameaçados.

d) Controlar e erradicar organismos não-nativos ou mo-

dificados geneticamente que causem dano às espécies nativas e ao meio ambiente e impedir a introdução des- ses organismos prejudiciais.

e) Administrar o uso de recursos renováveis como água,

solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam às taxas de regeneração e que protejam a saú- de dos ecossistemas.

f) Administrar a extração e o uso de recursos não-

renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de for- ma que minimizem o esgotamento e não causem dano ambiental grave.

6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor méto- do de proteção ambiental e, quando o conhecimen- to for limitado, assumir uma postura de precaução. a) Agir para evitar a possibilidade de danos ambientais

sérios ou irreversíveis, mesmo quando o conhecimento científico for incompleto ou não-conclusivo.

b) Impor o ônus da prova naqueles que afirmarem que a

atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que as partes interessadas sejam responsabilizadas pelo dano ambiental.

c) Assegurar que as tomadas de decisão considerem as

conseqüências cumulativas, a longo prazo, indiretas, de longo alcance e globais das atividades humanas.

d) Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambien-

te e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.

e) Evitar atividades militares que causem dano ao meio

ambiente.

7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodu- ção que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comuni- tário.

a) Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sis-

temas de produção e consumo e garantir que os resídu- os possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.

b) Atuar com moderação e eficiência no uso de energia e

contar cada vez mais com fontes energéticas renováveis, como a energia solar e do vento.

c) Promover o desenvolvimento, a adoção e a transfe-

A CARTA DA TERRA • 3

midores a identificar produtos que satisfaçam às mais altas normas sociais e ambientais.

e) Garantir acesso universal à assistência de saúde que

fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.

f) Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de

vida e subsistência material num mundo finito.

8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover o intercâmbio aberto e aplicação ampla do conhecimento adquirido.

a) Apoiar a cooperação científica e técnica internacional

relacionada à sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.

b) Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicio-

nais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuem para a proteção ambiental e o bem-estar humano.

c) Garantir que informações de vital importância para a

saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, permaneçam disponíveis ao do- mínio público.

III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA

9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.

a) Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segu-

rança alimentar, aos solos não-contaminados, ao abri- go e saneamento seguro, alocando os recursos nacio- nais e internacionais demandados.

b) Prover cada ser humano de educação e recursos para

assegurar uma condição de vida sustentável e propor- cionar seguro social e segurança coletiva aos que não são capazes de se manter por conta própria.

c) Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis,

servir àqueles que sofrem e habilitá-los a desenvolve- rem suas capacidades e alcançarem suas aspirações.

10. Garantir que as atividades e instituições econô- micas em todos os níveis promovam o desenvolvi- mento humano de forma eqüitativa e sustentável. a) Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro

das e entre as nações.

b) Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, téc-

nicos e sociais das nações em desenvolvimento e liberá- las de dívidas internacionais onerosas.

c) Assegurar que todas as transações comerciais apói-

em o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.

d) Exigir que corporações multinacionais e organizações

financeiras internacionais atuem com transparência em

11. Afirmar a igualdade e a eqüidade dos sexos como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assis- tência de saúde e às oportunidades econômicas. a) Assegurar os direitos humanos das mulheres e das

meninas e acabar com toda violência contra elas.

b) Promover a participação ativa das mulheres em todos

os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.

c) Fortalecer as famílias e garantir a segurança e o cari-

nho de todos os membros da família.

12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corpo- ral e o bem-estar espiritual, com especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias. a) Eliminar a discriminação em todas as suas formas,

como as baseadas em raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.

b ) Afirmar o direito dos povos indígenas à sua

espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas com condições de vida sustentáveis.

c) Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades,

habilitando-os a cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.

d) Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado

cultural e espiritual.

II. V. DEMOCRACIA, NÃO-VIOLÊNCIA E PAZ

13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e prover transparência e responsabilização no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões e acesso à justiça.

a) Defender o direito de todas as pessoas receberem in-

formação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que possam afetá-las ou nos quais tenham interesse.

b) Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e

promover a participação significativa de todos os indiví- duos e organizações interessados na tomada de decisões.

c) Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expres-

são, de reunião pacífica, de associação e de oposição.

d) Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos

judiciais administrativos e independentes, incluindo reti- ficação e compensação por danos ambientais e pela ame- aça de tais danos.

A CARTA DA TERRA • 4

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