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4.3 PROJETO DOS CONTROLADORES

4.3.2 Projeto do controlador de tens ˜ao

Os polos em malha fechada do lac¸o de tens ˜ao devem estar suficientemente pr ´oximos do eixo jω, de forma que o diagrama de blocos da figura 14 pode ser sim- plificado para o diagrama de blocos da figura 18. O controlador P I2 e a func¸ ˜ao de transfer ˆencia G2(s)s ˜ao descritos pelas equac¸ ˜oes (56) e (51), respectivamente.

Figura 18: Diagrama de blocos equivalente para projeto do controlador de tens ˜ao Fonte:Autoria pr ´opria.

Al ´em do desacoplamento entre as din ˆamicas de tens ˜ao e corrente, deve- se levar em conta para projeto dos ganhos do controlador que a resposta de tens ˜ao no barramento CC n ˜ao deve apresentar ultrapassagem e que o sistema deve operar dentro dos limites de saturac¸ ˜ao. Assim, o zero kp2ki2 foi alocado em −40 e, deslocando

4.3 PROJETO DOS CONTROLADORES 39

os polos de malha fechada pelo SISOTOOL, ajustou-se o ganho proporcional para kp2= 0, 008. Difiniu-se o controlador, portanto, da forma:

P I2 = kp2 s (s + ki2 kp2 ) = 0, 008 s (s + 40). (64)

A fim de analisar o desacoplamento entre as din ˆamicas, na figura 19 se apresentam as respostas ao degrau para os sistema descritos pelos diagramas de blocos das figuras 14 e 18.

Figura 19: Comparac¸ ˜ao entre as respostas ao degrau te ´oricas em malha fechada dos diagramas de blocos simplificado e completo

Fonte:Autoria pr ´opria.

Observa-se um tempo de assentamento quase 1000 vezes maior do que o da malha de corrente e nenhuma ultrapassagem. Dentro do esperado, portanto.

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5 RESULTADOS E DISCUSS ˜OES

A partir do projeto apresentado nos cap´ıtulos anteriores realizou-se simulac¸ ˜ao computacional na ferramenta Simulink do Matlab. Na figura 20 apresenta-se o circuito simulado.

Figura 20: Layout do projeto de simulac¸ ˜ao em simulink. Fonte:Autoria pr ´opria.

5 RESULTADOS E DISCUSS ˜OES 41

Os par ˆametros utilizados para sistema de pot ˆencia s ˜ao conforme apresen- tado na tabela 6. Os controladores s ˜ao apresentados nas equac¸ ˜oes (63) e (64). O detalhamento das transformac¸ ˜oes de Clark e Park ´e apresentado no Anexo A.

A fim de se analisar o comportamento das correntes de entrada e validar o projeto das malhas internas, substitui-se o conjunto RC na sa´ıda do conversor por uma fonte CC ideal de 400 V . Como ´e a malha de tens ˜ao que geraria a refer ˆencia de corrente em eixo direto, utiliza-se de um valor constante, definido pela equac¸ ˜ao (4), da forma:

Ip =

2 · 2 kW

3 · 0, 9 ·√2 · 127 V = 8, 25 A. (65) A din ˆamica obtida dos sinais das correntes de entrada ide iq ´e apresentado

na figura 21 em comparac¸ ˜ao com a refer ˆencia.

Figura 21: Correntes de entrada em eixos s´ıncronos em comparac¸ ˜ao com a refer ˆencia de eixo direto para simulac¸ ˜ao com fonte de tens ˜ao CC ideal no lugar da cara.

Fonte:Autoria pr ´opria.

Como j ´a mencionado anteriormente, para que o sistema completo opere dentro do esperado n ˜ao deve haver saturac¸ ˜ao das ac¸ ˜oes de controle Vsd e Vsq. Como

demonstrado no Anexo A, as transformac¸ ˜oes abc −→ dq mant ´em as amplitudes dos sinais. Assim, observa-se pela equac¸ ˜ao 30, que estes sinais n ˜ao devem ultrapassar o valor da tens ˜ao de sa´ıda, ou seja, 400 V .

Na figura 22 se apresentam os sinais das func¸ ˜oes de chaveamento Vsd e

5 RESULTADOS E DISCUSS ˜OES 42

Figura 22: Func¸ ˜oes de chaveamento em eixos s´ıncronos para simulac¸ ˜ao com fonte de tens ˜ao ideal CC no lugar da carga.

Fonte:Autoria pr ´opria.

Na figura 23 apresenta-se a comparac¸ ˜ao entre a resposta ao degrau te ´orica e o resultado obtido.

Figura 23: Comparac¸ ˜ao entre as respostas ao degrau te ´oricas e simulada para corrente de eixo direto do sistema com fonte de tens ˜ao CC no lugar da carga.

Fonte:Autoria pr ´opria.

Obteve-se valores de pico para o resultado te ´orico e para o de simulac¸ ˜ao (incluindo as variac¸ ˜oes de alta frequ ˆencia) de, respectivamente, 4, 8 V e 5, 2 V . As respostas atingem a refer ˆencia ao mesmo tempo. Esses resultados validam o projeto da planta e do sistema de controle de corrente.

Na figura 24 observa-se a resposta de tens ˜ao para o sistema completo. A comparac¸ ˜ao com o resultado te ´orico ´e mostrado na figura 25

A resposta din ˆamica do barramento CC obtida apresenta uma pequena diferenc¸a com relac¸ ˜ao a resposta te ´orica, no entanto a refer ˆencia ´e atingida com tem- pos similares. Observa-se um pico de tens ˜ao nos primeiros instantes, no resultado de simulac¸ ˜ao. Na figura 26, que mostra essa variac¸ ˜ao em detalhe, v ˆe-se que o pico ocorre em aproximadamente 2, 5 ms.

Na figura 23, que apresenta o comportamento din ˆamico da corrente de eixo direto, pode-se observar que a ultrapassagem ocorre at ´e o tempo de aproximada- mente 3, 5 ms. Ou seja, devido a diferenc¸a nas velocidades de respostas entre os

5 RESULTADOS E DISCUSS ˜OES 43

Figura 24: Resposta de tens ˜ao de barramento CC em comparac¸ ˜ao com a tens ˜ao de refer ˆencia.

Fonte:Autoria pr ´opria.

Figura 25: Comparac¸ ˜ao entre a resposta din ˆamica de tens ˜ao do barramento CC te ´orica e simulada.

Fonte:Autoria pr ´opria.

Figura 26: Detalhe da variac¸ ˜ao na resposta de tens ˜ao devido a ultrapassagem na res- posta de corrente.

Fonte:Autoria pr ´opria.

lac¸os de tens ˜ao e de corrente, essa ultrapassagem na resposta de corrente afeta a resposta de tens ˜ao antes que o lac¸o externo atue.

Os resultados de ripple de tens ˜ao e de corrente s ˜ao apresentados, em de- talhe, nas figuras 27 e 28, respectivamente.

5 RESULTADOS E DISCUSS ˜OES 44

Figura 27: Detalhe do Ripple de tens ˜ao no barramento CC. Fonte:Autoria pr ´opria.

Figura 28: Detalhe do Ripple da corrente de entrada ia(t).

Fonte:Autoria pr ´opria.

Ambos os resultados de ripple est ˜ao dentro do esperado. Para a variac¸ ˜ao de tens ˜ao esperava-se um resultado de at ´e 4 V e, para a variac¸ ˜ao de corrente, de 0, 8 A.

Na figura 29 apresenta-se em comparac¸ ˜ao, a func¸ ˜ao de chaveamento em coordenadas abc, e a tens ˜ao entre o indutor e o ponto neutro da fonte de tens ˜ao.

Figura 29: Tens ˜ao de fase entre o indutor La e o ponto neutro da fonte de tens ˜ao em

comparac¸ ˜ao com a func¸ ˜ao de chaveamento em coordenadas abc. Fonte:Autoria pr ´opria.

Na figura 30, observa-se a comparac¸ ˜ao entre a tens ˜ao de fase va(t) (di-

vidida por 20) e a corrente ia(t). Obteve-se um valor de pico de corrente de 8, 5 A,

pr ´oximo do valor te ´orico de 8, 25 A. Observa-se, ainda, que os sinais est ˜ao em fase, ou seja, que o sistema apresenta fator de pot ˆencia unit ´ario. Na figura 31, apresentada- se os resultados de pot ˆencia ativa e reativa drenada pelo conversor. Como n ˜ao h ´a

5 RESULTADOS E DISCUSS ˜OES 45

consumo de pot ˆencia reativa, o sistema opera com fator de pot ˆencia unit ´ario.

Figura 30: Tens ˜ao de fase e corrente de fase na entrada do retificador. Fonte:Autoria pr ´opria.

Figura 31: Pot ˆencia ativa e pot ˆencia reativa drenadas pelo retificador. Fonte:Autoria pr ´opria.

A distorc¸ ˜ao harm ˆonica total de corrente ´e apresentada na figura 32.

Figura 32: Amplitudes das distorc¸ ˜oes harm ˆonicas totais, de corrente, para as tr ˆes fases. Fonte:Autoria pr ´opria.

V ˆe-se que, mesmo fora da condic¸ ˜ao nominal, a distorc¸ ˜ao harm ˆonica total n ˜ao atinge o valor m ´aximo recomendado, conforme tabela 3, de 5 % do valor de pico.

Nas figura 33 apresentam-se os resultados de FFT do sinal de corrente de entrada ia(t)para valores de frequ ˆencia pr ´oximos da fundamental do sinal e ao redor

da frequ ˆencia de chaveamento.

Nota-se que o sistema n ˜ao foi capaz de filtrar as componentes de 990 Hz e 10140 Hz, de acordo com a recomendac¸ ˜ao de limites apresentada na tabela 3, pois

5 RESULTADOS E DISCUSS ˜OES 46 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 Frequência (Hz) 0 5 10 Amplitude(A)

Figura 33: Resultado de FFT ao redor da frequ ˆencia fundamental do sinal e ao redor da frequ ˆencia de chaveamento do retificador.

Fonte:Autoria pr ´opria.

apresentam amplitudes de 0, 09 A e 0, 10 A. As componentes com frequ ˆencia igual ou maior `a 2100 Hz, deveriam apresentar amplitude de at ´e 0, 026 A. As demais compo- nentes apresentam amplitudes dentro dos limites esperados.

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6 CONCLUS ˜AO

Neste trabalho se apresentou uma proposta de obtenc¸ ˜ao de um circuito equivalente para o retificador proposto, no qual possibilita-se a an ´alise de operac¸ ˜ao do conversor por apenas duas chaves - e n ˜ao seis chaves que constituem a topologia apresentada. A partir do equacionamento das raz ˜oes c´ıclicas e da escolha adequada do ponto de operac¸ ˜ao de an ´alise, apresentou-se o projeto dos filtros de entrada e de sa´ıda.

Verificou-se, no desenvolvimento do trabalho, a possibilidade do uso de controladores PI para seguir refer ˆencias senoidais, atrav ´es do uso das transforma- das de Clark e Park na obtenc¸ ˜ao do modelo matem ´atico do sistema. A partir das transformac¸ ˜oes permite-se que os controladores atuem sobre amplitude e fase dos sinais, de maneira linear e interindependente; ou seja de forma que as malhas de con- trole para o eixo d e as malhas de controle para o eixo q, n ˜ao tenham influ ˆencia nas din ˆamicas uma da outra.

A partir da modelagem matem ´atica apresentada observou-se a facilidade de se controlar de maneira independente o fluxo de pot ˆencia ativa do fluxo de pot ˆencia reativa, atuando de maneira separada sobre os eixos d e q, respectivamente. Assim, o problema do fator de pot ˆencia foi solucionado.

No projeto dos controladores foi apresentado, al ´em do desacoplamento en- tre as din ˆamicas de corrente de eixo direto e de eixo em quadratura, o desacoplamento dos lac¸os de tens ˜ao e de corrente via an ´alise de polos dominantes. Assim, embora esses lac¸os atuem concomitantemente, foram projetados de forma a n ˜ao provocarem grande influ ˆencia um ao outro.

O resultado para o controle das componentes harm ˆonicas do sinal de cor- rente n ˜ao foi totalmente atingido. Apesar de todas as componentes harm ˆonicas ao redor da frequ ˆencia fundamental terem sido filtradas, duas componentes ´ımpares em torno da frequ ˆencia de chaveamento apresentaram amplitudes maiores do que o limite recomendado pela IEEE. Isso pode ter ocorrido devido a metodologia de projeto do filtro L de entrada, ou ainda, pela necessidade de filtros de ordem superior no sistema. Ainda assim, o sistema opera de maneira satisfat ´oria.

6 CONCLUS ˜AO 48

Como sugest ˜ao para trabalhos futuros pode-se sugerir a utilizac¸ ˜ao de filtros LCL na entrada do conversor, ou ainda a an ´alise do comportamento do sistema de controle para tens ˜oes de entrada com componentes harm ˆonicos, a discretizac¸ ˜ao do sistema ou a sua implementac¸ ˜ao f´ısica.

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REFER ˆENCIAS

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ANEXO A - TRANSFORMADAS DE CLARKE E PARK

As transformac¸ ˜oes lineares de Clarke e Park, ou αβ e dq, respectivamente s ˜ao transformadas nas quais os sinais de tens ˜ao ou corrente de sistemas trif ´asicos equilibrados s ˜ao representadas como grandezas invariantes no tempo. Um sistema trif ´asico ´e produzido por um gerador com tr ˆes fontes de mesma amplitude e frequ ˆencia, mas fora de fase por 120◦ (ALEXANDER; SADIKU, 2013), de forma que as tens ˜oes de cada fase (Va, Vb e Vc) podem ser representadas por:

va(t) = Vp. cos(ω.t),

vb(t) = Vp. cos(ω.t −2.π3 ),

vc(t) = Vp. cos(ω.t +2.π3 ).

(66)

Sendo o comportamento no tempo como mostra 34

Figura 34: Comportamento no tempo de um conjunto de tens ˜oes trif ´asico

Sinais que variam com a mesma velocidade angular, ω.t, em um sistema s ˜ao usualmente representados por fasores, da forma: ~Vk = ~Vp6 ± θ, sendo θ o ˆangulo

de defasagem entre a fase k e a fase de refer ˆencia. Para o conjunto de tens ˜oes trif ´asicas definido pelos fasores dos sinais definidos pelas equac¸ ˜oes (66). Existe um vetor ~F que representa a resultante do conjunto, como ´e mostrado na figura 35, que pode ser escrito da forma 67:

~

F = Kabc[Va. cos(θ) + Vb. cos(θ −

2.π

3 ) + Vc. cos(θ + 2.π

3 )]. (67)

Considerando a relac¸ ˜ao cos(A ± B) = cos(A) cos(B) ∓ sin(A) sin(B), ~F pode ser reescrito da forma:

Anexo A - TRANSFORMADAS DE CLARKE E PARK 51

Figura 35: Representac¸ ˜ao fasorial do vetor resultante de tens ˜ao ~F em referencial fixo abc

~

F = Kabc.[Va. cos(θ) + (Vb. cos(

2.π 3 ) cos(θ) + Vb. sin( 2.π 3 ). sin(θ))+ (Vc. cos( 2.π 3 ). cos(θ) − Vc. sin( 2.π 3 ). sin(θ))], (68) ~ F = Kabc.[Va. cos(θ) + (− 1 2.Vb. cos(θ) + √ 3 2 .Vb. sin(θ))+ (−1 2.Vc. cos(θ) − √ 3 2 .Vc. sin(θ)], (69) ~ F = Kabc.[cos(θ).(Va− 1 2.Vb− 1 2.Vc) + sin(θ).(0.Va+ √ 3 2 .Vb− √ 3 2 .Vc)]. (70) Assim, para que o conjunto de tens ˜oes trif ´asicas Vabc seja representado

como um conjunto de tens ˜oes bif ´asicasVαβ, referencia-se ~F nos eixos αβ, conforme a

figura 36.

O conjunto de tens ˜oes representados por ~F, em coordenadas αβ, ´e definido por:

~

F = Kαβ.[Vα. cos(θ) + (−Vβ). sin(θ)]. (71)

De forma que a transformac¸ ˜ao de um conjunto de tens ˜oes trif ´asica em um conjunto de tens ˜oes bif ´asicas, ´e dado por:

Anexo A - TRANSFORMADAS DE CLARKE E PARK 52

Figura 36: Representac¸ ˜ao fasorial do vetor de tens ˜ao ~F em referencial fixo αβ

" Vα Vβ # = Kabc Kαβ " 1 −12 −1 2 0 √ 3 2 − √ 3 2 #     Va Vb Vc     . (72)

Para um conjunto completo de tens ˜oes, define-se a componente V0, que

ser ´a sempre nula para sistemas equilibrados. Assim, a transformac¸ ˜ao linear torna-se:

    Vα Vβ V0     = Kabc Kαβ0     1 −1 2 − 1 2 0 √ 3 2 − √ 3 2 K K K         Va Vb Vc     , (73) Vabc = Kabc Kαβ0 .M.Vαβ. (74) Definindo K = 1 2 obt ´em-se: M −1

= 23.MT. A partir disto, o coeficiente

Kabc

Kαβ0 pode ser definido para dois casos distintos: Para a transformac¸ ˜ao com pot ˆencia

trif ´asica total invariante e para a pot ˆencia por fase invariante. Para a transformac¸ ˜ao com pot ˆencia trif ´asica invariante, tem-se:

Iabc∗ .Vabc = Iαβ0∗ .Vαβ0. (75)

Sendo que Iαβ0 pode ser escrito como:

Iαβ0 =

Kabc

Kαβ0

Anexo A - TRANSFORMADAS DE CLARKE E PARK 53

pode-se reescrever (75) como:

Iabc∗ .Vabc= ( Kabc Kαβ0 .M.Iabc)∗.Vαβ0, (77) Vabc= Kabc Kαβ0 .MT.Vαβ0. (78)

Assim, a relac¸ ˜ao de transformac¸ ˜ao abc → αβ0 definida plas equac¸ ˜oes (76) e (78), ´e definida por:

Kαβ0 Kabc .M−1 = Kabc Kαβ0 .MT. (79) E como M−1 = 2 3.M T, a constante Kabc

Kαβ0 para invari ˆancia da pot ˆencia total ´e:

Kabc Kαβ0 = r 2 3. (80)

Para este primeiro caso, as amplitudes dos sinais Vα e Vβ s ˜ao maiores do

que as de Va, Vb e Vc. Para o caso de pot ˆencia por fase invariante, as amplitudes

dos sinais se mant ´em invariantes com a transformac¸ ˜ao. O processo para determinar a constante Kαβ0Kabc para invari ˆancia nas amplitudes (caso 2) ´e an ´alogo ao de pot ˆencia invariante (caso 1). Sendo que analisa-se sistemas equilibrados, a relac¸ ˜ao entre as pot ˆencias por fase ´e dada por:

Iabc∗ .Vabc

3 =

Iαβ0∗ .Vαβ0

2 , (81)

chegando que a relac¸ ˜ao de transformac¸ ˜ao abc → αβ0 ´e dada por:

2 3. Kαβ0 Kabc .MT = 3 2 Kabc Kαβ0 .MT. (82)

De forma que a constante de transformac¸ ˜ao para o segundo caso ´e:

Kabc

Kαβ0

= 2

3. (83)

Nas figuras 37 e 38 observa-se o comportamento das tens ˜oes Vαe Vβ para

os casos 1 e 2, respectivamente, ou seja as representac¸ ˜oes bif ´asica das tens ˜oes Va, Vb

e Vc.

Anexo A - TRANSFORMADAS DE CLARKE E PARK 54

Figura 37: Comportamento do conjunto de tens ˜oes trif ´asico em coordenadas αβ para o caso de invari ˆancia da pot ˆencia total do sistema

Figura 38: Comportamento do conjunto de tens ˜oes trif ´asico em coordenadas αβ para o caso de invari ˆancia da amplitude das tens ˜oes

define-se um referencial dq, ortogonal e s´ıncrono com o fasor ~F. Alocando um dos eixos sobre o fasor, a decomposic¸ ˜ao de ~F sobre o outro eixo ´e nula, como pode-se observar em 39.

O conjunto de tens ˜oes Vd e Vq ´e obtido a partir de uma matriz de rotac¸ ˜ao

com ˆangulo de rotac¸ ˜ao θ = ω.t. Neste trabalho se utilizar ´a a componente Vdcomo n ˜ao

nula, deforma que a transformac¸ ˜ao ´e dada por:

" Vd Vq # = " sin(ω.t) − cos(ω.t) cos(ω.t) sin(ω.t) # " Vα Vβ # . (84)

Na figura 40 observa-se a transformac¸ ˜ao αβ −→ dq aplicada nas tens ˜oes da figura 38.

Anexo A - TRANSFORMADAS DE CLARKE E PARK 55

Figura 39: Representac¸ ˜ao fasorial do vetor de tens ˜ao ~F em referencial s´ıncrono dq

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