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4.4 PROJETO EXPERIMENTAL IV – AVALIAÇÃO DO MÉTODO DE PERDA DE ÁGUA SOB SUCÇÃO

LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIAÇÕES

4.4 PROJETO EXPERIMENTAL IV – AVALIAÇÃO DO MÉTODO DE PERDA DE ÁGUA SOB SUCÇÃO

Os resultados individuais de perda de água, para cada série de argamassa, estão apresentados no Apêndice F. A Figura 4.6 apresenta um exemplo típico do comportamento identificado no estudo das séries, em função do tempo de sucção ao qual cada argamassa foi submetida. O exemplo analisado trata-se da Série AG1 com uma penetração de cone de 50 mm.

0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00 0 2 4 6 8 10 12 14 16 Tempo (min) Per d a de água (%)

AG1-5,5 AG1-16,5 AG1-27,5

Figura 4.6- Resultado do ensaio de perda água sob sucção para a série AG1

O ensaio de perda de água por sucção foi utilizado para se avaliar, indiretamente, a tendência de exsudação da argamassa. Como parâmetro, tem-se a perda de água da argamassa decorrido o período de um minuto de sucção em condições já especificadas no procedimento de ensaio. Esse resultado foi tratado, especificamente, na Figura 4.7 para cada série analisada no estudo.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 5,5 16,5 27,5 Relação Aglomerante/Agregado Pe rd a de água ( % )

AG1 AG2 AG3 AG4 AG5

Figura 4.7- Perda de água das argamassas após um minuto de sucção

Em geral, percebe-se que as argamassas, com os menores teores de aglomerante na sua composição, apresentam uma forte tendência de perda de água. Esse fato é melhor visualizado se compararmos, para todos os agregados, as perdas de água nas relações Aglomerante/Agregado igual 5,5% e 27,5%. Outra condição de destaque é a comparação

da perda de água entre os agregados com maiores teores de finos na composição (AG4 e AG5) e os demais agregados. Nesse caso, em todos os teores de aglomerante utilizados, as argamassas apresentaram menores valores de perda de água.

A configuração das curvas de perda de água sob sucção (Figura 4.7) apresenta ainda dois trechos bem característicos:

• um compreendido entre as relações Aglomerante/Agregado igual a 5,5% e 16,5%, onde a redução na tendência de perda de água é mais acentuada, sendo caracterizada por uma maior inclinação do trecho analisado; e

• outro, compreendendo o trecho entre as relações Aglomerante/Agregado igual a 16,5% e 27,5%, onde a redução na tendência de perda de água é menos acentuada, caracterizada por uma menor inclinação do trecho da curva.

Os fatos apresentados, anteriormente, demonstram que as variações nos teores de aglomerante das argamassas exercem considerável influência nos valores de perda das argamassas (considerando uma mesma consistência). Levando-se em conta que grande parte da água absorvida, durante a sucção, é água livre (sucção durante o período de 1 min), com grande potencial de exsudar, tem-se, então, a variação no teor de aglomerante como forma de diminuir esta tendência. Outra saída também identificada no estudo é trabalhar a distribuição granulométrica de tal forma a exigir menores teores de água para uma mesma consistência.

Durante o estudo de perda de água sob sucção, foi desenvolvida uma avaliação de cada argamassa através de uma lupa com aumento de 40 vezes. Durante o ensaio, as argamassas eram avaliadas antes e depois do processo de sucção. Cada argamassa está apresentada nas Figuras 4.8, 4.9, 4.10, 4.11 e 4.12, em função de cada tipo de agregado utilizado e de cada relação Aglomerante/Agregado. Essa avaliação permitiu uma análise mais minuciosa da estrutura interna de cada argamassa, visualizando a interação entre os diferentes elementos constituintes das argamassas (agregado, aglomerante e água).

Para a série com o agregado AG1 (Figura 4.8), a imagem destaca bem as características do agregado utilizado, apresentando a textura, uma idéia das dimensões, além de indicar a falta de outras partículas de agregado, que complementam uma distribuição

para envolver os grãos de agregado, estabelecendo uma ligação entre as partículas, fato que pode ser comprovado pela imagem logo após a sucção da argamassa, prevalecendo o contato íntimo entre cada partícula de agregado (alto atrito entre as partículas). Com o aumento no teor de cal na mistura, a partir da relação Aglomerante/Agregado igual 16,5%, as imagens começam a indicar a presença de uma camada de aglomerante em volta das partículas de agregado. No teor máximo de aglomerante analisado (27,5%), percebe-se que, mesmo com esse teor, a quantidade de aglomerante é insuficiente para impedir o contato íntimo entre as partículas, caracterizando um certo grau de aspereza que, ainda, impossibilita definir essa argamassa como trabalhável para uma condição normal de aplicação. As imagens apontam, claramente, a necessidade da presença de partículas em dimensões menores, introduzidas na estrutura interna da argamassa, capazes de exercer um papel intermediário entre cada partícula do agregado e o teor de pasta presente na argamassa.

Na Série AG2 (Figura 4.9), o agregado utilizado é uma composição das faixas entre as dimensões de 1,2 - 0,6 mm e 0,6 - 0,3 mm (50% de cada agregado na composição do volume total de agregado). Nesse caso, a estrutura interna apresenta certa semelhança com a configuração identificada na composição anterior (AG1). Entretanto, percebe-se que a característica de elevada aspereza presente no agregado AG1 (Figura 4.8) não são tão pronunciadas nas argamassas com o agregado AG2. Ao mesclar as faixas de agregados na formação do agregado AG2, parte dos problemas de textura áspera da série AG1 foram minimizados, podendo ser perfeitamente resolvidos pela introdução de certos teores de cal na composição da argamassa (conforme apresenta a Figura 4.9).

Para as demais Séries AG3, AG4, e AG5, a simples presença de agregados, com partículas inferiores a 0,3 mm, já muda nitidamente o panorama das argamassas descrito pelas imagens (Figuras 4.10, 4.11 e 4.12). Em geral, percebe-se que a fração inferior a 0,3 mm está desempenhando um papel intermediário no preenchimento dos vazios entre os agregados maiores, favorecendo uma maior interação entre as partículas do agregado e o teor de pasta presente na mistura. Para as argamassas com agregados AG3 e AG4 (Figura 4.11 e 4.12), observa-se que uma relação Aglomerante/Agregado igual 16,5% é suficiente para fornecer um teor de pasta capaz de atuar como elemento de conexão entre as partículas de agregado. Na argamassa com agregado AG5, devido a um maior teor de

partículas inferiores a 0,3 mm, a conexão descrita, anteriormente, começa ser identificada já a partir do teor igual a 5,5%.

A comparação, entre os diferentes tipos de argamassa, é facilitada mais ainda a partir da Figura 4.13. Estas apresentam as argamassas compostas a partir de cada agregado utilizado na mistura (AG1, AG2, AG3, AG4 e AG5), com uma relação Aglomerante/Agregado igual a 16,5%. Comparando as imagens, observa-se, gradativamente, o efeito de conexão entre as partículas maiores de agregado, que é favorecido ao se adicionar agregados com dimensões menores que 0,3 mm, para um mesmo teor de pasta.

Argamassa Antes do ensaio de retenção Depois do ensaio de retenção

AG1-5,5

AG1-16,5

AG1-27,5

Figura 4.8- Argamassas antes e depois do ensaio de perda de água sob sucção – Série AG1

Argamassa Antes do ensaio de retenção Depois do ensaio de retenção

AG2-5,5

AG2-16,5

AG2-27,5

Figura 4.9- Argamassas antes e depois do ensaio de perda de água sob sucção – Série AG2

Argamassa Antes do ensaio de retenção Depois do ensaio de retenção

AG3-5,5

AG3-16,5

AG3-27,5

Figura 4.10- Argamassas antes e depois do ensaio de perda de água sob sucção – Série AG3

Argamassa Antes do ensaio de retenção Depois do ensaio de retenção

AG4-5,5

AG4-16,5

AG4-27,5

Figura 4.11- Argamassas antes e depois do ensaio de perda de água sob sucção – Série AG4

Argamassa Antes do ensaio de retenção Depois do ensaio de retenção

AG5-5,5

AG5-16,5

AG5-27,5

Figura 4.12- Argamassas antes e depois do ensaio de perda de água sob sucção – Série AG5

AG1-16,5 AG2-16,5 AG3-16,5

AG4-16,5 AG5-16,5

Figura 4.13- Comparação entre as séries considerando uma relação Aglomerante/Agregado = 16,5% - Condição logo depois do ensaio de perda de água

4.5- PROJETO EXPERIMENTAL V – AVALIAÇÃO DO MÉTODO DE