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PROJETO PERFIL DE RISCO EM AGRESSORES CONJUGAIS 1. Contexto teórico e objetivos

Uma parte substancial da vitimização no contexto da violência doméstica poderá ser no futuro evitada através de uma melhor compreensão do comportamento do agressor e das variáveis suscetíveis de ajudar a antecipar esse comportamento. Incluímos entre elas as crenças acerca dos papéis de género e processos atributivos que desenvolveu ao longo do processo de socialização, variáveis personalísticas, a sua saúde mental e a história previa de agressão. A determinação de fatores de risco constitui um recurso importante para os esforços preventivos e para a intervenção (Stith & McMonigle, 2009), sendo possível contar já com modelos suscetíveis de orientar a avaliação clínica do risco (Tardiff, 2008). Podemos almejar mesmo a determinação de perfis de risco, com base na identificação de fatores preditores. Temos contudo, a noção de que a investigação disponível, sobretudo pela carência de estudos longitudinais, não permite falar com propriedade em fatores. Com base em resultados já alcançados e largamente promissores (Hilton, Harris & Rice, 2010), queremos através deste estudo, com o contributo de três das nossas alunas de mestrado, esclarecer a importância de algumas variáveis na sua relação com o comportamento violento no contexto da violência doméstica e assim, verificar em que medida podem constituir indicadores adequados na avaliação do risco. São nossos objetivos, portanto:

Objetivo 1. Avaliar as crenças e atribuições associadas à violência doméstica nos agressores conjugais. A concretização deste objetivo dará lugar à dissertação de Mestrado de Mariana Pinto Fernandes.

Objetivo 2. Caracterizar as dimensões psicopatológicas associadas ao comportamento dos agressores conjugais. A concretização deste objetivo dará lugar à dissertação de Mestrado de Ana Isabel Cardoso Costa.

Objetivo 3. Determinar as dimensões de psicopatia associadas ao comportamento dos agressores conjugais. A concretização deste objetivo dará lugar à dissertação de Mestrado de Carina Tatiana Menchero Caldeira.

Objetivo 4. Em função da concretização dos objetivos anteriores determinar um perfil de risco para os agressores conjugais.

2. Identificação dos membros da equipa do projeto

- Manuel Joaquim Loureiro - Professor Catedrático no Departamento de Psicologia e Educação da UBI. Coordenador do Projeto e orientador das mestrandas.

- Ana Isabel Cardoso da Costa, Mestranda, Aluna 2º Ciclo Psicologia (M3990) - Dissertação. - Carina Tatiana Menchero Caldeira, Mestranda Aluna 2º Ciclo Psicologia (M3858) - Dissertação.

- Mariana Pinto Fernandes, Mestranda, Aluna 2º Ciclo Psicologia (M4254) - Dissertação. Outros investigadores:

- Luís Alberto Coelho Rebelo Maia - Professor Auxiliar no Departamento de Psicologia e Educação da UBI.

- Filipa Carrola - Aluna de doutoramento.

3. Distribuição de tarefas em função dos objetivos

Objetivo 1: Mestranda Mariana Pinto Fernandes: Pesquisa documental, recolha e tratamento de dados e elaboração de dissertação.

Objetivo 2: Mestranda Ana Isabel Cardoso da Costa: Pesquisa documental, recolha e tratamento de dados e elaboração de dissertação.

Objetivo 3: Mestranda Carina Tatiana Menchero Caldeira: Pesquisa documental, recolha e tratamento de dados e elaboração de dissertação.

Objetivo 4: Todos os membros da equipa do projeto: Pesquisa documental, tratamento de dados e participação na elaboração de documentos de divulgação científica.

4. Dados Metodológicos 4.1 Participantes

Agressores conjugais sinalizados. A viabilização do estudo exige pelo menos 30 sujeitos. 4.2 Instrumentos

Questionário Sociodemográfico, Atribuições causais (Henning, Jones & Holdford, 2005); I.V.C. (Machado, Matos & Gonçalves, 2000); E. C. V. C. (Machado, Matos & Gonçalves, 2000); SCL-90-R, versão portuguesa (Derogatis, 1983); PCL / P-Scan, (Hare, 2003; Gonçalves & Lobo, 2006 em Lobo, 2007; Hare & Hervé, 1999); ODARA (Hilton, Harris & Rice, 2002).

4.3 Procedimento

Na realização deste trabalho serão asseguradas todas as garantias de natureza ética e deontológica, inerentes à investigação e exercício da psicologia, nomeadamente de confidencialidade, de privacidade e consentimento informado.

A aplicação dos instrumentos e a recolha de dados será efetuada pelas alunas finalistas do 2º Ciclo de Psicologia em data a determinar pelos serviços. O ODARA, instrumento que consiste numa lista de verificação deverá ser preenchido com a colaboração dos técnicos da DGRS, tendo em conta os registos que permitiram sinalizar o sujeito como agressor conjugal.

5. Resultados esperados

5.1 A descrição das crenças e processos atributivos do grupo de sujeitos de acordo com I.V.C. (Machado, Matos & Gonçalves, 2000), E. C. V. C. (Machado, Matos & Gonçalves, 2000) e as atribuições segundo Henning, Jones & Holdford, 2005.

5.2 A caracterização das dimensões psicopatológicas associadas ao comportamento do grupo de participantes tendo por referência as nove dimensões sintomáticas e três índices globais de mal-estar proporcionados pela versão portuguesa do SCL-90-R (Derogatis, 1977).

5.3 A caraterização das dimensões de psicopatia associadas ao comportamento do grupo de participantes tendo por referência, tendo por referência as três dimensões asseguradas pelo PCL/P-Scan (Hare, 2003; Gonçalves & Lobo, 2006 em Lobo, 2007; Hare & Hervé (1999).

5.4 Um perfil de risco para agressores conjugais a partir do valor preditivo encontrado para as variáveis associadas aos resultados esperados anteriores (Hilton, Harris & Rice, 2002).

6. Cronograma

Aprofundamento da revisão teórica até 30 de março de março Recolha de dados até 30 de abril

Entrega das dissertações até 25 de junho. 7. Referências

Derogatis, L. R. (1983). SCL-90-R. Administration, Scoring and Procedures Manual II for

the Revised Version of the SCL-90. Baltimore: John Hopkins University Press.

Hare, R. D. (2003). The Hare Psychopathy Checklist-Revised (2nd ed.). Toronto, ON: Multi-Health Systems.

Hare, R. D. & Hervé, H. (1999). The Hare P-Scan: Research Version. Toronto,ON: Multi- Health Systems.

Lobo, C. F. (2007). A P-Scan de Robert Hare na avaliação da Psicopatia. Estudo

Psicologia não publicada. Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho, Braga.

Henning, K., Jones, A. R. & Holdford, R. (2005). “I didn’t do it, but if I did I had a good reason”: Minimization, Denial, and Attributions of Blame Among Male and Female Domestic Violence Offenders. Journal of Family Violence, 20 (3), 131-139. DOI: 10.1007/s10896-005-3647-8

Hilton, N. Z., Harris, G. T. & Rice, M. E. (2010). Risk Assessment for Domestically Violent

Man. Tools for Criminal Justice, Offender Intervention and Victim Services.

Washington, DC: American Psychological Association.

Machado, C., Matos, M. & Gonçalves, M. (2000). Escala de Crenças sobre Violência Conjugal (E.C.V.C.) e Inventário de Violência Conjugal (I.V.C.). Escalas de Avaliação e Manual. Braga: Psiqulíbrios.

Stith, S. M. & McMonigle, C. L. (2009). Risk Factors Associated With Intimate Partner Violence. In D. J. Witaker & Lutzker (Eds), Preventing Partner Violence. Research

and Evidence-based Intervention Strategies. Washington, DC: American

Psychological Association.

Tardiff, K. (2008). Clinical Assessment of Violence. In R. I. Simon & K. Tarfiff (Eds)

Violence Assessment and Management (p. 3-16). Washington, DC: American