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Atualmente, existem na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, diversos Projetos de Lei (PL) em tramitação, que podem acelerar a inserção da geração distribuída de energia solar fotovoltaica. Estes Projetos de Lei tratam de incentivos tributários, benefícios em financiamentos, além de projetos mais ousados, que instituem a obrigatoriedade do uso de geração distribuída em prédios públicos, entre outros.

Projeto de Lei 1609/2015 – Câmara dos Deputados

O Projeto de Lei 1609/2015, em tramitação na Câmara dos Deputados, trata de incentivos tributários para micro e minigeração distribuída. Os principais pontos desse Projeto de Lei são (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2015b):

 isenção da Contribuição para o PIS/PASEP e COFINS nas vendas no mercado interno de painéis fotovoltaicos, microturbinas eólicas, e nos conversores elétricos estáticos (inversores);

 isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na compra de conversores elétricos estáticos (inversores), nos primeiros cinco anos após a publicação da lei;

 isenção da Contribuição para o PIS/PASEP e COFINS na energia ativa injetada no sistema de distribuição pela unidade consumidora.

Em sua justificativa, o texto propõe a alíquota zero da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, como uma forma de equilibrar as condições de implementação, pois existe no país o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura – REIDI (Lei nº 11.488 de 2007), que permite a aplicação de alíquota zero do COFINS e da Contribuição para o PIS/PASEP, incidentes sobra a venda ou importação de aparelhos, máquinas, e materiais de construção utilizados em obras de infraestrutura (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2015b).

Projeto de Lei 7255/2017 – Câmara dos Deputados

Este PL altera as Leis nº 8036 de 11 de maio de 1990, que dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), e a lei nº 9365 de 16 de dezembro de 1996, que institui a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2017).

A alteração da lei que trata do FGTS permite que a conta vinculada ao trabalhador possa também ser utilizada para a aquisição de sistema fotovoltaico, para ser instalado em sua própria residência, além dos outros casos já previstos em lei (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2017).

No segundo caso, a alteração na lei garante que pelo menos dois bilhões de reais serão destinados anualmente para financiar consumidores na aquisição de sistemas fotovoltaicos (micro e minigeração distribuída de energia elétrica). Esses recursos provém do Fundo de Participação PIS-PASEP, e deverão ser administrados pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que deverá retornar os valores de financiamento utilizando a TJLP, que é muito inferior às taxas de mercado regulares (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2017).

Em sua justificativa, o PL argumenta que a instalação de tecnologias convencionais de geração de energia, como as termelétricas a combustíveis fósseis, são contempladas com financiamentos referenciados à Taxa de Juros de Longo Prazo, e, que dessa forma, ocorre um incentivo adverso à implementação de energias renováveis no país (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2017).

Nos dois casos, o objetivo é fornecer mecanismos financeiros que permitam o crescimento da produção de energia solar fotovoltaica no país.

Projeto de Lei 1138/2015 – Câmara dos Deputados

Este Projeto de Lei institui o Programa de Incentivo à Geração de Energia Elétrica a partir de Fonte Solar – PIGDES, e altera a lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, que trata de vários assuntos ligados à Energia Elétrica, como a criação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA), e a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2015a).

O PIGDES tem como objetivo criar um incentivo à geração distribuída maior do que o gerado naturalmente pela Resolução Normativa nº 482/2012 da ANEEL. Em adição à resolução 482/2012, o PIGDES institui que (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2015a):

 a potência de instalação na unidade consumidora participante do sistema de compensação, ficará limitada à carga instalada ou máxima demanda contratada, conforme a classe do consumidor;

 caso a energia gerada pela unidade consumidora seja maior do que a consumida no mês, será gerado um crédito de energia ativa a ser utilizado pela unidade consumidora, ou outra unidade consumidora de mesma titularidade, em até doze meses após a data do faturamento;

 o crédito gerado não poderá ser superior a 30% da média mensal do consumo nos últimos doze meses na unidade consumidora;

 créditos existentes após doze meses da data do faturamento, serão remunerados conforme valores estabelecidos pelo Poder Executivo, sendo no mínimo o valor da tarifa de energia da distribuidora;

 os proprietários das unidades consumidoras, poderão se apropriar integralmente de benefícios financeiros resultantes da comercialização de reduções certificadas de emissões de gases de efeito estufa decorrentes;

 os valores pagos pelas distribuidoras às unidades consumidoras serão custeados pela Conta de Desenvolvimento Energético – CDE.

Em sua justificativa, o PL argumenta que, esse incentivo financeiro à geração distribuída, será um incentivo mais efetivo à adesão a energia solar fotovoltaica, além de estimular uma racionalização de energia, pois ampliaria o excedente de créditos. Na resolução 482/2012, este estímulo à racionalização não é

tão eficiente, pois todo crédito excedente expira em 36 meses (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2015a).

Projeto de Lei 224/2015 – Senado Federal

Este Projeto de Lei do Senado, altera a lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009, que dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida – PMCMV, e a lei nº 12.212,

de 20 de Janeiro de 2010, que dispõe sobre a Tarifa Social de Energia Elétrica (SENADO FEDERAL, 2015).

O Artigo 82 da lei nº 11.977, autoriza o custeio de aquisição de aparelhos de energia solar, ou que contribuam para a redução do consumo de água em moradias. No PL 224/2015, propõe-se a adição do artigo 82-E (SENADO FEDERAL, 2015), com o seguinte texto :

“Art. 82-E. A produção e aquisição de novas unidades

habitacionais, a requalificação de imóveis urbanos e a produção e reforma de habitações rurais, no âmbito do PMCMV, deverão incluir, sem ônus para o beneficiário, a aquisição e a instalação de

equipamentos destinados à geração de energia elétrica com base em fonte solar fotovoltaica para uso próprio ou para injeção total ou parcial na rede elétrica das concessionárias e permissionárias de distribuição de energia elétrica, desde que:

I – a geração de energia elétrica pela unidade habitacional

beneficiada atenda aos critérios de eficiência definidos pelo Poder Executivo;

II – o beneficiário não se enquadre nos critérios ou opte por não

usufruir a Tarifa Social de Energia Elétrica, de que trata a Lei nº 12.212, de 20 de janeiro de 2010.

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Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo não se

aplica às unidades habitacionais em produção, em requalificação ou em reforma.” (SENADO FEDERAL, 2015)

A alteração da lei nº 12.212 tem como objetivo complementar a outra alteração, incluindo um parágrafo que exclui da Tarifa Social de Energia Elétrica as unidades consumidoras contempladas com aparelhos de geração de energia solar fotovoltaica, pelo PMCMV (SENADO FEDERAL, 2015).

Em sua justificativa, o PL 224/2015 argumenta que esta medida irá promover a fonte de energia solar fotovoltaica no país, privilegiar uma parte da população com menor poder aquisitivo, gerará empregos, menos poluição, e ainda aumentará a renda da população beneficiada, pois suas tarifas de energia serão menores (SENADO FEDERAL, 2015).

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