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Promoção e Difusão da Pesquisa Florestal

A pesquisa em produtos florestais no Serviço Florestal Brasileiro está a cargo do Laboratório de Produtos Florestais (LPF). Criado em 1973 vinculado ao extinto IBDF e, originalmente, com o objetivo de caracterizar madeiras menos conhecidas da Amazônia, o LPF atua na busca de soluções tecnológicas que visam aprimorar o uso sustentável dos recursos florestais. Em 1989, o LPF foi incorporado ao IBAMA como centro especializado encarregado de realizar pesquisas em produtos florestais. Recentemente, com o advento da Lei 11.516/2007, passou a ser um centro especializado do Serviço Florestal Brasileiro do MMA. Tem como objetivo básico a execução de projetos de P&D e a transferência de tecnologia em produtos florestais.

A infraestrutura do LPF é composta por sete áreas de pesquisas distintas e equipadas para a execução de pesquisa em produtos florestais: Anatomia e Morfologia, Biodegradação e Preservação, Energia da Biomassa, Engenharia e Física, Produtos, Secagem e Química, Adesivos e Borracha Natural. Essas áreas de pesquisa ocupam uma área física aproximada de 4.500 m² distribuídos em vários prédios. Em 2009, a ação Pesquisa e Desenvolvimento Florestal contou com 48 colaboradores (43 servidores permanentes, quatro funcionários terceirizados e um pesquisador da cooperação técnica com o CIRAD (Centro Internacional de Pesquisa Agronômica e Desenvolvimento do Governo Francês), para a consecução de suas atividades.

Com a estruturação da gestão florestal no governo federal a partir de 2006 e a incorporação do LPF pelo Serviço Florestal Brasileiro em 2007, foram estabelecidas, em 2009, as seguintes linhas e respectivos temas de pesquisa em produtos florestais a serem adotados pelo LPF no balizamento de seus projetos, no quadriênio 2010-1013.

Linha 1. CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE PRODUTOS FLORESTAIS

Temas relacionados:

anatomia e identificação por métodos tradicionais e por métodos inovadores, tais como: métodos instrumentais, DNA, análise de imagens, infravermelho, isotópico;

determinação das propriedades tecnológicas; e

métodos não destrutivos de avaliação das propriedades tecnológicas.

Linha 2. ENERGIA & MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Temas relacionados:

qualidade dos processos de conversão de biomassa em energia, visando à redução de emissões;

otimização do uso da biomassa na matriz energética;

caracterização, identificação e localização georreferenciada da biomassa florestal; estudos de espécies com potencial econômico para recuperação de áreas degradadas; obtenção de bioenergéticos da madeira, além do carvão (lenha); e

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Linha 3. UTILIZAÇÃO DE PRODUTOS FLORESTAIS

Temas relacionados:

melhoria do processamento industrial;

padronização e melhoria da qualidade do produto;

modificação das propriedades da madeira por tratamentos físicos, mecânicos, químicos e processos inovadores, tal como nanotecnologia;

proteção contra agentes de destruição; classificação de espécies por uso final; desenvolvimento de sistemas construtivos;

uso sustentável na construção e mobiliário, com ênfase em processos inovadores; tecnologia de chapas e produtos engenheirados;

instrumentos, artefatos e produtos artesanais;

extrativos, exsudatos (óleos, resinas, gomas, látex) e outros componentes; utilização de toras de diâmetros reduzidos;

valorização do bambu e outros produtos florestais não madeireiros; e fortalecimento da base tecnológica de arranjos produtivos.

Linha 4. APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS

Temas relacionados:

obtenção de princípios ativos;

desenvolvimento de novos produtos, visando à agregação de valor; e valorização para uso energético.

6.1 Pesquisas relacionadas ao processamento local e

agregação de valor aos produtos e serviços da floresta

Foi desenvolvida uma “Chave Interativa de Identificação de Madeiras”, cuja base de dados possui sessenta características referentes a 160 espécies estudadas pelo LPF. Desse grupo, fazem parte 56 espécies que se encontram entre as 100 espécies mais comercializadas no ano de 2008, dez espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e três espécies incluídas nos Anexos I e II da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES). Essa base de dados será muito útil para o público que atua na área florestal, como tomadores de decisão, agentes de fiscalização, elaboradores de planos de manejo florestal, pesquisadores, professores e alunos universitários e empresários.

Foi avaliada a durabilidade natural de 107 espécies de madeiras da Amazônia em campo de apodrecimento com vinte anos de idade. Foi constatado que cerca de 21,5% das espécies apresentaram elevada resistência à degradação. Com relação às espécies tratadas

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com creosoto e com CCA, 89,7% e 78,5%, respectivamente, permanecem isentas de degradação.

6.2 Pesquisas relacionadas à diversificação industrial e

desenvolvimento tecnológico

O LPF realizou análise comparativa entre deformações teóricas e reais, obtidas em ensaios de modelos reduzidos, realizados em vigas ou mesas de reação, de modo a avaliar o comportamento estrutural de grandes estruturas de madeiras. Além disso, foi desenvolvida metodologia para quantificar a lignina em madeiras, utilizando técnica de espectroscopia no infravermelho (FTIR) pela análise por reflectância difusa DRIFT (Diffuse Reflectance Infrared

Fourier Transform).

Foi desenvolvido e construído um equipamento para estudo da compactação de resíduos em laboratório, que permite o monitoramento e o controle da pressão e da temperatura aplicadas durante a confecção de briquetes e peletes para uso energético.

No campo das pesquisas com espécies florestais, foi avaliado o potencial de os resíduos gerados durante o processamento da madeira de Caryocar spp. (pequiá), Manilkara spp. (maçaranduba) e Tabebuia spp. (ipê) adsorverem o cromo e o chumbo presentes, respectivamente, nos efluentes das indústrias de curtume e de baterias.

Foi também verificada a presença de alumínio em tecidos de origem secundária do caule de cinco espécies arbóreas do Cerrado, acumuladoras de alumínio; comparados dois métodos qualitativos clássicos de determinação de alumínio em tecidos vegetais com os indicadores aluminon e cromoazurol-s; e desenvolvido método quantitativo de determinação de alumínio na madeira via espectrocolorimetria, usando esses dois indicadores.

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Capítulo 7: Balanço das ações em 2009 e prioridades