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O propósito neste estudo foi avaliar o efeito da incorporação de antioxidantes em sistemas adesivos com condicionamento ácido prévio e autocondicionantes na resistência de união e nanoinfiltração em 24 horas e seis meses com pressão pulpar simulada.

4 – MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Sistemas adesivos

Neste estudo foram utilizados três sistemas adesivos, sendo um com condicionamento ácido prévio (Adper Single Bond 2, 3M/ESPE, St. Paul, MN, EUA), um autocondicionante de dois passos (Clearfil SE Bond, Kuraray Noritake Dental, Tóquio, Japão) e um autocondicionante de passo único (Adper Easy Bond, 3M/ESPE, St. Paul, MN, EUA) (Figura 1). Os fabricantes, lotes e composição química dos materiais estão sumarizados no Quadro 1.

Figura 1 – Sistemas adesivos utilizados neste estudo. SB – Adper Single Bond 2; CSE – Clearfil SE Bond; EB – Adper Easy Bond.

Quadro 1 - Fabricantes, lotes e composição química dos sistemas adesivos utilizados no estudo.

Material Lote Composição*

Adper Single Bond 2

(3M/ESPE, St. Paul, MN, EUA)

N190766BR Bisfenol - A diglicidil éter dimetacrilato (Bis- GMA), 2-hidroxietil metacrilato (HEMA), copolímero dos ácidos acrílico e itacônico, glicerol 1,3-dimetacrilato, diuretano dimetacrilato, sílica tratada com silano, álcool etílico, água, fotoiniciadores.

Clearfil SE Bond (Kuraray Noritake Dental, Tóquio, Japão) Primer - 01089A Adesivo - 01416A -Primer: 10-metacriloiloxidecil-dihidrogeno fosfato (MDP), 2-hidroxietil metacrilato (HEMA), dimetacrilatos hidrófilos, N,N- dietanol p-toluidina, fotoiniciadores, água. -Adesivo:10-metacriloiloxidecil-dihidrogeno fosfato (MDP), bisfenol - A diglicidil éter dimetacrilato (Bis-GMA), 2-hidroxietil metacrilato (HEMA) dimetacrilatos hidrófobos, silica coloidal silanizada, N,N- dietanol p-toluidina, fotoiniciadores.

Adper Easy Bond (3M/ESPE, St. Paul, MN, EUA)

458087 Bisfenol A diglicidil éter dimetacrilato (Bis- GMA), 2-hidroxietil metacrilato, álcool etílico, água, ácido fosfórico - 6 - metacriloxi-hexilesters, sílica tratada com silano, 1,6-Hexanodiol Dimetacrilato, copolímero dos ácidos acrílico e itacônico, dimetilamino etil metacrilato, óxido 2,4,6- trimetilbenzoildifenilfosfina, fotoiniciadores.

* Composição básica baseada no MSDS (Material Safety Data Sheet) dos materiais.

Às formulações originais dos sistemas adesivos descritos no Quadro 1 foi incorporado 5% em peso dos seguintes antioxidantes: Ácido ascórbico (Vitamina C) (Pharmanostra, Rio de Janeiro, RJ, Brasil), 3,5,7,3’- 4’–

pentahidroxiflavona (Quercetina) (Henrifarma, São Paulo, SP, Brasil) ou α- tocoferol (Vitamina E) (Valdequímica, São Paulo, SP, Brasil) (Figura 2).

Figura 2 – Antioxidantes incorporados nos sistemas adesivos. VC – Ácido ascórbico (Vitamina C); QUE – 3,5,7,3’- 4’–pentahidroxiflavona (Quercetina); VE – α-tocoferol (Vitamina E).

A concentração de 5% em peso foi definida de forma a não interferir radicalmente na polimerização e pH dos adesivos e devido à dificuldade de solubilização dos antioxidantes em concentrações superiores. Foi realizado um cálculo, por meio de regra de três simples, da quantidade de pó do antioxidante a ser incorporada em dada quantidade de adesivo líquido, ambos pesados em balança analítica digital (modelo AP250D; Toledo do Brasil, São Bernardo do Campo, SP, Brasil) e, então, a mistura foi realizada manualmente em pote dappen com espátula 7. Para o sistema adesivo Clearfil SE Bond, os antioxidantes foram incorporados ao primer. Posteriormente, as soluções foram colocadas em

eppendorfs e agitadas até que, visualmente, estas estivessem com o aspecto mais

homogêneo possível (Figura 3). Todas as soluções foram submetidas à um teste rápido com tiras indicadoras de pH, para detecção de grandes alterações com relação ao pH inicial. Os adesivos foram mantidos em eppendorfs, protegidos da luz e em geladeira a 4°C.

Figura 3 – Aspecto dos adesivos controle e após a incorporação dos antioxidantes. Siglas em branco: SB – Adper Single Bond 2; CSE – Primer do Clearfil SE Bond; EB – Adper Easy Bond. Siglas em preto: CO – Controle; VC – Vitamina C; QUE – Quercetina; VE – Vitamina E.

4.2 Resistência de União 4.2.1 Preparação das amostras

Foram utilizados 144 pré-molares humanos obtidos por doação. Os dentes foram extraídos independentemente da pesquisa, por indicação clínica, sendo armazenados em frasco único, o que impossibilitou a identificação dos indivíduos. Como critério de inclusão foram selecionados pré-molares hígidos (Figura 5). Dentes fraturados, trincados, cariados, restaurados ou com tratamento endodôntico foram excluídos da pesquisa.

Os dentes selecionados foram armazenados em água deionizada em temperatura de 4°C até a aprovação do Comitê de Ética da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (Protocolo nº 111/2011) (Anexo 1) e utilizados até 4

meses após a extração. Os dentes foram separados aleatoriamente em 3 grupos, de acordo com o sistema adesivo a ser utilizado (Adper Single Bond 2, Clearfil SE Bond ou Adper Easy Bond) e subdivididos em 4 subgrupos de acordo com a incorporação de antioxidantes (Controle - sem antioxidante, Vitamina C, Vitamina E ou Quercetina). Metade das amostras foi armazenada por 24 horas e a outra metade por 6 meses sob pressão pulpar simulada. Dessa forma, foram criados 24 grupos (n=6) (Figura 4).

Figura 4 – Esquema da divisão dos 24 grupos experimentais (n=6). CO – Controle; VC – Vitamina C; QUE – Quercetina; VE – Vitamina E; d – Dentes; 24 h – 24 horas de armazenamento; 6 M – 6 meses de armazenamento com pressão pulpar simulada.

Os dentes foram limpos com curetas periodontais (Golgran, São Caetano do Sul, SP, Brasil), fixados em placa de acrílico com cera pegajosa (Asfer, São Caetano do Sul, SP, Brasil) e seccionados por dois cortes perpendiculares ao seu longo eixo, expondo superfície plana em dentina no primeiro corte e a câmara pulpar no corte subsequente (Figuras 5 e 6). Os cortes foram realizados em máquina (Isomet 1000 Buehler, Lake Bluff, IL, EUA) com disco diamantado 102 x 0.3 x 12,7 mm (Extec Corp, Enfield, CT, EUA), com velocidade de 350 R.P.M. e sob refrigeração com água (Figura 5). O tecido pulpar foi removido com curetas de

dentina (Duflex/SS White, Rio de Janeiro, RJ, Brasil) com o cuidado para não tocar o teto da câmara pulpar, preservando a pré-dentina. Como o objetivo foi obter superfície de união em dentina profunda, a espessura de dentina foi padronizada em 1,0 mm e, se necessário, foram feitos desgastes da superfície com lixa de carbeto de silício de granulação 600 (Carborundum, São Paulo, SP, Brasil) até se obter a espessura de dentina desejada. Essa espessura foi aferida com especímetro (Golgran, São Caetano do Sul, SP, Brasil). Depois de armazenados e imediatamente antes dos procedimentos adesivos, as superfícies planas em dentina foram polidas manualmente com lixa #600 (Carborundum, São Paulo, SP, Brasil) em água, por 1 minuto, para a obtenção de smear layer padronizada (Reis et al., 2003) (Figura 6).

Figura 5 – A – Pré-molar hígido utilizado no estudo; B – Fixação do dente em placa de acrílico com cera pegajosa; C, D – Cortes com disco diamantado, perpendiculares ao longo eixo dental, removendo a raiz e expondo superfície plana em dentina profunda.

Figura 6 – A, B – Superfície plana em dentina profunda; C – Polimento manual com lixa de carbeto de silício #600 em água, por 1 minuto, para a obtenção de smear layer padronizada.

Na sequência, sobre a superfície dentinária padronizada foram aplicados os adesivos experimentais e controles, de acordo com as recomendações de cada fabricante. Os adesivos foram utilizados em temperatura ambiente e foram previamente agitados antes da aplicação na superfície dentinária.

Para o sistema adesivo Adper Single Bond 2, o condicionamento ácido prévio do esmalte foi realizado por 15 s com ácido fosfórico Scotchbond Etchant Gel 35% (Lote N335795) (3M ESPE, St. Paul, MN, EUA) e, por mais 15s, dentina e esmalte foram condicionados simultaneamente. Após esse tempo, foi realizada a lavagem abundante dos substratos com água por 15 a 20 s e secagem com papel

absorvente, deixando a dentina úmida (Figura 7). O adesivo foi aplicado em duas camadas com um pincel descartável (KG Brush KG Sorensen, Cotia, SP, Brasil), um jato de ar suave foi aplicado sobre o material e este foi fotoativado por 10 s com aparelho de lâmpada halógena XL 2500 (3M ESPE, St. Paul, MN, EUA), com irradiância de 600 mW/cm2 (Figura 8).

Figura 7 – Condicionamento ácido do esmalte e dentina para a utilização do sistema adesivo Adper Single Bond 2. A – Ácido fosfórico Scotchbond Etchant Gel 35%; B – Aplicação do ácido em esmalte por 15 s; C – Aplicação do ácido em esmalte e dentina por 15 s; D – Lavagem com água por 15-20 s; E – Retirada do excesso de umidade da dentina com papel absorvente.

Figura 8 – Aplicação do sistema adesivo Adper Single Bond 2. A – Adesivo Adper Single Bond 2; B – Aplicação do adesivo em duas camadas; C – Jato de ar suave; D – Fotopolimerização por 10 s com aparelho de lâmpada halógena XL 2500.

Para o sistema adesivo Clearfil SE Bond, primeiramente o primer foi aplicado por 20 s com um pincel descartável (KG Brush KG Sorensen, Cotia, SP, Brasil) e um jato de ar suave foi aplicado por 5 s sobre o material; posteriormente, o adesivo foi aplicado com pincel descartável e fotoativado por 10 s com aparelho de lâmpada halógena XL 2500, com irradiância de 600 mW/cm2 (Figura 9).

Figura 9 – Aplicação do sistema adesivo Clearfil SE Bond. A – Primer e Bond do sistema adesivo Clearfil SE Bond; B – Aplicação do primer por 20 s; C – Jato de ar suave; D – Aplicação do adesivo; E – Fotopolimerização por 10 s com aparelho de lâmpada halógena XL 2500.

Para o sistema adesivo Adper Easy Bond, o adesivo foi aplicado com um pincel descartável (KG Brush KG Sorensen, Cotia, SP, Brasil) por 20 s, um jato de ar foi aplicado por 5 s para a evaporação do solvente e o material foi fotoativado por 10 s com aparelho de lâmpada halógena XL 2500 (3M ESPE, St. Paul, MN, EUA), com irradiância de 600 mW/cm2 (Figura 10).

Figura 10 – Aplicação do sistema adesivo Adper Easy Bond. A – Adesivo Adper Easy Bond; B – Aplicação do adesivo por 20 s; C – Jato de ar por 5 s; D – Fotopolimerização por 10 s com aparelho de lâmpada halógena XL 2500.

Após a aplicação dos sistemas adesivos, foi construído um bloco com o compósito restaurador Filtek Z350XT (Lote LN312081BR) (3M ESPE, St. Paul, MN, EUA), cor A2B, em incrementos de 2 mm até atingir altura de aproximadamente 5 mm. Cada incremento foi fotoativado por 40 s com aparelho de lâmpada halôgena XL 2500, com irradiância de 600 mW/cm2 (Figura 11).

Figura 11 – Confecção das restaurações. A – Compósito Filtek Z350XT (3M ESPE, St. Paul, MN, EUA); B – Confecção da restauração com incrementos de 2 mm; C – Fotopolimerização de cada incremento por 40 s com aparelho de lâmpada halôgena XL 2500; D – Aspecto final da restauração.

4.2.2 Armazenagem em pressão pulpar simulada

Metade das amostras restauradas (72 amostras) foi armazenada por 24 horas em água destilada, em estufa a 37ºC e a outra metade (72 amostras) em pressão pulpar simulada por 6 meses em água destilada.

Para os grupos de pressão pulpar simulada, as amostras, depois de restauradas, receberam a aplicação de 2 camadas de esmalte para unha Risqué (Lote C10M0134) (Masi Industria de Cosméticos Ltda, Taboão da Serra, SP, Brasil) nas interfaces externas da restauração, com o intuito de funcionar como impermeabilizante, impedindo a ação direta da água sobre essas regiões. Após, as amostras foram fixadas com cera pegajosa (Asfer, São Caetano do Sul, SP, Brasil), horizontalmente e com a câmara pulpar totalmente desobstruída, na tampa

de um recipiente plástico utilizado como dispositivo para a simulação da pressão intrapulpar com coluna de água destilada a uma altura 20 cm acima das amostras, para promover degradação da união com a simulação da pressão hidrostática de 20 cm H2O na interface adesiva durante 6 meses (Feitosa et al., 2012a, Feitosa et

al., 2012b) (Figura 12 e 13).

Figura 12 – Armazenagem das amostras em pressão pulpar simulada. A – Aplicação de 2 camadas de esmalte nas interfaces da restauração, para impermeabilizar estas regiões; B – Fixação das amostras na tampa do recipiente plástico com cera pegajosa, horizontalmente, com a câmara pulpar totalmente desobstruída; C – dispositivo para simulação da pressão intrapulpar com coluna de água destilada a uma altura 20 cm acima das amostras.

Figura 13 – Esquema do método de pressão pulpar simulada. A – Secção dos dentes para obtenção de fatia de dentina com espessura de dentina de cerca de 0,9 a 1 mm; B – Confecção da restauração de compósito; C – Aplicação de 2 camadas de esmalte nas bordas em esmalte da restauração, para impermeabilizar estas interfaces da ação direta da água; D – Fixação das amostras na tampa do recipiente plástico com cera pegajosa, horizontalmente, com a câmara pulpar totalmente desobstruída; E – Preenchimento de 20 cm do recipiente cilíndrico com água deionizada; F – Recipiente cheio e fechado, com as amostras unidas à tampa, de cabeça para baixo para submeter as amostras à pressão pulpar com coluna de água à uma altura de 20 cm.

Fonte: Feitosa, 2012a.

4.2.3 Ensaio de resistência de união à microtração

Após o período de armazenamento, as amostras foram cortadas longitudinalmente em fatias de 0,8 mm de espessura e, logo após, foram feitos

cortes perpendiculares para obtenção de palitos com área na secção transversal de aproximadamente 0,64 mm² (Figura 14).

Figura 14 – A – Fixação das amostras para corte em palitos; B – Cortes longitudinais em fatias de 0,8 mm; C – Cortes perpendiculares em fatias de 0,8 mm; D – Palitos com área de aproximadamente 0,64 mm2 na interface de união.

Esses palitos foram levados à máquina de ensaios universal EZ-test (Shimadzu Corp., Quioto, Japão), fixados pelas extremidades com cola à base de cianoacrilato (Super Bonder Flex Gel, Loctite – Henkel, São Paulo, SP, Brasil) e testados sob tração, com velocidade de 1mm/minuto, utilizando célula de carga de 500 N, até ocorrer ruptura do espécime (Figura 15). Após a fratura, as amostras foram cuidadosamente removidas e a área de secção transversal medida com paquímetro digital (Mitutoyo Corporation, Tóquio, Japão), com precisão de 0,01 mm. Os valores em quilograma força (kgf) obtidos após o ensaio foram convertidos para newton (N). A tensão em megapascal (MPa) necessária para causar a ruptura dos espécimes foi determinada pela razão entre a força (N) no momento da fratura e a área da secção transversal do espécime em mm2.

Figura 15 – Teste de microtração. A – Palitos utilizados para o ensaio de microtração; B – Máquina de ensaios universal EZ-test com o palito fixado pelas extremidades com cola à base de cianoacrilato em dispositivo para microtração, com a interface na região central do dispositivo; C – Vista aproximada do dispositivo para microtração.

4.3 Análise do padrão de fratura

Após o teste de microtração, o tipo de fratura foi analisado em Lupa Estereoscópica (Carl Zeiss, São Paulo, SP, Brasil) com aumento de 60 X. As fraturas foram classificadas em: adesivas, quando a falha ocorreu somente na interface adesiva (entre as camadas híbrida e de adesivo); coesivas em dentina, quando ocorreu falha totalmente coesiva em dentina; coesivas em compósito, quando ocorreu fratura totalmente coesiva no compósito restaurador; e, mistas, quando ocorreu falha parcialmente na interface de união e parcialmente coesiva em compósito ou em dentina. Imagens representativas das fraturas exibindo o padrão mais frequente de cada grupo (e com resistência de união próxima a

média do grupo) foram obtidas de palitos selecionados. Esses palitos foram montados em stubs de alumínio, cobertos com ouro (Balzers model SCD 050 sputter coater, Balzers Union Aktiengesellschaft, Fürstentum Lichtenstein, FL-9496, Alemanha) e examinados em microscópio eletrônico de varredura JSM-5600LV (JEOL, Tóquio, Japão).

4.4 Nanoinfiltração

Para análise da nanoinfiltração foi selecionado um palito central de cada espécime no momento dos cortes para o teste de resistência de união (Figura 16). Deste modo, foram analisados 6 palitos por grupo. A obtenção do nitrato de prata amoniacal a 50% em peso e procedimentos para a impregnação da prata nos palitos foram realizados de acordo com protocolo previamente descrito por Tay et al. (2002). Os palitos foram colocados em solução amoniacal de nitrato de prata, livres de luz por 24 horas, retirados, lavados abundantemente em água destilada e imersos em solução reveladora (Eastman Kodak Co., Rochester, NY, EUA), por 8 horas, sob luz fluorescente para reduzir os íons de prata para grãos metálicos de prata em possíveis espaços na interface de união (Figura 16). Após isso, os palitos impregnados com prata foram incluídos em resina epóxica (Buehler, Lake Bluff, USA) e polidos manualmente com lixas de carbeto de silício (Carborundum, São Paulo, SP, Brasil) de granulação 600, 1200 e 2000 e também com pastas diamantadas de 3, 1 e 0,25 µm (Lote 406600) (Buehler, Lake Bluff, USA) (Figura 16). As amostras foram lavadas em ultrassom Ultracleaner 1400 (Unique, Indaiatuba, SP, Brasil) por 20 minutos entre cada lixa ou pasta diamantada e também após a última pasta diamantada. Após, foi utilizado feltro com água deionizada para remover possíveis resquícios de pasta diamantada das amostras, que foram lavadas novamente em ultrasom por 20 minutos. As amostras foram secas e cobertas com carbono para avaliação em

Microscópio Eletrônico de Varredura (JSM-5600LV, JEOL, Tóquio, Japão) no modo de elétrons retro-espalhados, com aumento de 1000 X (Figura 16).

Figura 16 – Ensaio de nanoinfiltração. A – Palitos centrais selecionados para o ensaio; B – Imersão em solução amoniacal de nitrato de prata; C – Palitos em nitrato de prata mantidos livres de luz por 24 horas; D – Imersão em solução reveladora por 8 horas, sob luz fluorescente; E, F – Palitos impregnados com prata sendo incluídos em resina epóxica; G – Cobertura da amostra com carbono para avaliação em Microscópio Eletrônico de Varredura.

4.5 Análise Estatística

Os valores em MPa foram submetidos à análise estatística em nível de significância de 5%. Inicialmente, os dados foram avaliados quanto à normalidade pelo teste de Kolmogorov-Smirnov e apresentaram distribuição normal (p>0,05). Para cada adesivo, foi realizada análise de variância dois fatores, considerando o

antioxidante (4 níveis - Controle, Vitamina C, Vitamina E e Quercetina) e o tempo (2 níveis - 24 horas e 6 meses). Em caso de diferença significativa, os dados foram analisados pelo Teste de Tukey. A análise estatística foi realizada pelo software SigmaStat for Windows 3.5.0.54 (Systat Software Inc.). Os palitos que fraturaram prematuramente antes do teste de microtração foram excluídos na análise estatística.

5 – RESULTADOS

Para os 3 sistemas adesivos, no teste de resistência de união à microtração, a análise de variância dois fatores revelou que a interação entre os fatores (antioxidante e tempo de armazenagem) foi estatisticamente significativa, sendo p=0,002; p<0,001 e p<0,001 para os adesivos Adper Single Bond 2, Clearfil SE Bond e Adper Easy Bond, respectivamente.

As médias de resistência de união a microtração para os sistemas adesivos Adper Single Bond 2, Clearfil SE Bond e Adper Easy Bond, são mostradas nas Tabelas 1, 2 e 3, respectivamente.

5.1 Adper Single Bond 2

A Tabela 1 mostra que, para o adesivo Adper Single Bond 2, em ambos os períodos de armazenamento (24 horas e 6 meses), os grupos Adper Single Bond 2 Controle e Adper Single Bond 2 Vitamina E apresentaram resistência de união significativamente maior que o grupos Adper Single Bond 2 Vitamina C e Adper Single Bond 2 Quercetina (p<0,05). A resistência de união do grupo Adper Single Bond 2 Controle diminuiu significativamente em 6 meses (p<0,05). Entretanto, para o grupo Adper Single Bond 2 Quercetina, a resistência de união aumentou significativamente neste período (p<0,05).

Tabela 1. Médias (desvio padrão) da resistência de união à microtração (MPa) dos grupos do sistema adesivo Adper Single Bond 2.

Período de armazenamento Antioxidante 24 horas 6 meses Controle 63,7 (4,8) aA 50,6 (6,2) aB Vitamina C 40,3 (5,3) bA 39,6 (4,7) bA Vitamina E 56,8 (9,4) aA 55,9 (7,0) aA Quercetina 31,2 (3,3) bB 38,3 (5,7) bA

Letras iguais maiúsculas em linha e minúsculas em coluna indicam não haver diferença estatística significante.

A observação do padrão de falha revelou a existência de 55% (20) de fraturas mistas, 39% (14) de fraturas adesivas e 6% (2) de fraturas coesivas em dentina para o grupo Adper Single Bond 2 Controle, em 24 horas; e 50% (18) de fraturas mistas, 44% (16) de fraturas adesivas, 3% (1) de fraturas coesivas em dentina e 3% (1) de fraturas coesivas em compósito para o grupo Adper Single Bond 2 Controle, em 6 meses (Gráfico 1);

No grupo Adper Single Bond 2 Vitamina C, observou-se 64% (23) de fraturas mistas, 30% (11) de fraturas adesivas, 3% (1) de fraturas coesivas em dentina e 3% (1) de fraturas coesivas em compósito, em 24 horas; e 55% (20) de fraturas mistas, 42% (15) de fraturas adesivas e 3% (1) de fraturas coesivas em dentina, em 6 meses (Gráfico 1);

No grupo Adper Single Bond 2 Vitamina E, observou-se 44% (16) de fraturas mistas, 25% (9) de fraturas adesivas, 3% (1) de fraturas coesivas em dentina e 28% (10) de fraturas coesivas em compósito, em 24 horas; e 72% (26) de fraturas mistas, 11% (4) de fraturas adesivas, 14% (5) de fraturas coesivas em dentina e 3% (1) de fraturas coesivas em compósito, em 6 meses (Gráfico 1);

No grupo Adper Single Bond 2 Quercetina, observou-se 61% (22) de fraturas adesivas, 36% (13) de fraturas mistas e 3% (1) de fraturas coesivas em dentina, em 24 horas; e 53% (19) de fraturas mistas, 42% (15) de fraturas adesivas e 5% (2) de fraturas coesivas em compósito, em 6 meses (Gráfico 1).

Gráfico 1. Distribuição em percentagem (%) da amostra total do padrão de fratura do sistema adesivo Adper Single Bond 2.

Imagens em microscopia eletrônica de varredura (MEV) representativas de cada grupo do sistema adesivo Adper Single Bond 2 podem ser observadas nas Figuras 17 – 24. Imagens da análise qualitativa de nanoinfiltração podem ser observadas nas Figuras 25 e 26.

Figura 17 - Fotografia em MEV, mostrando o padrão de fratura adesiva obtido após o ensaio de microtração de amostras de Adper Single Bond 2 Controle, em 24 horas (A) – Parte do espécime fraturado referente à dentina, em 90 X. (B) – Maior aumento (900 X) da área selecionada em A. (CH) – Camada híbrida; (CA) – Camada de adesivo.

Figura 18 - Fotografia em MEV, mostrando o padrão de fratura mista obtido após o ensaio de microtração de amostras de Adper Single Bond 2 Controle, em 6 meses de armazenamento com pressão pulpar simulada. (A) – Parte do espécime fraturado referente à dentina, em 90 X. (B) – Maior aumento (900 X) da área selecionada em A. No círculo branco observa-se dentina com exposição de túbulos dentinários. (CH) Camada híbrida; (CA) Camada de adesivo; (RC) Resinacomposta; (DE) Dentina.

A

B

CH C A C H C A  

A

B

CH CA DE CA RC  

Figura 19 - Fotografia em MEV, mostrando o padrão de fratura mista obtido após o ensaio de microtração de amostras restauradas com o sistema de união Adper Single Bond 2 Vitamina C, em 24 horas. (A) – Parte do espécime fraturado referente à dentina, em 90 X. (B) – Maior aumento (900 X) da área selecionada em A. (CA) – Camada de adesivo; (CH) – Camada híbrida.

Figura 20 - Fotografia em MEV, mostrando o padrão de fratura adesiva obtido após o ensaio de microtração de amostras restauradas com o sistema de união Adper Single Bond 2 Vitamina C, em 6 meses de armazenamento com pressão pulpar simulada. (A) – Parte do espécime fraturado referente à dentina, em 90 X. (B) – Maior aumento (900 X) da área selecionada em A. (CA) – Camada de adesivo; (CH) – Camada híbrida.

A

B

C H C A C H CA  

A

B

CH CA CH CA  

Figura 21 - Fotografia em MEV, mostrando o padrão de fratura mista obtido após o ensaio de microtração de amostras restauradas com o sistema de união Adper Single Bond 2 Vitamina E, em 24 horas. (A) – Parte do espécime fraturado referente à dentina, em 90 X. (B) – Maior aumento (900 X) da área selecionada em A. (CH) – Camada híbrida; (CA) – Camada de adesivo.

Figura 22 - Fotografia em MEV, mostrando o padrão de fratura mista obtido após o ensaio de microtração de amostras restauradas com o sistema de união Adper Single Bond 2 Vitamina E, erm 6 meses de armazenamento com pressão pulpar simulada. (A) – Parte do espécime fraturado referente à dentina, em 90 X. (B) – Maior aumento (900 X) da área selecionada em A. (CH) – Camada híbrida; (CA) – Camada de adesivo.

A

B

CH CA CH CA  

A

B

CH CA CH CA  

Figura 23 - Fotografia em MEV, mostrando o padrão de fratura adesiva obtido após o ensaio de microtração de amostras restauradas com o sistema de união Adper Single

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