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A proposta deve conter indicação comprovativa de que o tomador do seguro tomou conhecimento das informações

Seguros de Pessoas

2. A proposta deve conter indicação comprovativa de que o tomador do seguro tomou conhecimento das informações

referidas no número anterior, presumindo-se, na sua falta, que o mesmo não tomou conhecimento delas, assistindo-lhe, neste caso, o direito de resolver o contrato de seguro, nos termos e no prazo referidos no n.° 1 do artigo 236 e de ser reembolsado da totalidade das importâncias pagas.

ARTIGO 232

(Dever de informação na vigência do contrato)

1. Durante a vigência do contrato, para além das condições gerais, especiais e particulares constantes da apólice de seguro, a seguradora deve ainda comunicar-lhe o seguinte:

a) todas as alterações que ocorram nas informações referidas nas alíneas a) a e) do n.° 1 do artigo anterior;

b) anualmente, informação relativa à atribuição da participação de resultados, dela devendo constar o montante atribuído e o aumento das garantias resultantes desta participação; e

c) nos contratos com participação nos resultados, nos contratos a prémios únicos sucessivos e nos contratos em que a cobertura principal seja integrada ou complementada por uma operação financeira, a seguradora, havendo alteração da informação inicialmente prestada, deve informar o tomador do seguro dos valores de resgate e de redução, bem como da data a que os mesmos se referem.

2. Em caso de incumprimento do disposto no número anterior e sem prejuízo do direito de resolução do contrato que assiste ao tomador do seguro, a seguradora é responsável por perdas e danos.

ARTIGO 2 3 3

(Informações suplementares)

1. Para além das informações referidas nos artigos 231 e 232, a seguradora deve prestar ao tomador do seguro todas as informações suplementares que este lhe solicite e que se mostrem necessárias para a efectiva compreensão do contrato.

2. Em caso de incumprimento do número anterior, é aplicável o disposto no n.° 2 do artigo 231 ou no n.° 2 do artigo 232, conforme se trate de informações suplementares às que devam ser prestadas antes da celebração do contrato ou durante a sua vigência.

ARTIGO 2 3 4

(Publicidade)

Nos documentos destinados ao público em geral, aos tomadores do seguro ou aos mediadores de seguros, sempre que se mencione a taxa de participação nos resultados, é obrigatória a indicação da base de incidência de tal taxa.

SUBSECÇÃO III Apólice de Seguro

ARTIGO 235

(Texto da apólice de seguro)

1. Além do referido no n.° 4 do artigo 103, a apólice de seguro deve mencionar, nas condições particulares, a idade, a profissão e o estado de saúde da pessoa cuja vica se segura.

2. Das condições gerais e ou especiais dos contratos de seguro do ramo Vida devem constar os seguintes elementos, se aplicáveis:

a) definição dos conceitos necessários ao conveniente esclarecimento das condições contratuais;

b) âmbito do contrato;

c) direitos e obrigações do tomador do seguro, do segurado, do beneficiário e do segurador;

d) início da produção de efeitos e período de duração do contrato;

e) condições de renovação, suspensão, caducidade, resolução e nulidade do contrato;

f ) condições, prazo e periodicidade do pagamento dos prémios;

g) direitos e obrigações das partes em caso de sinistro;

h) definição das opções;

i) cláusula de incontestabilidade;

j) direitos e obrigações do tomador do seguro em caso de agravamento do risco;

k) condições em que o beneficiário adquire o direito a ocupar o lugar do tomador do seguro;

l) condições de revalidação, resgate, redução, adiantamento e transformação da apólice

m) condições de pagamento das importâncias seguras;

n) cláusula que indique se o contrato dá ou não lugar a participação nos resultados e, no primeiro caso, qual a forma de cálculo e de distribuição desses resultados;

o) cláusula que indique se o tipo de seguro em que se insere o contrato dá ou não lugar a investimento autónomo dos activos representativos das provisões matemáticas e, no primeiro c aso, indicação da natureza e regras para a formação da carteira de investimento desses activos;

p) cláusula relativa ao direito de renúncia;

q) lei aplicável ao contrato, condições de arbitragem e foro competente para dirimir eventuais conflitos em sede judicial;

r) quantificação dos encargos, sua forma de incidência e momento em que são cobrados; e

s) rendimento mínimo garantido, incluindo informação relativa à taxa de juro mínima garantida e duração desta garantia.

3. A seguradora deve anexar à apólice uma tabela de valores de resgate e de redução, calculados nas datas aniversarias da apólice, sempre que existam valores mínimos garantidos.

4. Das condições gerais e/ou especias dos contratos de seguro de grupo devem constar, além dos elementos referidos no n.° 1 deste artigo, os seguintes:

a) obrigações e direitos das pessoas seguras;

b) transferência do direito ao valor de resgate para a pessoa segura, no mínimo na parte correspondente à sua contribuição para o prémio, caso se trate de um seguro contributivo;

c) entrada em vigor das coberturas para cada pessoa segura;

d) condições de elegibilidade, enúnciando os requisitos para que o candidato a pessoa segura possa integrar o grupo.

5. As condições gerais e/ou especiais dos seguros de nupcialidade e dé natalidade aplica-se o disposto no n.° 1 deste artigo, com as necessárias adaptações.

6. Sem prejuízo do disposto no n.° 1 deste artigo, as condições dos contratos de seguros ligados à fundos de investimento colectivo devem ainda estabelecer:

a) a constituição do valor de referência;

b) os direitos do tomador do seguro, quando da eventual liquidação de um fundo de investimento, antes do termo do contrato;

c) a forma de informação sobre a evolução do valor de referência, bem como a regularidade da mesma;

d) as condições de liquidação do valor de resgate e das importâncias seguras; e

e) a periodicidade da informação a prestar ao tomador do seguro sobre a composição da carteira de investimentos.

SUBSECÇÃO IV Direito de Renúncia

ARTIGO 2 3 6 (Renúncia)

1. Sem prejuízo do disposto no artigo 238, o tomador do seguro de um contrato do ramo Vida dispõe de um prazo de trinta dias, a contar da recepção da apólice de seguro, para expedir a carta renunciando aos efeitos do contrato, cumprindo as formalidades referidas no n.°3.

2. O tomador do seguro pode também exercer o direito de renúncia nos termos do número anterior sempre que as condições do contrato não estejam em conformidade com as informações referidas nos artigos 231 e 232.

3. Sob pena de ineficácia, a comunicação da renúncia referida nos números anteriores deve ser notificada por carta registada enviada para o endereço da sede social ou da sucursal da seguradora que celebrou o contrato.

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(Efeitos da renúncia)

1. O exercício do direito de renúncia determina a resolução do contrato, extinguindo todas as obrigações dele decorrentes com efeitos a partir da celebração do mesmo, havendo lugar, nomeadamente, a devolução do prémio já pago, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.

2. Nos seguros em caso de morte e nos seguros complementares, a seguradora tem direito ao prémio calculado pro rata temporis

e ao custo da apólice.

3. Nos contratos não abrangidos pelo número anterior, a seguradora tem direito aos custos de desinvestimento que comprovadamente tiver suportado, bem como ao custo da apólice, se for o caso.

4. O exercício do direito de renúncia não dá lugar a qualquer indemnização pará além do que é estabelecido nos números anteriores.

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(Limitações ao exercício do direito de renúncia)

O direito de renúncia previsto na presente subsecção não pode ser exercido se o tomador do seguro for uma pessoa colectiva nem se aplica aos contratos de duração igual ou inferior a seis meses e aos seguros de grupo.

SUBSECÇÃO V Beneficiário ARTIGO 2 3 9

(Designação do beneficiário)

1. O beneficiário é indicado pelo tomador do seguro, no próprio contrato ou em declaração posterior, dirigida à seguradora.

2. Nos seguros de grupo e salvo convenção em contrário, a pessoa segura designa o beneficiário.

3. O tomador do seguro ou, sendo esse o caso, a pessoa segura podem limitar-se a indicar critérios para a determinação do beneficiário.

4. Salvo convenção em contrário, por falecimento da pessoa segura o capital seguro é prestado:

a) na falta de designação de beneficiário, aos herdeiros da pessoa segura;

b) falecendo o beneficiário antes da pessoa segura, aos herdeiros desta última;

c) falecendo o beneficiário antes da pessoa segura, tendo havido renúncia à revogação da designação beneficiária, aos herdeiros daquele; e

d) falecendo, simultaneamente, a pessoa segura e o beneficiário, aos herdeiros deste.

5. Salvo convenção em contrário, no seguro de sobrevivência, o capital seguro é prestado à pessoa segura, tanto na falta de designação de beneficiário como no caso de falecimento do beneficiário.

ARTIGO 2 4 0

(Critérios supletivos aplicáveis aos seguros de grupo)

Nos seguros de grupo:

a) não havendo beneficiário designado e faltando os critérios para a sua designação ou falecendo o beneficiário antes da pessoa segura, são beneficiários os herdeiros legais da pessoa segura; e

b) havendo beneficiário designado na apólice e verificando-se o seu falecimento em simultâneo com o da pessoa segura, são beneficiários os herdeiros legais do beneficiário designado.

ARTIGO 2 4 1

(Interpretação da cláusula do beneficiário)

1. A designação do cônjuge do segurado como beneficiário reporta-se à pessoa que, com ele, esteja casada no momento da morte, salvo se for identificado pelo nome.

2. Salvo estipulação em contrário, a designação de beneficiário a favor de várias pessoas, em simultâneo, conduz à repartição, por todas e em partes iguais, da indemnização a pagar pelo segurador, excepto:

a) no caso dos beneficiários serem todos os herdeiros da pessoa segura, em que se observam os princípios previstos para a sucessão legítima; e

b) no caso de premoriência de qualquer dos beneficiários, em que a sua parte cabe aos respectivos descendentes.

3. No momento da celebração do contrato, a seguradora deve esclarecer o tomador do seguro sobre as regras definidas nos números anteriores.

ARTIGO 2 4 2

(Revogação da designação do beneficiário)

1. O autor pode revogar livremente, por escrito, a designação do beneficiário, salvo se tiver renunciado previamente e também por escrito, a essa faculdade ou, no seguro de sobrevivência, tenha havido adesão do beneficiário.

2. Em caso de renúncia à faculdade de revogação ou, no seguro de sobrevivência tendo havido adesão do beneficiário, o tomador do seguro, salvo convenção em contrário, não tem os direitos de resgate, de redução ou de adiantamento sobre a apólice.

3. A revogação não pode ser feita pelos herdeiros do autor da designação.

4. O tomador do seguro deve ser devidamente esclarecido quanto às regras definidas nos números anteriores.

ARTIGO 2 4 3

(Aquisição e perda do benefício)

1. O beneficiário adquire, com a concretização do risco previsto no contrato e sendo este eficaz, um direito próprio à prestação da seguradora.

2. O direito previsto no número anterior fica suspenso se o beneficiário for pronunciado pelo crime de homicídio na pessoa da pessoa segura, cessando o mesmo direito com a sua condenação.

3. Cessando os benefícios nos termos do número anterior é aplicável, salvo convenção em contrário, o regime da designação beneficiária constante na alínea a) do n.° 4 do artigo 239 ou o critério supletivo referido na alínea a) do artigo 240, consoante se trate de seguro individual ou seguro de grupo, respectivamente.

SUBSECÇÃO VI A Pessoa Segura e o Risco

ARTIGO 2 4 4

(Pessoa segura distinta do tomador do seguro)

1. Se a pessoa segura e o tomador do seguro forem pessoas distintas, deve constar do contrato o consentimento escrito daquela para a efectivação do seguro, salvo se o contrato for celebrado para garantia de uma responsabilidade do tomador do seguro relativamente à pessoa segura em caso de ocorrência dos riscos cobertos pelo contrato de seguro.

2. Para a transmissão da posição de beneficiário, seja a que título for, é necessário o acordo escrito da pessoa segura.

ARTIGO 2 4 5

(Declaração inexacta da idade da pessoa segura)

1. O erro sobre a idade da pessoa segura é causa de anulabilidade do contrato se a idade verdadeira divergir dos limites mínimo e máximo estabelecido pela seguradora para a celebração deste tipo de contrato de seguro.

2. Não sendo causa de anulabilidade, se a declaração inexacta implicar um prémio inferior ao devido, o capital seguro sofre uma redução proporcional e, na hipótese inversa, a seguradorá devolve, sem juros, a parte do prémio recebida em excesso.

ARTIGO 2 4 6 (Agravamento do risco)

O r e g i m e d o a g r a v a m e n t o d o risco previsto nos artigos 111 e 113 n ã o é a p l i c á v e l a o s s e g u r o s d e vida, n e m , r e s u l t a n d o o a g r a v a m e n t o d o e s t a d o d e s a ú d e da pessoa segura, às c o b e r t u r a s d e acidente e invalidez por acidente ou d o e n ç a c o m p l e m e n t a r e s de um seguro d e Vida.

ARTIGO 2 4 7 (Suicídio)

1. Salvo c o n v e n ç ã o e m contrário, o suicídio d a pessoa s e g u r a n ã o exclui o b e n e f í c i o , d e s d e q u e ocorra d e p o i s d e c o m p l e t a d o u m a n o sobre a data da c e l e b r a ç ã o d o contrato.

2. O disposto no n ú m e r o anterior aplica-se e m caso de a u m e n t o d e capital s e g u r o p o r m o r t e , b e m c o m o na e v e n t u a l i d a d e d e o c o n t r a t o ser reposto e m vigor, mas, e m q u a l q u e r caso, a e x c l u s ã o respeita s o m e n t e ao a c r é s c i m o d e c o b e r t u r a r e l a c i o n a d o c o m essas circunstâncias.

3. N ã o se c o m p l e t a n d o o p e r í o d o do u m a n o r e f e r i d o no n.° 1, é aplicável o disposto n o n.° 3 d o artigo 155.

SUBSECÇÃO V II

Redução, Resgate e Adiantamento Sobre a Apólice de Seguro ARTIGO 2 4 8

(Redução e resgate da apólice)

1. S e m p r e j u í z o d o disposto no n.° 2 d o artigo 242, o t o m a d o r d o seguro tem o direito de r e d u ç ã o e de resgate da apólice, n o s t e r m o s contratuais.

2. N o s seguros d e grupo, o t o m a d o r d o seguro p o d e renunciar, m e d i a n t e declaração expressa, a esses direitos, os quais revertem, então, para a p e s s o a segura.

ARTIGO 2 4 9

(Adiantamento sobre a apólice de seguro)

A s e g u r a d o r a p o d e , n o s t e r m o ; c o n t r a t u a i s , c o n c e d e r a d i a n t a m e n t o s ao t o m a d o r do s e g u r o , até ao valor da respectiva p r o v i s ã o m a t e m á t i c a , salvo o disposto n o n.° 2 d o artigo 2 4 2 .

SECÇÃO III

Seguros de Acidentes Pessoais e de Doença SUBSECÇÃO I

Acidentes Pessoais ARTIGO 2 5 0 (Âmbito do risco seguro)

1. A s apólices d e seguros de acidentes pessoais d e v e m indicar, e m caracteres destacados, o tipo d e acidentes q u e , e m f u n ç ã o da s u a n a t u r e z a o u d a s u a c a u s a , n ã o e s t e j a m c o b e r t o s p e l a seguradora.

2. C o n s i d e r a m - s e c o b e r t o s todos o s riscos não e x c l u í d o s nos t e r m o s d o n ú m e r o anterior.

ARTIGO 2 5 1

(Texto da apólice do seguro de grupo)

N o c a s o d e se tratar d e u m s e g u r o d e g r u p o d e a c i d e n t e s pessoais, para além d o disposto no artigo 193, das c o n d i ç õ e s gerais e/ou especiais d e v e m ainda constar o s seguintes elementos:

a ) direitos e o b r i g a ç õ e s d a s p e s s o a s seguras;

b) entrada em vigor das cobertura s para cada pessoa segura; e

c) c o n d i ç õ e s d e e l e g i b i l i d a d e , e n u n c i a n d o o s r e q u i s i t o s para q u e o c a n d i d a t o à pessoa segura possa integrar o g r u p o .

ARTIGO 2 5 2 (Remissão)

A o s s e g u r o s d e a c i d e n t e s p e s s o a i s são aplicáveis, c o m as necessárias adaptações, os artigos 138, 140, 142 e 2 3 9 a 2 4 3 .

SUBSECÇÃO II Seguro de Doença

ARTIGO 2 5 3 (Cláusulas contratuais)

D o contrato d e seguro d e d o e n ç a anual renovável d e v e constar d e f o r m a b e m visível e destacada que:

a) a s e g u r a d o r a apenas c o b r e o p a g a m e n t o das prestações c o n v e n c i o n a d a s ou das despesas e f e c t u a d a s e m cada a n o d e vigência do contrato; e

b) as condições d e i n d e m n i z a ç ã o em caso de não renovação d o contrato ou da cobertura da pessoa segura respeitam a o risco coberto n o contrato, de acordo c o m o disposto n o artigo 2 5 7 .

ARTIGO 2 5 4 (Âmbito do risco seguro)

1. A s apólices d e v e m indicar, e m caracteres destacados, os tipos d e d o e n ç a q u e , e m f u n ç ã o da sua natureza ou da sua causa não e s t e j a m cobertas pela seguradora.

2. A s e x c l u s õ e s d e v e m ser explicadas à pessoa segura e, c o m autorização desta, ao t o m a d o r d o seguro, por pessoal m é d i c o h a b i l i t a d o .

3. C o n s i d e r a m - s e cobertas t o d a s as d o e n ç a s n ã o excluídas n o s t e r m o s d o n.° 1.

ARTIGO 2 5 5 (Doenças preexistentes)

A s d o e n ç a s preexistentes e m relação à data da celebração d o contrato são tratadas d e acordo c o m o disposto no artigo anterior.

ARTIGO 2 5 6 (Regime não aplicável) N ã o é aplicável ao s e g u r o d e d o e n ç a :

a) o r e g i m e d e a g r a v a m e n t o d o risco, previsto nos artigos 111 e 113, relativamente às alterações do e s t a d o d e s a ú d e da p e s s o a segura; e

b) as o b r i g a ç õ e s d e i n f o r m a ç ã o da existência d e s e g u r o s m ú l t i p l o s previstas n o s n.°s 2 e 3 d o artigo 2 2 1 .

ARTIGO 2 5 7 (Cessação do contrato)

1. A s e g u r a d o r a só p o d e f a z e r cessar os seguros d e d o e n ç a , ou deles exçluir a p e s s o a segura, n o v e n c i m e n t o d o contrato ou, f o r a d e l e , c o m f u n d a m e n t o previsto na lei.

2. E m c a s o d e n ã o r e n o v a ç ã o d o contrato, e pelo p e r í o d o de u m ano, a s e g u r a d o r a n ã o p o d e , até q u e se m o s t r e e s g o t a d o o c a p i t a l a n u a l m e n t e s e g u r o , r e c u s a r as p r e s t a ç õ e s , q u a n d o r e s u l t a n t e s d e d o e n ç a s m a n i f e s t a d a s d u r a n t e o p e r í o d o d e vigência d a a p ó l i c e o u o u t r o s f a c t o s geradores d e i n d e m n i z a ç ã o

ocorridos no m e s m o período, d e s d e q u e c o b e r t o s pela apólice e declarados até trinta dias após o seu termo, salvo por m o t i v o d e força maior.

3. K aplicável o disposto no n ú m e r o anterior à não r e n o v a ç ã o dc cobertura no seguro de g r u p o , r e l a t i v a m e n t e a uma pessoa segura.

CAPÍTULO III

Operações de Capitalização

A R T I G O 2 5 8

(Extensão)

A parte geral d o R e g i m e Jurídico d o contrato d e s e g u r o e o r e g i m e e s p e c i a l d o s e g u r o d e V i d a s ã o a p l i c á v e i s s u b s i d i a r i a m e n t e às o p e r a ç õ e s d e c a p i t a l i z a ç ã o , d e s d e q u e compatíveis c o m a respectiva natureza.

A R T I G O 2 5 9

(Documento escrito)

1. D a s c o n d i ç õ e s g e r a i s e e s p e c i a i s d a s o p e r a ç õ e s d e capitalização d e v e m constar os seguintes e l e m e n t o s :

a) identificação das partes;

b) o capital garantido e os respectivos valores d e resgate nas datas aniversarias d o contrato;

c) as prestações a satisfazer pelo subscritor ou p o r t a d o r d o t í t u l o ;

d) os encargos, sua f o r m a d e incidência e o m o m e n t o e m q u e são c o b r a d o s ;

e) f o r m a de cálculo e de distribuição da participação nos resultados, se o contrato c o n f e r i r esse direito;

f ) o início é a d u r a ç ã o do contrato;

g) as c o n d i ç õ e s d e resgate;

h) a f o r m a d e transmissão d o título;

i) as c o n d i ç õ e s d e cessação d o contrato por iniciativa d e uma d a s partes; e

j ) a lei aplicável ao contrato e as c o n d i ç õ e s d e arbitragem.

2. T r a t a n d o - s e d e títulos ao portador, as c o n d i ç õ e s gerais e ou especiais do contrato d e v e m prever a o b r i g a t o r i e d a d e d o seu legítimo detentor, em caso de extravio, avisar i m e d i a t a m e n t e a seguradora.

3. Nas c o n d i ç õ e s particulares, os títulos d e v e m referir:

a) o respectivo n ú m e r o ; b) o capital contratado;

c) as datas d e início e de t e r m o do contrato;

d) o montante das prestações e as datas da sua exigibilidade, q u a n d o periódicas;

e) a taxa técnica de j u r o garantido;

f ) a participação nos resultados, se for o caso; e

g) o subscritor ou o detentor, no caso de títulos nominativos.

4 . A s c o n d i ç õ e s g e r a i s e e s p e c i a i s d o s c o n t r a t o s d e c a p i t a l i z a ç ã o d e v e m ser i d e n t i f i c a d a s n o t í t u l o e m i t i d o n o m o m e n t o de c e l e b r a ç ã o de c a d a contrato.

A R T I G O 2 6 0

(Manutenção do contrato)

A posição d o subscritor no c o n t r a t o transmite-se, e m c a s o d e morte, para os sucessores, m a n t e n d o - s e o c o n t r a t o até à d a t a d o v e n c i m e n t o .

A N E X O

Glossário

Para e f e i t o s d o presente r e g i m e j u r í d i c o e n t e n d e - s e por:

1. A c t a a d i c i o n a i - d o c u m e n t o q u e titula a alteração de u m a a p ó l i c e .

2. A c t i v i d a d e s e g u r a d o r a - o exercício regular d o s actos relativos à a c e i t a ç ã o e c u m p r i m e n t o de c o n t r a t o s d e s e g u r o , resseguro, micro-seguro e operações d e seguro, bem c o m o a prática d e a c t o s e. c o n t r a t o s c o n e x o s ou c o m p l e m e n t a r e s d a q u e l e s , n o m e a d a m e n t e o s r e s p e i t a n t e s a s a l v a d o s , r e e d i f i c a ç ã o e r e p a r a ç ã o d e p r é d i o s e d e v e í c u l o s , m a n u t e n ç ã o d e p o s t o s clínicos e a p l i c a ç ã o d e provisões, reservas e capitais.

3. A g e n t e de seguros - mediador, pessoa singular ou sociedade comercial, q u e , em n o m e e representação da s e g u r a d o r a ou do corretor q u e o h o u v e r designado, seja autorizado, nos termos do presente r e g i m e j u r í d i c o e d e m a i s disposições c o m p l e m e n t a r e s , a fazer a p r o s p e c ç ã o e d e s e n v o l v e r toda a actividade tendente à r e a l i z a ç ã o de seguros, prestando assistência ao segurado em tudo o q u e se relacione c o m o contrato d e s e g u r o celebrado, p o d e n d o ainda, m e d i a n t e respectivo a c o r d o c o m a seguradora, e f e c t u a r a c o b r a n ç a d e prémios.

4. Â m b i t o d o c o n t r a t o d e s e g u r o - d e f i n i ç ã o das garantias, riscos c o b e r t o s e riscos excluídos.

5. A p ó l i c e d e s e g u r o - d o c u m e n t o q u e titula o c o n t r a t o c e l e b r a d o e n t r e o t o m a d o r d o s e g u r o e a s e g u r a d o r a , d o n d e c o n s t a m as respectivas c o n d i ç õ e s gerais, especiais (se as houver) e particulares a c o r d a d a s ; d e p e n d e n d o d a s c o n d i ç õ e s a observar na sua transferência, as apólices d e s e g u r o p o d e m ser:

(i) n o m i n a t i v a s , se a p e s s o a d o c r e d o r da p r e s t a ç ã o da s e g u r a d o r a é indicada n o título e n ã o são emitidas à o r d e m ;

(ii) à o r d e m , q u a n d o a p e s s o a d o c r e d o r é indicada no título e c o n t é m a cláusula à o r d e m ; e

(iii) ao portador, q u a n d o a p r e s t a ç ã o é d e v i d a ao portador d o título.

6. B e n e f i c i á r i o - pessoa singular ou colectiva a f a v o r d e q u e m r e v e r t e a p r e s t a ç ã o da seguradora, d e c o r r e n t e d e um contrato d e seguro.

7. B o a - f é - regra de valoração da c o n d u t a das partes, c o m o honesta, correcta e leal; a este c o n c e i t o estão ligadas as ideias de f i d e l i d a d e , lealdade, h o n e s t i d a d e e c o n f i a n ç a na r e a l i z a ç ã o e c u m p r i m e n t o d o s negócios j u r í d i c o s .

8. C o n g l o m e r a d o s f i n a n c e i r o s - g r u p o s d e s o c i e d a d e s c o m e r c i a i s sob o m e s m o controlo, c u j a s actividades exclusivas o u p r e d o m i n a n t e s c o n s i s t e m n a p r e s t a ç ã o d e s e r v i ç o s e s s e n c i a l m e n t e f i n a n c e i r o s e m , p e l o m e n o s , d o i s s e c t o r e s f i n a n c e i r o s diferentes.

9. C o n t r a t o d e s e g u r o - a c o r d o pelo qual a s e g u r a d o r a ou m i c r o - s e g u r a d o r a se obriga, e m contrapartida do p a g a m e n t o d e um p r é m i o e para o caso d e se p r o d u z i r o e v e n t o c u j a verificação é o b j e c t o d e cobertura, a i n d e m n i z a r , nos t e r m o s e d e n t r o d o s limites c o n v é n c i o n a d o s , o d a n o p r o d u z i d o ao s e g u r a d o ou a s a t i s f a z e r u m c a p i t a l , u m a r e n d a o u o u t r a s p r e s t a ç õ e s n e l e previstas.

10. C o r r e t a g e m d e r e s s e g u r o - a c o l o c a ç ã o d e n e g ó c i o de r e s s e g u r o f e i t a p o r c o r r e t o r e m n o m e e r e p r e s e n t a ç ã o d a s e g u r a d o r a c e d e n t e , para a respectiva cessionária.

11. C o r r e t a g e m d e s e g u r o s - m e d i a ç ã o d e s e g u r o s q u e c o n s i s t e no e s t a b e l e c i m e n t o de ligação e n t r e os t o m a d o r e s d e s e g u r o s , s e g u r a d o s e a s s e g u r a d o r a s , e m q u e o r e s p e c t i v o

mediador tem a liberdade de escolha e preparação dos respectivos contratos, presta assistência a esses me smos contratos, bem como realiza estudos e consultorias ou emite pareceres técnicos sobre seguros.

12. Corretor de resseguro - mediador, sob forma de sociedade comercial, que, no's termos do presente regime jurídico e demais disposições complementares, se encontra devidamente autorizado para o exercício da corretagem de resseguro, desenvolvendo a sua actividade de forma independente em nome e no interesse da respectiva segurado "a cedente.

13. Corretor de seguros - mediador, sob forma de sociedade comercial, que, nos termos do presente regime jurídicos demais disposições complementares, se encontra devidamente autorizado para o exercício da corretagem de seguros, desenvolvendo a sua actividade de forma independente em nome e no interesse legítimo dos respectivos tomadores de seguros e segurados. Este mediador recomenda livremente ao tomador de seguro, de acordo com os critérios de conveniência destes os contratos a celebrar e as empresas de seguro em que melhor podem ser colocados.

14. Co-seguro - negócio do seguro directo que consiste na assunção conjunta de um risco por várias seguradoras, designadas co-seguradoras, de entre as quais uma é a líder, sem que haja responsabilidade solidária entre elas, através de um contrato de seguro único, com as mesmas garantias e período de duração e com um prémio global.

15. Delegação - o estabelecimento suplementar desprovido de personalidade jurídica e destinado ao atendimento do público que, pertencendo a uma seguradora, micro-seguradora ou resseguradora com sede na República de Moçambique ou seguradora com sede no exterior c que aqui opere na forma de sucursal, efectua directamente, no todo ou em parte, operações inerentes à actividade destas.

16. Entidade de supervisão - o instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique (ISSM).

17. Estorno - devolução ao tomacor do seguro de uma parte do prémio de seguro anteriormente pagos

18. Formalidade ad probationem - forma exigida de modo não absoluto, para a prova do negocio.

1 9 . F o r m a l i d a d e ad substantiam - f o r m a l e g a l m e n t e e x i g i d a p a r a a p r ó p r i a e x i s t ê n c i a d a d e c l a r a ç ã o o u d o n e g ó c i o , c u j a f a l t a a c a r r e t a a i n e x i s t ê n c i a d e s t e s .

20. Gestão ruinosa - aquela que abre espaços para perturbar o equilíbrio financeiro da entidade, nao cumprindo as normas de prudência e de conduta que uma gestao sãe prudente aconselha;

a condenação de uma gestão ruinosa visa tutelar bens jurídicos patrimoniais da própria seguradora, bem como os interesses dos tomadores de seguro, segurados, beneficiários e credores da entidade.

21. Indice de sinistralidade b r u t a - relação entre indemnizações brutas e prémios brutas processados no mesmo exercício económico, incluindo-se naquelas as provisões para sinistros.

22. Margem de solvência - é definida no duplo aspecto:

a) margem de solvência disponível - c o r r e s p o n d e ( i ) a o p a t r i m ó n i o d a s e g u r a d o r a l i v r e d e t o d a e q u a l q u e r o b r i g a ç ã o p r e v i s í v e l e d e d u z i d o d o s e l e m e n t o s i n c o r p ó r e o s , t r a t a n d o - s e de s e g u r a d o r a s c o m s e d e n a R e p ú b l i c a d e M o ç a m b i q u e ; e (ii) a o s a c t i v o s , l i v r e s d e t o d a e q u a l q u e r o b r i g a ç ã o e d e d u z i d o o s e l e m e n t o s i n c o r p ó r e o s , t r a t a n d o - s e de s u c u r s a i s d e s e g u r a d o r a s c o m s e d e n o e x t e r i o r ; e

b) margem de solvência exigida - corresponde à garantia, financeira a observar obrigatoriamente pela seguradora, tendo em atenção a dimensão das responsabilidades assumidas por contratos de seguro, calculada de acordo com o legal e regulamentarmente definido.

23. Mediação de seguros ou, abreviadamente, mediação -a -activid-ade profission-al que consiste no exercício regul-ar de prospecção de mercado ou de actos tendentes à realização de contratos e operações de seguro, bem como na prestação de assistência aos mesmos contratos já celebrados.

24. Micro-seguradora - entidade que tem por objecto social exclusivo a exploração da actividade seguradora restrita, operando na área do micro-seguro.

25. Micro-seguro-actividade que consiste na assunção de riscos, essencialmente em operações de reduzida e média dimensão, visando a protecção da população de baixa renda contra riscos específicos, em troca de pagamentos regulares de prémios proporcionais à probabilidade e custo do risco envolvido.

26. Mútua de seguros, sociedade mútua de seguros ou sociedade mútua - entidade constituída por pessoas singulares e/ou colectivas que pretendam garantir, segundo a técnica seguradora, a cobertura de riscos comuns.

27. Operação de "Fronting" - negócio aceite por entidade habilitada ao exercício da actividade seguradora (cedente) com a intenção prévia de o passar total ou substancialmente a outra seguradora ou resseguradora (cessionária).

28. Operador do micro-seguro - m i c r o - s e g u r a d o r a e q u a l q u e r s e g u r a d o r a q u e o p e r a n o m e r c a d o d o m i c r o - s e g u r o .

29. Operações de seguro - operações que, não revestindo a tipicidade própria de um contrato de seguro, são exploradas segundo princípios dc capitalização e podem ser geridas por uma seguradora, designadamente as operações de capitalização e a gestão de fundos de pensões; são, regra geral, associadas ao

29. Operações de seguro - operações que, não revestindo a tipicidade própria de um contrato de seguro, são exploradas segundo princípios dc capitalização e podem ser geridas por uma seguradora, designadamente as operações de capitalização e a gestão de fundos de pensões; são, regra geral, associadas ao