2 A SEGURIDADE SOCIAL
2.2 A PREVIDÊNCIA SOCIAL
2.2.2 PROPOSTA DE REFORMA PREVIDENCIÁRIA
Um dos debates mais atuais na sociedade brasileira é a reforma da
Previdência. Manifestações, discussões apaixonadas e até mesmo ameaças do
Governo, que caso não sejam aprovadas as mudanças no sistema previdenciário, o
Brasil não poderá garantir o pagamento das aposentarias futuras e dos programas
sociais. O fato é que população a está realmente envelhecendo e, com isso, usando
o benefício previdenciário por mais tempo. Do outro lado, a força de trabalho, que é
a responsável pela geração da riqueza do país e consequentemente pelo
recolhimento de impostos, os quais mantém o equilíbrio das contas previdenciárias,
vem diminuindo gradativamente, fazendo ampliar cada vez mais o déficit já
existente. (BRASIL, 2017).
Com a crise que se instalou no Brasil no início de 2015, mudanças são
necessárias para restabelecer a economia do país. Assim, projetos apresentados
pelo governo Michel Temer, como as reformas trabalhista e previdenciária, estão
sendo discutidos e apresentados para a redução do déficit nos cofres públicos e
para garantir a estabilidade econômica do país. Segundo dados recentes divulgados
pelo Ministério da Fazenda (2017), mesmo com as reformas, o Brasil só deverá ter
um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021. (BRASIL, 2017).
aumento das despesas com aposentadoria nos últimos anos. O saldo negativo
chegou a cerca 150 bilhões de reais, segundo nos reporta dados disponibilizados no
site da previdência social. O sítio eletrônico da Previdência Social traz a seguinte
explicação quanto à atual situação previdenciária:
A manutenção do sistema previdenciário sustentável é um dos maiores desafios que se impõe ao Estado brasileiro neste momento. Ao propor uma reforma, o governo quer evitar que seja colocado em risco o recebimento de aposentadorias, pensões e demais benefícios por esta e as próximas gerações. A cada mês são pagos, rigorosamente em dia, quase R$ 34 bilhões correspondentes a cerca de 29 milhões de benefícios, somente no Regime Geral de Previdência Social (RGPS)/INSS. As despesas do INSS estão em torno de 8% do PIB e, se nada for feito, as projeções para 2060 apontam que o percentual deve chegar a 18%, índice que inviabilizaria a Previdência. No ano passado, o déficit do RGPS (coberto com recursos da Seguridade Social – da qual a Previdência faz parte) chegou perto de R$ 150 bilhões. A despesa cresce mais se forem adicionados os benefícios pagos aos servidores públicos da União, estados e municípios. Em 2016, somente o déficit do Regime Próprio dos Servidores da União (civis e militares) passou de R$ 77 bilhões.
A figura abaixo demonstra que o déficit previdenciário tende a aumentar
vertiginosamente, devido ao fato do número de indivíduos habilitados a receber o
benefício previdenciário seguir aumentando dia a dia.
Figura nº 2- Evolução da quantidade de benefícios emitidos pela previdência social (2007-2017).
Fonte: Previdência Social
envelhecimento populacional e, consequentemente, o aumento da expectativa de
vida do brasileiro. Atualmente, a população idosa, no Brasil, representa 8% de seu
total, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
2017).
Segundo a proposta de reforma da previdência social inicialmente editada
pelo Governo Federal, seria fixada uma idade mínima de 65 anos para a
aposentadoria, que valeria tanto para homens quanto para mulheres. Dessa forma,
quem tivesse 64 anos ou menos não poderia se aposentar, mesmo com o tempo
mínimo de contribuição de 25 anos (BRASIL, 2017). A nova regra impactaria os
trabalhadores com menos de 50 anos de idade.
Quem se encontra acima dessa faixa etária entrará na faixa de transição
progressiva. O contribuinte com 50 anos ou mais deverá trabalhar de 40% a 50%
mais tempo para se aposentar. Dessa forma, ele poderá dar entrada na
aposentadoria antes de atingir a idade mínima. (BRASIL, 2017).
Tudo indica que a Reforma Previdenciária também terá impacto na alíquota
de contribuição, especialmente no caso de servidores públicos municipais, estaduais
e governamentais. O valor do percentual mínimo, que atualmente é de 11%, poderá
subir para 14%, isso devido ao fato do valor médio dos benefícios previdenciários
pagos terem tido acréscimo de mais de 11% nos últimos anos, conforme nos mostra
a figura abaixo:
Figura 3. Valor médio real dos benefícios pagos pela previdência social (2010-2017).