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Proposta do Subconjunto Terminológico da CIPE ® para clientes prostatectomizados

Ciclo de Vida da Terminologia CIPE®

NECESSIDADE DE ACEITAÇÃO

5.3 Proposta do Subconjunto Terminológico da CIPE ® para clientes prostatectomizados

Para estruturação do presente Subconjunto Terminológico da CIPE® para clientes submetidos à prostatectomia, seguiu-se o modelo estabelecido pelo ICN, estruturado com a Significância para a Enfermagem; com o Modelo teórico baseado nas Necessidades Humanas Básicas, e finalizado relacionando as afirmativas de diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem com esse modelo teórico.

5.3.1 Significância para a Enfermagem

As cirurgias urológicas são consideradas um motivo de preocupação entre os pacientes. A prostatectomia, em especial, é carregada de inúmeros significados aos homens, qualquer que seja o procedimento cirúrgico a que o paciente se submeta, ele é envolvido por vários fatores que acarretam mudanças em sua vida e na da sua família. Os efeitos ou consequências de uma cirurgia não se resumem a uma incisão e alteração funcional de um órgão, mas também às implicações emocionais, explícita ou implícita. Sendo necessário que o paciente mobilize todos os seus recursos físicos, emocionais e financeiros para enfrentar esse momento. Por isso, é fundamental um preparo prévio dessa pessoa e de seus familiares, e que o mesmo seja conhecido e compreendido através de seus valores culturais (LENARDT et al., 2007; CAVALCANTE et al., 2000).

A qualidade da assistência de enfermagem prestada ao paciente, tanto no período que antecede a cirurgia quanto durante e após a realização da mesma, interfere nos resultados do procedimento realizado. Daí a relevância de buscar compreender a complexidade que envolve a atuação do enfermeiro nessa unidade (MEKEER;

ROTHROCK, 1997). Dentro desse contexto, os enfermeiros desempenham diferentes papéis e têm várias responsabilidades no cuidado ao paciente cirúrgico, o que contribui para a sua recuperação/reabilitação. Os papéis do enfermeiro incluem ensino, preparo físico e psicológico, avaliação e alta do paciente (PEDROLO et al., 2001).

Os enfermeiros, durante todo o seu processo de formação, são introduzidos a um papel profissional idealizado, que aprendem a valorizar o cuidado individualizado aos pacientes, com base em conhecimentos científicos, como a sua principal atividade profissional (COSTA; SHIMIZU, 2005). Esses conhecimentos científicos são fortalecidos com a utilização de uma linguagem de enfermagem unificada, que estabeleça definição e descrição da sua prática profissional, e contribua para reconhecer a Enfermagem enquanto ciência (NOBREGA; GARCIA, 2005).

Atendendo ao desafio de unificar sua linguagem e evidenciar os elementos de sua prática (os diagnósticos de enfermagem, os resultados esperados e as ações de enfermagem), a CIPE® é um instrumento de informação desenvolvido para descrever a prática de enfermagem e prover dados que identifiquem a contribuição da Enfermagem no cuidado da saúde e, ao mesmo tempo, que promovam mudanças na prática de enfermagem através da educação, administração e pesquisa (NOBREGA; GARCIA, 2005).

O CIE entende a necessidade de padronização da linguagem e dos dados da enfermagem, e para reduzir a complexidade da utilização deste sistema de classificação, propôs-se o desenvolvimento de Catálogos CIPE® ou Subconjuntos Terminológicos da CIPE® por enfermeiros do mundo inteiro para poder vencer esse desafio e melhorar a prática profissional, oferecendo à sua clientela um cuidado individualizado e de qualidade. Esses Catálogos podem ser desenvolvidos para clientelas específicas ou prioridades de saúde, utilizando o modelo teórico da preferência de quem o desenvolve.

5.3.2 O modelo teórico baseado nas Necessidades Humanas Básicas

A escolha de um modelo teórico na Enfermagem contribui para o processo de desenvolvimento do conhecimento. A teoria confere significado ao conhecimento de modo a melhorar a prática descrevendo, explicando e antevendo os fenômenos. Conduz

a autonomia profissional orientando a prática, o ensino e a investigação dentro da profissão, e auxiliando o pensamento crítico (TOMEY; ALLIGOOD, 2004).

Para a construção do presente Subconjunto Terminológico da CIPE® utilizou-se o modelo teórico proposto por Horta das Necessidades humanas básicas. Horta apresenta como núcleo central as necessidades humanas básicas, consideradas os entes da enfermagem. O termo ente é empregado para designar o objeto de conhecimento da ciência de Enfermagem. Ela entende que toda ciência deve determinar seu ente concreto, descrevê-lo, explicá-lo e predizer sobre ele, a Enfermagem deve descrever, explicar e predizer sobre as necessidades humanas básicas. Assim, enquanto ciência, o foco da Enfermagem é o ser humano e o objeto é “[...] assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, sendo estas os entes da enfermagem” (p. 7). As Necessidades humanas básicas foram conceituadas como “são estados de tensão, conscientes ou inconscientes, resultantes dos desequilíbrios hemodinâmicos dos fenômenos vitais” (HORTA, 2011, p. 38).

Delinear os conceitos maiores que permeiam o metaparadigma desta teoria é fundamental para estabelecer as metas de cuidado ao paciente no pós-operatório de prostatectomia. Assim, o conceito de ser humano é o homem prostatectomizado, receptor de cuidados, ser único e indivisível, singular em sua especificidade, que necessita de ajuda e é influenciado pelas relações inter-humanas em espaço e tempo definidos de acordo com a situação compartilhada, e necessitam de apoio nas suas diversas dimensões biopsicossociais e espiritual.

O conceito de Enfermagem é uma ciência e uma arte considerada como um encontro do profissional/cliente na busca do seu bem-estar e do seu equilíbrio, para o atendimento de suas necessidades, a fim de prestar um cuidado holístico. É o estar junto, compartilhando experiências vividas, oferecendo ajuda e suporte, que não pode ser normatizado por regras rotinas pré-estabelecidas, acontece como presença, encontro, diálogo, intersubjetividade, revela-se como chamado e resposta de pessoa a pessoa .

A saúde a finalidade da assistência de enfermagem, pode-se denominá-la como o bem-estar, equilíbrio, ou qualidade de vida. É resultado dos ajustes que o indivíduo faz diante da vida. Deve ser, quando possível, decidida em conjunto pelo paciente e pelo enfermeiro.

se encontra no pós-operatório imediato e mediato, é o espaço onde uma situação ou um fenômeno acontece. Em particular, é o ambiente do cuidado, que, inicia-se na unidade de internação, na Clínica Cirúrgica, e se estende até o sua alta.

O enfermeiro tem a responsabilidade de oferecer a ajuda requerida para satisfazer necessidades do pacientes durante os períodos estressantes em que tem um diagnostico de enfermidade, durante a hospitalização, ou tratamento e recuperação. O enfermeiro é o agente da ação de enfermagem, através de sua capacidade como profissional cientificamente embasado. A enfermagem, como parte integrante de equipe de saúde, tem por função manter o indivíduo em perfeito equilíbrio e com saúde. E ao identificar os problemas de enfermagem, o enfermeiro pode intervir realizando assistência ao indivíduo em suas necessidades humanas básicas, o ensino do autocuidado, a manutenção, promoção e recuperação da saúde (HORTA, 2011).

5.3.3 Relação das afirmativas de diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem distribuídas, segundo o modelo teórico

Após a realização da validação das afirmativas estruturou-se a proposta de um Subconjunto Terminológico da CIPE® para clientes submetidos à prostatectomia, segundo o modelo teórico de Horta (Figura 3).

Depois da retirada das repetições das afirmativas de intervenções de enfermagem, estruturou-se o Subconjunto Terminológico da CIPE® para clientes submetidos à prostatectomia segundo o modelo teórico de Horta, composto por 33 diagnósticos/resultados de enfermagem e 206 intervenções de enfermagem. A sua aplicação deve ser analisada segundo as necessidades do indivíduo, assim caberá ao enfermeiro utilizar de seu raciocínio e julgamento clínico para tomada de decisão (Quadro 06).

Quadro 06 - Subconjunto Terminológico da CIPE® para clientes prostatectomizados segundo o modelo teórico de Horta. João Pessoa, 2013.