• Nenhum resultado encontrado

PROPOSTA DE ENSINO SOBRE ATENÇÃO À SAÚDE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA PARA O CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA

Componente curricular: 2º Nível - ATENÇÃO à SAÚDE DAS PcD

Créditos- 2; Carga horária- 30 hs; Unidade Responsável- Departamento de Medicina Clínica; Tipo de Componente-Disciplina Optativa

EMENTA:

Políticas Públicas voltadas para PcD. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde-2001. Deficiência e Direitos humanos. Comunicação competente com PcD. Etiqueta no atendimento a PcD. Acessibilidade. Modalidade- Presencial.

Dados do Programa:

OBJETIVOS: 1- Sensibilizar o estudante para o acolhimento e o cuidado na atenção integral à saúde das PcD; 2- Estimular atitudes positivas dos estudantes com relação à PcD; 3- Promover conhecimentos gerais sobre as especificidades dos vários tipos de deficiência; 4- Refletir sobre o processo saúde-doença a partir do modelo biopsicossocial de perceber a deficiência.

CONTEÚDOS:

Terminologia. Conceito de deficiência segundo Modelo Biomédico e Biopsicossocial (CID, CIF). Principais causas de deficiência e formas de prevenção. Condições primárias, secundárias e comorbidades. Acessibilidade e seus domínios (incluindo tecnologias assistivas e desenho universal). Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência. Convenção Internacional sobre os Direitos das PCD. Habilitação/Reabilitação motora, sensorial e intelectual. PcD e diversidade humana. Doença x Deficiência. Etiqueta no atendimento a PcD. Comunicação com pacientes surdos (em suas diversas formas de comunicação), com aqueles que não falam, ou apresentem deficiência intelectual. Introdução à Língua Brasileira de Sinais. ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS:

Metodologias ativas de ensino-aprendizagem: Seminários, Estudos de caso, Exposições dialogadas, Leituras comentadas, Painéis, Entrevistas. Apresentação de filmes. Visitas a instituições. Vivências com pacientes simulados ou com PcD. Vivências com alunos usando muletas, vendas nos olhos e cadeiras de rodas.

COMPETENCIAS E HABILIDADES:

Ao final do semestre o aluno deverá estar sensibilizado para o acolhimento e o atendimento integral à saúde da PcD. Ter desenvolvido habilidades e atitudes positivas em relação a esse grupo de pessoas e ter conhecimento sobre os direitos das PcD, bem como ser capaz de ter uma visão crítico-reflexiva sobre o modelo biopsicossocial de perceber a deficiência, a partir da CIF. Saber diferenciar doença de deficiência e conhecer as regras de etiqueta no atendimento eficiente a PcD, incluindo a habilidade de comunicação com os surdos.

Considerações finais

A formação médica deve se preocupar em promover o conhecimento sobre as necessidades em saúde das PcD, estimular atitudes positivas em relação a esse grupo, bem como desenvolver habilidades para o cuidado em saúde dessas pessoas, visando a integralidade no atendimento às mesmas, em disciplinas teóricas e práticas, assim como nos programas de internato e residência, segundo os princípios dos direitos humanos e em conformidade com as DCN.

O presente estudo vem corroborar com essa afirmativa, visto que os graduandos do curso médico precisam adquirir conhecimentos técnicos específicos acerca das deficiências, tipos, causas, formas de prevenção e agravamento de cada uma delas e além disso, desenvolver habilidades atitudinais e de comunicação (incluindo Libras), ter conhecimento sobre princípios de inclusão social, sobre os direitos legais das PcD, conhecer dicas de relacionamento para o atendimento adequado a essas pessoas, e ter noções claras sobre acolhimento e humanização, objetivando o cuidado integral às PcD.

A partir da percepção das PcD no atendimento em saúde, pretende-se sensibilizar os coordenadores das disciplinas do curso de graduação em medicina com uma proposta de mudança nas ementas das disciplinas do referido curso, de maneira que sejam contemplados

conteúdos de prevenção, atenção e reabilitação às PcD, bem como o fomento de projetos de pesquisa e extensão nessa área do saber, conforme preconiza as DCN de 2014.

Referências

1-Brasil. Ministério da Educação. Resolução nº 3, de 20 de junho de 2014. [Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências.] Diário Oficial da União, 23 junho 2014; Seção 1.

2-Silva OM. A Epopeia Ignorada: A pessoa deficiente na história do mundo de ontem. São Paulo, Editora CEDAS, 1987.

3-Organização Mundial da Saúde(OMS). Relatório Mundial Sobre a Deficiência. São Paulo: SEDPcD, 2012.

4-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Demográfico 2010. Cidades.

[acesso em 01 dez 2017]. Disponível em:

<ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Caracteristicas_Gerais_Religiao_De ficiencia/caracteristicas_religiao_deficiencia.pdf />.

5-Rodrigues OMPR, Capellini VLMF. O direito da pessoa com deficiência: marcos internacionais. 2014. [Internet]. [acesso em 01 dez 2017]. Disponível em:https://acervodigital.unesp.br/bitstream/unesp/155248/1/unespnead_reei1_ee_d02_texto 01.pdf

6-Interdonato GC, Greguol M. Promoção da saúde de pessoas com deficiência: uma revisão sistemática. HU Revista, Juiz de Fora, v. 37, n. 3, p. 369-375, jul./set. 2012. [Internet]. [acesso

em 01 dez 2017]. Disponível em:

https://hurevista.ufjf.emnuvens.com.br/hurevista/article/download/1661/582.

7-Brasil. Constituição,1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal; 1988.

8-Brasil. Casa Civil. Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989. [dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para

Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes e dá outras providências.] Brasília: Senado Federal; 1989.

9-Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Portaria n.º 1793, de 27 de dezembro de 1994. O Ministro de Estado, no uso de suas atribuições, tendo em vista o disposto na Medida Provisória n.º 765 de 16 de dezembro de 1994, recomenda a inclusão de conteúdos relativos aos aspectos–Ético–Políticos– Educacionais da Normalização e Integração da Pessoa Portadora de Necessidades Especiais nos cursos do grupo de Ciências da Saúde (Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Terapia Ocupacional), no Curso de Serviço Social e nos demais cursos superiores, de acordo com as suas especificidades.

10-Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1060, de 5 de junho de 2002. [Política Nacional de Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência.] Brasília: Senado Federal; 2002.

11-Brasil. Casa Civil. Decreto nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004.

[Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas com deficiência, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências]. Brasília: Senado Federal; 2004.

12-Brasil. Casa Civil. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. [Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras.] Brasília: Senado Federal; 2005

13-United Nations. Convention on the Rights of Persons with Disabilities. [Internet]. 2006. [acesso em 01 dez 2017]. Disponível em:

14-Bittar ECB, organizador. Direitos humanos no século XXI: cenários de tensão/organizador. Rio de Janeiro: Forense Universitária; São Paulo: ANDHEP; Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos; 2008.

15-Brasil. Casa Civil. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. [Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007.]

16-Brasil. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. [Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).] Brasília: Senado Federal; 2015.

17-Organização Mundial da Saúde(OMS). Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Lisboa: Direção-geral da Saúde; 2004.

18-Maciel, MRC. Portadores de Deficiência, a questão da inclusão social. São Paulo Perspec. Vol.14 no.2 São Paulo Apr. /June 2000

http://dx.doi.org/10.1590/S0102-88392000000200008

19-Bazon FVM, Campanelli EA, Blascovi-Assis SM. A importância da humanização profissional no diagnóstico das deficiências. Psicologia: Teoria e Prática 2004 6(2): 89-99.

[acesso em 01 dez 2017]. Disponível em:

http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/ptp/article/view/1167/868

20-Costa LSM. Educação médica e atenção integral à saúde da pessoa com deficiência. Rev. Bras. Educ. Med. 2011; 35 (3): 301-302. [acesso em 01 dez 2017]. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/rbem/v35n3/a01v35n3

21-Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em Saúde. 11.ed. São Paulo: HUCITEC Editora; 2010.

22-Fontanella BJ, Ricas J, Turato ER. Amostragem por saturação em pesquisas qualitativas em saúde: contribuições teóricas. Cad. Saúde Pública 2008; 24(1): 17-27. [acesso em 01 dez 2017]. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/csp/v24n1/02.pdf.

23-Triviños ANS. Introdução à pesquisa em Ciências Sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Ed. Atlas; 1987.

24-Brasil. Ministério da Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. [Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos.]. Brasília: Senado Federal; 2012.

25-Minayo MCS, Deslandes SF, Gomes, R. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed. Vozes; 2010.

26-Costa LSM. Inclusão no curso médico: atenção integral à saúde das pessoas com deficiência. Rio de Janeiro: HP Comunicação Editora; 2015.

27-Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.048, de 3 de setembro de 2009.

[Aprova o Regulamento do Sistema Único de Saúde (SUS)]. Brasília: Senado Federal; 2009.

28-Chaveiro N. Encontro do paciente surdo que usa língua de sinais com os profissionais da saúde. Goiânia. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) Universidade Federal de Goiás; 2007.

29-Lezzoni LI, O’Day BL, Killen M, Harker H. Communicating about Health Care: Observations from Persons Who Are Deaf or Hard of Hearing. Ann Intern Med 2004;140(5):356-62. [acesso em 01 dez 2017]. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14996677

30-Costa LSM, Silva NCZ. Desenvolvendo atitudes, conhecimentos e habilidades dos estudantes de medicina na atenção em saúde de pessoas surdas. Interface Com Saúde Educ. 2012; 16 (43): 1107-17. [acesso em 01 dez 2017]. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/icse/v16n43/aop5312.pdf

31-Freire DB, Gigante LP, Béria JU, Palazzo LS, Figueiredo ACL, Raymann BCW. Acesso de pessoas deficientes auditivas a serviços de saúde. Cad. Saúde Pública 2009; 25(4): 889-897. [acesso em 01 dez 2017]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v25n4/20.pdf

32-Pinheiro R, Mattos RA (organizadores). Os sentidos da integralidade na atenção e no cuidado à saúde. Rio de Janeiro: UERJ, IMS: ABRASCO, 2006.

33-Brasil. Ministério da Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Humaniza SUS: Política Nacional da Humanização. [A Humanização como Eixo Norteador das Práticas de Atenção e Gestão em Todas as Instâncias do SUS.]. Brasília: Ministério da Saúde; 2004.

34-Costa LSM, Koifman L. O ensino sobre deficiência a estudantes de Medicina: o que existe no mundo? Rev. Bras. Educ. Med. 2016; 40 (1): 53-58. [acesso em 01 dez 2017]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbem/v40n1/1981-5271-rbem-40-1-0053.pdf