• Nenhum resultado encontrado

Com as exce¸c˜oes das propriedades 10 e 11 da Proposi¸c˜ao 2.18, as propri-edades apresentadas a seguir s˜ao an´alogas `as vistas para o grau de Brouwer. Proposi¸c˜ao 4.11. As seguintes propriedades s˜ao v´alidas:

1. (Normaliza¸c˜ao) Sejam E um espa¸co de Banach, I : E → E a fun¸c˜ao identidade e U um subconjunto aberto e limitado de E, ent˜ao, para todo y ∈ U ,

degLS(I, U, y) = 1.

2. (Transla¸c˜ao) Seja (f, U, y) uma terna admiss´ıvel, ent˜ao (f − y, U, 0) ´e admiss´ıvel e

degLS(f, U, y) = degLS(f − y, U, 0).

3. (Aditividade) Seja (f, U, y) uma terna admiss´ıvel. Se U1, U2 ⊆ U s˜ao abertos e disjuntos com y /∈ f (U \(U1∪U2)), ent˜ao (f, U1, y) e (f, U2, y) s˜ao admiss´ıveis e

degLS(f, U, y) = degLS(f, U1, y) + degLS(f, U2, y).

4. (Excis˜ao) Seja (f, U, y) uma terna admiss´ıvel e considere um conjunto compacto K ⊆ U tal que y /∈ f (K). Ent˜ao, (f, U \ K, y) ´e admiss´ıvel

degLS(f, U, y) = degLS(f, U \ K, y).

5. (Continuidade em rela¸c˜ao `a fun¸c˜ao T ) Seja (f, U, y) uma terna ad-miss´ıvel. Ent˜ao, sendo T = I − f , existe  > 0 tal que, para toda fun¸c˜ao compacta P : U → E com

sup

x∈U

a terna (I − P, U, y) ´e admiss´ıvel e

degLS(I − P, U, y) = degLS(f, U, y).

6. (Invariˆancia homot´opica) Sejam E um espa¸co de Banach e U ⊆ E um conjunto aberto e limitado. Considere y ∈ E e uma fun¸c˜ao compacta F : U × [0, 1] → E tais que x − F (x, t) 6= y para todo x ∈ ∂U e para todo t ∈ [0, 1]. Ent˜ao,

degLS(I − F (·, t), U, y) n˜ao depende de t.

7. (Invariˆancia local) Seja (f, U, y) uma terna admiss´ıvel. Ent˜ao, existe uma vizinhan¸ca V de y tal que, para todo z ∈ V , degLS(f, U, z) est´a definido e

degLS(f, U, z) = degLS(f, U, y).

8. (Existˆencia de solu¸c˜ao) Seja (f, U, y) uma terna admiss´ıvel. Se

degLS(f, U, y) 6= 0, ent˜ao existe x ∈ U tal que f (x) = y.

9. (Propriedade do bordo) Sejam (f, U, y) e (g, U, y) duas ternas ad-miss´ıveis tais que f |∂U = g|∂U. Ent˜ao,

degLS(f, U, y) = degLS(g, U, y).

Demonstra¸c˜ao. 1 - Seja S = span {y}. Segue, da Defini¸c˜ao 4.10, que

degLS(I, U, y) = degB(I|U ∩S, U ∩ S, y).

Como y ∈ U , ent˜ao y ∈ U ∩ S, portanto, pela Proposi¸c˜ao 2.18, item 1,

degLS(I, U, y) = degB(I|E∩S, U ∩ S, y) = 1.

2 - Para x ∈ ∂U , sabemos, por hip´otese, que f (x) 6= y, portanto f (x) − y 6= 0. Logo, (f − y, U, 0) ´e admiss´ıvel.

Agora, tome bT : U → E uma fun¸c˜ao de dimens˜ao finita tal que, para todo x ∈ U ,

onde T = I − f . Seja S = span { bT (U ) ∪ {y}}. Segue que

degLS(f, U, y) = degB((I − bT )|U ∩S, U ∩ S, y). (4.2) Veja que, para todo x ∈ U ,

k( bT + y)(x) − (T + y)(x)k = k bT (x) − T (x)k < dist(y, f (∂U )),

ou seja,

k( bT + y)(x) − (T + y)(x)k < dist(0, (f − y)(∂U )). Podemos, pela Defini¸c˜ao 4.10, concluir que

degLS(f − y, U, 0) = degB((I − bT − y)|U ∩S, U ∩ S, 0). (4.3) Pela Proposi¸c˜ao 2.18, item 2,

degB((I − bT )|U ∩S, U ∩ S, y) = degB((I − bT − y)|U ∩S, U ∩ S, 0). Sendo assim, por (4.2) e (4.3),

degLS(f, U, y) = degLS(f − y, U, 0).

3 - Note que ∂U1 ⊆ U \ (U1 ∪ U2), portanto para x ∈ ∂U1, f (x) 6= y. Logo, (f, U1, y) ´e admiss´ıvel. De forma an´aloga, (f, U2, y) ´e admiss´ıvel.

Considere uma fun¸c˜ao de dimens˜ao finita bT : U → E tal que, para todo x ∈ U ,

k bT (x) − T (x)k < dist(y, f (∂U )), k bT (x) − T (x)k < dist(y, f (∂U1)) e

k bT (x) − T (x)k < dist(y, f (∂U2)),

onde T = I − f . Seja S = span { bT (U ) ∪ {y}}. Segue, da Defini¸c˜ao 4.10, que

degLS(f, U, y) = degB((I − bT )|U ∩S, U ∩ S, y),

degLS(f, U1, y) = degB((I − bT )|U ∩S, U1∩ S, y) e

degLS(f, U2, y) = degB((I − bT )|U ∩S, U2∩ S, y). Pela Proposi¸c˜ao 2.18, item 3, conclu´ımos que

4 - Como y /∈ f (∂U ) e y /∈ f (K), ent˜ao y /∈ f (∂(U \ K)). Portanto, (f, U \ K, y) ´e admiss´ıvel.

Considere uma fun¸c˜ao de dimens˜ao finita bT : U → E tal que, para todo x ∈ U ,

k bT (x) − T (x)k < dist(y, f (∂U )),

onde T = I − f . Seja S = span { bT (U ) ∪ {y}}. Pela Defini¸c˜ao 4.10,temos

degLS(f, U, y) = degB((I − bT )|U ∩S, U ∩ S, y) e

degLS(f, U \ K, y) = degB((I − bT )|U ∩S, (U \ K) ∩ S, y). Pela Proposi¸c˜ao 2.18, item 4, temos

degB((I − bT )|Ω∩S, U ∩ S, y) = degB((I − bT )|Ω∩S, (U \ K) ∩ S, y). Logo,

degLS(f, U, y) = degLS(f, U \ K, y).

5 - Fa¸ca r = dist(y, f (∂U )) e fixe P : U → E uma fun¸c˜ao compacta com

sup

x∈U

kP (x) − T (x)k < r 2.

Defina g = I − P . Para mostrar que (g, U, y) ´e uma terna admiss´ıvel, basta provar que y /∈ g(∂U ). Para tanto, fixe x ∈ ∂U . Segue que

ky − g(x)k = ky − f (x) + f (x) − g(x)k ≥ ky − f (x)k − kf (x) − g(x)k,

portanto

ky − g(x)k ≥ ky − f (x)k − kP (x) − T (x)k ≥ r 2. Logo, y /∈ g(∂U ).

Agora, sejam T1, P1 : U → E duas fun¸c˜oes de dimens˜ao finita tais que, para todo x ∈ U ,

kT (x) − T1(x)k ≤ r e kP (x) − P1(x)k ≤ r 2.

Fazendo f1 = I − T1, g1 = I − P1, S = span {T1(U ) ∪ P1(U ) ∪ {y}} e usando a defini¸c˜ao do grau de Leray-Schauder, temos

e

degLS(g, U, y) = degB(g1|U ∩S, U ∩ S, y). Seja W = U ∩ S e defina a seguinte homotopia:

H : W × [0, 1] → S

(x, t) 7→ H(x, t) = tf1|U ∩S(x) + (1 − t)g1|U ∩S(x). Afirmo que y /∈ H(∂W × [0, 1]). De fato, tome (x, t) ∈ ∂W × [0, 1]. Ent˜ao, kH(x, t) − f (x)k = ktf1|U ∩S(x) + (1 − t)g1|U ∩S(x) − tf (x) − (1 − t)f (x)k, portanto kH(x, t) − f (x)k ≤ tkf1|U ∩S(x) − f (x)k + (1 − t)kg1|U ∩S(x) − f (x)k ≤ tkf1|U ∩S(x) − f (x)k + (1 − t)(kg1|U ∩S(x) − g(x)k + kg(x) − f (x)k). Segue que kH(x, t) − f (x)k ≤ tr + (1 − t)r 2 + r 2  = r.

Sendo ∂W = ∂(U ∩ S) = ∂U ∩ S, conclu´ımos que y /∈ H(∂W × [0, 1]). Desta forma, podemos usar a Proposi¸c˜ao 2.18, item 5. Assim temos

degB(f1|U ∩S, U ∩ S, y) = degB(g1|U ∩S, U ∩ S, y). Logo,

degLS(f, U, y) = degLS(g, U, y).

6 - Fa¸ca, para todo t ∈ [0, 1], H(·, t) = I − F (·, t) e r = dist(y, H(∂U × [0, 1])). Vamos mostrar que r > 0. Para tanto, defina a fun¸c˜ao

b

H : U × [0, 1] → E × R

(x, t) 7→ H(x, t) = (x, t) − (F (x, t), t),b

ou seja,

H(x, t) = (x − F (x, t), 0).

Agora, defina bF : U × [0, 1] → E × R por b

Segue que

b

H = I − bF .

Afirmo que bF ´e compacta. De fato, primeiramente, como F ´e cont´ınua, ent˜ao bF ´e cont´ınua. Tome, agora, uma sequˆencia (xn, tn) ⊆ U × [0, 1]. Como [0, 1] ´e compacto, existe uma subsequˆencia (tnj) ⊆ (tn) tal que

lim

j→∞tnj = t0∈ [0, 1].

Pela compacidade da fun¸c˜ao F , existe uma subsequˆencia (xnjk, tnjk) ⊆ (xn, tnj) tal que lim k→∞F (xnjk, tnjk) = y0∈ E. Logo, lim k→∞ b F (xnjk, tnjk) = lim k→∞(F (xnjk, tnjk), tnjk) = (y0, t0). Portanto, bF ´e uma fun¸c˜ao compacta.

Usando o Lema 4.7, segue que bH(∂U × [0, 1]) ´e um conjunto fechado, ou seja, H(∂U × [0, 1], 0) ´e um conjunto fechado em E × R, o que implica H(∂U × [0, 1]) ´e um fechado em E. Como y /∈ H(∂U × [0, 1]), podemos concluir que r > 0.

Defina K = F (U × [0, 1]) ⊆ E. Pelo Lema 4.6, existe um subespa¸co de dimens˜ao finita Sr

2 ⊆ E e uma fun¸c˜ao cont´ınua gr

2 : K → Sr 2 verificando, para todo x ∈ K, kx − gr 2(x)k < r 2. Seja H1 : U × [0, 1] → E definida por

H1(x, t) = x − gr

2(F (x, t)). Veja que, para todo x ∈ U e para todo t ∈ [0, 1],

kH(x, t) − H1(x, t)k = kx − F (x, t) − x + gr 2(F (x, t))k, portanto kH(x, t) − H1(x, t)k = kF (x, t) − gr 2(F (x, t))k < r 2. Segue, para todo t ∈ [0, 1], que

sup

x∈U

kH(x, t) − H1(x, t)k < r 2.

Da´ı, aplicando o item 5 acima, temos, para todo t ∈ [0, 1],

degLS(H(·, t), U, y) = degLS(H1(·, t), U, y). Seja S ⊆ E um subespa¸co de dimens˜ao finita contendo gr

2(F (U × [0, 1])) e y. Aplicando a defini¸c˜ao do grau de Leray-Schauder, podemos concluir que, para todo t ∈ [0, 1],

degLS(H1(·, t), U, y) = degLS(H1(·, t)|Ω∩S, U ∩ S, y). Finalmente, usando a Proposi¸c˜ao 2.18, item 5, conclu´ımos que

degLS(H(·, t), U, y) n˜ao depende de t.

7 - Considere uma fun¸c˜ao de dimens˜ao finita bT : U → E tal que, para todo x ∈ U ,

k bT (x) − T (x)k < dist(y, f (∂U )), onde T = I − f . Seja S = span { bT (U ) ∪ {y}}. Segue que

degLS(f, U, y) = degB((I − bT )|U ∩S, U ∩ S, y).

Pela Proposi¸c˜ao 2.18, item 7, sabemos que existe uma vizinhan¸ca V de y, tal que, para todo z ∈ V , degB((I − bT )|U ∩S, U ∩ S, z) est´a definido e

degB((I − bT )|U ∩S, U ∩ S, z) = degB((I − bT )|U ∩S, U ∩ S, y). Por outro lado, a Defini¸c˜ao 4.10 implica que

degLS(f, U, z) = degB((I − bT )|U ∩S, U ∩ S, z). Logo,

degLS(f, U, y) = degLS(f, U, z). 8 - Para todo n > 1

dist(y, f (∂U )), existe Tn: U → E de dimens˜ao finita tal que

kTn(x) − T (x)k < 1 n para todo x ∈ U , onde T = I − f . Sejam

Assim,

degLS(f, U, y) = degB((I − Tn)|U ∩S

n, Un, y).

Por hip´otese, degB((I − Tn)|U ∩S, Un, y) 6= 0 e, aplicando a Proposi¸c˜ao 2.18, item 8, existe xn∈ Un tal que

xn− Tn(xn) = y (4.4) Como T |U ´e compacta e, para cada n, xn∈ U , ent˜ao podemos assumir, sem perda de generalidade, que a sequˆencia T (xn) converge para algum p ∈ X. Da´ı, por (4.4), (xn) converge para y + p ∈ U . Pela continuidade da fun¸c˜ao f , obtemos

f (p + y) = lim

n→∞f (xn) = lim

n→∞[xn− T (xn)] = y.

Sabemos que y /∈ f (∂U ), portanto p + y ∈ U . Desta forma, a equa¸c˜ao f (x) = y admite a solu¸c˜ao p + y.

9 - Sejam T : Ω → E e S : Ω → E fun¸c˜oes completamente cont´ınuas tais que

f = I − T e g = I − S.

Considere a fun¸c˜ao compacta F : U × [0, 1] → E definida por F (x, t) = tT (x) + (1 − t)S(x).

Para x ∈ ∂U e para t ∈ [0, 1], F (x, t) = tT (x) + (1 − t)S(x) = T (x) = S(x). Portanto, x − F (x, t) = f (x) 6= y. Da´ı, aplicando o item 6 acima,

degLS(f, U, y) = degLS(g, U, y).

Para finalizar a se¸c˜ao das propriedades do grau de Leray-Schauder, e consequentemente finalizar este cap´ıtulo, destacamos a proposi¸c˜ao a seguir, que relaciona o grau em em espa¸co de Banach E, com o grau em um subspa¸co F de E. Este resultado ´e an´alogo ao da Proposi¸c˜ao 2.19, que foi apresentada quando tratamos de espa¸cos de dimens˜ao finita.

Proposi¸c˜ao 4.12. Sejam E e F espa¸cos de Banach, onde F ⊆ E. Sejam Ω ⊆ E um conjunto qualquer e U ⊆ E aberto e limitado com U ⊆ Ω. Considere uma fun¸c˜ao completamente cont´ınua T : Ω → F e defina f : Ω → E por f (x) = x − T (x). Se f |Ω∩F : Ω ∩ F → F for a restri¸c˜ao de f em Ω ∩ F com contradom´ınio F e y ∈ F \ f (∂U ), ent˜ao

Demonstra¸c˜ao. Tome bT : U → F uma fun¸c˜ao de dimens˜ao finita tal que, para todo x ∈ U ,

k bT (x) − T (x)k < dist(y, f (∂U )).

Sejam G = span { bT (U ) ∪ {y}} e bf : U → E dada por bf (x) = x − bT (x). Pela defini¸c˜ao do grau de Leray-Schauder,

degLS(f, U, y) = degB( bf |U ∩G, U ∩ G, y).

Fa¸ca h = f |Ω∩F, ou seja, h : Ω ∩ F → F ´e dada por h(x) = x − T (x). Observe que bT |U ∩F ´e uma fun¸c˜ao de dimens˜ao finita tal que, para todo x ∈ U ∩ F ,

k bT |U ∩F(x) − T |Ω∩F(x)k < dist(y, h(∂U ∩ F )).

Sejam W = span { bT |U ∩F(U ∩ F ) ∪ {y}} e bh : U ∩ F → W dada por b

h(x) = x − bT |U ∩F(x). Pela defini¸c˜ao do grau de Leray-Schauder, degLS(h, U ∩ F, y) = degB(bh|U ∩W, U ∩ W, y).

Note que W ⊆ G e bT |U ∩G(U ∩ G) ⊆ W . Desta forma, a Proposi¸c˜ao 2.19 garante que

degB( bf |U ∩G, U ∩ G, y) = degB(bh|U ∩W, U ∩ W, y). Logo,

Solu¸c˜oes de sistemas n˜ao

lineares com condi¸c˜oes de

contorno

5.1 Introdu¸c˜ao

O objetivo deste cap´ıtulo ´e usar o grau topol´ogico para estudar a exis-tˆencia de solu¸c˜oes para o seguinte sistema n˜ao linear de equa¸c˜oes diferenciais:

(φ(u0))0 = f (t, u, u0), u(0) = u(T ), u0(0) = u0(T ). (5.1) Este problema foi estudado por Man´asevich e Mawhin no artigo [11]. No artigo citado, os autores transformam o problema (5.1) em um problema de ponto fixo em espa¸cos de fun¸c˜oes. Em seguida, sob certas condi¸c˜oes, usam o grau de Leray-Schauder para provar a existˆencia de solu¸c˜oes do problema acima. Vamos aqui apresentar esta abordagem.

Seguem os detalhes do problema acima: • φ : Rn→ Rn´e uma fun¸c˜ao satisfazendo:

(H1) Para todo x1, x2 ∈ Rn, x1 6= x2,

hφ(x1) − φ(x2), x1− x2i > 0.

(H2) Existe uma fun¸c˜ao α : [0, +∞[→ [0, +∞[, com lims→+∞α(s) = +∞, tal que

hφ(x), xi ≥ α(kxk)kxk ∀ x ∈ Rn. 83

Observa¸c˜ao 5.1. Sob essas condi¸c˜oes, φ ´e um homeomorfismo do Rn no Rn. Al´em disso,

lim

kyk→+∞−1(y)k = +∞. Veja [5, Deimling, cap. 3].

• Para T fixado, f : [0, T ] × Rn× Rn→ Rn´e uma fun¸c˜ao Carath´eodory, ou seja,

(i) para quase todo t ∈ [0, T ], f (t, ·, ·) ´e cont´ınua;

(ii) para qualquer (x, y) ∈ Rn× Rn, f (·, x, y) ´e mensur´avel;

(iii) para qualquer ρ > 0, existe g ∈ L1([0, T ], R) tal que, para quase todo t ∈ [0, T ] e para todo (x, y) ∈ Rn × Rn, com kxk ≤ ρ e kyk ≤ ρ, temos kf (t, x, y)k ≤ g(t).

Entendemos por solu¸c˜ao do problema (5.1) uma fun¸c˜ao u : [0, T ] → Rn de classe C1 satisfazendo as condi¸c˜oes de contorno e tal que a fun¸c˜ao t 7→ φ(u0(t)) seja absolutamente cont´ınua e satisfa¸ca (φ(u0(t)))0 = f (t, u(t), u0(t)) para quase todo t em [0, T ]. Para chegarmos ao nosso objetivo, na Se¸c˜ao 5.2, apresentaremos um problema que vai nos auxiliar no estudo do problema (5.1). E, na Se¸c˜ao 5.3, vamos provar o principal teorema deste cap´ıtulo, que garante, sob certas condi¸c˜oes, a existˆencia de solu¸c˜ao para o problema (5.1). Nota¸c˜oes b´asicas. Neste cap´ıtulo, para T fixado, denotaremos C = C([0, T ], Rn), C1 = C1([0, T ], Rn) e L1 = L1([0, T ], Rn), que s˜ao espa¸cos de Banach dotados, respectivamente, com as normas

kuk0 = max

t∈[0,T ]

ku(t)k, kuk1 = kuk0+ ku0k0 e khkL1 = Z T

0

kh(t)kdt.

Denotaremos, tamb´em, CT = {u ∈ C : u(0) = u(T )}, CT1 = {u ∈ C1 : u(0) = u(T ), u0(0) = u0(T )} e L1m = {h ∈ L1 :RT

0 h(t)dt = 0} subespa¸cos fechados, respectivamente, de C, C1 e L1.

Documentos relacionados