RESULTADOS E DISCUSSÕES
PROPRIEDADES MECÂNICAS
A Tabela 4.4 mostra os valores obtidos para o espaçamento dendrítico secundário, a microdureza vickers e o limite de resistência à tração para os lingotes analisados:
Tabela 4.4 Resultados obtidos para o espaçamento dendrítico secundário, microdureza e limite de resistência à tração para as ligas Al-1%Zn, Al-3%Zn e Al-5%Zn para as
pressões de 0 MPa, 50 MPa, 100 MPa e 150 MPa. 65 70 75 80 85 90 95 0 50 100 150 200 Li m ite d e R e si ste n ci a à Tr aç ão (M Pa) Pressão (MPa) Al-1%Zn Al-3%Zn Al-5%Zn
51
0 MPa 50 MPa 100 MPa 150 MPa
Espaçamento Dendrítico Secundário
Al-1%Zn 62,97 μm 42,70 μm 39,90 μm 48,79 μm Al-3%Zn 42,64 μm 50,12 μm 38,87 μm 35,40 μm Al-5%Zn 45,76 μm 42,46 μm 34,44 μm 39,28 μm Microdureza Vickers Al-1%Zn 38,20 HV 25,50 HV 27,06 HV 32,26 HV Al-3%Zn 46,06 HV 40,76 HV 36,53 HV 38,30 HV Al-5%Zn 45,76 HV 42,46 HV 34,44 HV 39,28 HV
Limite de Resistência à Tração
Al-1%Zn 65,23 MPa 72,78 MPa 77,82 MPa 77,60 MPa
Al-3%Zn 67,44 MPa 68,73 MPa 80,21 MPa 81,66 MPa
Al-5%Zn 76,95 MPa 84,73 MPa 91,07 MPa 93,13 MPa
A Figura 4.8, mostra o espaçamento dendrítico secundário em função da microdureza vickers para as ligas Al-1%Zn, Al-3%Zn e Al-5%Zn, conforme a Tabela 4.4. Observa-se pelas linhas de tendência que à medida que o espaçamento dendrítico secundário aumenta ocorre um aumento na microdureza vickers para as ligas estudadas. Este comportamento pode ser explicado devido à natureza da forma à qual foram feitas as medidas, a partir da Figura (3.8) observa-se que para a medida dos espaçamentos dendríticos secundários a linha que define o espaçamento é traçada do centro da primeira dendrita até o centro da última dendrita, o que significa que para dendrítas mais espeças ou grossas, será atribuído um valor maior de espaçamento do que as dendritas mais finas e, além disso, pode-se perceber pela Figura 4.9 que o tamanho da marca da endentação deixada pelo microdurômetro é da mesma ordem que os espaçamentos medidos, logo para regiões onde o espaçamento é maior a endentação é feita em ramificações dendríticas mais grossas e mais resistentes do que as regiões onde o espaçamento dendrítico é menor.
52
Figura 4.8 Variação do espaçamento dendrítico secundário em função da microdureza vickers para as ligas Al-1%Zn, Al-3%Zn e Al-5%Zn, com as respectivas linhas de
tendência.
Figura 4.9 Marcas da endentação deixadas pelo microdurômetro e suas respectivas dimensões. 30 35 40 45 50 55 60 65 25 30 35 40 45 50 E sp aç am e n to d e n d rí tico sec u n d ár io (μ m) Microdureza Vickers (HV) Al-1%Zn Al-3%Zn Al-5%Zn Linear (Al-1%Zn) Linear (Al-3%Zn) Linear (Al-5%Zn)
53
A Figura 4.10, mostra o espaçamento dendrítico secundário em função do limite de resistência à tração para as ligas Al-1%Zn, Al-3%Zn e Al-5%Zn, conforme a Tabela 4.4. Observa-se pelas linhas de tendência que de modo geral à medida que o espaçamento dendrítico secundário diminui, ocorre um aumento no limite de resistência à tração, como já é previsto na literatura (ROOY, 1988), (QUARESMA, 2000).
Figura 4.10 Variação do espaçamento dendrítico secundário em função do limite de resistência à tração para as ligas Al-1%Zn, Al-3%Zn e Al-5%Zn, com as respectivas
linhas de tendência. 30 35 40 45 50 55 60 65 60 70 80 90 100 E sp aç am e n to d e n d rí tico S e cu n d ár io (μ m)
Limite de resistência à tração (MPa)
Al-1%Zn Al-3%Zn Al-5%Zn Linear (Al-1%Zn) Linear (Al-3%Zn) Linear (Al-5%Zn)
54
CAPÍTULO V
CONCLUSÕES
Com base nos resultados apresentados no Capítulo IV desse trabalho, podemos chegar às seguintes conclusões:
O aumento na pressão causa uma diminuição no espaçamento dendrítico secundário até a pressão de 100 MPa, a partir desse ponto o aumento da pressão até 150 MPa causa um aumento no espaçamento dendrítico secundário.
As variações nos teores de zinco na liga não produziram um efeito claro na variação do espaçamento dendrítico secundário das ligas estudadas. O aumento da pressão causa uma diminuição na microdureza vickers
para todas as ligas estudadas até a pressão de 100 MPa, entretanto a partir desse ponto o aumento da pressão até 150MPa causa um aumento na microdureza vickers.
As ligas Al-3%Zn e Al-5%Zn mostraram valores de microdureza bastante próximas e ao mesmo tempo maiores do que a microdureza observada para a liga Al-Zn 1% em todas as pressões estudadas.
O aumento da pressão assim como o aumento do teor de zinco nas ligas provocaram um aumento no limite de resistência à tração.
De modo geral um aumento no espaçamento dendrítico produz um aumento na microdureza vickers.
De modo geral uma diminuição no espaçamento dendrítico secundário produz um aumento no limite de resistência à tração.
55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASM Handbook, Properties and Selection: Nonferrous Alloys and Special-Purpose Materials, vol. 2, 1999 ASM Handbook, ASM international, 1998.
ASM Handbook, Metalogrphy and Microstructures, vol. 9, 1999 ASM Handbook, Aluminium and Aluminium Alloys, ASM international, 1998.
CALDWELL, T. W.; CAMPAGNA, A. J.; FLEMINGS, M. C. & MEHRABIAN, R. Refínement of Dendrite Arm Spacings in Aluminum Ingots Through Heat Flow Control, Metallurgical Transactions B, v. 8B, n. 3, pp. 261-270, 1977.
CAMPOS FILHO, M. P & DAVIES G.J. Solidificação e fundição de metais e suas ligas. Rio de Janeiro, Av. Venezuela, 163, Livros Tecnicos e Cientificos Editora S.A., 1978. 246.
DORCIC, J. L. AND VERMA, S. K., Squeeze Casting, IN.: American Society for Metals: ASM Handbook, vol 15, “Casting”, λa edition, pp. 323-327, 1988.
FERREIRA, J. M. G. DE C., Tecnologia da Fundição, Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 507-518, 1999.
FLEMINGS, M. C.; Solidification Processing. New York: McGraw-Hill, 1974.
FLEMINGS, M. C.; Portier, D.R.; Barone, R.V. & Brody, H. D. – Microsegregation in Iron-Base alloy, Journal of the Iron and Steel Institute, v. 208, n.4,pp.371-381, 1970.
FUGINAGA, Y, SATO T. The Aluminum-Zinc phase diagram under high pressure. Journal of Alloys and Coumpounds, p. 311-317, 1994.
56
GARCIA, A.; Solidificação:Fundamentos e Aplicações. São Paulo: Editora da Unicamp, 1º ed, p.117, 2001.
GHOMASHCHI M. R. ; VIKHROV A. . Squeeze Casting: an Overview. Journal of Materials Technology, v.101, p. 1-9, 2000.
GÜNDUZ, M.& Çardilli, E. – Directional of Aluminium-Cooper alloys, Materials Science and Engineering A, v. 327, pp.167-185,2002.
HU, H., Squeeze Casting of Magnesium Alloys and their Composites, J. Mater. Sci. 33, pp. 1579-1589, 1998.
JOZSEF GARAI AND JIUHUA CHEN, Pressure effect on the melting temperature, 2009.
KANICKI, D. P., Castings Advantages, Applications, and Market Size,IN.: American Society for Metals: ASM Handbook, vol 15, “Casting”, λa edition, pp. 37-45, 1988. KURZ, W. & Fisher, D.J. – dendrite growth at the limit of stability: Tip Radius and spacing, Acta Mettalurgica, v.29, n.1, pp.11-20, 1981.
KURZ, W. & FISHER, D.J. - Fundamentals of Solidification, Trans Tech Publications, Switzerland, 1984/86/89/92.
LIMA, Robson Andrade de. Influência de Parâmetros Operacionais na Macroestrutura e Propriedades Mecânicas de Ligas do Sistema Al-Zn Solidificadas Através de Processo Squeeze Casting. 2014. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2014.
MONDOLFO, L. F. Aluminum Alloys: Structure and Properties. London, 88 Kingsway: Butterworth & Co (Publishers) Ltd, 1976. 1277.
MURAKAMI, Y (Ed.) (1985), Fundamentals and Industrial Technologies of Aluminum Material. Tokyo: Japan Metals Association.
MURAKAMI, Y (1991 a), in: Proc. RASELM '91: Hirano, K., Oikawa, H., Ikeda, K. (Ed.). Tokyo: Japan Inst. Light Metals, pp. 3-10.
57
OKAMOTO, T.; MATSUO, S. & KISHITAKE, K. – Dendrite Arm Spacings in Iron- Carbon Chromium Alloys, Transactions of the iron Steel institute of Japan, Tokyo, v. 18, n.5, pp.289-294, 1978.
OSORIO, Wilslei Riuper Ramos. Análise da Influência de Parâmetros Estruturais da Solidificação de Metais e Ligas na Resistência à Corrosão. 2004. 194f. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) – Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004.
QUARESMA, J. M. V.; Santos, C.A.; Garcia A. Correlation Between unsteady-state solidification conditions, dendrite spacing and Mechanical Properties, Metalirgical and Materials Transactions, v. 31 A, pp. 31673178 – 2000.
ROOY, E.L., Aluminum and Aluminum Alloys in casting: Metals Handbook, v. 15, pp. 743, Ohio: ASM International, Metals Park, 1988.
ROOY, E.L., Introduction to Aluminum and Aluminum Alloys, IN.:American Society for Metals: ASM HandBook, vol 2 - Properties and Selection Nonferrous Alloys and Special-Purpose Materials, 10ª edition, pp. 17-39, 1990.
SKOLIANOS, S. M, KIOURTSIDIS, G. AND XATZIFOTIOU, Effect of applied
pressure on the microstructure and mechanical properties of squeeze-cast aluminum AA6061 alloy, Mater. Sci. Eng. A231, pp. 17-24, 1997.
VISKANTA, R. – Heat Transfer during Melting and Solidification of Metals, Journal of Heat Transfer, ASME, v.110,pp. 1205-1229,1988.
ŽELJKO SKOKO, STANKO POPOVIĆ, GORAN ŠTEFANIĆ. Microstructure of Al- Zn and Zn-Al alloys. Croatica Chemica Acta, v. 2, p. 405-420, 2009.