Procedimento: Consulta de Hipocoagulação
Código
005Título
Procedimentos da consulta de hipocoagulação da USF CampuSaúdePalavras-chave
Hipocoagulados, anticoagulantes orais, gestão/adesão ao regime terapêutico.,
Autor(es): Inês Santos Frazão Versão nº 1 Data 1ª versão: 06/05/2019 Aprovado por: Conselho Geral Data: Data próxima revisão:
1. Objetivo
Este documento constitui a síntese dos procedimentos da consulta de hipocoagulação da Unidade de Saúde Familiar (USF) CampuSaúde.
2. Siglas/Abreviaturas
As siglas e abreviaturas utilizadas durante a descrição do procedimento são referenciadas neste tópico:
ART – Adesão ao Regime Terapêutico AO – Anticoagulantes Orais
EF – Enfermeiro de Família
GRT – Gestão do Regime Terapêutico
ICPC – Classificação Internacional de Cuidados Primários INR – Rácio Internacional Normalizado
MF – Médico de Família SC – Secretário Clínico
USF – Unidade de Saúde Familiar
3.
ÂmbitoPessoasa frequentar a consulta de hipocoagulação na USF CampuSaúde.
4.
ConceitosEm Portugal, no ano de 2015, estima-se que as doenças cérebro-cardiovasculares tenham constituído a principal causa de mortalidade, com uma prevalência de 1.313.669 casos e uma incidência de 192.640 novos casos (Timmis, A., et al, 2017).
A maioria dos eventos cérebro-cardiovasculares estão associados ao desenvolvimento de outas complicações de que são exemplo o tromboembolismo venoso, arterial ou cardíaco. O recurso a anticoagulantes é cada vez mais uma realidade e é tido como uma estratégia preventiva. Na verdade, o uso de anticoagulantes tem vindo a aumentar ao longo dos últimos anos, sendo expectável a manutenção desta
Procedimento: Consulta de Hipocoagulação
Código
005Título
Procedimentos da consulta de hipocoagulação da USF CampuSaúdePalavras-chave
Hipocoagulados, anticoagulantes orais, gestão/adesão ao regime terapêutico.,
Autor(es): Inês Santos Frazão Versão nº 1 Data 1ª versão: 06/05/2019 Aprovado por: Conselho Geral Data: Data próxima revisão:
tendência nos próximos anos dado a crescente prevalência das doenças cérebro-cardiovasculares e o aumento da esperança média de vida.
Apesar de estarem a surgir novos anticoagulantes muito atrativos, por não necessitarem de monitorização INR, na prática clínica atual, os AO mais usados e testados para as diferentes aplicações terapêuticas ainda são os dícumarínicos (varfarina e acenocumarol). Devido ao seu estreito intervalo terapêutico e às múltiplas interações farmacológicas e dietéticas é necessária uma vigilância adequada e regular do valor de INR.
5. Descrição do procedimento
Preconiza-se que seja realizada em cada ano civil, pelo menos, uma consulta conexa, médica e de enfermagem, no âmbito da consulta de hipocoagulação.
A. Funções do Secretário Clínico (SC)
Efetivar as consultas, médicas e de enfermagem, da pessoa com hipocoagulação ou dos atos de enfermagem para monitorizar o INR;
Informar a pessoa com hipocoagulação sobre os procedimentos relativos às taxas moderadoras;
Aquando do diagnóstico e/ou inscrição da pessoa com hipocoagulação na USF, entregar à pessoa folheto informativo sobre a consulta de hipocoagulação;
Convocar as pessoas com hipocoagulação não cumpridoras por contacto telefónico e/ou carta.
B. Funções do Enfermeiro
Avaliar a gestão ao regime terapêutico; Avaliar a adesão ao regime terapêutico;
Monitorizar o INR, registar no programa Gota e preencher questionário; Realizar registos dos diagnósticos e intervenções de enfermagem no SClínico; Educar para a saúde no âmbito da gestão e adesão ao regime terapêutico;
Incentivar a adesão ao regime terapêutico: alimentação equilibrada, horário das tomas, interações medicamentosas e sinais de alarme;
Procedimento: Consulta de Hipocoagulação
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Hipocoagulados, anticoagulantes orais, gestão/adesão ao regime terapêutico.,
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Envolver a família e /ou prestador de cuidados na gestão do regime terapêutico, elucidando- a sobre possíveis complicações da doença e modos de atuação;
Elogiar/Motivar/Incentivar gestão/adesão ao regime terapêutico; Providenciar folheto informativo sobre a hipocoagulação;
Programar o agendamento da consulta/ato de enfermagem, consoante valor de INR; Emitir folha terapêutica e questionário, se INR dentro do valor terapêutico;
Encaminhar a pessoa com hipocoagulação para consulta médica, se INR fora do intervalo terapêutico.
C. Funções do Médico de Família (MF)
Identificar todas as pessoas com hipocoagulação com diagnóstico (rubricas da ICPC); Registo do INR no SClínico e no programa GOTA;
Registo de anticoagulante oral, na terapêutica crónica, durante pelo menos 6 dos 12 meses que antecedem a data de referência do indicador;
Registo de pelo menos 2 prescrições de anticoagulantes orais, nos 12 meses que antecedem a data de referência do indicador, abrangendo 2 semestres;
Avaliar o resultado do INR fora do intervalo terapêutico;
Reajustar a dose do AO, quando INR fora do intervalo terapêutico, ou encaminhar a pessoa com hipocoagulação para o serviço de urgência;
Emitir a folha terapêutica e questionário;
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6. Síntese Valor do INR Indicações terapêuticas Dosificação Reavaliação Diagnóstico: FA/TVP/TEP Diagnóstico: Próteses valvulares
Baixo < 1,8 < 2,3 Aumenta 5-10% da dose semanal.
Ponderar necessidade de HBPM Em 1-2 semanas Aceitável 1,8 – 1,9 2,3 – 2,4 Reforça a dose desse dia e mantém
dose semanal Em 3-4 semanas
Alvo 2,0 – 3,0 2,5 – 3,5 Mantém dose semanal Em 4-6 semanas
Aceitável 3,1 – 3,3 3,6 – 3,8 Reduz a dose desse dia e mantém
dose semanal Em 3-4 semanas
Alto
3,4 – 3,5 3,9 – 4,6 Reduz 5-10% da dose semanal Em 1-2 semanas 3,6 – 4,0 4,7 – 5,2 Não toma 1 dia e reduz 10-15% da
dose semanal Em 3-4 dias
>4,0 > 5,2 Não toma 2 dias e reduz 10-20% da
dose semanal Em 3-4 dias
Se resultado: entre 5-8:
- Se o utente está com hemorragia, é encaminhado para o Serviço de Urgência do Hospital.
- Se não apresenta sintomatologia de hemorragia, deve parar a medicação 2 dias e ajustar terapêutica. Faz controlo do INR ao 5ºdia.
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7. Fluxograma
AJUSTE
DA
MEDICAÇÃO
PESSOA HIPOCOAGULADA
SECRETARIADO CLÍNICO
ENFERMEIRO
INR NO
INTERVALO
TERAPÊUTICO
INR FORA DO
INTERVALO
TERAPÊUTICO
MÉDICO DE
FAMÍLIA
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8. Fontes Bibliográficas
Administração Central do Sistema de Saúde (2017). Bilhete de identidade dos indicadores dos cuidados de saúde primários para o ano de 2017. Disponível em: https://www.sns.gov.pt/wp- content/uploads/2017/04/bilhete_identidade_indicadores_contratualizacao_2017.pdf
Hospital de Santarém e Aces Lezíria (2016). Manual de articulação da consulta de hipocoagulação. Santarém. Portugal.
Direção Geral da Saúde (2017). Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares. Lisboa. Portugal.
Timmis, A., et al, European Society of Cardiology: Cardiovascular Disease Statistics 2017, European Heart Journal, Volume 39, Issue 7, 14 February 2018, Pages 508– 579, https://doi.org/10.1093/eurheartj/ehx628