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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.7. Protocolo de Pesquisa Adotado pelo Estudo

O protocolo de pesquisa adotado por este estudo constitui: 1. Termo de consentimento informado de participação na pesquisa;

2. Aplicação do Protocolo de Pesquisa 1 ao adulto responsável, presente no momento da entrevista;

3. Termo de consentimento informado de participação da criança na pesquisa; 4. Termo de autorização para a participação da criança;

5. Aplicação do Protocolo de Pesquisa 2 à mãe biológica da criança ou pessoa responsável pela criança;

6. Aferição dos dados antropométricos da criança;

7. Coleta do material fecal para os exames parasitológicos de fezes;

8. Aplicação do Protocolo de Pesquisa 3 à mãe biológica da criança ou pessoa responsável pela criança, durante o período de 17 semanas;

9. Repasse dos resultados dos exames parasitológicos de fezes ao responsável pela criança;

11. Orientação para procura do atendimento médico, junto a Unidade Básica de Saúde de Perus para as crianças, cujos exames de fezes foram positivos.

O protocolo de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, onde foram realizados todos os exames parasitológicos de fezes da população de estudo.

A elaboração dos protocolos de pesquisa, utilizados para o levantamento dos dados de campo, referentes ao estudo epidemiológico, foi baseada em AZEVEDO (1988); AZEVEDO (1999); AZEVEDO (2003); HELLER (1995) e STRINA (2000).

Os protocolos de pesquisa, desenvolvidos para a coleta dos dados foram:

O Protocolo de Pesquisa 1 foi empregado para a coleta dos dados referentes à identificação da habitação; à identificação da pessoa entrevistada; à composição familiar; às condições sócio-econômicas; às condições da habitação e esgotamento sanitário; ao abastecimento de água; aos resíduos sólidos domiciliares; à drenagem urbana; aos vetores biológicos e mecânicos e às condições de saúde da família e às condições do peridomicílio.

O Protocolo de Pesquisa 2 foi utilizado para a coleta específica de informações referentes a cada criança participante do estudo. Por meio deste protocolo foram levantadas informações sobre a história reprodutiva da mãe; o histórico pré e pós natal da criança; as condições de saúde; os hábitos e comportamentos higiênicos da criança; os hábitos alimentares e, levantada a prevalência de enfermidades diarréicas, por meio da informação se a criança apresentou diarréia nas últimas 48 horas, quando da realização do inquérito domiciliar.

O Protocolo de Pesquisa 3, foi empregado para o registro semanal das doenças diarréicas apresentadas pela criança. Por meio da aplicação deste protocolo de pesquisa foi possível a coleta dos dados referentes à prevalência longitudinal de diarréia, bem como a investigação da natureza dos episódios de diarréia apresentados pela criança.

Nos Anexos A, B e C são apresentados, respectivamente, os Protocolos de Pesquisa 1, 2 e 3, utilizadas na coleta e no levantamento dos dados. O Anexo D contém a carta enviada ou entregue ao responsável pela criança, agradecendo a participação na pesquisa e encaminhando o resultado dos exames parasitológicos de fezes.

3.8. Coleta de Dados

A prevalência das enfermidades diarréicas foi obtida pela aplicação do Protocolo de Pesquisa 2, quando a mãe ou responsável pela criança na faixa etária de 1 a 5 anos de idade incompletos, foi indagada se a criança apresentou um episódio de diarréia nas últimas 48 horas, quando da realização do inquérito domiciliar. Esta etapa da pesquisa teve início em outubro e conclusão no início mês de dezembro 2002.

Os dados, referentes à incidência das enfermidades diarréicas, foram

coletados na população de estudo, por meio de um estudo longitudinal, para estimar o número de episódios de diarréia ocorridos no período. Neste levantamento foi adotado um sistema para o registro diário dos episódios de diarréias ocorridos com a criança, por meio do preenchimento de um calendário semanal (Protocolo de

Pesquisa 3). Este calendário foi preenchido semanalmente pelas entrevistadoras. A mãe ou a pessoa responsável pela criança foi entrevistada sobre os episódios de diarréia e as condições de saúde apresentadas pela criança durante a última semana. Este estudo longitudinal teve a duração de 17 semanas, sendo iniciado logo após a aplicação dos Protocolos de Pesquisa 1 e 2, iniciando-se, portanto, em dezembro de 2002 e terminado no mês de abril de 2003.

A morbidade por parasitoses intestinais foi avaliada na população de estudo, por meio de um estudo seccional, realizado durante um período de três meses. Nesse estudo, foram coletadas amostras de fezes da população para avaliar a infecção por parasitas intestinais. A pesquisa de parasitas intestinais no material fecal ocorreu logo após o término da aplicação dos Protocolos de Pesquisa 1 e 2 e realização das medições antropométricas. As mães das crianças, cujos exames de fezes foram positivos, foram orientadas a procurarem a Unidade Básica de Saúde de Perus e algumas receberam o tratamento medicamentoso por conta da pesquisa.

A realização dos exames de fezes para o isolamento de protozoários e helmintos foi executada na Seção de Enteroparasitose do Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

O método de análise empregado, nos exames de pesquisa de protozoário e helmintos em fezes, foi o método da sedimentação espontânea em água, segundo a técnica de Lutz, 1919; Hoffman, Pons & Janer, 1934 (DE CARLI, 1994).

Os exames parasitológicos na população de estudo foram realizados no período de dezembro de 2002 a abril de 2003.

As morbidades por dengue, leptospirose, doenças respiratórias e casos de câncer foram determinadas na população em geral (qualquer faixa etária), por meio

do inquérito domiciliar (aplicação do Protocolo de Pesquisa 1), realizado no início da pesquisa.

As medições antropométricas foram realizadas em dois momentos da pesquisa. No início quando da aplicação dos Protocolos de Pesquisa 1 e 2, e após o término do período de acompanhamento semanal das crianças em relação aos possíveis episódios ocorridos de diarréia (término da aplicação do Protocolo de Pesquisa 3).

Para fins de controle das análises estatísticas, os fatores de confusão1 foram

levantados pela aplicação do Protocolo de Pesquisa 1, por meio do qual foram recolhidas informações sobre:

A composição familiar, os membros da família e as condições sócio- econômicas (dados de identificação; idade; endereço de residência; local de nascimento; tempo de residência no local; perfil de migração; nível de escolaridade dos membros da família, em especial a escolaridade materna e paterna; renda familiar; setor de atividade do chefe de família).

As condições de moradia e do peridomicílio (condições gerais da residência; tipo de materiais de construção, de revestimento e do piso; número de cômodos; característica do abastecimento e do uso da água; características do sistema de eliminação de excretas e de coleta e eliminação do lixo; características das instalações hidráulico-prediais; condições de limpeza e drenagem do lote; presença de vetores mecânicos e biológicos).

As condições de saúde da população selecionada para estudo (para cada criança, foram levantados dados relativos à história reprodutiva da mãe, ao peso ao

1 Fator de confusão ou variável de confusão designa uma situação em que os efeitos de duas exposições, sobre o risco de

desenvolver uma doença, não estão separados. A variável de confusão constitui o terceiro fator que explica a associação ilusória entre as duas variáveis centrais de uma investigação, a exposição principal e a doença.

nascer, ao histórico de vacinação, às características de amamentação e desmame, dentre outros).

Os dados e as informações contidas no questionário foram coletados mediante visitas domiciliares realizadas pela equipe de entrevistadoras no início da pesquisa. Este levantamento de dados ocorreu em dois meses, quando foram coletadas as informações e realizadas as medições antropométricas em 972 crianças na faixa etária de 1 a 5 anos de idade incompletos.

Os fatores de confusão foram coletados, quando da visita domiciliar do entrevistador, que foi treinado para avaliar as condições do domicílio, bem como a prática de hábitos higiênicos familiares.

A estimativa da população de vetores mecânicos e biológicos foi realizada como intuito de verificar o desempenho da solução de disposição final pesquisada no controle ambiental desses organismos. Tal levantamento foi também realizado com o objetivo de verificar a existência de uma possível associação estatística entre a presença dos vetores biológicos e mecânicos e a prevalência dos indicadores de saúde investigados. Essa avaliação foi feita por meio de perguntas específicas contidas no Protocolo de Pesquisa 1.

A avaliação da qualidade da água, consumida pela população de estudo, nas três áreas de exposição, foi realizada por meio da coleta de amostras em 14 pontos, distribuídos aleatoriamente em toda a área de pesquisa. A amostragem foi feita nos pontos de consumo de água nas residências para bebida e preparo de alimentos.

Foi, também, coletada uma amostra de água de uma mina de nascente existente na área SPA, próxima ao Aterro Sanitário, utilizada como fonte alternativa de abastecimento pela população local, devido a problemas de falta d’água.

Os parâmetros relativos à qualidade da água monitorizados foram: pH, cor aparente, turbidez, dureza total, fluoretos, sulfatos, sulfetos, nitrogênio amoniacal, nitrogênio nitrato, nitrogênio nitrito, sólidos dissolvidos totais, cloretos, cianetos, sódio, coliformes fecais, coliformes totais, zinco, chumbo, cádmio, níquel, ferro total, manganês, cobre, cromo total, alumínio, arsênio, selênio, bário, mercúrio, estanho. As análises foram efetuadas de acordo com a 20ª edição do STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER AND WASTE WATER.

Para a caracterização da qualidade ambiental da área de disposição final

dos resíduos sólidos urbanos investigada, o Aterro Sanitário Bandeirantes, os dados foram levantados junto ao Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura Municipal de São Paulo, que realiza, por meio da empresa responsável pela operação do aterro, monitorização ambiental periódica. Essa monitorização compreende a monitorização geotécnica, a monitorização de chorume gerado, a monitorização do lençol freático e a monitorização de resíduos industriais classe II. (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO, 2003).