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LISTA DE TABELAS

PROVÁVEL SIGNIFICAÇÃO DESTRUTIVA

7 Catástrofe de maior violência; destruição de construções por impacto do material deslocado; muitas mortes; improvável escapatória

6 Algumas perdas de vidas; velocidade muito grande para permitir que todos escapem

5 Evacuação de fuga possível; estruturas, posses e equipamentos destruídos

4 Algumas estruturas temporárias e insensíveis podem ser mantidas temporariamente

3 Construção corretiva pode ser empreendida durante o movimento; estruturas insensíveis podem ser mantidas com trabalho de manutenção freqüente se o movimento total não for grande durante uma fase particular de aceleração

2 Algumas estruturas permanentes não danificadas pelo movimento

1 Imperceptível sem instrumentos; construção possível com precauções

2.5. TEOR DE UMIDADE

VARNES (1978) sugeriu as seguintes modificações para os primeiros termos propostos por RADBRUCH-HALL (1978), para descrever o teor de umidade dos materiais de um escorregamento por observações simples do material deslocado:

a. Seco – nenhuma umidade visível;

b. Úmido – contém alguma quantidade de água mas nenhuma água livre; o material pode comportar-se como um sólido plástico mas sem fluxo;

c. Molhado – contém quantidade de água suficiente para comportar-se em parte como líquido, tem água que flui do material do escorregamento, ou suporta massas significantes de água parada;

d. Muito molhado – contém quantidade de água suficiente para fluir como um líquido sob gradientes baixos.

Estes termos podem também fornecer uma orientação na estimativa do teor de umidade do material deslocado enquanto eles estiverem movendo-se. Contudo, massas de solo ou rochas podem drenar rapidamente durante e após o deslocamento, assim esta orientação pode ser qualitativa em lugar de quantitativa.

2.6. TIPOS DE MOVIMENTOS

Com relação aos tipos de movimentos em taludes, eles podem ser chamados de: QUEDA; TOMBAMENTO; ESCORREGAMENTO; EXPANSÕES LATERAIS; e FLUXOS OU ESCOAMENTOS.

Tendo em vista os tipos de movimento que ocorreram nas encostas que serão objetos de estudos na presente dissertação, esta revisão concentra-se apenas nos escorregamentos.

2.6.1. ESCORREGAMENTO

Escorregamento é um movimento para baixo num talude de uma massa de solo ou rocha que ocorre, dominantemente, em superfícies de ruptura ou em zonas, relativamente, finas de intensos esforços cisalhantes. O movimento não ocorre, inicialmente, simultaneamente em cima do todo do que eventualmente se torna a superfície de ruptura; o volume de material deslocado alarga-se de uma área de ruptura local. A superfície de ruptura forma-se no interior do talude, quando existe um estado de esforços cortantes que vence de forma, mais ou menos rápida, a resistência ao cisalhamento do solo que o constitui. A forma da superfície caracteriza os diferentes tipos de escorregamentos, Figura (II.10).

Freqüentemente os primeiros sinais de movimento do solo são rachaduras na superfície original do terreno ao longo das quais a escarpa principal do escorregamento formar-se-á. A massa deslocada pode deslizar além do pé da superfície de ruptura, cobrindo a superfície original do terreno do talude, a qual então se torna a superfície de separação.

2.6.1.1. Modelos de Escorregamento

Nos escorregamentos rotacionais o movimento é predominantemente acompanhado por uma rotação, com a superfície de ruptura assumindo uma forma curvada e côncava. Eles ocorrem em materiais mais ou menos homogêneos e coesivos e nas seguintes situações típicas: aterro em solo fraco (ocorrem mais freqüentemente em materiais homogêneos); ruptura de pé de talude quando esta envolve apenas o corpo do terrapleno; quando a superfície do talude é muito suave, a superfície desenvolve-se em pouca profundidade, resultando numa ruptura superficial; o talude está limitado em sua base por uma camada de terreno resistente.

Os escorregamentos rotacionais (LIMA, 2002) são movimentos catastróficos causados pelo deslizamento repentino do solo residual que recobre a rocha ao longo de sua superfície.

Escorregamentos rotacionais em solos geralmente exibem uma relação da profundidade da superfície de ruptura para o comprimento da superfície de ruptura,

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, entre 0,15 e 0,33 (SKEMPTON e HUTCHINSON, 1969 em CRUDEN e VARNES, 1996).

Na Figura (II.10) as letras (a) e (b) mostram exemplos de escorregamentos rotacionais.

Figura II.10 – Exemplos de escorregamentos rotacionais e translacionais (HANSEN, 1965 em CRUDEN e VARNES, 1996)

Em escorregamentos translacionais (Figura II.10(c) e (e)), o movimento é predominantemente acompanhado por uma translação. Estes movimentos são condicionados às descontinuidades ou planos de fraqueza existentes, tais como: falhas, juntas, ou superfícies estratificadas ou o contato entre rochas e solos residuais e transportados. A massa se desloca ao longo de uma superfície de ruptura planar ou ondulante, escorregando para fora em cima da superfície original do terreno. Os escorregamentos translacionais, geralmente, são relativamente mais rasos do que os rotacionais. Portanto, as relações de

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para escorregamentos translacionais em solos são, tipicamente, menores do que 0,1 (SKEMPTON e HUTCHINSON, 1969 apud CRUDEN e VARNES, 1996). Os escorregamentos translacionais (LIMA, 2002) ou planares de solo são processos muito freqüentes nas encostas serranas do Brasil, envolvendo solos superficais, freqüentemente até o contato com a rocha subjacente, alterada ou não. Podem ocorrer em taludes mobilizando solo saprolítico, saprolitos e rochas condicionadas por estruturas planares desfavoráveis à

estabilidade e relacionadas às feições geológicas diversas, tais como foliação, xistosidade, fraturas, falhas, etc.

Escorregamentos translacionais em descontinuidades simples em massas rochosas têm sido chamados escorregamentos de blocos (PANET, 1969 em CRUDEN e VARNES, 1996) ou escorregamentos planares (Figura II.10(d) (HOEK e BRAY, 1981 apud CRUDEN e VARNES, 1996).

A superfície de ruptura pode ser formada por duas descontinuidades que fazem com que a massa de rocha contida se desloque talude abaixo, formando-se um escorregamento em cunha, figura abaixo.

Figura II.11 – Exemplo de escorregamento em cunha (OLIVEIRA e BRITO, 1998 apud LIMA, 2002)

Escorregamentos compostos estão entre os escorregamentos rotacionais e translacionais e suas relações

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refletem esta posição (SKEMPTON e HUTCHINSON, 1969 apud CRUDEN e VARNES, 1996). As superfícies de ruptura têm escarpas principais íngremes que vão aplainando- se com a profundidade. Um escorregamento composto freqüentemente indica a presença de uma camada fraca ou o limite entre materiais desgastados (intemperizados) e os não desgastados.

2.7 – CONCEITOS E MODELO DE CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA