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PROVA AUDITIVA B

No documento A audição musical: (páginas 81-86)

Proficiência Auditiva

PROVA AUDITIVA B

Tabela 9. Percentagem correspondente às pontuações obtidas, pelos alunos, em cada exercício da prova auditiva B

ALUNO 1

ALUNO 2

ALUNO 3

ALUNO 4

MÉDIA

EVOLUÇÃO DA PERCENTAGEM (%) DE RESPOSTAS CORRETAS EM CADA EXERCÍCIO (PROVA B - PROVA A)

PARTE ESCRITA PARTE ORAL

DITADO DODECAFÓNICO DITADO MELÓDICO DITADO POLIFÓNICO ENTOAÇÃO MODAL COM PERCUSSÃO

Tabela 10. Evolução da percentagem correspondente às pontuações obtidas, pelos alunos, entre a prova auditiva A e a prova auditiva B

A melhoria da percentagem de acertos verifica-se em todos os exercícios, à exceção do ditado polifónico, no caso do aluno 2, que obteve a mesma pontuação nas duas provas.

Em média, os alunos tiveram uma evolução no número de acertos mais significativa no caso do ditado dodecafónico (47,9%), tendo sido a evolução no número de acertos menos significativa na entoação modal com percussão (9,6%). Tendo em conta os resultados de cada aluno, estes demonstram que a melhoria da percentagem de acertos foi mais significativa para o ditado dodecafónico em todos os alunos (entre 33,3 e 84%), à exceção do aluno 3, que teve uma melhoria mais significativa no ditado melódico (28,2%). Por sua vez, a melhoria da percentagem de acertos foi menos significativa para a entoação modal com percussão no caso dos alunos 1 e 3 (6,7% em ambos os casos) e no ditado polifónico nos alunos 2 e 4 (0% e 10,5%, respetivamente).

3.5.2. Análise dos dados dos questionários

O gráfico 2 representa as respostas dadas, pelos alunos, à questão 1.1. do questionário aplicado. Para a análise dos dados recolhidos, foi atribuído um número a cada estratégia, como já foi referido anteriormente.

Nesta questão verifica-se que os alunos consideram que nenhuma das estratégias/ atividades aplicadas contribuiu nada ou pouco para a melhoria das suas capacidades auditivas. Desta forma os resultados obtidos mostram que: nas estratégias 1 e 2, dois alunos consideram que estas contribuem muito e dois alunos muitíssimo; na estratégia 3, um aluno refere que contribui moderadamente e três alunos muito; o contributo da estratégia 4 é referido, por dois alunos, como moderadamente e por dois como muito; na estratégia 5, um aluno assinalou moderadamente e três muito; na estratégia 6, um aluno indicou que esta ajuda muito e três muitíssimo; por último, na estratégia 7, dois alunos consideram que esta contribui muito e dois muitíssimo.

Gráfico 2. Respostas obtidas à questão 1.1., relativa ao contributo das estratégias/ atividades aplicadas

Referente à questão 1.2., a tabela 11 apresenta a ordem de preferência das estratégias/ atividades propostas quanto ao grau de eficácia das mesmas, para cada aluno. Nesta tabela, para facilitar a disposição dos dados, as estratégias supramencionadas estão designadas através da inicial e do número correspondente:

E1, E2, E3, E4, E5, E6 e E7.

A tabela 11 mostra-nos uma grande variabilidade das preferências pelas estratégias/ atividades aplicadas. A título de exemplo, podemos ter perceção disto ao observar que apesar de certas estratégias serem as estratégias mais preferidas por um dos alunos, estas são também as menos preferidas por outro aluno, como acontece na estratégia 2, no caso dos alunos 3 e 4, respetivamente. Não obstante, ao analisar a tabela verifica-se que uma determinada estratégia tem o mesmo grau de preferência em mais do que um aluno, o que acontece no caso da estratégia 4 (a segunda estratégia preferida, nos alunos 1 e 2), da 5 (a quarta estratégia preferida, nos alunos 1 e 2), da 3 (a quinta estratégia preferida, nos alunos 1 e 3), da 7 (a sexta estratégia preferida, nos alunos 2 e 4) e da 1 (a estratégia menos preferida, nos alunos 1 e 3).

As estratégias 4 e 5 são duas das mais preferidas pelos alunos, já que são as únicas mencionadas por todos os alunos quando se observa as quatro que cada aluno mais prefere. Por outro lado, não há uma estratégia que seja comum no conjunto das quatro atividades menos preferidas por cada aluno. Contudo, salienta-se o caso de dois alunos (alunos 1 e 3), cuja estratégia menos preferida foi a 1, da mesma forma que a estratégia 2 esteve entre as três menos preferidas dos alunos 1, 2 e 4, embora seja a preferida do aluno 3.

Na questão 2, todos os alunos responderam “sim”, mencionando que já tinham tido contacto com a atividade “Entoação melódica a uma, duas, três ou quatro vozes”. Relativamente às questões 3 e 5, todos os alunos responderam “sim” e “não” à questão 4.

Após a apresentação dos dados recolhidos, importa realizar um cruzamento dos resultados obtidos nas provas e nos questionários aplicados aos alunos, para melhor esclarecer o objetivo a que este projeto pretende dar resposta.

Tabela 11. Resultados obtidos na questão 1.2., relativa à ordem de preferência das estratégias/atividades aplicadas (de forma ascendente, de 1 a 7)

3.6. Reflexão final

Tendo por base a evolução significativa dos resultados obtidos, entre as duas provas realizadas, e os dados recolhidos através dos questionários, verifica-se que a aplicabilidade das estratégias implementadas poderá ter contribuído para uma proficiência auditiva eficaz. Neste sentido, corrobora-se as ideias defendidas pelos três autores no que respeita à utilização das referidas estratégias para o desenvolvimento das competências de interiorização e exteriorização da escuta.

Contudo, tendo em consideração a impossibilidade de generalização dos resultados, pelo reduzido tamanho da amostra e do tempo de aplicação do estudo, esclarece-se que esta é uma conclusão a retirar apenas no que respeita à amostra investigada.

O ideal, em termos metodológicos, para comprovar o contributo das referidas estratégias, seria a realização das provas auditivas por outra turma do 6º grau do Conservatório de Música de Paredes, que não tivesse tido contacto com as estratégias aplicadas neste projeto, tendo apenas contacto com os métodos tradicionalmente usados. No entanto, tal não foi possível, devido à inexistência de outras turmas do 6º grau no Conservatório.

Não obstante o facto de os alunos nunca terem tido contacto com as estratégias implementadas pela professora estagiária, à exceção da estratégia 1 (entoação de melodias a uma, duas, três ou quatro vozes), verificou-se uma grande recetividade, empenho e curiosidade por algo que lhes era estranho e nada comum à prática a que estavam habituados.

Fazendo uma análise transversal dos resultados obtidos, verifica-se que houve uma maior evolução nas atividades de exteriorização da escuta por meio da notação (escrita).

No decorrer das aulas, os alunos insistiram para que não fossem realizados ditados polifónicos, pois consideravam-nos difíceis e muito extensos. Contudo, este desagrado não se sentiu nas provas, se observarmos que este foi o exercício no qual se obtiveram melhores resultados na prova auditiva B. Uma situação semelhante verifica-se no caso do ditado dodecafónico que, embora tenha obtido os piores resultados na prova auditiva A, é o exercício ao qual pertence a maior percentagem de evolução (47,9%) e, ainda, uma das estratégias mais preferidas pelos alunos, juntamente com a estratégia 5 (deteção de erros).

Embora as atividades de entoação constituam, em média, duas das que obtiveram piores resultados em ambas as provas, a capacidade de entoação dos alunos evoluiu bastante, desde a primeira aula, considerando as grandes dificuldades que tinham. Este facto está presente, também, nos dados recolhidos nos questionários, onde os alunos assinalaram que esta contribui “muito” ou “muitíssimo” para a melhoria das capacidades auditivas.

A última questão vem fazer face às limitações deste estudo, anteriormente referidas, uma vez que todos os alunos concordaram que a aplicação sistemática das estratégias propostas pode conduzir a uma melhoria da audição musical a longo prazo.

Apesar deste estudo não pretender fazer uma separação entre as estratégias aplicadas, referindo qual a melhor, pode dizer-se que todos os exercícios podem contribuir para o desenvolvimento das capacidades auditivas.

Conclui-se, portanto, que a utilização dos três autores anteriormente referenciados permitiu construir um pequeno modelo que parece ter qualidades para ajudar a melhorar e a perspetivar as práticas

pedagógicas. Este cruzamento de vários autores constituiu, assim, uma mais-valia, permitindo que a experiência do professor não se torne reduzida. Neste sentido, o presente projeto contribuiu para um grande enriquecimento dos conhecimentos e da prática educativa da professora estagiária no que respeita à realidade estudada.

Nesta linha de ideias defende-se, assim, a pertinência da continuidade deste estudo numa amostra maior e durante um período de tempo superior, uma vez que, caso as melhorias obtidas na amostra alvo desta investigação possam reproduzir-se em amostras maiores, a implementação destas estratégias poderá, possivelmente, produzir um efeito sustentado do desenvolvimento da audição musical.

No documento A audição musical: (páginas 81-86)