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6 Os jornais brasileiros: Destak, PubliMetro e Metro Magazine

6.2 PubliMetro

Já pensando na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016, o grupo Metro International, já instalado em São Paulo desde maio de 2007, chegou ao Rio de Janeiro em outubro de 2010. O PubliMetro, uma joint-venture (ou seja, uma aliança entre duas empresas) entre o grupo Bandeirantes de comunicação e a Metro International, tem repetido o sucesso de São Paulo e tem se mostrado um forte concorrente ao já estabelecido Destak.

O PubliMetro no Rio faz parte da estratégia de expansão do grupo Metro International, que já é uma das maiores empresas de comunicação de todo o mundo. Segundo comunicado 57 publicado no site da Metro International dia 30 de setembro de 2010, um dia antes do lançamento do jornal no Rio de Janeiro, a empresa está expandindo desde 2009. O primeiro passo foi expandir no próprio estado de São Paulo, alcançando o ABC Paulista, Santos e Campinas.

Como segundo maior mercado brasileiro, o Rio de Janeiro foi o próximo alvo. A empresa calculou em seu comunicado que existem 11 milhões de habitantes no Grande Rio, todos leitores em potencial. Hoje, o PubliMetro Rio imprime um total de 100 mil exemplares de segunda a sexta. No total, são 330 mil exemplares do PubliMetro que circulam no país, o que transforma o PubliMetro no jornal com maior tiragem do Brasil, segundo o comunicado

57

“Metro Expands in Brazil into Rio de Janeiro”. Disponível em http://www.metro.lu/node/76/story/4, acessado em 26/10/2010

66 da empresa. Vale lembrar, mais uma vez, que os dados dos jornais gratuitos não são verificados pelo IVC.

Ainda segundo o comunicado da Metro International, o mercado carioca é bastante interessante, já que a imprensa carioca representa 23% da indústria de imprensa nacional. Em sua estratégia de expansão, o jornal aposta no aumento da importância do Rio de Janeiro no cenário nacional e internacional com as competições internacionais que chegarão ao país nos próximos anos. No comunicado da empresa, Mikael Jensen, presidente e CEO d Metro International afirmou que o Brasil é sim um mercado bastante atraente.

Metro continua a sua expansão alinhado com a estratégia de crescimento em mercados emergentes. O Brasil é um dos mercados mais atraentes da América Latina, tanto em questão de tamanho quanto de crescimento. A operação em São Paulo alcançou ótimos resultados desde o início. Passo a passo estamos aumentando nossas oportunidades no mercado nacional de vendas do Brasil e aumentando também o nosso mercado. 58 No mesmo comunicado, Pablo Mazzei, representante da América Latina da Metro International, corrobora com a visão de Jensen. “O momento é certo para o Rio; é uma das 30 metrópoles do mundo, casa de várias grandes companhias, capital cultural da América Latina e o centro das atenções graças aos grandes eventos midiáticos mundiais que estão chegando.”59

Dessa forma, o PubliMetro chegou à cidade maravilhosa na surdina, sem fazer escândalos. O lançamento não foi anunciado antes em nenhuma outra mídia e que pegou os cariocas de surpresa no dia 1o de outubro de 2010.

Como não poderia deixar de ser, o PubliMetro carioca segue a fórmula sueca, comum ao mundo todo. Capa baseada em uma grande foto, com pequenas manchetes na lateral direita, com a previsão do tempo junto ao título do jornal, na parte superior, junto ao título, fotos de pequenas manchetes culturais ou esportivas... Nada de pontos finais na capa. No PubliMetro carioca são usadas as mesmas setinhas encontradas no Metro francês. Afinal,

58

Trad. da autora. “Metro continues its expansion in line with the strategy for growth in emerging markets. Brazil is one of the most attractive markets in Latin America, both in terms of its size and growth. The Sao Paolo operation has achieved great results from the beginning. Step by step we are increasing our opportunities to tap into the market for national sales in Brazil and increase our market share thereof.”

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Trad. da autora. “Timing is just right for Rio; one of the top 30 metropolis in the world, home to several major companies, the cultural capital of Latin America and centre of attention thanks to the biggest media events in the world coming up.”

67 fórmula é fórmula, padrão é padrão. Todo colorido, o jornal tem mantido um número regular de 16 páginas por edição até o momento, ao contrário da edição francesa que variava de acordo com a quantidade de publicidade para aquele dia.

Nas páginas de dentro, a fórmula continua. A abertura da editoria é marcada por uma faixa verde, devidamente numerada e com o nome da editoria. Embaixo do nome da editoria, pequenas notas, a cotação do dólar e do euro, os pontos da bolsa de valores, eventos importantes daquele dia... Mesma premissa da versão francesa. No alto, em páginas pares e ímpares, o site do jornal onde, por enquanto, só pode ser encontrada a versão em PDF do impresso.

Seguindo a ordem, primeiro, encontra-se a editoria com as atualidades, que se chama “Foco”, devidamente dividida entre: Rio, Brasil, Economia e Mundo. A maior parte das notícias não é assinada (ou é assinada em nome da redação). Mais uma vez, encontram-se majoritariamente dois tipos de artigos: matérias que ocupam mais ou menos meia página, e outras notas que circundam a matéria principal de cada página, além de pequenas notinhas chamadas “Breve” que complementam as páginas. Fotografias e infográficos completam as páginas. Pode-se notar que a demanda do leitor brasileiro, pelo menos até agora, é diferente da do leitor francês. Aqui, não há a preocupação de ser um jornal com muito conteúdo próprio, ao contrário do que Zalewski notou na França.

A segunda editoria é a de Cultura. Ela é marcada por um tom diferente de verde, diferenciação que não acontece na versão francesa do Metro. Geralmente, esta editoria começa com uma grande matéria de uma página (bastante espaço tratando-se de gratuitos), às vezes com uma entrevista. A parte de passatempos e horóscopo se encontra nesta editoria, assim como as cartas dos leitores e uma inovação: a interação com o Twitter. O jornal posta uma pergunta no microblog e quatro respostas são publicadas no dia seguinte. Música, cinema, teatro, televisão e celebridades são os focos principais desta editoria no PubliMetro. Este jornal também não traz a grade de programação da televisão aberta, ao contrário da versão francesa, mas semelhante ao concorrente Destak.

A terceira editoria fixa é a de Esportes. Assim como a versão francesa e como manda a fórmula sueca, ela fecha a publicação. Um verde amarelado identifica esta editoria. O destaque maior, como não poderia deixar de ser, é para o futebol. A tabela do Campeonato Brasileiro está presente nas edições, assim como a matéria principal costuma ser sobre este

68 esporte. Entretanto, as notas menores dão espaço para outras modalidades esportivas, tais como o vôlei, Fórmula 1, entre outros. Às vezes, esta editoria conta também com entrevistas.

Além do formato básico importado da Metro International, o PubliMetro possui ainda uma editoria móvel, se é que pode-se chamá-la dessa forma. A editoria “+”, como o nome propõe, traz algo a mais, assim como foi observado na versão francesa do Metro. Geralmente, trata-se de um grande matéria (de uma página) sobre um tema diverso: moda, turismo, saúde, tecnologia... Contrariando o resto do jornal, normalmente, as matérias publicadas nesta editoria são assinadas. Falando nisso, esta é uma diferença entre o PubliMetro e o Metro francês: a assinatura dos repórteres vêm no formato do e-mail deles (nome.sobrenome@metrojornal.com.br) e com uma pequena foto do jornalista.