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Neste capítulo, não vamos referir-nos aos atos normativos internacionais, assinados e ratificados pela República da Moldávia, mas apenas à legislação nacional.

Como se trata o problema da violência doméstica? A legislação local.

Vamos examinar em primeiro lugar, neste capítulo, como é entendida pela legislação local, a violência doméstica. No artigo 2 º da Lei da República da Moldávia "Sobre a Prevenção e Combate à Violência Domestica", Nr. 45 XVI a partir de 01 março de 2007 (Diário Oficial da República da Moldávia, 2008, Nr. 55-56, art.º 178) temos a definição da violência doméstica e conceitos relacionados.

Lei relativa à prevenção e combate à violência doméstica Artigo 1 Objeto da Lei

Esta lei estabelece as bases legais e organizacionais da atividade para prevenir e combater a violência doméstica, as autoridades e instituições relacionadas com a prevenção e luta contra a violência na família, são um mecanismo de resolução de casos de violência.

Artigo 2 Noções principais

Nesta lei entendem-se os seguintes termos:

Violência doméstica – qualquer ação ou omissão deliberada, exceto a autodefesa ou defesa de uma outra pessoa, verbalmente ou fisicamente manifestada através do abuso físico, sexual, psicológico, espiritual ou económico, ou a imposição de carácter pecuniário ou moral, cometidos por um membro da família contra outros dos seus membros, incluindo contra crianças e contra a propriedade comum ou individual;

Violência física – lesão deliberada da integridade corporal ou danos à saúde por bater, chutar, puxar cabelo, picadas, cortar, queimar, estrangular, morder, ou qualquer intensidade de intoxicação, envenenamento e outras ações similares;

Abuso sexual – qualquer tipo de violência sexual, ou conduta sexual ilegal na família ou em outros relacionamentos interpessoais, como o estupro conjugal, proibição do uso de métodos contracetivos, assédio sexual, e qualquer conduta indesejada imposta, obrigar a praticar a prostituição, qualquer conduta sexual ilegal com um membro da família menor, incluindo a carícia, beijos, sujeitando a criança a toques indesejados com conotação sexual e outras ações similares;

Violência psicológica – impor a vontade, ou controle pessoal causando tensão e angústia através da intimidação, zombaria, palavrões, insultos, epitetos, chantagem, objetos de destruição, ameaças verbais, a ostentação de armas ou bater em animais domésticos, a negligência, o envolvimento na vida pessoal, atos de ostracismo, ciúme, detenção na casa da família, o isolamento da família da comunidade e amigos, impedimento da realização profissional, bloqueio da educação e suas instuitições, privação de documentos de identidade, e de acesso à informação e outras ações similares;

Violência espiritual – subestimação ou diminuição da importância das necessidades morais e espirituais através da proibição, limitação, ridicularização, restringir com derrisão o acesso aos valores culturais, étnicas, linguísticas ou religiosos; impor um sistema de valores pessoais inaceitáveis; outras ações com efeito similar;

Violência económica – privação de recursos económicos, incluindo a subtração de meios de subsistência, tais como alimentos, cuidados médicos, objetos de necessidade quotidiana; abuso dos bens ativos; proibição do direito de possuir, usar e dispor dos bens comuns; controlo desleal sobre bens e recursos comuns; recusa em sustentar a família; atribuição de serviço pesado e trabalho prejudicial em detrimento da saúde, exploração de um membro menor da família e outras medidas de efeito semelhante;

Danos pecuniários – causando danos a um membro da família, incluindo crianças ou no contexto de outras relações interpessoais, levando à humilhação, medo, degradação, incapacidade de defesa contra a violência física e sentimentos de frustração;

Danos materiais - danos materiais suscetíveis de avaliação ou estimativa financeira/pagamento, resultantes de qualquer atamos de violência na família, ou na coabitação, custos impossíveis de suportar na investigação de casos de violência doméstica; Agressor – pessoa que cometa atos de violência doméstica em união de facto;

Vítima – uma pessoa adulta ou criança, sujeita a atos de violência doméstica;

Ordem de proteção – acto jurídico pelo qual o tribunal aplica a salvaguarda da vítima. Artigo 3 Os sujeitos da violência domestica

1) Os sujeitos de violência doméstica são o agressor e a vítima enquanto cidadãos da Republica da Moldávia, cidadãos estrangeiros e apátridas residentes no seu território. 2) Os sujeitos de violência doméstica podem ser:

a) Em condição de, convivência – pessoas numa relação de matrimónio, divórcio, coabitação, tutela, direta ou colateral, maridos, parentes e outras pessoas dependentes destes;

b) Em condição de separação – as pessoas nas relações de casamento, seus filhos, incluindo os pais adotivos, aqueles nascidos fora do casamento, aquelas sob a tutela ou curatela, outras pessoas sobre a sua manutenção.

Artigo 4. O quadro legislativo

1) A lei relativa à prevenção e combate à violência doméstica consiste da Constituição da República da Moldávia, outro regime legal atuará, nos tratados internacionais a que a Republica da Moldávia está vinculada;

2) Se o tratado internacional do qual a Republica da Moldávia faz parte, estabelece outras normas além da presente lei, então aplicam-se as normas desse tratado.

Artigo 5 Os princípios básicos de prevenção e combate à violência doméstica

A prevenção e o combate da violência doméstica devem basear-se nos seguintes princípios: a) Legalidade;

b) Igualdade;

c) Confidencialidade; d) Acesso à justiça;

e) Proteção e segurança da vítima;

f) Cooperação entre as autoridades da administração pública, a sociedade civil e as organizações internacionais.

Artigo 6. Esfera de ação da lei

As disposições desta Lei aplicam-se igualmente aos cidadãos da Moldávia, cidadãos estrangeiros e apátridas residentes no seu território.

A definição clara destes conceitos já é um ponto de partida para os especialistas e autoridades, a nível central e local de modo a prevenir e combater a violência doméstica. Por outro lado, as disposições relacionadas com os poderes centrais e locais são definidas em um único artigo (art.º 8), formulado em geral, sem especificar a estrutura claramente e qual o segmento responsável.

No entanto, a lei aparece como bem-vinda. Em nossa opinião, a sua aplicação criteriosa irá remover muitas das lacunas e deficiências nesta área, e servirá como um estímulo para novas atividades e medidas decididas, na eliminação da violência familiar.