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4 METODOLOGIA

4.10 Descrição das Variáveis

5.2.3 Qualidade da AF na Atenção Básica de Saúde Micro

A qualidade da AF na atenção primária de saúde foi verificada globalmente considerando o conjunto dos três tipos de indicadores (estrutura, processo e resultado) e para cada tipo de indicador separadamente, com o intuito de observar se a contribuição isolada de cada um mudava o perfil encontrado na avaliação geral. Essa mudança de perfil foi encontrada e pode ser observada nos gráficos 10,11,12 e 13.

Gráfico 05: Classificação Geral da Qualidade da Assistência Farmacêutica na Atenção Básica de Saúde, Fortaleza, 2007.

Gráfico 06: Qualidade da Assistência Farmacêutica conforme os Indicadores de Estrutura na Atenção Básica de Saúde, Fortaleza, 2007.

1%

21%

75% 3%

OTIMA SATISFATORIA PRECARIA CRITICA

2; 2% 10; 11%

29; 33% 46; 54%

Gráfico 07: Qualidade da Assistência Farmacêutica conforme os Indicadores de Processo na Atenção Básica de Saúde, Fortaleza, 2007.

20; 23%

13; 15% 45; 52%

9; 10%

Satisfatória Ótima Precária Crítica

Gráfico 08: Qualidade da Assistência Farmacêutica conforme os Indicadores de Resultado na Atenção Básica de Saúde, Fortaleza, 2007.

É importante considerar que as unidades de saúde não têm governabilidade para modificar os indicadores de estrutura, tendo os mesmos que serem articulados no nível central, entre CELAF e SMS e que a CELAF não possui gerência sobre as unidades de saúde, sendo as mesmas subordinadas aos Distritos de Saúde das SER.

47; 54%

6; 7% 34; 39%

0; 0%

Considerando a qualidade da AF temos que 75% das unidades apresentam uma AF precária. Porém, se avaliarmos os indicadores de estrutura, processo e resultado separadamente, podemos observar diferenças nesse perfil. Numa avaliação somente dos indicadores de estrutura, em 54% das unidades de saúde a AF é crítica. Entretanto, com os indicadores de processo isoladamente esse percentual cai para 10%, e com os indicadores de resultado nenhuma unidade classificada como crítica. O gráfico 09 demonstra os percentuais de atendimento dos indicadores da atenção primária de saúde.

Gráfico 09: Percentuais de Atendimento dos Indicadores de Estrutura, Processo e Resultado por SER, Fortaleza, 2007

A SER que teve um percentual de atendimento dos Indicadores de estrutura melhor foi a SER II, enquanto os de Processo foi a SER I e Resultado a SER V, tendo apresentado um resultado muito próximo a da SER IV.

49,03 79,56 75,83 58,49 63,78 75,23 54,67 71,26 77,66 56,17 79,42 78,4 41,46 67,91 78,96 44,48 69,55 76,38 0% 20% 40% 60% 80% 100% II II III IV V VI PROCESSO RESULTADO ESTRUTURA

Figura 04: Pirâmide da Qualidade da Assistência Farmacêutica na Atenção Primária de Saúde, Fortaleza, 2007.

50,72% 71,91%

77,08%

Estrutura Processo Resultado

Os percentuais de atendimentos dos Indicadores de Estrutura nas SER variaram de 41,46 a 58,49%, os de Processo de 63,78 a 79,56% e os de Resultado de 75,23 a 78,96%.

A pirâmide da qualidade da AF na atenção primária de saúde é caracterizada pelo atendimento dos indicadores de estrutura, processo e resultado em percentuais crescentes como mostrado na figura 04. A característica principal dessa pirâmide é o baixo atendimento dos indicadores de estrutura, um melhor desempenho dos indicadores de processo e resultado tornando-a mais larga quando comparada à pirâmide da AF macro (Figura 03).

6. DISCUSSÃO

Não se pode negar o avanço da Assistência Farmacêutica no Brasil desde a extinção da CEME em 1997. Foram dez anos de profundas transformações no setor como: criação da ANVISA, Lei dos Genéricos, processo de municipalização, publicação da Política Nacional de Medicamentos, publicações de portarias que estabelecem o financiamento da aquisição de medicamentos pelo setor público, estímulo a políticas que ampliem o acesso e o uso racional de medicamentos.

Segundo Araújo e Freitas (2006) em pesquisa sobre as concepções do farmacêutico sobre AF concluíram que o atual estágio da AF no Brasil é ainda incipiente. A falta de um modelo que norteie as práticas da assistência nos sistemas locais é um dos fatores que tem dificultado sua evolução. Uma das grandes carências dos serviços de AF é a falta sistemática de processos de avaliação.

De acordo com o MS (2005), o avanço da AF no Brasil aconteceu principalmente nos últimos cinco anos, no entanto tais mudanças têm sido pouco documentadas e avaliadas. Bernardi (2006), que avaliou a AF no RS observou que a AF nos municípios estudados é deficitária, exigindo maiores investimentos em recursos humanos físicos e materiais.

Mayorga (2004) discute que os trabalhos de avaliação da AF no Brasil demonstram que a política de AF que vem sendo implementada no País é incipiente, não garantindo o acesso e o uso racional dos medicamentos. E alerta que, para nos aproximarmos mais do propósito da PNM, precisamos reconhecer a importância do usuário nos serviços de saúde, a necessidade de prover um sistema farmacêutico estruturado adequadamente, numa área física que permita o atendimento humanizado por profissionais capacitados e motivados ao encaminhamento das questões do usuário.

A Assistência Farmacêutica em Fortaleza também tem passado por processos de mudanças na organização dos serviços com o intuito de ampliar e garantir o acesso aos medicamentos e de estreitamento entre os laços entre o serviço e a academia. Dentre os quais podemos citar os processos de avaliação em diversos focos, como: gastos públicos com medicamentos, avaliação dos serviços e prescrição médica e percepção do farmacêutico da atenção primária de saúde em andamento. Apesar desses esforços, é fato que a AF ainda tem um longo caminho a percorrer até que possamos garantir elementos básicos como uma boa aquisição, armazenamento, presença do farmacêutico, fornecendo serviços de qualidade à população. Sabe-se também que a melhoria da qualidade da AF não será resultado de ações isoladas e nem será imediata. Trata-se, portanto de um processo a ser construído a cada dia, no qual os processos de avaliação possam servir como elemento fundamental dessa mudança fornecendo subsídios à tomada de decisão pelos gestores.

As pesquisas de avaliação possibilitam aos gestores uma visão geral sobre os serviços e mostram as fortalezas e debilidades que possam estar influenciando diretamente a qualidade desses serviços oferecidos à comunidade. A escolha de indicadores de qualidade da AF é um tema bastante discutido e sobre o qual não existe consenso, o que gera a utilização de diversos indicadores dificultando a comparação dos resultados.

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