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Atualmente, com a globalização e o mundo do trabalho cada vez mais competitivo, faz-se necessária a melhoria da qualidade de processos, produtos e serviços, para as instituições que queiram sobreviver, tanto na inciativa “privada” quanto “pública”

A qualidade, tanto em produtos quanto em serviços, segundo Reeves ; Bednar, (1994) mostra-se um tema altamente importante, afinal se vive em uma época de alta concorrência, e a qualidade revela-se como um dos principais diferenciais competitivos das empresas da atualidade. Qualidade pode ser definida de diversas formas: Qualidade como valor; Qualidade como conformação de especificações; Qualidade como conformação a requisitos prévios; Qualidade como ajustamento do produto/serviço para o usuário; Qualidade como redução de perdas; Qualidade como atendimento e/ou superação das expectativas dos consumidores.

Entretanto para Paladini (1994), a qualidade é muito mais do que algumas estratégias e técnicas estatísticas, é uma questão de decisão, que se reflete em políticas de funcionamento de uma organização, e seus benefícios são considerados duradouros. Sendo assim, a qualidade corretamente definida, é aquela que prioriza quem vai consumir o produto ou o serviço.

Tem-se um dilema quando falamos de qualidade na educação. Juran (1990) focalizou seu trabalho na crença de que a melhoria da qualidade é obtida trabalhando dentro do sistema e propôs o atingimento da qualidade em dois níveis: empresas devem atingir alta qualidade de produtos, e cada indivíduo deve atingir alta qualidade individualmente. Já Crosby (1990), qualidade trata-se de fazer bem desde a primeira vez, isto é, manter um compromisso real com aquilo que está sendo realizado e para

isso cabe à organização analisar sua cultura, competências e valores com o objetivo de buscar identificar em cada uma, as posturas e práticas que irão agregar valor à instituição.

Contudo, na educação profissional é importante que a instituição de ensino proporcione, qualidade em suas aulas com inovação, infraestrutura adequada, gestão das pessoas, práticas pedagógicas que atendam a expectativa e o perfil do estudante. Spenbahuer (1995) expressa que o primeiro passo para fortalecer e vitalizar o ensino inovativo nas escolas voltadas para a qualidade é proporcionar aos professores a oportunidade de analisar suas responsabilidades de ensino e planejar estratégias para a melhoria. Esse processo exige que os professores deixem de se concentrar no conteúdo do cursos para observar os comportamentos e as técnicas usadas por professores considerados modelos.

Na visão de Demo (1994), a qualidade se alimenta de uma série de instrumentação operativa que decide pela qualidade, a infraestrutura que o professor e estudante precisa: biblioteca, disponibilidade de leitura, consulta e pesquisa, laboratórios, experimentação, local para trabalho individual e em grupo, local para exposição, debate e seminários, formas de publicação e socialização do conhecimento.

O modelo de gestão da qualidade procura atender prontamente aos requisitos da competitividade por meio da introdução de novos produtos e serviços e a necessidade de oferecer produtos e serviços com alta qualidade a custos relativamente baixos que os tornem competitivos, perante o conceito de empresa, no processo de ensino aprendizagem.

Segundo Longo (1996) as instituições de ensino que pretendem atingir a excelência em seus serviços por meio de um sistema de gestão da qualidade devem reunir as seguintes características: foco centrado no estudante, forte liderança dos dirigentes, visão estratégica (valores, missão e objetivos) claramente definida e disseminada, plano de desenvolvimento institucional oriundo de sua visão estratégica e definido pelo consenso dos pares, clima positivo de expectativas quanto ao sucesso, forte espírito de equipe, equipe de trabalho consciente do papel que desempenha na organização e de suas atribuições, equipe de trabalho capacitada e treinada para

melhor desempenhar suas atividades, planejamento, acompanhamento e avaliação sistemáticos dos processos, e preocupação constante com inovações e mudanças.

A gestão da qualidade auxilia no processo de competitividade a partir do momento que oferece produtos ou serviços de baixa ou alta qualidade. “A competitividade está diretamente ligada à eficiência empresarial” (DEGEN; MELO,1989, p.106).

Não há dúvidas de que a melhoria na qualidade deve concentrar-se na aprendizagem do ensino e na criação de uma estrutura na qual essa atividade possa ser realizada com o máximo de eficiência e preocupar-se com um desenvolvimento contínuo, com indicadores e critérios de desempenho para se atingirem os objetivos.

No entanto Freire (1987) diz que na educação, a qualidade está ligada diretamente ao bem-viver de todas as nossas comunidades, a partir da comunidade escolar. A qualidade na educação não pode ser “boa” se a qualidade do professor, do aluno e da comunidade é ruim. Não podemos separar a qualidade da educação da qualidade como um todo, como se fosse possível ser de qualidade ao entrar na escola e piorar a qualidade ao sair dela.

Deste modo, Demo (1994), corrobora dizendo que a aprendizagem é definida pelo repasse do professor, de tal sorte que o aluno somente sabe o que lhe foi transmitido. Transmitir é a medida do saber. Aula copiada é a didática essencial. Os professores repassam quantidade de conhecimento, organizados em grades curriculares recorrentes, cabendo a cada um uma disciplina correspondente a uma das fazes possíveis do curso ou da série. Isso trata-se de uma agregação, acumulação de saberes, representando o diploma o reconhecimento oficial de que a quantidade foi satisfeita, com o desempenho quantitativo esperado. Neste caso houve qualidade do ensino?

Não podemos esquecer uma discussão importante que Queiroz (2005) aborda a respeito da responsabilidade social e sua adoção por instituições de ensino. O autor ressalta que a responsabilidade social não é uma reserva do meio corporativo é aplicável a todas as organizações, consistindo em uma política de gestão, e não apenas iniciativas, capaz de transmitir compromisso ético e transparência das organizações. Contudo, a melhoria na qualidade deve concentrar-se no ensino e na

aprendizagem dos indivíduos, e todas as pessoas envolvidas nesse processo devem ter objetivos claros e responsabilidade para atingi-los.

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