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QUALIFICAÇÃO DE GESTORES DO SUS: RELATO DE EX-

PERIÊNCIA COM BASE NA REDE DE ONCOLOGIA DA 11ª

REGIÃO DE SAÚDE

Daniele Santana Leandro Shirlley Pereira da Silva

Introdução

Este texto tem como objetivo relatar o estudo em grupo da turma do curso de qualificação de gestores do SUS da 11ª Região de Saúde de Princesa Isabel (PB), abordando toda a temática desenvolvida desde as aulas presencias até a discussão na Plataforma Moodle. Desse modo, o relato de experiência descreve o processo formativo realizado na região, os problemas de gestão identificados, as tentativas de solução dos pro- blemas, as dificuldades encontradas, os resultados alcançados, os desa- fios que permanecem, entre outros aspectos considerados importantes a partir da experiência realizada por cada profissional da área.

Desenvolvimento

O Curso de Qualificação de Gestores do Sistema Único de Saú- de chega ao estado da Paraíba pela terceira vez e tem contribuído para qualificar a gestão da saúde. Com parceria entre o Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/Fiocruz Pernambuco, a Secretaria de Estado da Saú- de da Paraíba (SES-PB), o Centro de Formação de Recursos Humanos da Paraíba (CEFOR – PB) e o apoio da Escola Nacional de Saúde Públi- ca Sergio Arouca, por meio da Coordenação de Educação a Distância (Ensp/EAD), o curso proporciona o fortalecimento do processo de re- gionalização e o desenvolvimento institucional da SES-PB. Com o apoio da Fiocruz/PE, foi implementado um curso semipresencial, utilizando, inclusive, o ambiente de trabalho, com a possibilidade de encontros pre- senciais que provoquem a reflexão crítica sobre as ações e atividades co- tidianas. Os encontros presencias eram realizados uma vez a cada mês, com duração de oito horas, e eram promovidos acessos e discussões na

plataforma virtual para finalizar cada módulo com a consolidação do Arco de Maguerez.

Foram realizadas atividades virtuais por meio da Plataforma Moo- dle que possibilitaram a interação entre os gestores e tutores-apoiadores das diversas regiões. O método empregado se fez a partir da interação de grupos das regiões vizinhas, exposta em cinco etapas: problema da realidade, pontos-chave, teorização, hipóteses e aplicação da realidade. Para mediar o conhecimento, foi elencada a educação problematizado- ra, que a partir do cotidiano, por meio das vivências e experiências sig- nificativas, permitiu a construção de reflexões e de mudanças de pers- pectivas, otimizando o processo de trabalho, permitindo ao profissional compreender melhor os processos de gestão de saúde e o avanço na re- gionalização através do fortalecimento das redes de saúde.

Apoiado nos processos de aprendizagem por descoberta, em opo- sição aos de recepção, os conhecimentos não são apresentados aos es- tudantes em sua forma acabada, mas na forma de problemas, cujas re- lações devem ser descobertas e construídas pelo estudante, que precisa reorganizar o material, adaptando-o à sua estrutura cognitiva prévia, para descobrir relações, leis ou conceitos que precisará assimilar.

Segundo o Ministério da Saúde (2010), “As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado”.

Considerando o curso de Qualificação de Gestores do SUS e seu segundo módulo: Dificuldade no acesso às consultas e exames especia- lizados na Rede de Oncologia da 11ª Região de Saúde, fez-se necessária a discussão sobre a problemática encontrada no Hospital Regional de Princesa Isabel (PB). A participação de estudantes-gestores nos encon- tros presencias tornou-se ampla junto à tutora, na junção de ideias e experiências de trabalho de cada profissional por região, oportunidade em que foram elencados os desafios enfrentados no cotidiano vivencia- do por cada profissional.

O Hospital Regional de Princesa Isabel responde pela região, por se tratar de uma instituição estadual de médio porte, tendo em sua estru- tura realizações de cirurgias de médio porte, como também é referência em maternidade, sendo referência para sete municípios: Manaíra, São

Jose de Princesa, Imaculada, Tavares, Água Branca, Juru e Princesa Isa- bel, onde observa-se a problemática no tocante à dificuldade e desafios enfrentados ao pacientes portadores de câncer.

No âmbito da atenção oncológica, é discutido um modelo de aten- ção à saúde estruturada em ações de qualificações da atenção em saúde das pessoas com doenças crônicas.

A elevada incidência e a alta mortalidade por câncer no Brasil justificam o planejamento de estratégias nacionais, visando à detecção precoce. É fundamental que haja mecanismos pelos quais indivídu- os motivados a cuidar de sua saúde encontrem uma rede de serviços quantitativamente e qualitativamente capaz de suprir as suas diversas necessidades. Para que haja estratégias para o enfretamento de grandes desafios, é preciso a adoção de políticas que contemplem, entre outras estratégias, a capacitação de recursos humanos para um diagnóstico precoce do câncer.

Nessa construção de atenção estruturada como Regional/ Estadual e baseada nas situações-problemas e na realidade de cada região de saú- de, será analisada a situação de saúde sob o ponto de vista dos gestores da 11ª Regional de Saúde.

Dentre todas as pautas, foram identificadas as diversas dificulda- des e assim estudadas, gerando discussões na plataforma. Para cada si- tuação-problema, foram feitas discussões em grupos, de modo que, no estudo em equipe se desempenhassem componentes para discussão e experiência de cada um, e o estudo individual, onde cada aluno fez a lei- tura e reflexão para juntos analisar, discutir e dividir suas experiências.

Com isso, ressaltam-se aqui as hipóteses e soluções mencionadas por estudantes-gestores:

• Fortalecimento da rede de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer;

• Disponibilização de consultas com profissionais especializados na área de oncologia;

• Implantação de serviços especializados em oncologia na 11ª Re- gião de Saúde;

• Campanhas publicitárias que incentivem e promovam a prevenção e a busca ao diagnóstico e tratamento precoces;

• Atualização permanente dos profissionais de Atenção Básica de Saúde.

Partindo desse pressuposto, os estudantes-gestores discutiram a aplicação à realidade no âmbito de cada município. Os gestores, em reunião da Comissão Intergestores Regional (CIR), discutiram e reco- nheceram a fragilidade do problema apresentado, e se sensibilizaram, discutindo entre si as maneiras viáveis de soluções, como por exemplo, a implantação de uma central de regulação na região de saúde, para apoio à 11ª região de saúde, qualificando esse serviço, já que, em um único lu- gar, haveria consultas, exames e tratamentos, proporcionando conforto aos pacientes e seus familiares.

Considerações finais

Concluímos que, através deste tema, podemos não só incentivar, mas também contribuir sobre a importância e preservação da saúde, quando se trata de câncer.

O curso em si contribuiu para a efetivação dos conhecimentos. Diante de tais fatos expostos, podemos nos deparar com diversos de- safios seguidos no cotidiano. O conhecimento elencado sobre a saúde se fez presente, de tal modo que fosse contemplado o enfrentamento de cada situação.

Por fim, compreendemos a relevância do tema abordado, enquan- to estudantes-gestores do SUS. Faz-se necessária para enfrentar tal de- safio a adoção, entre outras estratégias, de uma política de capacitação de recursos humanos para trabalhar em ações de prevenção do câncer.

A contribuição do curso se deu de forma regionalizada, uma vez que a turma era formada por equipes de municípios circunvizinhos, re- ferentes à 11ª Região, sendo abordada a problemática de cada cidade, tornando-se, assim, um desafio para cada município, pensando-se em diferentes formas de enfrentamento para uma melhor assistência, visan- do, assim, à atenção em saúde.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 4.279/2010. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.php>. Acesso em: 27 set. 2016.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Coordenação de pre- venção e vigilância. Falando sobre câncer de mama. Rio de Janeiro: MS/ INCA, 2002.

TOCANTINS. Secretaria de Saúde do Estado. Planejamento. Desen- volvimento de políticas de saúde/CIR. Disponível: <http://saude.to.gov. br/planejamento/desenvolvimento-de-politicas-de-saude/cir/>. Acesso em: 27 set. 2016.

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