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Quando você está atendendo um idoso e uma idosa, há possibilidade de você saber, antes da anamnese e antes de qualquer exame ou teste se ele ou ela está frágil?

Eu poderia ver alguns indicadores de fragilidade física. Um idoso, por exemplo, dependente naquele momento da cadeira de rodas para a locomoção, uma pessoa extremamente emagrecida e uma pessoa que demonstra um comprometimento importante de saúde denota algum tipo de fragilidade sem uma avaliação padronizada. A ausência de acompanhante quando ele necessita mostra outro tipo de fragilidade sem uma avaliação específica do tipo anamnese. Ele estar chorando compulsivamente pode demonstrar uma fragilidade emocional pela perda de um ente querido, alguma situação em que ele está bastante frágil naquele momento, não relacionada à funcionalidade.

Como ele chega_ de cadeira de rodas, de bengala , de andador, sozinho ou com alguma ajuda. Eu acho que sem fazer qualquer tipo de exame posso ver a marcha, a postura, se ele usa algum dispositivo para ajuda ou não. O próprio semblante do paciente mesmo só de olhar, percebo acho que está bom, acho que não está e depois você faz os exames prá ver se realmente está saudável.

Às vezes, vejo uma pessoa magrinha e posso subentender que ela esteja frágil porque é uma coisa muito visível, mas a certeza eu só vou ter mesmo depois que eu fizer vários exames, testes.

Muitas vezes é o aspecto físico: aquele cabelo bem branco mais ralo, a pele mais enrugada, um indivíduo mais magro com cifose ou a necessidade de algum apoio para deambular, seja em um parente, na bengala ou na parede.

Meu primeiro olhar para um paciente é geralmente em relação às psicopatologias: se a pessoa está muito deprimida, se há problema sério de ansiedade ou algum outro tipo de psicopatologia, se ela já apresenta alguns déficits cognitivos_ o início de alguma demência. Isso seria o que o meu olhar tentaria focalizar primeiro.

Eu acho que a gente desenvolve um feeling de algumas coisas por ter sensibilidade e às vezes, só pela expressão do rosto consegue sentir. Isso não quer dizer que você vá acertar_ se a pessoa tem um aspecto mais infantilizado, mais carente e o rosto de baixa auto-estima,

às vezes, só de olhar, você já percebe ... Pela postura da pessoa, pela forma como ela te olha ... você pode até perceber alguma coisa, mas isso precisa ser comprovado depois.

Olha, é bem complicado porque aparentemente, o idoso pode, por exemplo, não andar direito ou ter alguma complicação motora que, a nosso ver, possa ser fragilidade, mas ele é independente nas suas atividades e tem a parte cognitiva preservada. Ao mesmo tempo, há idosos que conseguem andar de forma adequada, falar e manter algumas atividades preservadas, mas são frágeis. Clinicamente “batendo o olho” é difícil de se identificar se é frágil ou não. Com a aplicação de alguns instrumentos, em alguns itens fica claro ver como esse idoso está frágil, mas na primeira avaliação é difícil identificar se ele é frágil ou não. Eu não sei se existe a possibilidade de predizer, mas é automático a gente fazer isso e talvez, aquilo em que nos baseamos esteja incorreto. No idoso em atendimento ambulatorial, observamos principalmente os aspectos físicos: a textura de pele, a postura tendendo para encurvada, a voz, a força do aperto de mão... A primeira avaliação que me levaria a pensar em fragilidade tanto no idoso como na idosa seria esse aspecto externo, mas depois uma avaliação mais profunda, uma investigação das atividades desenvolvidas, das condições de saúde e dos fatores relacionados à saúde podem dar uma avaliação realmente mais acurada. Avaliamos aqueles fatores da fragilidade: cognição, continência, desempenho das atividades da vida diária, das atividades instrumentais, como eles chegaram ao atendimento, as comorbidades e como eles lidam com elas, como eles tomam a medicação, enfim, todos esses aspectos que vão me dar uma indicação mais precisa. Mas na primeira impressão, eu me direciono sim para pensar se ele é frágil ou não e automaticamente, até sem definir o que é fragilidade. Nas unidades de internação de pacientes graves, os idosos já estão fragilizados por comorbidades ou por agravamento de condições crônicas.

Não. Acho difícil e até preocupante categorizar pessoas sem uma avaliação cuidadosa. Pode-se pressupor, mas afirmar não. A gente consegue vislumbrar alguma coisa, mas afirmar que ele é frágil requer uma análise cuidadosa e nós temos recursos prá fazer essa avaliação. Se você me perguntar como você descreveria um idoso frágil, eu diria que seria uma pessoa, uma pessoa ... como eu poderia dizer? Uma pessoa que não mostra um aspecto saudável, que já mostra uma aparência de triste, preocupada ou deprimida, que tenha uma

estrutura corpórea debilitada. A postura da pessoa já pode mostrar alguma coisa, mas são alguns indícios que te levam a imaginar que ela seja frágil.

Você pode perceber algumas coisas que podem se confirmar ou não durante uma entrevista. Você observa algumas posturas corporais e os gestos, mais do que as atitudes, revelam aspectos de semblante de tristeza, de apreensão, de expectativa, de ansiedade. As próprias marcas no rosto indicam, muitas vezes, que foram pessoas que tiveram trabalho árduo. Isso se revela ao primeiro olhar no idoso e não dá prá fazer um julgamento, mas o idoso que se cuida, como ele vem até o hospital, suas condições pessoais mesmo de recursos internos ... A condição social é um dos fatores, mas não é o único e nem o determinante.

Bom, de olhar fica muito subjetivo e tem teorias que eu posso levantar que em qualquer indivíduo, seja ele idoso ou não, a partir do momento que eu o vejo caminhando na rua, que eu o vejo cabisbaixo. Há uma série de linguagens que o corpo da gente emite que são expressões daquele momento que a pessoa está vivendo e no caso do idoso, simplesmente de vê-lo, em pé, parado, sem poder observar determinadas outras atitudes, fica muito, muito ... “um tiro no escuro”, falar alguma coisa em relação à fragilidade. Para que eu possa expressar alguma opinião em relação à fragilidade, é necessário que eu tenha um contato um pouco maior com a pessoa para poder através de ... nem tanto de exercícios, nem tanto de testes, mas através de conversa, de formas como ela se permite falar dela, da maneira como ela expõe as sua idéias, enfim, tudo isso é um material muito rico para me informar alguma coisa que aquela pessoa está vivendo, do momento que ela está vivendo. Como eu acabei de mencionar, para mim, seria muito importante, seria necessário eu ter mais informações do que simplesmente o aspecto visual assim, sem conhecer, para falar alguma coisa a respeito da pessoa em si.

DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO (Respostas: 1, 2, 3, 5, 7, 8, 9 e 10).

IDÉIA CENTRAL: A observação de problemas físicos, psíquicos e sociais pode significar indícios de fragilidade no idoso, mas a afirmação dessa condição pode ser feita somente após uma investigação clínica e psicossocial criteriosa.

Na primeira impressão, eu me direciono sim para pensar se ele é frágil ou não, automaticamente, até sem definir o que é fragilidade. Entretanto, acho difícil e até preocupante categorizar pessoas sem uma avaliação cuidadosa. Se você me perguntar como você descreveria um idoso frágil, eu diria que seria uma pessoa que não mostra um aspecto saudável, que já mostra uma aparência de triste, preocupada ou deprimida, que tenha uma estrutura corpórea debilitada. No idoso em atendimento ambulatorial, observo principalmente os aspectos físicos: a textura de pele, a postura tendendo para encurvada, a voz, a força do aperto de mão, como ele chega_ de cadeira de rodas, de bengala, de andador, sozinho ou com alguma ajuda. Eu poderia ver alguns indicadores de fragilidade física: a marcha, a postura, se ele usa algum dispositivo para ajuda ou não. Um idoso, por exemplo, dependente naquele momento da cadeira de rodas para a locomoção, uma pessoa extremamente emagrecida e uma pessoa que demonstra um comprometimento importante de saúde denotam algum tipo de fragilidade sem uma avaliação padronizada. É bem complicado porque aparentemente, o idoso pode não andar direito ou ter alguma complicação motora que, a nosso ver, possa ser fragilidade, mas ele é independente nas suas atividades e tem a parte cognitiva preservada. Ao mesmo tempo, há idosos que conseguem andar de forma adequada, falar e manter algumas atividades preservadas, mas são frágeis. Às vezes, vejo uma pessoa magrinha e posso subentender que ela esteja frágil porque é uma coisa muito visível, mas a certeza eu só vou ter mesmo depois que eu fizer vários exames, testes. A condição social é um dos fatores, mas não é o único e nem o determinante e a ausência de acompanhante, quando ele necessita, mostra outro tipo de fragilidade sem uma avaliação específica do tipo anamnese. Se a pessoa está muito deprimida, se há problema sério de ansiedade ou algum outro tipo de psicopatologia, se ela já apresenta alguns déficits cognitivos_ o início de alguma demência ou se ela está chorando compulsivamente pode demonstrar uma fragilidade emocional, não relacionada à funcionalidade. Uma avaliação mais profunda, uma investigação das atividades desenvolvidas, das condições de saúde e dos fatores relacionados à

saúde pode dar uma avaliação realmente mais acurada. Avalio aqueles fatores da fragilidade: cognição, continência, desempenho das atividades da vida diária, das atividades instrumentais, como eles chegaram ao atendimento, as comorbidades e como eles lidam com elas, como eles tomam a medicação, enfim, todos esses aspectos que vão me dar uma indicação mais precisa. Pela postura da pessoa, pela marcha, pela forma como ela te olha ... você pode até perceber alguma coisa, mas isso precisa ser comprovado. Pode-se pressupor, mas afirmar que ele é frágil requer uma análise cuidadosa e nós temos recursos para fazer essa avaliação. Com a aplicação de alguns instrumentos, em alguns itens, fica claro ver como esse idoso está frágil.

Questão 3. Esses indicadores de fragilidade seriam diferentes para o homem e para a