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A oficina teve duração de uma hora e meia, compareceram apenas dois enfermeiros e a coordenadora de enfermagem. Começou com a apresentação do objetivo dos formulários e a

importância de modificá-los, ajustando-os para a realidade do serviço. Optou-se por reformular inicialmente o instrumento da clínica médica, para que esse possa servir de modelo, visto que havia a inserção nesta unidade de internação de todos os profissionais que participavam das oficinas. Foram discutidos cada item do impresso existente, o que deveria ser acrescentado ou retirado, ouvindo as justificativas e explicações, chegando ao senso comum para poder decidir.

Foi optado pela estruturação em sistema corporal, em comum acordo entre todos ali, por ser mais simples e de fácil compreensão para esse início. Talvez consiga futuramente utilizar alguma teoria de enfermagem, mas para isso deverá ter mais encontros de educação permanente em saúde, para que todos possam aderir ao processo adequadamente.

Na primeira parte do impresso foi sugerido acrescentar algumas informações para a anamnese, tais como: história pregressa do paciente, queixa principal e diagnóstico e retirar os itens correspondentes às sondas que estavam nesse item. Unificar sistema neurológico e pupilas que estavam separados e acrescentar as alternativas para o estado geral do paciente: Estado Geral Bom (EGB), Estado Geral Regular (EGR) e Estado Geral Grave (EGG), termos para o nível de consciência (obnubilado, letárgico), neste momento foi discutido o que significava cada um deles, retirar os termos (reage à estímulos e não reage). Retirar o quesito Regulação Térmica, pois esta informação relacionada à temperatura era redundante, já que essa informação já estava presente nos sinais vitais.

No quesito oxigenação, foi sugerido retirar os itens bradicárdico, taquicárdico, porque era redundante, tendo em vista que esta informação já estava presente no item dos sinais vitais, o item intubação, já que no hospital não há pacientes intubados e criar um novo espaço para conter os dispositivos de baixo e alto fluxo, tendo como opções os dispositivos disponíveis na instituição (cateter nasal, cânula, máscara de venturi).

Na opção Pele, foi sugerido levá-la para o início do exame físico no impresso, antes do sistema neurológico, retirando os itens de hipertérmico, afebril e hipotérmico e acrescentar itens para a hidratação da pele.

Foi sugerido acrescentar sistema respiratório mais completo, abrangendo todos os métodos propedêuticos no exame, como os itens: tipo de tórax, ausculta pulmonar, com os murmúrios vesiculares presentes ou ausentes, ruídos adventícios se presentes, estertores, roncos, sibilos, frêmito toraco vocal presente ou ausente.

Para seguir a ordem cefalocaudal do exame físico, foi sugerido vir logo após o sistema respiratório, o sistema cardiovascular ao invés do gastrointestinal como estava. Da mesma forma, acrescentar mais itens neste sistema, para uma melhor avaliação, como: bulhas

cardíacas hiper, hipo ou normofonéticas, ritmo cardíaco regular ou irregular, perfusão periférica preservada ou prejudicada; retirar os itens normocárdico, bradicárdico e taquicárdico, hipertenso e hipotenso, pois essas informações já estão contidas nos sinais vitais.

Em seguida, o exame gastrointestinal, retirando o item de nutrição parenteral (NPT), que no hospital não tem esse tipo de nutrição, retirar o item flatos presentes e ausentes, que encontra-se duplicado. Foi sugerido retirar a parte sobre Regulação Abdominal e colocar as opções presentes neste item no sistema gastrointestinal, a qual elas pertencem e acrescentar os itens sobre a palpação, percussão e ausculta do abdome, como: tipo de abdome (globoso, avental, plano), timpânico, maciço, fígado e baço palpáveis ou não e eliminações intestinais presentes ou ausentes, sinal de Mcburney, de Rovsing positivos ou negativos, tendo em vista a frequente aparição de casos de apendicite no serviço; retirar o item ferida operatória (FO).

No sistema urinário, foi sugerido acrescentar o sinal de Giordano, positivo ou negativo. Foi sugerido retirar o último quesito sobre úlceras por pressão que estava com os termos desatualizados e foi sugerido também que estes viessem no exame da pele e não isolados como estava.

Todas essas sugestões foram acatadas pelos enfermeiros participantes, a única que não foi aprovada, foi a retirada do item sobre cateter venoso central, porque a coordenadora alegou que este tipo de procedimento apesar de não ser realizado no hospital, havia o material disponível, podendo existir a oportunidade de utilizá-lo, assim como o surgimento do profissional capacitado para tal.

Sobre os diagnósticos de enfermagem, foram retirados apenas os diagnósticos que estavam duplicados, que foram: distúrbio do padrão do sono e desobstrução ineficaz das vias aéreas. Foi sugerido por eles, colocar um espaço para que pudessem acrescentar diagnósticos caso necessitasse.

Na prescrição de enfermagem, foi sugerido a retirada do item comunicar qualquer intercorrência a enfermeira, modificar o item verificação de sinais vitais para duas vezes ao dia e sempre que necessário; modificar o item observar alteração no nível de consciência para avaliar alteração no nível de consciência; modificar o item registrar eliminações intestinais a cada 8 horas, retirando o tempo, da mesma forma retirar o tempo estipulado no item medir e anotar diurese; retirar as opções de ferida operatória (FO) e ferida infectada (FI) no item sobre realizar curativo, substituindo por realizar curativo diariamente e sempre que necessário; alterar o item dar banho no leito a cada 24 horas pela manhã, para realizar banho

no leito a cada 24 horas pela manhã. Foi sugerido colocar no final os itens sobre os sinais vitais do paciente, como: pressão arterial, frequência cardíaca, respiração e temperatura.

A discussão foi muito produtiva, os relatos das vivências dos profissionais, trouxeram ideias do que estava faltando no formulário, os itens que não se adequavam, foi importante também para fazer uma revisão dos termos técnicos do exame físico, definições. Os profissionais demonstravam satisfação em estarem participando desta elaboração, dava para perceber o entusiasmo nas discussões.

A ideia de reformulação do instrumento visa ajudar na assistência diária do enfermeiro ao considerar as potencialidades e peculiaridades do setor, o adequando assim a sua vivência diária.

O estudo de Medeiros et al. (2012), também concordam que os formulários utilizados no serviço precisam ser ajustados para suprir as necessidades da clientela atendida no serviço, objetivando qualificar o atendimento prestado, apesar de reconhecerem que eles são satisfatórios na execução de todas as fases do processo de enfermagem.

No estudo de Oliveira et al. (2012) evidencia-se que a utilização do documento impresso com os diagnósticos e as prescrições de enfermagem realizado na etapa de implantação da sistematização da assistência de enfermagem, associado às aulas pode facilitar a introdução da sistematização da assistência de enfermagem de forma que todas as suas etapas sejam registradas.

Um estudo feito por Santos e Ramos (2012) em um centro obstétrico de um hospital público em Recife-PE, o formulário para elaboração do Histórico de Enfermagem foi concebido a partir da necessidade de identificação dos dados obstétricos da parturiente para facilitar a sistematização da assistência de enfermagem. O instrumento para consulta de enfermagem contempla os dados de identificação da parturiente, os dados relacionados à gestação, exame físico da parturiente, exames laboratoriais e dados do parto. Após a consulta de enfermagem, deve ser iniciada a segunda etapa do protocolo que é a identificação dos diagnósticos de enfermagem. Um formulário específico foi elaborado a partir dos dados coletados com as participantes da pesquisa, o qual contemplou sete diagnósticos de enfermagem com suas respectivas intervenções e resultados esperado.

No estudo de Dutra et al. (2016) na sua pesquisa traz como estratégias para o aperfeiçoamento da realização do processo de enfermagem, a utilização de um referencial teórico adequado às características da instituição e necessidades da equipe de enfermagem considerando o perfil dos pacientes; racionalização dos impressos, com vistas à otimização do

tempo, prevenção de erros e melhora da comunicação entre os membros da equipe de enfermagem/saúde.

Colaço et al. (2015), destacam a importância da qualidade dos registros a respeito do que o enfermeiro avalia nos pacientes. Registros objetivos e criteriosos facilitam comunicação entre os membros da equipe de saúde. Ressalta-se ainda que registros de excelência podem se estabelecer em garantia do fortalecimento da enfermagem como ciência, além de ser um requisito valioso do ponto de vista jurídico.

4.6 Quinta oficina: finalização da oficina de restruturação e construção do formulário da

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