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Veja a figura 22, área de influência da FAFIDAM e do CENTEC, na pasta figuras

5 A CIDADE DE LIMOEIRO DO NORTE E A QUESTÃO AMBIENTAL

5.1 O PDDU e a Questão dos Espaços Públicos

A cidade de Limoeiro do Norte dispõe de um Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano elaborado em 1999 pela empresa Planos Técnicos do Brasil Ltda. com o objetivo de proporcionar elementos para um processo de planejamento urbano e ambiental na cidade.

Em relação a parques públicos e áreas verdes, a cidade conta desde 1951 com um Horto Florestal, criado pelo antigo IBDF, atual IBAMA, em terreno doado pela Prefeitura Municipal. Atualmente o Horto Florestal é administrado pela Secretaria da Ciência e Tecnologia do Ceará/Centro de Ensino Tecnológico, mediante termo de cooperação de 26/1/2000 firmado entre IBAMA/SECITECE. Em 21/9/2000 foi inaugurado o Centro de

Articulação e Educação Ambiental (CAEC) em uma área de 4 ha, ou seja, 40.000 m2.

Segundo a proposta original de criação, referido espaço se destina aos diversos segmentos da sociedade visando o desenvolvimento de atividades científicas, socioculturais e de lazer, procurando atuar como catalisador das atividades ambientais e de programas dos setores público e privado. Dessa forma, tem como objetivo articular junto com as instituições

públicas e privadas ações educativas que venham fortalecer a gestão integrada e participativa da comunidade no processo de desenvolvimento da região. As principais atividades desenvolvidas são farmácia viva, experimentos para a recuperação de matas ciliares, diagnóstico de experiências rurais comunitárias, produção de composto orgânico, biblioteca, papel reciclado, produção de mudas, oficinas, palestras e cursos.4

A Lei Orgânica do Município de Limoeiro do Norte, de 1998, no artigo 131, que enfoca a questão do meio ambiente, evidencia que “o município promoverá educação ambiental através de suas escolas e órgãos de ensino, visando à conscientização pública e à preservação do meio ambiente”. O artigo 132 reforça essa preocupação ao enfatizar que “é dever do poder público municipal e da coletividade, proteger e defender o meio ambiente, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, combater a poluição em qualquer de suas formas”. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao munic ípio fazer observar a legislação federal e estadual referente ao meio ambiente, especialmente sobre: II – a utilização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que coloquem em risco a vida e o meio ambiente; III – a exigência de estudos de impacto ambiental para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de degradação ambiental; V – proibição do lançamento de resíduos industriais, agroindustriais, hospitalares, entulhos e lixos em margens e leitos dos rios do município.

O artigo 133 diz que “no plano urbanístico da cidade assegurar -se-á a criação e manutenção de áreas verdes” (Lei Orgânica do Município de Limoeiro do Norte, artigos 131 a 133).

O atual Código de posturas de Limoeiro do Norte, Lei no. 1.030 de 7 de agosto de 2000, faz referência à questão ambiental. São vários artigos a abordar a problemática ambiental, e que podem contribuir para a construção de um ambiente urbano mais saudável. O artigo 4º define poluição ambiental. Segundo esse artigo,

considera-se Poluição Ambiental, para efeito desta lei, a presença, o lançamento ou a liberação no ar, nas águas e no solo, de toda e qualquer forma de matéria ou energia com intensidade, em quantidade de concentração ou com características capazes de tornarem ou virem a tornar as águas o ar e o solo, impróprios, nocivos ou ofensivos à saúde, inconvenientes ao bem-estar público, danosos aos materiais, à fauna e à flora, prejudiciais à segurança,

ao uso e gozo da propriedade e às atividades nas águas, no ar e no solo.

O artigo quinto reforça o artigo anterior ao afirmar que “fica proibido, no município, o lançamento ou liberação de poluentes nas águas, no ar ou no solo” e o parágrafo único diz que “considera -se poluente, para efeito dessa lei, toda e qualquer forma de matéria ou energia que direta ou indiretamente, prejudique o meio ambiente”

O artigo 24, referindo-se à poluição hídrica, ressalta que:

Os resíduos líquidos ou sólidos, de origem doméstica, industrial ou de outra procedência, somente poderão ser lançados nas águas situadas no território de município, interiores superficiais ou subterrâneas, desde que não sejam considerados poluentes e tenham prévia anuência do Administração Municipal, ouvido o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente e o órgão estadual competente.

Apesar da existência de um código de obras, a ocupação do solo urbano ocorre de modo indiscriminado. Taxas de ocupação de terreno, recuos do lote ou qualquer outra determinação existente não são observados. Embora o perfil da cidade seja predominantemente horizontal, as construções são feitas, em sua grande parte, sem observância do código, com a implantação no lote desconsiderando o entorno.

O município de Limoeiro do Norte está localizado entre os rios Quixeré e Jaguaribe. Em referência à expansão da cidade, verificou-se ter o processo causado impactos ao meio ambiente. Os principais problemas ambientais observados são a retirada de areia do leito do rio, que até certo ponto contribui para o desassoreamento do seu leito, em virtude das escavações deixadas pelas crateras; deposição de resíduos sólidos em terrenos baldios e nas margens do rio Jaguaribe em toda a extensão urbana. Por outro lado, o lixo deixado a céu aberto, além de poluir os recursos hídricos, gera odores desagradáveis em conseqüência da decomposição de matéria orgânica, força a ação a queimar o lixo exposto, gerando nesse

sentido poluição atmosférica. Como resultante desta poluição ocorre a proliferação de insetos e roedores transmissores de doenças.

De acordo com o Plano Diretor (1999), no processo de crescimento urbano não foram considerados índices ou taxas de ocupação do solo urbano, de modo que garantissem espaços destinados ao lazer, áreas verdes, institucionais e sistema viário, de forma equilibrada.

Mesmo com a presença do verde na paisagem, a arborização pública existente não chega a ser satisfatória. As ruas e avenidas não são arborizadas adequadamente, não oferecendo um sombreamento capaz de diminuir a aridez existente.