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Fonte: Dados da pesquisa (2018).

O ponto aqui questionado é sobre as variedades que os informantes utilizam em casa, com seus familiares. Para essa análise, podemos classificar os informantes em dois grupos: um que utiliza as duas variedades, ou seja, Pt.-RS e talian, e um que utiliza apenas o Pt.-RS. O grupo formado por informantes que utilizam apenas o Pt.-RS é constituído por três (03) jovens do ponto urbano, dois (02) homens e uma (01) mulher. O grupo de falantes que utilizam as duas variedades é constituído pelos oito (08) informantes do grupo rural e quatro (04) informantes da GII e um (01) da GI do ponto urbano. Em outras palavras, segundo os dados, nas duas comunidades, tanto urbana quanto rural, é possível observar a existência do contato Pt.-RS e talian. No ponto rural, todos afirmam fazer uso do talian e Pt.-RS, em maior ou menor grau. No ponto urbano, os informantes CaGII-H-U, CaGII-M-U, CbGII-H-U,

CbGII-M-U e CbGI-M-U afirmam fazer uso do talian e do Pt.-RS, em maior ou menor grau, e os demais informantes (CaGI-M-U, CaGI-H-U e CbGI-H-U) fazem uso apenas do Pt.-RS.

Sendo assim, a proporção de uso do talian é maior no grupo rural em relação ao uso no grupo urbano, que mantém maior proporção do uso do Pt.-RS em comparação com o outro grupo. Dessa forma, relacionando os dois grupos, observamos que, no que diz respeito à idade, a GII mantém mais a utilização do talian enquanto que na GI ocorre menor uso do

talian, e o uso do Pt.-RS se sobressai, principalmente na CaGI-U. Na relação diastrática, a Cb

é a que mais utiliza o talian. Em relação ao gênero, as mulheres utilizam mais a variedade do que os homens. Outra consideração acerca dessa questão é que a maior incidência de uso do

talian é visualizada na Cb do ponto Rural, e o maior desuso do talian ocorre com os

informantes da GI do grupo Urbano.

Aqui observamos a maior disparidade diatópica, a diferença entre os dois pontos de pesquisa é considerável. O ponto Rural, como pressuposto nos objetivos, preserva mais a variedade de imigração, enquanto a comunidade Urbana prioriza o uso do Pt.-RS. Fatores como menor mobilidade e menor influência de grupos externos podem proporcionar essa diferença presente no grupo Rural. Além disso, a proximidade que os informantes rurais têm com outras pessoas que falam o talian também é maior do que na cidade, facilitando, assim, a manutenção.

A próxima questão diz respeito ao quanto os informantes consideram saber do talian. A pergunta realizada foi: “Quanto ao italiano, qual é o grau de bilinguismo dos entrevistados? (MARGOTTI, 2004)”, os resultados estão expostos nos gráfico 2, considerando que as respostas esperadas eram pouco, médio ou bem:

Gráfico 2: Questão 39: “Quanto ao italiano, qual é o grau de bilinguismo dos entrevistados? (MARGOTTI,

2004)”

Os domínios questionados foram falar, entender, ler, cantar, xingar, rezar, fazer conta e sonhar. Para a análise diatópica dessa questão, apresentamos os dados sem expor o informante que respondeu. Dessa maneira, questionados sobre o quando falam talian, no grupo rural três (03) informantes nos disseram fazer bem e cinco (05) fazer pouco. No grupo urbano, seis (06) falam pouco, um (01) médio e um (01) bem, então, concluindo que há mais informante falando bem o talian no ponto rural.

Sobre o quanto entendem de talian, seis (06) informantes rurais responderam entender bem e dois (02) médio. Dos informantes urbanos, um (01) entende pouco, três (03) entendem médio e quatro (04) entendem bem. Mais uma vez, o grupo rural se sobressai, havendo mais pessoas que compreendem bem a língua nesse ponto. Na leitura, no ponto rural, sete (07) disseram ler pouco ou nada e um (01) ler médio. No ponto urbano, seis (06) leem pouco, um (01) médio e um (01) bem. Nesse caso, no ponto urbano, há dois informantes que leem de médio a bem, enquanto no rural, somente um considera fazer uma leitura mediana. Concluindo, assim, que há menos pessoas que consideram ter bom domínio de leitura no ponto rural e mais no ponto urbano.

Quanto ao cantar, no grupo rural quatro (04) informantes disseram cantar pouco, três (03) disseram cantar médio e um (01) bem. No grupo urbano, cinco (05) cantam bem e três (03) cantam pouco, ou seja, há mais pessoas que cantam bem no grupo urbano. Sobre o quanto os informantes xingam ou reclamam em talian, ambos os grupos tiveram cinco (05) pessoas que disseram fazer isso bem, mas no ponto rural dois (02) fazem pouco e um (01) médio e, no ponto urbano, três (03) fazem pouco. Nesse caso, as respostas ficam próximas, mas o ponto rural faz menos.

Rezar, fazer conta e sonhar foram os domínios que menos tiveram respostas positivas. Apenas no grupo rural houve um (01) informante que disse que reza médio, faz conta e sonha bem em talian. Os sete (07) demais disseram fazer pouco em ambas as questões. No grupo urbano, os oito (08) informantes disseram fazer pouco os três campos.

No ponto rural, obtivemos menos resposta pouco: em todos os domínios foram 39 respostas pouco. No ponto urbano, a incidência foi maior, com 42 respostas pouco. Para a resposta médio, o ponto rural obteve maior incidência com oito (8) respostas; no ponto urbano, foram cinco (5) respostas médio. Na resposta bem, os dois grupos tiveram a mesma quantia, 17 ocorrências em cada ponto. Se considerarmos as respostas bem e médio como atitudes positivas perante a variedade de imigração, o ponto rural se sobressai, pois há mais respostas positivas nesse ponto e, consequentemente, menos respostas negativas para as habilidades com a língua. Mesmo assim, de maneira geral, existem mais respostas pouco em

ambos os grupos para quase todas as perguntas, o que configura uma progressiva diminuição do uso da variedade de imigração. No decorrer das próximas questões, observaremos se essa premissa se confirma.

A pergunta que segue é a 4: “Em que língua gosta de conversar mais?”, os dados obtidos estão expostos no cartograma 4:

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